Sem categoria

LIÇÃO Nº 6 – MULHERES QUE AJUDARAM JESUS

lição 06

Jesus restaurou a dignidade da mulher.

Para acessar a Leitura Diária Comentada click aqui
Para acessar o Plano de Aula click aqui
Para acessar o Plano de Aula em PDF click aqui

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo sobre o Evangelho segundo Lucas, veremos o papel das mulheres no ministério terreno de Jesus.

– Jesus restaurou a dignidade da mulher.

I – A POSIÇÃO DA MULHER  

– Na sequência do estudo sobre o Evangelho segundo Lucas, hoje estudaremos o que este Evangelho tem a nos ensinar a respeito do papel da mulher.

– Antes de estudarmos propriamente o assunto desta lição, é importante vermos qual a posição da mulher na ordem estabelecida por Deus na criação da humanidade e como isto se alterou quando da queda.

– A primeira vez que a mulher é mencionada na Bíblia Sagrada é na própria menção da criação do ser humano em Gn.1:27, quando é dito que o Senhor criou macho e fêmea, sendo ambos imagem de Deus.

– Deste modo, vemos, com absoluta clareza, que, no plano divino da criação, macho e fêmea são absolutamente iguais, não havendo um maior do que o outro. Temos, aliás, em Gn.1:27, um dos princípios básicos da ordem moral estabelecida por Deus, que é o princípio da igualdade, a mostrar que Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34).

– Há, portanto, igualdade entre homem e mulher, embora sejam eles diferentes. Mas como assim? São iguais ou diferentes? Homem e mulher são iguais diante de Deus, Deus os pôs no mesmo patamar, tratam-nos da mesma maneira.

Entretanto, homem e mulher são complementares, formam ambos uma unidade (Gn.2:24), de sorte que são diferentes entre si, exatamente para que, nas suas diferenças, formem uma só carne. Por isso, homem e mulher têm funções diferentes, que se completam, o que não significa que não sejam iguais diante de Deus.

– O apóstolo Paulo bem define o plano divino da criação de homem e mulher, ao afirmar em I Co.11:11: “Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor”. Homem e mulher são complementares, um precisa do outro e ambos, unidos, podem cumprir o propósito divino para a humanidade.

– Com a queda, porém, esta situação se modificou. O Senhor, ao lançar o juízo sobre o primeiro casal, em virtude do pecado cometido, disse à mulher que teriam multiplicadas grandemente as dores e a conceição e com dor teria filhos e o desejo dela seria para o seu marido e ele a dominaria (Gn.3:16).

– O pecado é iniquidade (I Jo.3:4), ou seja, é injustiça. Ao entrar no mundo, o pecado gerou uma situação de injustiça, de desigualdade. A mulher corrompeu seu marido ao lhe dar o fruto, tendo ele comido (Gn.3:6) e, por causa disso, dentro da lei da semeadura (Os.8:7 ; Gl.6:7), passou a ter uma posição de inferioridade em relação ao homem nas sociedades humanas.

– Esta inferioridade é patente desde então. Mesmo em nossos dias, onde se propala a “emancipação da mulher”, temos, na verdade, uma situação de injustiça patente.

A própria “libertação da mulher” tão propalada desde a segunda metade do século XX tem tido como consequências a intensificação da mulher como simples objeto sexual e, entre outras coisas, o aumento do tráfico de mulheres, numa reedição do mercado de escravos que havia sido banido no mundo no século XIX.

– A verdade é que o que o Senhor determinou e afirmou ao primeiro casal, ou seja, que, por causa do pecado, como consequência do pecado, a mulher teria uma posição de inferiorização diante do homem, algo que somente seria banido com a própria retirada do pecado do mundo, o que se daria mediante a redenção da humanidade na pessoa de Cristo Jesus.

– Com efeito, o próprio Deus, quando ainda lançava o juízo sobre o primeiro casal, já mostrava que a redenção traria uma alteração na posição da mulher, ao dizer que o Redentor seria “a semente da mulher” (Gn.3:15).

