Mensagem de Fé

A páscoa

Prof. Anísio Renato de Andrade



Egito, dia 14 de abibe, do ano em que os filhos de Israel foram livres da
escravidão. Esse seria um dia decisivo. Dia de regozijo para alguns e
desespero para outros. Naquela noite, o anjo da morte visitaria o Egito e
mataria a todos os primogênitos, desde os animais ate o filho de Faraó.
Esse seria o castigo de Deus contra o Egito.

Como fariam os israelitas para escapar dessa destruição? Não lhes bastaria
serem filhos de Abraão. Não seria suficiente serem pessoas boas e
religiosas. O livramento se daria mediante a obediência ao que Deus
determinara a Moisés. Naquela tarde, as famílias dos israelitas deveriam se
reunir, e cada uma deveria matar para si um cordeiro. Seu sangue deveria
ser passado nos portais das casas. Dentro delas, as famílias comeriam a
carne do animal juntamente com ervas amargas. A terrível noite chegou e,
com ela, o anjo destruidor. Por onde ele passava, deixava as famílias em
agonia pela perda de seus filhos. Só escaparam da tragédia aquelas casas em
cujas portas havia o sangue protetor. Essa foi primeira páscoa. Páscoa
significa "passar por cima", ou seja, o anjo passava por aqueles que
estavam protegidos pelo sangue e não os destruía. (Êxodo 12).

Naquela mesma noite, os israelitas saíram do Egito. A partir desse dia, em
todos os anos, na mesma data, os israelitas comemoram a páscoa, matando um
cordeiro e comendo a sua carne. Essas comemorações eram apenas símbolo da
páscoa comemorada por Jesus com seus discípulos, momentos antes da sua
morte. Todos os cordeiros mortos representavam o cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo (João 1.29) e que seria morto em uma páscoa. Paulo
escreveu aos Coríntios: "Cristo é a nossa páscoa" (I Cor. 5.7). Sua morte
significou o nosso livramento, a nossa salvação. Ninguém poderá se salvar
baseado em sua própria justiça ou bondade, mas é o sangue de Jesus, o
cordeiro de Deus, que nos salva. Ele morreu para que nao morramos
espiritualmente, mas tenhamos a vida eterna.

Como vimos, Deus ordenou que os filhos de Israel, os judeus, comemorassem a
páscoa todos os anos no mês de abibe, que começa em meados de marco e
termina em abril. Nos, porem, não somos israelitas, somos gentios, e,
portanto, não temos o dever de comemorar anualmente a páscoa, da maneira
como eles o faziam.

Nem mesmo os judeus tem esse dever na atualidade pois, após a morte de
Jesus, todos os sacrifícios de animais deveriam ser abolidos. "Cristo, que
é a nossa páscoa, já foi sacrificado por nos." (I Cor. 5.7).

Atualmente, muitas pessoas pelo mundo afora comemoram a páscoa. Essa
comemoração esta repleta de alterações em relação ao sentido original. Em
lugar do cordeiro, fazem menção aos coelhos !!! Em lugar das ervas amargas,
as pessoas comem chocolate !!! É sempre assim: procuramos algo mais fácil
e mais agradável.

Não estamos proibidos de comer chocolate (ainda bem), mas não devemos
ignorar o verdadeiro sentido da páscoa. Temos, sim, uma comemoração
relacionada a essa festa: a ceia do Senhor. Esta é a nossa páscoa. Não
realizada apenas uma vez por ano, mas todas as vezes que comemos o pão e
bebemos o vinho em memória da morte do Senhor Jesus.

Estamos assim, a família do Senhor, comendo a carne do cordeiro e bebendo o
seu sangue. Nesse momento, nos recordamos que éramos escravos no Egito, o
mundo, e que Faraó, Satanás, nos mantinha sob o seu domínio. Mas, naquela
tarde de páscoa, o Cordeiro de Deus, o primogênito de Deus, morreu em nosso
lugar. Regozijemo-nos e alegremo-nos. O anjo da morte não nos alcançará,
pois "nenhuma condenação ha para os que estão em Cristo Jesus". Aleluia!


Em caso de utilização impressa do presente material, favor mencionar o nome do autor:
Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.

Para esclarecimento de dúvidas em relação ao conteúdo, encaminhe mensagem para anisiora@mg.trt.gov.br

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