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2009 – LIÇÃO 9 – A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI

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A restauração espiritual de Davi é um importante exemplo de como podemos recuperar a comunhão perdida com o Senhor.

INTRODUÇÃO

– Assim como o pecado de Davi é uma importante lição para que mantenhamos uma vida de vigilância e de santidade nesta vida debaixo do sol, a restauração espiritual de Davi também nos serve de ensino de como podemos recuperar a comunhão com Deus quando pecamos.

– A restauração espiritual de Davi mostra-nos, claramente, que sem confissão e arrependimento dos pecados, jamais desfrutaremos da graça de Deus, meio pelo qual nos vem a salvação (Ef.2:8).

I – A CONFISSÃO DE DAVI

– Nesta lição, que inicia o bloco final de nosso trimestre, desprendemo-nos do aspecto cronológico da vida de Davi para passar a analisar o conjunto de sua contribuição para a história de Israel e para o plano divino da salvação.

– A partir da prática dos pecados que as Escrituras intitularam de “o caso de Urias, o heteu” (I Rs.15:5), vemos que não há mais correspondência entre a vida de Davi e o ministério de Jesus Cristo.

A sequência da vida de Davi mostra as consequências resultantes destas hediondas transgressões cometidas, bem como o esforço de Davi para manter as conquistas realizadas, após a submissão de Amom (feita antes da descoberta da prática dos pecados, mas que se deu posteriormente a tal prática), bem como, depois de sua restauração espiritual, a preparação cuidadosa que Davi teve para que tudo estivesse pronto para a construção do templo por seu sucessor.

– Por isso, doravante, teremos lições que analisarão o rei Davi sob diversos prismas. Nesta lição, estudaremos amiúde a restauração espiritual de Davi, já noticiada na lição anterior.

Em seguida, veremos um aspecto extremamente negativo da vida de Davi, que foi a sua vida familiar e como isto muito o prejudicou, a ponto, inclusive, de ter perdido o trono temporariamente em virtude da rebelião de Absalão.

Depois, veremos o papel de Davi na restauração do culto a Deus em Israel e, por fim, encerrando o trimestre, veremos a Davi como o homem segundo o coração de Deus, o modelo bíblico do coração de quem serve ao Senhor.

– Na lição anterior, dissemos que Davi, confrontado pelo profeta Natã com a realidade de que era ele, o rei, o homem rico da história contada pelo profeta e que lhe causara uma grande indignação, dissemos que, de imediato, Davi reconheceu o seu pecado e o confessou, motivo pelo qual, também de modo imediato, recebeu o perdão do Senhor.

“Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor traspassou o teu pecado; não morrerás” (II Sm.12:13).

– Neste simples versículo, porém, encontra-se a restauração espiritual de Davi, sua grande vitória sobre o maligno, que o iludira e o levara a cometer horrendos atos de impiedade, numa descrição sucinta mas que pode ser esmiuçada, até porque as Escrituras nos trazem, em complemento ao breve relato do historiador, o Salmo 51, que é uma pública confissão do pecado por parte de Davi, texto que, segundo Edward Reese, em sua Bíblia em ordem cronológica, se junta aos Salmos 32, 38 e 103, que teriam sido compostos neste mesmo período e que, por isso, nos trazem um quadro não só histórico, mas do próprio interior de Davi durante este seu processo de retorno à comunhão com Deus.

– Ao ouvir a história de Natã (e temos a impressão que nem mesmo deixou que o profeta disse tê-la encerrado), Davi, de imediato, aplicou a lei de Moisés, dizendo, em primeiro lugar, que o homem rico que havia furtado a ovelha do homem pobre era digno de morte (Dt.24:7), porque era um ladrão, devendo, por isso, devolver o quadruplicado, que era a pena aplicada ao ladrão que agia com ânimo deliberado(Ex.22:1), com falta de compaixão, como disse o próprio Davi (II Sm.12:6).

– O próprio rei, portanto, reconhecia que a transgressão contra a lei, que era pecado, gerava a morte. Moisés havia dito que o caminho da vida era a observância da lei, ou seja, da vontade do Senhor e que a desobediência representava a morte (Dt.30:15-20).

Tal circunstância não se alterou com a graça. Paulo é bem claro ao nos dizer que o salário do pecado é a morte (Rm.6:23).

O transgressor está irremediavelmente separado de Deus, porque seus pecados fazem separação entre ele e Deus (Is.59:2).

– Quando Natã diz a Davi que aquele homem rico da história era o próprio rei e traz a sentença divina, o rei não pensou duas vezes, caiu em si e disse, com todas as letras: “Pequei contra o Senhor”.

– Este ato público, de admissão da culpa e da veracidade das palavras do profeta, é a confissão. Confissão é uma declaração, um reconhecimento que alguém faz a respeito de um determinado fato ou situação.

Para que alguém possa receber o perdão dos seus pecados, é necessário que confesse, que declare, que reconheça que pecou, que transgrediu a lei do Senhor e que merece morrer por causa desta falta.

– Foi, precisamente, o que fez o rei Davi. Imediatamente após as declarações do profeta Natã, feitas publicamente, pois Davi estava atendendo o público nos julgamentos que o rei costumava fazer (cf. II Sm.15:2; I Rs.3:28), o rei não pensou em fazer nada senão reconhecer que, realmente, havia transgredido a lei do Senhor. Disse tão somente: “Pequei contra o Senhor”.

– Nesta afirmação tão breve, encontramos um profundo significado espiritual. Em primeiro lugar, Davi assumiu a responsabilidade tanto pelo adultério com Bate-Seba como pelo homicídio de Urias com a espada dos filhos de Amom.

Um fato que era totalmente desconhecido de todas as pessoas (pois Joabe sabia do homicídio, mas não sabia do adultério e alguns servos palacianos sabiam do adultério mas não do homicídio) foi publicamente assumido por Davi, que, deste modo, reconheceu que o que Natã havia dito era verdade.

– A confissão é um reconhecimento, é uma declaração de assunção de culpa. Confessar é admitir que errou, não é apresentar justificativas para o erro. Lamentavelmente, nos dias em que vivemos, o que verificamos é que muitos, em vez de confessarem, estão a apresentar justificativas para os seus erros.

Buscam mostrar que os erros cometidos eram inevitáveis, qualquer um iria cometê-los se estivessem na mesma situação.

– Davi não buscou mostrar que Urias era um marido insensível, que deixou uma mulher afetivamente carente, nem tampouco procurou mostrar que, como rei, não tinha que dar satisfações de sua vida sexual a um profeta, até porque comuníssimo entre os soberanos de todos os povos uma atitude como a que ele tomou.

Também não procurou desacreditar Natã, dizendo que mentia ou que estava a serviço de algum inimigo de Israel, mandando-o encarcerar ou, mesmo, matar, o que, aliás, seria imediatamente cumprido por parte de seus servos.