Assim como a mulher havia sido o instrumento para que o pecado entrasse na humanidade, de igual maneira, a mulher seria o instrumento para que o Redentor entrasse na humanidade.

– Tanto é assim que, na lei de Moisés, a posição da mulher, embora ainda fosse de inferioridade em relação ao homem, já que a lei não tirava o pecado o mundo, era uma  posição muito superior na sociedade do que havia nas demais nações. Como diz Nathan Ausubel:

“…Não é exagero dizer que, em geral, as mulheres judias sempre receberam um tratamento muito melhor, por parte dos homens de seu povo, do que as mulheres de outras nacionalidades.…” (Mulher, tratamento dado à. In: A JUDAICA, v.6, p.584).

– Diversos dispositivos da lei de Moisés demonstram a proteção da mulher, visando diminuir a inferiorização resultante do pecado, tais como, entre outros, a proibição do tráfico de pessoas (Ex.21:16; Dt.24:17), onde sempre a mulher é a principal vítima (como vemos nos dias de hoje); a regulamentação da carta de repúdio, que assegurava à mulher dignidade depois que fosse despedida por seu marido, que, aliás, não a podia desposar novamente (Dt.24:1-4).

A determinação para que o marido que suspeitasse do adultério da mulher levasse o caso aos sacerdotes, prova de que não tinha ele o direito de vida e morte sobre a mulher (Nm.5:11-31); a proteção da mulher quando houve relação sexual ilícita no campo, com presunção da inocência da mulher (Dt.22:25-27) e a perda do direito de repúdio por parte do homem que humilhasse uma moça virgem, que seria obrigado a se casar com ela e a manter como mulher por toda a vida (Dt.22:28-30).

– Apesar disso, em Israel, a mulher ainda gozava de posição de inferioridade em relação ao homem e isto fica patente na oração matutina da liturgia hebraica, constante da chamada “tradição dos anciãos” e que é pronunciada até os dias de hoje, em que os judeus agradecem a Deus por não serem ateus, escravos nem por terem nascido mulheres.

OBS: “…Foi ensinado: Rabi Meir costumava dizer: ‘Um homem é obrigadoa dizer as seguintes três bênçãos diariamente: “[Abençoado sejas Tu] que não me fizeste um gentio… que não me fizeste uma mulher e ‘…que não me fizeste um homem bestial’.

Rabi Aha, filho de Jacob, uma vez escutou o seu filho dizendo ‘[Abençoado sejas Tu] eu não me fizeste um homem bestial’, , depois do que lhe disse:’E isto também’. Então seu filho lhe disse:

‘Então, que bênção deveria eu dizer no lugar?’ [Ele respondeu]: ‘que não me fizeste um escravo’. E isto não é o mesmo que uma mulher? – Um escravo é mais desprezível’…” (Menachot 43b-44ª. Disponível em: http://halakhah.com/pdf/kodoshim/Menachoth.pdf Acesso em 03 mar. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).

– Esta posição de inferioridade da mulher na sociedade judaica fica bem patente no Talmude, o segundo livro sagrado do judaísmo, mais precisamente no Tratado Hagigah ou Chagigah 1:1, que diz: “ Todos são obrigados a comparecer [no templo], com exceção do varão surdo [heresh], do deficiente mental e do menor, de uma pessoa de sexo indefinido, do hermafrodita, das mulheres, dos escravos não libertos, dos coxos, dos cegos, dos doentes, dos idosos e qualquer que for incapaz de ficar de pé…” (Disponível em: http://halakhah.com/pdf/moed/Chagigah.pdf Acesso em 03 mar. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).

Vemos, claramente, aqui, que, com base em Ex.23:17, em que se determina que todo varão comparecesse três vezes diante do Senhor, construiu-se a tradição de que as mulheres estavam no mesmo nível dos escravos e dos que tinham alguma deficiência que os impedia de comparecer ao templo.

