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JOVENS – LIÇÃO 8 – A LIDERANÇA DE SALOMÃO

INTRODUÇÃO

A ascensão de Salomão ao trono de Israel foi marcada por momentos de dificuldades, mas também de demonstração da vontade soberana de Deus (1 Rs 1.1–2.46).

Mesmo em um momento de tumultos e de levantes contra Salomão, o rei Davi conduziu o processo que fez do seu filho com Bate-Seba o novo rei de Israel.

Embora tenha cometido inúmeros erros na sua jornada como pessoa e como líder, Salomão tem-se destacado como um dos mais proeminentes líderes não somente do Antigo Testamento, como também de todos os tempos.

A sua grandeza foi reconhecida pelo próprio Senhor Jesus, que falou da sua glória e a respeito da rainha de Sabá, que viajou longa distância só para ver a grandeza do seu reino e admirar a sua liderança (Mt 6.29; 12.42). Salomão foi con­siderado por muitos do seu tempo um homem extraordinariamente habilidoso e sábio.

Salomão tem inspirado não somente líderes religiosos, mas tam­bém os de todos os seguimentos, sendo de longe uma das maiores referências a ser seguidas no que tange à liderança, principalmente por aqueles que têm a expectativa e o propósito de honrarem a Deus na sua função como líder.

SALOMÃO: UMA ANÁLISE INICIAL

Inquestionavelmente, a principal marca da vida e da liderança de Salomão foi a sua sabedoria. Ele assumiu o reinado sobre Israel após a morte de Davi, o seu pai, e assim consolidou a sua liderança (1 Rs 2.2,12).

O desejo ardente — e, em certa medida, a grande preocupação — de Davi com relação a Salomão foi de que este nutrisse uma vida piedosa diante de Deus, pois assim o povo seria influenciado a viver da mesma forma (1 Rs 2.2-4).

Salomão reinou sobre Israel pelo mesmo tempo que o seu pai, isto é, durante quarenta anos (1 Rs 11.42). A sua liderança pode ser considerada bem-sucedida; além do mais, ela foi próspera, gloriosa e poderosa, virtudes estas encontradas nele antes mesmo de ter pedido e alcançado sabedoria da parte de Deus.

O Senhor falou com Salomão em sonho e deu a este a oportunidade de pedir o que desejasse (1 Rs 3.5). O pedido de alguém revela as suas prioridades, que, por sua vez, revelam a verdade do seu coração.

No caso de Salomão, ele não pediu dinheiro, pois não era um homem ganancioso; não pediu fama, o que indica que não foi um homem dado à vaidade e nem a vangloriar-se; não pediu que o seu reinado fosse longo e nem que fosse glorioso, ou mesmo que pudesse vingar-se daqueles que se levantaram um dia contra ele (1 Rs 3.11).

No entanto, como clara demonstração de um coração voltado a servir a Deus com integridade, excelência, ousadia, inteligência e humildade, ele pediu ao Senhor que lhe desse sabedoria. Deus agradou-se dessas palavras de Salomão a ponto de oferecer-lhe tanto o que pediu quanto o que não pediu (v. 11).

A LIDERANÇA DE SALOMÃO

Depois de analisados aspectos referentes à vida de Salomão, à sua ascensão ao trono no lugar do seu pai e ao processo porque recebeu sabedoria divina para cumprir a sua missão, esse tópico propõe-se a olhar de forma específica e restrita para a liderança desse homem.

Nesse sentido, os destaques serão dados em torno do poder de in­fluência da liderança de Salomão, o seu perfil de líder participativo e a respeito da sua visão empreendedora — ou, se preferir, expansionista.

Salomão, um Líder Influenciador

Por meio da sabedoria, o rei Salomão liderou o seu povo. A nação pôde desfrutar da presença de Deus manifesta no Templo.

Foram muitos anos desejando e orando por essa oportunidade. O Senhor ouviu o clamor do seu povo e capacitou Salomão para realizar esse feito.

Por meio de uma liderança eficaz, Salomão influenciou o seu tempo e, mesmo depois de milhares de anos, continua influenciando nossas lideranças. Por meio da liderança participativa, o rei Salomão foi mais expansivo nas suas realizações. Esses são pilares essenciais para uma liderança sábia e extensa.

A principal missão que Salomão recebeu de Deus por meio de Davi, o seu pai, foi a de construir o Templo para Deus conforme as orientações que lhe foram dadas (1 Cr 28.6,10,11), sendo este o foco da sua liderança.

Ao reconhecer que sozinho não conseguiria desenvolver o trabalho, Salomão colocou a sua liderança em prática e foi capaz de influenciar milhares de pessoas a trabalhar, cooperando, assim, com a sua missão. O rei Salomão influenciou e ganhou o coração de Hirão, rei de Tiro, o qual enviou servos para ajudar no corte de cedros e faias e encaminhar a carga pelo mar até Jerusalém para a construção do Templo.

O rei de Tiro também disponibilizou do seu reinado habilidosos ferramenteiros para que trabalhassem com ouro, prata, bronze, ferro, púrpura, carmesim (2 Cr 2.7).

Por meio da paz e da aliança, Salomão encontrou uma forma de influenciar outras pessoas para o grande empreendimento que Deus havia-o designado.