– Davi também não procurou acusar Bate-Seba, chamando-a de impudica, de irresistível, de leviana, por ter se banhado em local onde pudesse ser vista por Davi no terraço do palácio real.

Tampouco tentou pôr a culpa na frieza ou insensibilidade de suas mulheres para que ele tivesse uma necessidade sexual incontrolável, que o levou a cometer o adultério. Não, nada disso.

Disse tão somente que era culpado, que sabia que não podia ter cobiçado a mulher do próximo, nem tampouco adulterado e, muito menos, diante do fracasso de suas tentativas de fazer com que o marido tivesse um relacionamento íntimo com sua mulher, para encobrir o adultério, mandado matá-lo.

– Como disse Charles Haddon Spurgeon, ao tratar da confissão de pecado, “…nós sabemos que isto é absolutamente necessário à salvação.

A menos que haja uma verdadeira e sincera confissão de nossos pecados a Deus, não temos nenhuma promessa que nós acharemos clemência no sangue do Redentor. „Todo aquele que confessar seus pecados e os abandonar achará misericórdia‟ .

Mas não há nenhuma promessa na Bíblia para o homem que não confessar seus pecados .…” (Confissão de pecado: um sermão com sete textos. Trad. da Associação Reformada Palavra da Verdade. Disponível em: http://www.geocities.com/zoenio/Confissao.htm Acesso em 19 out. 2009).

– Davi mostra-nos que, enquanto o homem não confessa e busca esconder o seu pecado, seu estado espiritual é lamentável. No Salmo 38, Davi afirma que as iniquidades permanecem no homem como “carga pesada demais para as suas forças” (Sl.38:4).

O pecador, enquanto encobre as suas transgressões, está encurvado e muito abatido, vive num estado de contínua lamentação, tendo o coração desassossegado (Sl.38:6-8), sofrendo de falta de paz (Sl.38:3).

– A degradação espiritual acaba se tornando em degradação psíquica, física e até social. O salmista revela-nos que, diante do quadro adverso advindo da prática do pecado, quando se sente o ardor da ira de Deus, o que é terrível para quem já experimentou a comunhão com o Senhor (Sl.38:1,2), surgem outras consequências nefandas.

– Do ponto-de-vista psíquico, além do desassossego e da falta de paz, exsurge um abatimento, um desânimo, um sentimento de inferioridade diante dos inimigos (Sl.38:16,17).

Falta o brilho nos olhos (Sl.38:10,19,20), há uma contínua sensação de dor a perturbar a alma daquele que se afastou do Senhor e não confessou a sua culpa (Sl.38:17), o “seu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl.32:4), ou seja, há uma total ausência de alegria, estima e esperança na alma daquele que está a encobrir o seu pecado.

– Este mal-estar espiritual e psíquico acaba se refletindo na própria saúde física da pessoa, o que se denomina hodiernamente de “doenças psicossomáticas”.

Já diziam os antigos que “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo sadio). Embora toda doença não venha do pecado, sabemos que o pecado é um fator que muito contribui para a doença. Davi afirma que, por causa do pecado, “não há coisa sã na minha carne” (Sl.38:3,7), como também “as minhas chagas cheiram mal e estão corruptas por causa da minha loucura” (Sl.38:5).

– No Salmo 32, que Reese entende ter sido elaborado também neste período da vida de Davi, o rei salmista é ainda mais claro e explícito: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos, pelo meu bramido em todo o dia.” (Sl.32:3).

– Mas, não bastassem todos estes males, que só a confissão poderá dar fim, temos, também, um mal-estar social.

Embora o mundo esteja no maligno (I Jo.5:19), o fato é que o pecado é ilusório e, em vez de as pessoas serem acolhidas no seio da sociedade dominada por este mesmo pecado, o que se faz, com o tempo, é marginalizar o pecador, numa hipocrisia que é característico de todo sistema que está sob o comando do “pai da mentira”.

Porventura, não é o desprezo e a marginalização que acompanham as vidas daqueles que se embrenham com intensidade na vida pecaminosa?

Se alguém tem dúvida a respeito disto, que caminhe pelas penitenciárias, pelas ruas das grandes cidades e veja em que situação a sociedade deixa aqueles que enveredaram com intensidade no caminho do pecado (criminosos, prostitutas, viciados em droga etc. etc. etc.).

– Davi também sentia isto, quando, ao compor o Salmo 38, um “salmo para lembrança” que Reese entende ter sido composto precisamente no seu processo de restauração espiritual, afirmou categoricamente que “os meus amigos e os meus propínquos afastam-se da minha chaga e os meus parentes se põem em distância” (Sl.38:11).

Quando vemos o relato do sofrimento de Davi logo após a descoberta de seu pecado, notadamente na sua luta intercessória para que seu filho com Bate-Seba não morresse (II Sm.12:16-19), notamos, mesmo, que o rei foi evitado pelos servos e por todos os seus amigos, pois, apesar de ser o rei e de assim ser um fator atrativo de “amigos”, neste instante de juízo divino, não houve quem quisesse dele se aproximar.

– No entanto, ante este estado deveras lamentável, o salmista afirma que havia um caminho a ser seguido: “eu confessarei a minha iniquidade; afligir-me-ei por causa do meu pecado” (Sl.38:18). Davi sabia que o caminho a ser seguido era o da confissão, pois só assim mudaria aquele quadro.

Será que temos a mesma convicção? Olhemos o exemplo de Davi e sigamos o inspirado conselho do apóstolo João: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.

Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo.2:1,2). Aleluia!

– A confissão, entretanto, não é um simples reconhecimento, uma simples declaração. Spurgeon, no sermão já referido, mostra, com muita propriedade, em sete textos bíblicos, em que a pessoa, a exemplo de Davi, afirma “eu pequei”, que nem sempre o declarante obteve o perdão de seus pecados, pois a confissão exige algumas características.

Nas palavras do príncipe dos pregadores britânicos: “…Há muitos que fazem uma confissão, e uma confissão diante de Deus, e não recebem nenhuma bênção, porque a confissão deles não tem certas marcas que são requeridas por Deus, que provariam sua genuinidade e sinceridade e que demonstrariam terem sido fruto do trabalho do Espírito Santo.…” (end.cit.).

– O primeiro texto trazido por Spurgeon encontra-se em Ex.9:27, quando Faraó afirma “esta vez pequei”. É o caso do “pecador endurecido”, que, diante das circunstâncias adversas que demonstram a ira de Deus, afirma, apavorado por tais manifestações, que pecou. “…Mas que proveito e que valor tem a confissão deles?

O arrependimento que nasceu na tempestade morreu na calmaria; aquele arrependimento criado entre trovões e raios, cessou tão logo tudo foi silenciado…” (SPURGEON. end. cit.).

Esta confissão não produz a salvação, porque é movida pelo exterior, pelas adversidades e, uma vez desaparecidos tais fatores, também ela desaparece.