 OBS: “…’Mulheres e escravos não libertos etc.’ Tomado por certo que isto diz respeito às mulheres, como dissemos, mas de onde nós deduzimos que isto se refere, também, aos escravos?  Disse Rabi Huna: as Escrituras dizem: perante o Senhor Deus (Ex.23:17): [isto significa] aquele que tem apenas um senhor, consequentemente, está excluído aquele que tem um outro senhor.

Mas por que preciso de uma intimação bíblica para isto? Considere: todo preceito que não é obrigatório para uma mulher, não o é para um escravo; por isso é deduzido por analogia do [caso da] mulher, através da dupla ocorrência [da expressão] sobre ela.…” (Haigah 4-a. Disponível em: http://halakhah.com/pdf/moed/Chagigah.pdf Acesso em 03 mar. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).

– Os judeus costumam justificar este aparente “preconceito” da oração matutina com a explicação de que os homens agradecem a Deus por não serem mulheres não por desconsideração da figura feminina, mas, sim, porque, enquanto homens, são obrigados a cumprir todos os preceitos divinos, o que os aproximaria mais de Deus, enquanto que as mulheres não estão sujeitos a todos os mandamentos, já que são dispensadas de alguns deles.

OBS: “…Qualquer um familiarizado com a alta estima na qual a mulher judia é tida na Torá e com o lugar que ocupa na vida judaica, não será tolo o bastante para pensar que esta bênção reflete algo negativo sobre a feminilidade judaica.

Basta mencionar que durante a era da profecia houve sete profetisas mencionadas pelo nome no Tanach, e nota-se na Torá que Sara foi, em certos aspectos, até superior a Avraham, pois D’us disse a Avraham: “Tudo o que Sara te disser, ouve-a.” Sem mencionar outros fatos ocorridos em nossa história que engrandecem e colocam a mulher em um nível superior e ímpar na vida judaica.

Por natureza, a tarefa do homem é ser provedor, enquanto a mulher tem que dividir seu dia entre cuidar do lar e dos filhos e administrar a vida de toda a família com paciência, compreensão e competência e muitas outras qualidades que a Divina Providência tão generosamente lhe conferiu.

A Torá, justamente por este motivo, eximiu a mulher judia da obrigação de cumprir certas mitsvot. Ela está igualmente obrigada, como o homem, a cumprir todas as proibições da Torá, os mandamentos proibitivos (e estes são a maioria – 365 “não faça” para 248 “faça”).

Entretanto, no que se refere aos mandamentos positivos, a mulher judia está isenta do cumprimento de alguns deles (de modo algum, não todos), principalmente os que têm um fator tempo ou limite, em consideração aos seus importantes deveres conjugais e maternais, aos quais a Torá dá precedência.

Neste aspecto, portanto, a mulher judia é antes “privilegiada” que “desprivilegiada”. Entretanto, o homem judeu, a quem não foram concedidos os privilégios especiais de que goza a mulher judia, tem a seu favor a oportunidade de estar em comunhão com D’us mais frequentemente pelo cumprimento daquelas mitsvot das quais a mulher está isenta.

Esta não é uma compensação pequena e é por esta razão – pela oportunidade de servir a D’us com estes preceitos adicionais- que o homem recita a bênção “que não me fez mulher”.…” (Bênçãos matinais: seu real significado. Disponível em: http://www.chabad.org.br/interativo/faq/benMatinal.html Acesso em 03 mar. 2015).

– Jesus veio para desfazer as obras do diabo (I Jo.3:8) e, como o diabo havia feito da mulher o meio pelo qual a desobediência se instalasse na raça humana, ao Se encarnar no ventre de uma mulher, Maria, Jesus, pela obediência de uma mulher, começou todo o processo de destruição de toda a escravidão do pecado que havia sido estabelecida pelo inimigo de nossas almas.

– É interessante notar que, na queda, a mulher foi corrompida pelo diabo e ela corrompeu o marido, que comeu com ela, consolidando, assim, a queda da humanidade, pois ambos formavam uma só carne. No processo da redenção, a mulher obedece a Deus e deixa ser o instrumento, o ambiente em que se dá a encarnação do Verbo, que se faz homem para salvar a mulher.