O poder de influência de Salomão ultrapassou os limites étnicos e geográficos, haja vista que líderes e pessoas em geral afluíram para conhecê-lo e admirarem o seu reinado (1 Rs 4.29-34).

A influência é uma marca que deve acompanhar a vida de todo líder que deseja apascentar o povo de Deus, e Salomão também se apresenta como referência nesse sentido.

Uma Liderança Participativa

Há quem pense que termos como “liderança corporativa” ou “li­derança participativa” sejam exclusivos dos dias atuais, só que essas expressões apenas exprimem um conceito presente na liderança de tempos antigos, inclusive na de Salomão.

Com toda a força econômica e todo o poder de influência de Salomão, ele não se permitiu incorrer no grave erro de pensar ser capaz de liderar Israel e de concluir a obra para que foi chamado sozinho, mas reconheceu que dependeria de pessoas para auxiliá-lo na sua missão.

Salomão, por exemplo, identificou que Hirão, rei de Tiro, tinha condições de somar com ele na sua missão, e isso em duas dimensões básicas, sendo elas:

I) Diferença na visão;

II) Posse de recursos que ele não possuía (1 Rs 5.1-12).

Sendo assim, é possível perceber que Salomão foi um líder que reconheceu que há valores em outras pessoas e que estas poderiam — e, de certa forma, deveriam — contribuir com a sua missão.

Um líder participativo é consequência natural do seu coração humilde. Salomão foi capaz de reconhecer que o seu país não possuía todos os recursos necessários para a construção do Templo e, assim, solicitou ajuda.

Ele compreendeu o essencial princípio de que o líder deve permitir que os seus liderados cooperem com o projeto com o qual estão envolvidos, na certeza de que um complementa o outro,
alcançando, assim, os objetivos preestabelecidos.

Salomão desem­penhou uma liderança participativa e deixou o exemplo de que o líder de sucesso é aquele que reconhece que, no projeto de Deus, há espaço para todos contribuírem com os seus dons, valores e talentos.

Salomão, um Líder Visionário

Salomão foi um líder que se dedicou a alargar as suas fronteiras, os seus negócios e a sua área de atuação. Nesse sentido, ele cercou-se de pessoas capazes que pudessem auxiliá-lo (1 Rs 4.2-6).

Além disso, ele empenhou-se em manter a força do seu exército e — estrategica­mente — estabeleceu liderança independente sobre cada uma das doze tribos sem negligenciar o aspecto religioso de todo o Israel (1 Rs 4.7-19).

Sobre essa forte base, Salomão:

I) Aumentou a riqueza do reinado (1 Rs 10.14-21; 2 Cr 9.13,14,21,27), e isso foi comprovado por muitos da sua época, inclusive pela rainha de Sabá;

II) Ampliou as viagens de negócios do seu reinado (1 Rs 10.22,23; 2 Cr 9.10-22);

III) Edificou novas cidades (1 Rs 9.18,19); e

IV) Dedicou-se à literatura e envolveu-se em descobertas científicas (1 Rs 4.33).

Salomão foi uma escolha divina cuja finalidade era expandir aquilo que o seu pai Davi estabelecera. A sua liderança participativa foi resultado da sua capacidade de reconhecer não ser ele o detentor de toda a capacidade e de todos os recursos necessários para cumprir a sua missão e, por isso, permitiu, possibilitou e facilitou o acesso de outras pessoas, inclusive de liderados, para a cooperação mútua da missão que lhe fora confiada.

Salomão, um Líder que Procurou Agir com Justiça

À semelhança do seu pai, Salomão foi um líder que buscou pautar as suas decisões e julgar o povo com retidão e justiça.

Em Provérbios 17.26, está escrito:

“Não é bom também punir o justo, nem ferirem os príncipes ao que age justamente”. Após o seu encontro com Deus em Gibeão (1 Rs 3.1-15), Salomão retorna a Jerusalém, e um teste prático apareceu para provar a sua justiça e sabedoria:

certa mãe descuidou-se e dormiu sobre o seu bebê, vindo a sufocá-lo até à morte. Ao notar isso, ela trocou o bebê morto pelo vivo de outra mulher, gerando, assim, uma terrível confusão e discussão, chegando ao ponto de levarem a questão a Salomão, que sabiamente propôs a divisão do bebê vivo para que pudesse repartir entre elas.

Com isso a verdade apareceu, e a questão foi solucionada (1 Rs 3.16-28). Esse teste aconteceu para provar como Salomão agia corretamente nas situações mais práticas da vida, e isso fazia com que a reputação de uma liderança justa e sábia crescesse cada vez mais.

Deus sempre exigiu do seu povo o en­volvimento com a justiça social (Dt 10.18; 27.19). Analisando o que a Bíblia informa sobre o governo de Salomão, é possível identificar a justiça social como uma das suas principais marcas.

Encontramos na liderança de Salomão alguém que se esforçava incansavelmente para julgar as causas do povo com justiça. A justiça deve ser a marca distintiva de uma liderança bíblica.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: TORRALBO, Elias. Liderança na Igreja de Cristo: Escolhidos por Deus para servir. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2022/11/14/licao-8-a-lideranca-de-salomao/

Vídeo: https://youtu.be/IU1LdKtBfH8

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