OBS: Este tipo de confissão expressa o que os teólogos romanistas chamam de “arrependimento imperfeito ou atrição”, quando “…estamos arrependidos porque temos medo do castigo de Deus.…” (O sacramento da confissão. Disponível em: http://www.capela.org.br/Catecismo/confissao.htm Acesso em 19 out. 2009).

A Igreja Romana considera que este gesto, embora não tenha o condão de alcançar o perdão dos pecados, é “um dom de Deus, um impulso do Espírito Santo”, um “abalo da consciência [que] pode ser o início de uma evolução interior a ser concluída sob a ação da graça…” (Art. 1453 do Catecismo da Igreja Católica).

– A propósito, a legislação brasileira, que segue, neste passo, a grande maioria dos países, afirma que a confissão pode ser retratada quando motivada por um fator exterior que a constranja (art. 214 do Código Civil; artigo 352 do Código de Processo Civil), sendo certo que, no processo penal, a retratação da confissão é sempre possível (artigo 200 do Código de Processo Penal), a demonstrar, portanto, que o recuo do confitente torna completamente sem efeito a confissão realizada anteriormente.

O segundo “eu pequei” trazido por Spurgeon encontra-se em Nm.22:34, quando Balaão afirma: “Pequei, que não soube que estavas neste caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei”. Temos aqui o caso do “homem dúbio”.

É aquele que reconhece ter errado, mas, mesmo assim, prossegue caminhando em seu erro, porque “ama o prêmio da injustiça” (II Pe.2:15).

– Aqui o reconhecimento por ter errado não é provocado por qualquer fator externo, mas vem da própria pessoa, que, entretanto, se encontra atraída pelo pecado de tal maneira que a confissão não significa o desejo de abandono dos pecados.

Notemos que Balaão admite o pecado ao ser confrontado com a vontade divina mas mostra que somente deixará seu caminho se Deus assim o disser, mesmo sabendo que a vontade de Deus já era manifesta no sentido contrário à sua ação.”… nenhuma confissão de pecado pode ser genuína, a menos que seja feita de todo o coração.

É inútil você dizer: “eu pequei” e então continuar pecando.…” (SPURGEON. end.cit.).

A terceira passagem escriturística em que alguém diz ter pecado é a que lemos em I Sm.15:24, quando Saul afirma ter pecado:

“Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos à sua voz”. Esta hipótese é a do “homem insincero”.

É a confissão seguida das justificativas que praticamente a anulam. São pessoas modeladas pelas circunstâncias, que assumem uma posição conforme a situação, pessoas que são dotadas de várias faces, que, como o camaleão, adquirem o tom do ambiente onde estão.

Como disse Spurgeon, “…Você pode os apertar de qualquer modo que desejar, eles são tão elásticos que você sempre alcançará seu propósito; entretanto eles não têm firmeza de caráter e logo voltam a ser o que eram antes.…” (end. Cit.).

– A retratabilidade da confissão, como dissemos antes, faz com que a mudança de atitude destes “confitentes” torne totalmente sem efeito a confissão realizada. Por isso, Saul, apesar de ter admitido ter pecado, não alcançou o perdão e acabou sendo rejeitado pelo Senhor.

O quarto texto bíblico trazido por Spurgeon em que há uma suposta confissão é o que encontramos em Js.7:20, que o pregador inglês denomina de “penitente duvidoso”, quando Acã afirma:

“E respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e fiz assim e assim”. São aqueles que confessam seus erros no leito de morte, quando estão pressentindo a vizinhança da eternidade.

Nestes casos, a confissão é completa, mas não temos como apurar se são apenas palavras ou se há verdade em suas declarações. São circunstâncias em que pairará a dúvida, que somente findará no dia do arrebatamento da Igreja.

Acã tudo confessou e foi morto, mas há muita dúvida se foi salvo, ou não, algo que jamais teremos condição de saber até aquele dia.

– Não estamos aqui a desmerecer a confissão porque se deu ela no leito de morte. Muitas destas confissões são genuínas, porque não é o momento imediatamente anterior à morte que faz de uma confissão algo autêntico ou não, mas a sinceridade do coração.

No entanto, e isto é um fato, qualquer confissão feita em tais circunstâncias deixa um ar de dúvida em todos os homens.

Ela pode até ser genuína e autêntica, mas, certamente, será infrutífera, visto que, ante o quadro duvidoso produzido, não terá condições de promover qualquer testemunho capaz de levar outros à presença de Deus.

– O quinto texto bíblico é o de Mt.27:4, quando Judas afirma: “Pequei, traindo o sangue inocente.” É o “arrependimento de desespero”, segundo o pregador em que estamos a nos basear, mas que poderíamos chamar simplesmente de remorso.

É o reconhecimento do erro, mas despido de crença no perdão, sem qualquer esperança de perdão. Judas reconheceu que errara, mas não cria que Deus podia perdoá-lO e, por isso, após sentir o arrependimento, em vez de pedir perdão, simplesmente se matou.

A confissão sem esperança é mera manifestação de remorso, é uma tristeza que não vem acompanhada do reconhecimento do senhorio de Deus e isto para nada aproveita (II Co.7:10).

– O sexto exemplo trazido por Spurgeon é o de Jó. Em Jó 7:20,21, temos a seguinte expressão do patriarca: “Se pequei, que Te farei, ó Guarda dos homens?

Por que fizeste de mim um alvo para Ti, para que a mim mesmo me seja pesado? E por que não me perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?

Pois agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá”. Este caso é denominado pelo pregador de “arrependimento do santo”, “…o arrependimento de um homem que já é filho de Deus, um arrependimento aceitável diante de Deus. (…).

Davi era um espécime deste tipo de arrependimento, e seria proveitoso se estudassem cuidadosamente seus salmos de contrição; a linguagem que utiliza é sempre cheia de pranto de humilhação e arrependimento sincero.…” (SPURGEON. end.cit.).

– Neste caso, a confissão cumpre o seu propósito de alcançar a salvação, porque, como diz o pregador inglês, é um arrependimento sincero e cheio de pranto de humilhação.

Com efeito, Jó admite, em primeiro lugar, que o pecado do homem não tem como ser justificado diante de Deus. “Que Te farei, ó Guarda dos homens?”

Não há como fugir da pena do pecado, que foi completamente observado pelo Senhor, que tudo vê e tudo conhece (Sl.139:1-4). Não temos como esconder o pecado de Deus e Ele tem todo o direito de nos condenar pela sua prática.

– A confissão deve provir inteiramente de nosso ser, não pode ser motivada por um constrangimento, deve ser algo espontâneo, não provocado, resultado do temor e tremor que nos advém da consciência de que Deus é o Senhor e que devemos nos submeter a Ele.

Davi teve a mesma reação, quando disse “Pequei contra o Senhor”. Admitia que havia transgredido leis estatuídas por quem era muito superior do que o rei de Israel.