– Neste passo, aliás, temos de explicar aqui a expressão de Paulo que diz que “por um homem entrou o pecado no mundo” (Rm.5:12), pois parece aqui que o apóstolo teria se “equivocado”, já que o instrumento para a entrada do pecado foi a mulher, como não só nos relata Gn.3, mas diz o próprio apóstolo em I Tm.2:14. No entanto, em I Co.15:22, Paulo é bem claro ao dizer que “todos morrem em Adão”, o que corrobora o que é escrito em Rm.5:12

– Russell Norman Champlin, porém, bem explica esta questão, “in verbis”: “…É muito provável que devamos compreender aqui a menção a um homem literal, a saber, Adão, o ‘primeiro homem’ dos escritos de Paulo, de conformidade com as ideias judaicas que caracterizavam a teologia daquela época. Eva não é aqui mencionada, porque Adão, e não ela, é que foi o cabeça federal da raça humana.

Visto que Eva foi iludida pela astúcia da serpente, ao passo que Adão pecou conscientemente, tendo transgredido contra o conhecimento, por essa mesma razão é que o seu pecado foi realmente o motivo da corrupção do gênero humano.

Pois, além disso, embora houvesse pecado antes de Adão, sendo Eva uma mulher, não poderia jamais ser reputada como o cabeça federal da raça humana, e nunca poderia ser posta em contraste com Cristo.

Outrossim, os pontos de vista judaicos sobre a natureza da mulher não teriam permitido essa espécie de confronto e nem essa posição de Eva. Afinal de contas, Adão é o cabeça de Eva, tanto quanto o é de toda a raça humana…” (O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, v.3, com. Rm.5:12, p.656).

– Além do mais, não devemos nos esquecer que “Adão” significa “homem”, “ser humano”, tanto que parece que Eva só recebeu nome após a queda (Gn.3:20), e que ambos formavam uma só carne, de sorte que a expressão de Paulo pode muito bem ser entendida como o ser humano, tanto o varão quanto a mulher, até porque, como já vimos, “nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão” (I Co.11:11).

– A condição de Jesus como “a semente da mulher”, como Aquele “nascido de mulher” (Gl.4:4) já mostra que, no processo da redenção da humanidade na pessoa de Cristo, estava, também, inserida a total mudança da condição da mulher, a restauração da sua posição segundo o plano original da criação divina, que havia sido perturbado pela entrada do pecado no mundo, ou seja, a retirada da inferiorização da mulher perante o homem, que havia sido produzida pelo pecado.

II – AS MULHERES NO EVANGELHO DE LUCAS: ISABEL E MARIA  

– O Evangelho segundo Lucas tem, como objetivo, apresentar o Senhor Jesus sob o perfil de homem perfeito. É esta a perspectiva do terceiro evangelho e, como tal, como já temos visto ao longo deste trimestre, é Jesus apresentado como o “último Adão”, como a “semente da mulher”, Aquele que veio restaurar a amizade do homem com Deus.

– Ora, dentro de tal perspectiva, é natural que o evangelista Lucas tenha tratado da situação da mulher ante a redenção trazida por Jesus e que tenha enfatizado esta circunstância mais do que os demais evangelistas. Como “homem perfeito”, como “último Adão”, Jesus teria, mesmo, de tratar da questão da inferiorização da mulher diante do homem como consequência do pecado.

– O médico amado, realmente, ressalta, como nenhum outro evangelista, a posição da mulher no ministério terreno de Jesus Cristo. Logicamente, não é o único evangelista a fazê-lo, mas é, dentre todos, o que mais destaque dá a esta circunstância nova trazida pelo Evangelho, qual seja, a da restauração da dignidade da mulher, à recolocação da mulher ao lado do homem, como havia sido estabelecido no plano original da criação divina.

– Logo no limiar do seu evangelho, Lucas, ao dizer da existência de um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, faz questão de também dar o nome de sua mulher, a saber, Isabel (Lc.1:5).