Ao contrário das justificativas baseadas na sua posição e na própria cultura das nações que considerava os reis como deuses ou semideuses, Davi simplesmente assumiu a sua condição de mero homem, de criatura de Deus e reconheceu a soberania do Senhor, dizendo-se mero transgressor.

– A confissão tem de ser uma declaração espontânea de reconhecimento da prática do pecado, mas, simultaneamente, tem de ser um reconhecimento do senhorio de Deus, da Sua soberania e da situação inadmissível de não se submeter ao Senhor.

– Quando a confissão é acompanhada deste reconhecimento da soberania divina, temos a constatação de que nada podemos fazer diante de Deus, a não ser clamar a Sua misericórdia, que é o fator do caráter divino que nos impede de recebermos aquilo que merecemos.

Quem peca, é digno de morte, disse o próprio Davi ao ouvir a história de Natã.

Agora, não lhe restava outra alternativa senão reconhecer o seu erro e clamar pela misericórdia divina. Por isso, abre o Salmo 51 com esta indispensável, insubstituível expressão: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade, segundo a multidão das Tuas misericórdias” (Sl.51:1).

– A confissão tem de expressar o reconhecimento da soberania divina, o pôr-se nas mãos do Senhor, o que implica não só em receber a misericórdia de Deus, para o fim de não sofrer a morte merecida, mas a necessária humildade de aceitar, como fez Davi, as consequências de seu erro, que, diante da soberania divina, advirão inevitavelmente, em virtude da lei da semeadura.

Muitos querem ser perdoados, mas não aceitam as consequências de seus erros, querem diminuí-las, não querem pagar o devido preço. Isto não é confissão, isto não é submissão ao senhorio de Deus.

– Mas não basta reconhecermos o senhorio divino para que a confissão alcance a nossa salvação. É, também, preciso que demonstremos fé no poder perdoador do Senhor.

Como diz o escritor aos hebreus, “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador daqueles que O buscam” (Hb.11:6).

– Além de nos submetermos a Deus, temos de crer que Ele recompensa aqueles que O buscam, ou seja, que Ele tem poder para perdoar as nossas iniquidades, de nos purificar mediante o sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Calvário. Jó e Davi demonstram esta confiança.

Jó indaga o Senhor porque não perdoava a sua transgressão e não tirava o seu pecado, enquanto que Davi, logo após ter invocado a misericórdia divina, pediu ao Senhor que o lavasse completamente da sua transgressão e o purificasse do seu pecado (Sl.51:2).

– A confissão precisa vir acompanhada da fé de que Deus perdoa os pecados, que tem poder para fazê-lo.

Davi dizia que conhecia as suas transgressões, que o pecado estava sempre diante dele (Sl.51:3), mas tinha convicção de que o Senhor poderia purificá-lo com hissope e ele ficaria puro, que o lavaria e ele ficaria mais alvo do que a neve (Sl.51:7).

Como afirmou no Salmo 38, Davi sabia que Deus não o desampararia, que Ele era a sua salvação (Sl.38:21,22).

– Quando vemos a confiança de Davi no poder perdoador de Deus, num instante em que se estava diante da lei, a sombra dos bens futuros, ficamos muito preocupados com o que vemos nos dias hodiernos, em que, após a revelação completa do plano da salvação e o sacrifício de Jesus no Calvário, muitos ainda estão a pôr em dúvida a eficácia e o poder do sangue de Jesus Cristo, que nos purifica de todo o pecado (I Jo.1:7).

– Davi considerava bem-aventurado aquele cuja transgressão era coberta (Sl.32:2) e muitos ainda duvidam que o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo (Jo.1:29), que Jesus é a propiciação pelos pecados de todo o mundo (I Jo.2:2).

Assim, quando pecam, acham que não podem mais receber perdão ou que precisam fazer algo mais do que confessar o pecado e sofrer as consequências de seu erro.

– Não tem cabimento, pois, que, nos dias em que vivemos, muitos não confessem seus pecados porque acham que a confissão é inócua, que não há possibilidade de perdão para quem “caiu da graça”, ensinamento que é totalmente desmentido pela expressão do apóstolo João em I Jo.2:1,2, como também aqueles que acham que, mesmo tendo confessado seus pecados e crido na obra salvadora do Calvário, precisem, ainda, participar de “encontros”, “quebras de maldição” e tantos outros indevidos “complementos” para ter a certeza de sua salvação. Jesus é bastante para perdoar pecados.

O Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados, como nos deixou claro na cura do paralítico de Cafarnaum (Mt.9:1-8; Mc.2:5-12; Lc.5:17-26).

– Mas a confissão precisa, ainda, vir acompanhada de outro elemento para que seja eficaz para o perdão dos pecados.

É necessário que seja acompanhada do desejo de mudança de vida, do desejo de abandono da vida pecaminosa, precisamente o que não havia nas confissões anteriormente mencionadas de Faraó, Saul e Balaão.

– Jó manifestou seu desejo de não mais continuar na sua indagação em relação à sua prova (Jó 42:6).

Detestava sua conduta anterior e não mais desejava prossegui-la. De igual modo, Davi diz que via o seu pecado diante dele, mas queria que tudo fosse apagado pelo Senhor, pois desejava ter de Deus um coração puro, um espírito reto renovado, queria novamente ter a alegria da salvação e uma língua que louvasse altamente a justiça divina (Sl.51:9,10,12).

– A confissão somente opera a salvação, quando, para aqui se utilizar da feliz expressão do Catecismo da Igreja Romana, há a “contrição”, que “…consiste „numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro‟ (art. 1451 do Catecismo da Igreja Romana).

E as Escrituras são claras ao afirmar que o Senhor habita “…em um alto e santo lugar (…) e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos.…” (Is.57:15b).

– Davi tinha plena convicção de que, tendo o desejo de não mais pecar, jamais deixaria de alcançar o perdão do Senhor. Em sua confissão pública, assim se manifestou o rei salmista:

“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl.51:17).

– O sétimo texto bíblico trazido por Spurgeon é o de Lc.15:18,19, o caso do filho pródigo, que o pregador denomina de “uma confissão abençoada”, aquela em que há um caráter regenerado:

“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho, faze-me como um dos teus jornaleiros” (Lc.15:18,19).

– Esta confissão tem praticamente as mesmas características da anterior, por isso tem o mesmo resultado satisfatório. Há, em primeiro lugar, o reconhecimento do erro, da queda.

O pródigo diz que precisava se levantar, ou seja, estava caído.

Em segundo lugar, reconhece a autoridade do pai contra quem havia pecado, há o reconhecimento da soberania divina.

Há, também, a confiança de que o pai não o rejeitaria, que recompensaria este seu gesto, fazendo-lhe um dos seus jornaleiros. Por fim, há a decisão de não mais continuar pecando, tanto que se abandona a terra longínqua e se retorna à casa do pai.