– Ao assim proceder, o evangelista já deixa claro que, neste novo tempo da história da humanidade, o tempo da redenção, homem e mulher tinham o mesmo patamar diante de Deus, tanto que é dado o nome tanto do sacerdote quanto de sua mulher, algo totalmente contrário aos padrões judaicos de então e, lembremos todos, que, em Israel, a mulher tinha a melhor posição dentre todas as nações na Antiguidade.

– Lucas, em seguida, mostra que o sacerdote Zacarias foi incrédulo à mensagem do anjo Gabriel de que teria um filho e, por isso, foi emudecido (Lc.1:20), enquanto que sua mulher, assim que concebeu, prudentemente se manteve em sua residência, longe dos olhos de quaisquer pessoas, durante cinco meses (Lc.1:24,25), revelando, assim, mais temor que o seu marido.

– Logo em seguida, Lucas descreve a anunciação do nascimento de Jesus a Maria pelo anjo Gabriel, fazendo questão, aliás, de dar primeiro o nome de Maria para depois dar o nome daquele que seria o seu marido, José (Lc.1:27).

– Nesta passagem, aliás, o evangelista faz mais um contraponto entre a incredulidade do sacerdote Zacarias e a fé e disposição de Maria, como, aliás, já estudamos na lição 2 deste trimestre. Maria é a mulher que aceita obedecer a Deus, que se põe à disposição do Senhor para ser o instrumento através do qual o próprio Deus, na pessoa do Filho, ingressasse na humanidade.

– Uma mulher é, portanto, apresentada como estando disposta a fazer a vontade de Deus, apesar de todas as graves implicações de tal gesto diante da lei de Moisés e da própria sociedade, já que, ao dar seu “sim”, Maria se dispunha a ficar grávida estando já desposada com José e não tendo se ajuntado com ele ainda, o que implicaria em ser tida como adúltera à luz da lei.

– No entanto, Lucas mostra que a atitude de Maria revelava que homem e mulher, aos olhos de Deus, estão no mesmo patamar, tanto que, enquanto um homem, sacerdote, se mostra incrédulo diante da resposta a uma oração sua, uma jovem desposada, que, no meio social, era tida como inferior, dá uma cabal demonstração de fé, ao aceitar assumir um gravíssimo ônus para fazer a vontade de Deus.

– Maria aparece, assim, como o protótipo da redenção da dignidade da mulher. Ao encarnar e usar o útero de Maria como o ambiente para o Seu desenvolvimento enquanto ser humano, Jesus faz dela “bendita entre as mulheres”. Como “semente da mulher”, Jesus, assim que assume a forma humana, já abençoa a mulher, ao mesmo tempo em que o inimigo havia, por primeiro, corrompido uma mulher em seu trabalho de construir uma inimizade entre Deus e o homem.

– Tal circunstância, aliás, mostra como não tem cabimento o dogma romanista da imaculada conceição de Maria. Entendem os católicos romanos que Deus teria de eliminar, na própria concepção de Maria, o pecado original, para que o Verbo não Se formasse numa “casa impura”, pois “…a santidade convém à tua casa…” (Sl.93:5).

– Tal pensamento, entretanto, não se sustenta. A uma, porque a casa do Senhor não era o útero de Maria, mas, sim, o Seu próprio corpo, que se formou no ventre de Maria, visto que o corpo do feto não se confunde com o corpo da mãe e Jesus chama a Seu corpo de templo (Jo.2:19-21; Hb.3:1-6); a duas, porque o anjo diz que Maria fora agraciada e feita bendita entre as mulheres, numa prova de que foi a primeira pessoa a desfrutar do efeito da bênção trazida pelo Senhor Jesus, o que se daria na concepção de Jesus em seu ventre e não antes, como ensinam erroneamente os romanistas.

– Assim como Eva foi corrompida pelo inimigo e, por isso, acabou por ser o veículo pelo qual o pecado ingressou no primeiro casal, de igual modo, Maria, ao aceitar ser a mãe do Salvador, foi abençoada quando o Senhor Jesus nela Se encarnou.

Da mesma forma que Eva não era pecadora antes da corrupção promovida pelo diabo, Maria também não era sem pecado antes da encarnação do Verbo em seu ventre.

– Na sequência da narrativa, Lucas mostra como o Senhor Jesus havia vindo para retirar estas consequências funestas do pecado em relação à mulher. Quando Maria vai visitar Isabel, Jesus enche do Espírito Santo a João Batista e, logo em seguida, tanto a Isabel quanto a Maria.

O texto explicitamente diz que Isabel foi cheia do Espírito Santo (Lc.1:41), mas Maria também o foi, visto que o cântico que profere em seguida às palavras de Isabel era um cântico profético (Lc.1:46-55), cujo entoar somente se explica como sendo ação do Espírito Santo.

– Vemos, portanto, que as primeiras pessoas a serem cheias do Espírito Santo a se manifestarem como tal neste novo tempo do plano divino da redenção, a “plenitude dos tempos” (Gl.4:4), são mulheres, a demonstrar com absoluta clareza que o Senhor Jesus vinha desfazer a inferiorização produzida pelo inimigo quando da queda do gênero humano.

– Por isso mesmo, Lucas mostra o temor de Maria ao longo de todos os acontecimentos, revelando que a mãe de Jesus, não compreendendo bem o que começou a acontecer em sua vida diante do que lhe fora falado pelo anjo Gabriel, passou a guardar tudo em seu coração (Lc.2:19,51).

– Esta circunstância é evidenciada também quando o evangelista narra o episódio da apresentação de Jesus no templo (Lc.2:22), por ocasião precisamente da cerimônia de purificação de Maria consoante a lei (Lv.12:2,3,4,6).

Jesus é consagrado como primogênito (Ex.13:2; 22:29; 34:19) no mesmo dia em que sua mãe é purificada de Seu parto, a mostrar a igualdade que há, diante de Deus, entre o homem e a mulher.

– Como afirma o ex-chefe da Igreja Romana, o Papa Emérito Bento XVI: “…Para nenhum dos referidos atos prescritos pela Lei era necessário apresentar-se no Templo. Mas, para Lucas, precisamente esta primeira introdução de Jesus no Templo, como lugar do acontecimento, é essencial.

Aqui, no lugar do encontro entre Deus e Seu povo, em vez do ato de retomar o primogênito, tem lugar a oferta pública de Jesus a Deus, Seu Pai…” (A infância de Jesus. Trad. de Bruno Bastos Lins, pp.71-2).

– Neste episódio, portanto, Jesus é apresentado como propriedade do Pai e é anunciado enquanto tal por um homem e uma mulher, Simeão e Ana (Lc.2:25-38). Tanto Simeão quanto Ana tiveram revelações do Espírito Santo a respeito da messianidade de Jesus, tendo ambos dito que ali estava o Messias, o Cristo. Em perfeita demonstração de igualdade, ambos os sexos estavam ali a revelar quem era Jesus e que havia chegado a salvação não só a Israel mas a todas as nações.

– Maria é, assim, a “nova Eva”, a mulher que tipifica a nova posição assumida pelas mulheres diante de Deus e diante dos homens em virtude da obra redentora de Cristo Jesus. Jesus veio trazer a bênção para as mulheres, veio retirar não só o pecado de cada mulher, mas a situação injusta em que a mulher mesma se colocou por causa da prática do pecado.

– Há, ainda, a circunstância, como vimos na lição 4 deste trimestre de que a genealogia de Jesus em Lucas (Lc.3:23-38), segundo boa parte dos estudiosos, segue a linha materna, a reforçar este caráter bendito que é dado à mulher pelo Senhor Jesus, apresentado aqui como “a semente da mulher”, ainda que, ao contrário de Mateus, tal genealogia tenha deixado de lado figuras femininas importantes como Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba, a “mulher de Urias”.