– O que o pródigo não contava era que não seria tratado como um criado, mas que seria tratado como o filho que havia sido e que o pai nunca recusara de assim o considerar.

Assim é aquele que confessa o seu pecado de modo correto, ou seja, com reconhecimento do erro, da soberania divina e fé no perdão do Senhor: ele alcança o perdão, ele retoma a comunhão com o Pai.

– É o que diz o rei Davi, no Salmo 103, quando nos mostra que Deus não nos trata segundo os nossos pecados nem nos retribui segundo as nossas iniquidades (Sl.103:10), que Deus é misericordioso e piedoso, longânimo e grande em benignidade (Sl.103:8), que se compadece dos que O temem assim como um pai se compadece dos seus filhos (Sl.103:13).

II – O PERDÃO DE DEUS

– Não é, pois, qualquer confissão que assegura a salvação. Tomando por base o sermão de Spurgeon, vimos que a confissão, para alcançar o perdão divino, precisa ser uma “contrição”, ou seja, ser um reconhecimento do erro, um reconhecimento da soberania divina, vir acompanhada da fé no perdão divino e do desejo sincero de não mais continuar a pecar.

– Davi não somente disse a Natã “Pequei contra o Senhor”, como também chamou o cantor-mor e compôs o Salmo 51, uma confissão pública de seus pecados e o pedido de misericórdia a Deus, uma das mais tocantes páginas do texto sagrado, um hino de confissão a ser entoado por todo aquele que, arrependido, quiser obter o perdão do Senhor.

– Já vimos que o rei clama, primeiro, pela misericórdia divina e pede a purificação do seu pecado, reconhecendo-o e assumindo a sua condição de transgressor.

Davi sabia que precisava do perdão do Senhor pois, sem ele, não teria como se achar justificado e puro no instante em que fosse levado a julgamento perante o Senhor (Sl.51:1-4).

– O perdão divino é absolutamente necessário para que não sejamos aquinhoados com a condenação eterna.

Deus é o soberano juiz e, por meio do varão que destinou, há de julgar o mundo (At.17:31). Somente por meio do perdão do Senhor seremos salvos da ira futura (Jo.3:36; I Ts.1:10).

Davi, ao cair em si, diante da palavra do profeta, lembrou-se desta realidade e implorou pelo perdão do Senhor, ainda que não tivesse ainda ciência de toda a revelação divina, como nós a temos.

– Davi, porém, sabia que possuía uma natureza pecaminosa (Sl.51:5) e que o Senhor ama a verdade no íntimo e, no oculto, faz conhecer a sabedoria (Sl.51:6). Por isso, não havia como se esconder da face do Senhor, como mentir ou negar a sua culpa.

Quantos, na atualidade, fazem peripécias mil para esconder o seu pecado, esquecidos que Deus conhece o íntimo de cada um de nós.

Quantos que fazem mil e uma estrepolias para se mostrar santo e em comunhão com Deus diante dos irmãos, da igreja, da sociedade, quando, na verdade, o Senhor está a contemplar os seus pecados e iniquidades.

Davi, ao revés, queria antes que o Senhor escondesse a Sua face dos seus pecados e apagasse as suas iniquidades (Sl.51:9), o que somente se daria mediante a confissão, mediante a contrição.

– Sem o perdão de Deus, não podemos estar diante da Sua presença, nem temos o Espírito Santo (Sl.51:11).

Muitos questionam o afastamento do Espírito Santo, dizendo que não podem admitir que o Espírito Santo saia do crente por um pequeno deslize, que isto seria incompreensível, ante a seriedade da salvação.

Inadmissível, com todo respeito e vênia a quem assim pensa, é admitir que Deus possa conviver com o pecado. Havendo pecado, o Espírito Santo se afasta, porque é santo, não pode habitar num templo contaminado.

– Davi é bem claro ao pedir ao Senhor que não retirasse o Espírito Santo de sua vida, por causa dos pecados cometidos.

O rei percebeu que já não possuía a companhia do Espírito Santo e não queria, de modo algum, ter o mesmo triste fim de seu antecessor, de Saul.

A tempo ainda de não ser rejeitado pelo Senhor, pediu que o Espírito Santo retornasse, voltasse a ter a Davi como habitação, o que lhe permitiria sentir de novo a alegria da salvação e a manter um espírito voluntário, ou seja, um espírito que fizesse a vontade de Deus (Sl.51:11,12).

– O perdão divino é completo. Representa o apagar das transgressões, o desaparecimento do pecado, o fim da tristeza, com o retorno da alegria, a purificação das vestes.

Davi não pedia que houvesse apenas um “esquecimento” ou um “abrandamento”, mas o completo desaparecimento da iniquidade, seja de diante de Deus, seja de diante do próprio Davi.

O Senhor confirma este entendimento de Davi quando, pelo profeta Natã, diz que Davi não morreria.

Ora, por que não haveria de morrer, se havia pecado? Simplesmente porque o pecado fora apagado, desaparecera, não mais existia aos olhos do Senhor.

– O perdão de Deus é completo, não deixa resquícios, não há que se falar em “maldições não quebradas” ou tantas outras invencionices que hoje procuram diminuir o poder do sangue de Jesus. O profeta Miqueias foi categórico ao afirmar:

Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas as iniquidades e que Te esqueces da rebelião do restante da Tua herança?

O Senhor não retém a ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-Se de nós, subjugará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados nas profundezas do mar”(Mq.7:18,19).

Jeremias, também, fala a respeito, dizendo: “Naqueles dias e naquele tempo, diz o Senhor,buscar-se-á a maldade de Israel e não será achada, e os pecados de Judá, mas não se acharão, porque perdoarei aos que eu deixar de resto” (Jr.50:20).

– Davi tinha a convicção de que as suas iniquidades desapareceriam de diante de Deus e também de diante dele.

Quando o inimigo ou as próprias circunstâncias relacionadas com a lei da ceifa sobrevinham, Davi não se abalava, porquanto sabia que os pecados estavam apagados e Deus deles não mais se lembrava e, como já dissemos na lição anterior, pecado é assunto entre nós e Deus.

Se o diabo ou os homens dele se lembram e os lançam em nosso rosto, não devemos nos incomodar nem um pouco, pois é assunto que não cabe a ninguém mais a não ser o nosso Deus.

– É interessante notar que a expressão de Miqueias é das mais apropriadas. Diz o profeta que Deus lança o nosso pecado “nas profundezas do mar”.

Sabemos que as chamadas fossas submarinas são as maiores depressões do planeta, sendo que a maior delas, a fossa das Marianas, fica há mais de 11 km abaixo do nível do mar (11.034 m), local que só foi atingido pelo homem uma única vez na história, em 23 de janeiro de 1960.

“…Na única ocasião em que seres humanos estiveram no ponto mais profundo do globo, não havia como tirar fotografias, uma vez que as janelas do batiscafo foram diminuídas a tamanhos de moedas, para melhor resistir à pressão, e não existem registros visuais do evento.…” (WIKIPEDIA. Fossa das Marianas. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossa_das_Marianas Acesso em 19 out. 2009).

As fossas oceânicas são regiões “…caracterizadas pela ausência total de luz, e por uma pressão atmosférica insuportável para o homem, mesmo com batiscafo, e para a maioria dos animais marinhos.

As temperaturas são muito baixas, e a ausência de vegetais é quase completa, essa zona “negra” é habitada principalmente por bactérias heterotróficas e seres necrófagos que se alimentam de uma chuva constante de restos de seres vivos, detritos orgânicos e cadáveres que se depositam no fundo, bem como predadores que se alimentam de necrófagos e se comem uns aos outros.

Os habitantes dos fundos marinhos incluem esponjas, anémonas-do-mar, bem como uma variedade de peixes cegos, alguns com filamentos fluorescentes que podem atrair potenciais presas.…” (WIKIPEDIA. Fossa oceânica. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossa_oce%C3%A2nica Acesso em 19 out. 2009).

– Percebe-se, pois, que, quando a Bíblia Sagrada diz que Deus lançou nossos pecados nas “profundezas do mar”, está a dizer que os pecados estão num lugar onde ninguém está, onde ninguém pode ficar, onde ninguém pode enxergar.

Trata-se, pois, de uma expressão para dizer que ninguém jamais poderá ver novamente os nossos pecados, porque o perdão de Deus tudo apaga, faz com que não mais existam tais pecados. Que maravilha! Aleluia!

– O mesmo Davi, desta feita no Salmo 103, traz outra ilustração a respeito da amplitude do perdão divino. Diz que “quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a Sua misericórdia para com os que O teme.

Quanto está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Sl.103:11,12).

Nesta figura, o rei salmista diz que não há como os pecados perdoados tornar a se aproximar de nós.

O ocidente é oposto ao oriente, jamais poderão se encontrar, jamais poderão se confundir. De igual modo, nosso estado anterior ao perdão divino jamais poderá se encontrar com nosso estado posterior à realização da misericórdia divina.

Não temamos as acusações satânicas, as rememorações daquilo que fizemos no passado. Este passado foi removido de nossa história, foi afastado de nós de tal maneira que jamais o poderemos novamente encontrar. Glória a Deus!

– A distância entre nossos pecados e nós é tanta quanto a distância entre o céu e a Terra.

Ora, segundo os astrônomos, a largura do Universo é de 156 bilhões de anos-luz, sendo que cada ano-luz equivale a 9,5 trilhões de km, segundo o Jornal da Ciência e-mail 2535, de 31 de maio de 1994 (Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=18948 Acesso em 20 out. 2009).

Assim, se pudéssemos dizer que Deus, ao remover nossos pecados até os limites do Universo, permitisse que o diabo os trouxesse de volta, na velocidade da luz, demoraria 156 bilhões de anos para que ele no-los entregasse, tempo em que, certamente, já estaríamos há muito com o Senhor, desfrutando da Sua companhia eterna.

Portanto, é totalmente impossível que nossos pecados sejam recuperados, uma vez afastados de nós por Deus!

– A convicção de Davi bem se demonstra no Salmo 103, que, segundo Reese, também foi elaborado neste período da vida do rei.

Este salmo, que é o mais conhecido texto de ação de graças das Escrituras Sagradas, Davi mostra-nos a amplitude do perdão divino. Ele perdoa todas as iniquidades e sara todas as enfermidades (Sl.103:3).

– Já vimos que o encobrir dos pecados trazem males espirituais, psíquicos, físicos e sociais ao homem.

O perdão de Deus remove-nos por completo. Ele não só perdoa os pecados, resolvendo o problema espiritual, como também sara todas as enfermidades, sejam elas psíquicas ou físicas.

Muitos, em nossos dias, em que o Espírito Santo atua livremente, o que não se dava com o rei Davi, estão a sofrer muito com doenças, porque ainda não entenderam que o perdão de Deus também é para sarar as enfermidades.

Há necessidade de enfatizarmos mais a cura divina, pois não é desejo do Senhor que, por falta de fé, muitos de Seus servos padeçam psíquica e fisicamente, quando temos a disposição o perdão do Senhor que nos sara de todas as enfermidades.

– O perdão de Deus traz, também, a liberdade para o homem. Enquanto no pecado, o homem é escravo do pecado (Jo.8:34).

No entanto, quando se recebe o perdão de Deus, ocorre uma libertação. Por isso, Davi pedia ao Senhor que o livrasse dos crimes de sangue, a fim de que sua língua pudesse voltar a louvar altamente a justiça divina (Sl.51:14).

– Davi era o rei e ninguém tinha sequer conhecimento dos crimes cometidos para se atrever a julgar e executar Davi.

No entanto, estava ele preso pelos crimes de sangue cometidos, preso pela consciência, preso pelo mal, preso pelo pecado.

Lembremos disto quando, inadvertidamente, acharmos que se deva pedir a pena de morte aos criminosos hediondos que, cada vez mais, aumentam em nossa sociedade.

Todos eles já estão presos pelos próprios pecados cometidos e, ainda que consigam se safar das prisões humanas, ainda que consigam usufruir das falhas dos sistemas judiciário e penitenciário, não têm como se livrar das prisões de suas mentes, de suas consciências e somente o perdão divino lhes poderá tal libertação.

– Aos servos do Senhor cabe lutar para que possam tais pessoas chegar ao conhecimento do Evangelho e não fazer coro com aqueles que querem acrescer aos crimes de sangue cometidos por estes facínoras, outros crimes, qual seja, a própria execução destes mesmos criminosos.

Somos parte do corpo de Cristo e Jesus veio para que tenhamos vida, e vida em abundância (Jo.10:10), para que desfaçamos as obras do diabo(I Jo.3:8), uma das quais é, precisamente, o trabalho de matar e destruir (Jo.10:10). Nosso papel é buscar e salvar o que se havia perdido (Lc.19:10).

– O perdão traz, também, alegria ao homem. Já vimos que Davi, no Salmo 51, em sua confissão, pediu que o Senhor lhe tornasse a dar a alegria da salvação.

O perdão de Deus traz ao homem esta alegria, uma alegria espiritual que não depende das circunstâncias para se manifestar. Quando somos perdoados pelo Senhor, o Senhor abre os nossos lábios e neles nós recebemos o Seu louvor (Sl.51:15).

– O louvor genuíno e autêntico provém de Deus (Rm.2:29). Deus somente nos dá um cântico novo em nossa boca, um hino ao nosso Deus (Sl.40:3), se formos perdoados por Ele.

Nossa língua só pode louvar a justiça de Deus, se formos alcançados pelo Seu perdão (Sl.51:14).

– O perdão de Deus faz com que sejamos cingidos com alegres cantos de livramento (Sl.32:7). Só os justos podem se alegrar no Senhor e se regozijar, só os retos de coração podem cantar alegremente (Sl.32:11).

– Como, pois, admitir que, no meio dos que cristãos se dizem ser, haja aqueles que estão a buscar louvor em outro lugar que não em Deus?

Como admitir que estejam trazendo, para dentro das igrejas e dos lares cristãos, um “louvor” que não provém de Deus, mas dos cultos afro-brasileiros (como o samba, o axé), dos cultos satanistas (como o heavy metal), ou, ainda, a cultos idolátricos (como o reggae, vinculado ao rastafarianismo, culto ao último imperador da Etiópia, Hailê Selassiê I – 1892-1975 – considerado a

“representação terrena de Deus”) ou que tenham como motivação sentimentos completamente alheios à alegria espiritual, como a melancolia, o fracasso, a revolta ou o êxtase motivado pelo uso de drogas (como o rap, o rock, o hip hop, o punk, o funk)?

OBS: O rap surgiu para a proclamação da chamada “gangsta”, que é a pregação da violência direta. Já o hip hop surgiu com a ideia de expressar a ira social. Polde isto ser considerado adequado de quem obteve o perdão de Deus?

– Louvor não é apenas música, mas envolve toda a vida do homem. Louvamos a Deus com todo o nosso ser, como bem diz Davi no Sl.103:1.

Todavia, na música vemos uma eloquente expressão a respeito da natureza do louvor apresentado pelos que cristãos se dizem ser e se realmente foram, ou não, perdoados por Deus, ou seja, se houve, ou não, arrependimento de pecados e conversão.

– Por fim, o perdão divino traz-nos a comunhão com Deus, a vida eterna. A redenção trazida pelo perdão divino (Sl.103:4), faz-nos receber a novidade de vida (Sl.103:5).

Passamos a desfrutar da natureza divina e, por isso, ao usufruirmos da misericórdia divina, passamos a não só contemplar, mas a participar da eternidade e da justiça (Sl.103:17).

– A comunhão com Deus proporciona paz de espírito, visto que a sensação da eternidade, que já temos dentro de nós (Ec.3:11 ARA), passa a ser desfrutada, experimentada, de sorte que ganhamos a esperança de sermos como o Senhor já o é (I Jo.3:1,2).

Por isso, não mais nos prendemos às coisas desta vida e passamos a priorizar o reino de Deus e a sua justiça (Mt.6:33; Cl.3:1-3), de modo que somos plenamente aceitos pelo Senhor em nossos sacrifícios, que são, agora, sacrifícios de justiça (Sl.51:19), sacrifícios que revelam toda a nossa gratidão ao Senhor pela nossa salvação (Sl.103:1-3,22).

– Passamos, assim, a ser orientados pelo Senhor no nosso dia-a-dia (Sl.32:8), não mais contendendo contra o Espírito de Deus, não se comportando mais como o cavalo nem como a mula (Sl.32:9), mas se moldando à vontade do Senhor.

O resultado disto é que a misericórdia de Deus nos cerca (Sl.32:10) e podemos, assim, a todo instante, guardar o nosso concerto com o Senhor e nos lembrar dos Seus mandamentos para os cumprir (Sl.103:18), sendo, desde já, como os anjos, no sentido de sermos executores do beneplácito, ou seja, da boa vontade de Deus (Sl.103:21).

– O perdão de Deus, embora maravilhoso e completo, não é automático. Depende de algumas condições para que se realize.

A primeira é que haja a confissão do pecado. Sem confissão, não há como se obter o perdão. Davi disso nos dá conta quando afirma, no Salmo 32, que o perdão da maldade do seu pecado decorre da sua confissão das suas transgressões e de ele não ter encoberto a sua maldade (Sl.32:5).

– A confissão precisa ser detalhada, ou seja, devemos dizer a Deus todos os pecados cometidos, pedindo ao Senhor que os perdoe.

Não podemos encobrir coisa alguma de mal que tenhamos feito.

Por isso, temos de pedir perdão ao Senhor em cada oração que fizermos, em cada instante em que nos dirigirmos a Deus na nossa vida devocional, precisamente para que não venhamos a acumular faltas e, como Davi, ficar tal inconsciente dos erros cometidos que o Senhor tenha de nos lembrar por meio de “Natãs”.

Neste passo, aliás, o ministério profético, que hoje é exercido por intermédio da exposição da Palavra de Deus, é de fundamental importância, pois é um dos meios pelos quais o Senhor nos faz lembrar daquilo que temos cometido de errado na Sua presença.

A meditação diária que devemos ter nas Escrituras também serve para este propósito, pois a Bíblia é um espelho que nos permite enxergar a nossa real situação espiritual (Tg.1:22-24).

– Alguns perguntam a respeito dos pecados cometidos e que foram esquecidos pelo que os cometeu.

Neste caso, afligem-se quando se diz que a confissão deve ser pormenorizada. Mas, e os pecados de que nos esquecemos, serão, ou não, perdoados?

– Por primeiro, cumpre observar que uma tal preocupação é de alguém que só de vez em quando está em contato com Deus, a ponto de permitir que dias, meses e anos de pecados se acumulem sem que tenha havido pedido de perdão.

Assim, a rigor, uma pessoa neste estado de coisas não se encontra em boa situação espiritual, máxime se estiver participando da ceia do Senhor, pois, se isto acontece, é porque está a participar indignamente do corpo de Cristo e tal circunstância, efetivamente, faz com que tal pessoa seja, no mínimo, um fraco espiritual, senão um doente ou um morto espiritual (I Co.11:30).

– Davi diz que, no pecado, o homem sente o pavor da ira divina. Diz que as “flechas do Senhor cravam no pecador”, que não cessa de sentir a mão do Senhor descida sobre ele (Sl.38:2), sentimento que o rei salmista disse sentir de dia e de noite (Sl.32:4).

Como um náufrago, sente-se como que se afogando por causa das iniquidades cometidas (Sl.38:4), não sentindo qualquer coisa sã em sua carne por causa da cólera do Senhor (Sl.38:3).

Diante deste estado de coisas, como alguém, que ainda tem vida espiritual, pode resistir tanto tempo ao chamado da consciência para que venha a confessar sua culpa e restabelecer sua comunhão com Deus?

Só os que não têm mais sensibilidade espiritual, só os que estão moribundos ou já mortos espiritualmente poderiam chegar a um estado de total indiferença a um quadro tão lamentável provocado pela prática do pecado.

– Daí, porque, sem dizermos que uma periodicidade diversa seja antibíblica ou equivocada, pois o texto sagrado não nos permite afirmar tal, considerarmos extremamente salutar a periodicidade mensal estabelecida pelas Assembleias de Deus para a celebração da ceia do Senhor, o que se torna num importante fator de santificação e de manutenção da saúde espiritual do povo de Deus, inclusive no aspecto da obtenção do perdão divino para as faltas cometidas.

– Por segundo, temos que a prática de um pecado que tenha sido esquecido pelo seu praticante e que não chegou a ser lembrada pelo Espírito Santo não pode ser um obstáculo ao perdão divino.

No episódio de Davi, vemos que o profeta Natã teve a revelação de tudo quanto Davi praticou. Se o Espírito Santo não faz lembrar o que o pecador cometeu e que não se lembrou quando da confissão é porque, ou já houve o perdão, ou, então, na confissão, este pecado foi também incluído, ainda que não conscientemente pelo confitente. Na prática dos pecados, Deus é o ofendido.

Assim, cabe a Ele tão somente dizer se a confissão satisfaz, ou não, e, se não há satisfação, certamente, assim como fez com Davi, fará com que o pecador se lembre do pecado, para poder confessá-lo. Assim, não há porque duvidarmos ou termos medo de “esquecer um pecado” e, por causa disso, não receber o pleno perdão da parte de Deus.

– A segunda condição para que haja o perdão de Deus é que seja ele pedido a tempo de poder achar o Senhor. Davi diz, no Sl.32:6, que “…aquele que é santo orará a Ti, a tempo de Te poder achar…” Estas palavras são corroboradas pelo profeta Isaías, que disse: “Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto” (Is.55:6).

– Não se pode pedir o perdão de Deus fora de tempo. E que tempo é este? É o tempo de nossa vida sobre a face da Terra.

Enquanto tivermos fôlego de vida, podemos invocar o Senhor e pedir o Seu perdão. Depois de nossa morte física, porém, não há mais qualquer possibilidade de recebermos o perdão de Deus.

Na história do rico e de Lázaro, vemos que o rico se preocupou em arrumar uma forma de seus familiares alcançarem a salvação, mas, para si mesmo, nada pediu, pois sabia, em seu estado, de que, para ele, não havia mais qualquer esperança de salvação.

Como não sabemos o tempo de nossa vida, quando não sabemos quando morreremos, por isso a Bíblia diz que o tempo de pedir perdão a Deus é “hoje” (Hb.4:7-11).

Não deixemos para pedir perdão no dia de amanhã, pois este amanhã não está sob nosso controle (Mt.6:34; Tg.4:13-15).

– A terceira condição para que haja o perdão de Deus é a fé. O apóstolo Paulo diz-nos que, com a boca se confessa, mas com o coração se crê (Rm.10:9).

Já dissemos que a confissão exige que haja fé em Deus, mas, para que se tenha o perdão, é necessário, também, que tenhamos fé que Deus tem poder para perdoar.

Precisamos crer no Senhor Jesus, crer que Seu sacrifício pagou o preço dos nossos pecados e que isto está provado pelo fato de Deus ter ressuscitado Cristo dentre os mortos. “Com o coração se crê para a justiça e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm.10:10).

– Davi, que vivia ainda no tempo da lei, dizia que bem-aventurado era aquele cuja transgressão era perdoada e o pecado, coberto (Sl.32:1).

Estava, naturalmente, referindo-se ao sangue dos animais que era derramado nos sacrifícios, pelos quais o pecado era expiado. Agora, sabemos que o sangue de Cristo, muito mais poderoso que o sangue dos animais, não cobriu, mas tirou o pecado do mundo (Jo.1:29; Hb.10:4,10-18).

– A fé em Jesus Cristo propicia-nos o perdão de nossos pecados. Muitos, infelizmente, nos dias em que vivemos, preferem, entretanto, recorrer a outros meios a fim de obter o perdão de Deus.

Vão aos sacrifícios, pensando neles encontrar uma forma de ter o perdão divino. Entretanto, Davi é bem claro a este respeito:

“Porque Te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; Tu não Te deleitas em holocaustos” (Sl.51:16).

– Pela boca do profeta Isaías, o Senhor nos mostra de forma bem evidente de que não Se agrada de sacrifícios, que são eles abomináveis, quando provenientes de pecadores que não se arrependem de seus pecados (Is.1:11-15).

O que o Senhor deseja não é nada mais nem nada menos que a confissão oportuna e com fé: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal.

Aprendei a fazer bem, praticai o que é reto, ajudai o oprimido, fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas. Vinde, então, arguí-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Is.1:16-18).

– Nos dias em que vivemos, cada vez mais, “com ofertas e obras mortas, sacrifícios sem valor, enganado, pensa o homem, propiciar seu Criador.

Meios de salvar-se inventa, clama, roga em seu favor, a supostos mediadores, desprezando o Deus de amor” (segunda estrofe do hino 18 da Harpa Cristã, de autoria de Almeida Sobrinho).

O vertiginoso crescimento do islamismo no mundo, uma religião que prioriza os sacrifícios para a salvação, a ênfase atual do romanismo na penitência como forma de alcance da salvação e, até mesmo, as inúmeras invencionices entre os “evangélicos”,

que nada estão a perder em termos de criação de sacrifícios e indulgências aos outros dois grupos religiosos antes mencionados, são a clara demonstração de quanto falta fé em Jesus e em Seu sacrifício vicário na atualidade, a impedir que o perdão de Deus alcance milhares, milhões de vida sobre a face da Terra.

– Davi confiava plenamente no poder perdoador do Senhor, tanto que tinha plena consciência que, uma vez perdoado, o Senhor não mais lhe imputaria qualquer maldade, ou seja, justificá-lo-ia (Sl.32:2). Deus é o lugar onde o homem deve se esconder (Sl.32:7). Deus é Aquele que sempre nos ouve (Sl.38:15).

– Assim como Davi pôde ser plenamente restaurado, também cada um de nós pode sê-lo, desde que sigamos estes mesmos passos do rei.

Confissão genuína, oportuna e de fé é tudo que precisamos porque o Senhor, como nos dias de Davi, continua sendo o Deus que é grandioso em perdoar (Is.55:7 “in fine”). Amém!

 Salmo 51 Gerson Cardozo

Conforme a Tua infinita graça
Ó Pai, perdoa a minha transgressão
Faz-me sentir mais uma vez a graça
E dá-me a Tua paz no coração

Coro

Mais uma vez eu sinto meu pecado
Que é contra Ti, ó Pai, ó Pai de amor
Minha alma pede a Tua alegria
Renova em mim o Teu amor, ó meu Senhor

Meu coração a Ti eu ofereço
Perdão, imploro, meu Senhor e Rei
Faz-me sentir mais uma vez a graça
Misericórdia assim alcançarei
Eis que em iniquidade fui formado
E em pecado me concebeu a minha mãe
Mas o Senhor que deixou consumado
Me deu a paz, me concedeu perdão

(Disponível em: http://letras.terra.com.br/gerson-cardozo/1541756/ Acesso em 13 out. 2009).

Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco

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