III – O MINISTÉRIO DE JESUS NÃO EXCLUÍA AS MULHERES  

– Mas o evangelista Lucas não se limita à figura de Maria, a mãe de Jesus, para demonstrar o novo papel assumido pela mulher com a vinda de Cristo.

– A primeira cura de Jesus mencionada por Lucas foi a cura de uma mulher, a sogra de Pedro (Lc.4:37-39). Tal cura, ao ser narrada, demonstra, claramente, que Ele era Aquele que vinha retirar a maldição da multiplicação de dores e de conceição que viera sobre as mulheres quando da queda.

Ao curar a sogra de Pedro que estava enferma com muita febre, Jesus Se apresenta como Aquele que dissiparia os males impostos pelo pecado ao sexo feminino, já que as dores aludidas no Éden não eram apenas as dores de parto, mas as dores em geral, mui especialmente a de parto.

– Lucas é o único a narrar o milagre da ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc.6:22-17), a primeira ressurreição que conta em seu evangelho. Esta ressurreição é narrada, entretanto, como sendo o resultado da íntima compaixão que o Senhor teve da viúva.

Segundo o evangelista, Jesus ressuscitou o jovem por causa da grande dor sofrida por sua mãe, que, viúva e tendo a este filho único, estava completamente desamparada e desesperada com a situação.

– Jesus é, então, apresentado como aquele que veio, realmente, tirar a multiplicação das dores das mulheres, consequência funesta da entrada do pecado no mundo, e, assim, realiza um dos maiores milagres, que é o da ressurreição de mortos, precisamente para estancar o sofrimento, a dor de uma mulher.

– Esta mesma posição diante das mulheres é vista no episódio da pecadora que unge seus pés na casa de um fariseu chamado Simão (Lc.7:36-50), mulher esta cujo nome não registrado e que é chamada apenas de “mulher da cidade”, mas que não deve ser confundida com Maria de Betânia, que é mencionada em Jo.12:1-11, uma vez que, no evangelho segundo João, os fatos se deram seis dias antes da páscoa em que Jesus foi preso e morto, numa ceia marcada por Lázaro e suas irmãs, enquanto que o episódio relatado por Lucas se deu na casa de um fariseu que convidou Jesus para uma refeição.

OBS: “…Em seu “material exclusivo” ele oferece uma das narrativas mais comovente dos evangelhos. Grata, uma pecadora conhecida na cidade unge os pés do Senhor. Por delicadeza, o evangelista omite o nome da mal-afamada.

Esse silêncio fez com que na igreja antiga se desenvolvesse uma interpretação extremamente confusa. Na revisão harmonista da história da unção nos evangelhos, a pecadora aqui mencionada foi identificada com Maria Madalena e até mesmo com Maria de Betânia, a irmã de Lázaro.

A presente história do material exclusivo de Lucas possui inegáveis pontos de contato com a história da unção relatada em Mateus (Mt 26.6-13), Marcos (Mc 14.3-9) e João (Jo 12.3-8).  As semelhanças dos quatro relatos também geraram na igreja antiga lendas da mais ousada espécie.

No entanto, não se trata de quatro, mas de duas histórias diferentes. Aquilo que Mateus, Marcos e João relatam é uma história que deve ser rigorosamente separada daquela que Lucas apresenta. Época e lugar são totalmente distintos nessas duas narrativas.

A unção relatada pelos evangelistas, exceto por Lucas, refere-se à morte de Jesus. O que o presente evangelista informa ocorreu muito antes. Aquilo que é exposto no presente texto aconteceu em uma cidade da Galileia.

A outra unção foi dada ao Senhor em uma aldeia nas cercanias de Jerusalém. Em favor da diversidade de duas histórias de unção depõem os nomes dos anfitriões, Simão, o fariseu, e Simão, o leproso (cf. Comentário Esperança, Mateus, sobre Mt 26.6-13).…” (RIENECKER, Fritz. Lucas: comentário Esperança. Trad. de Werner Fuchs, p.117).

– O texto também não diz que esta mulher fosse Maria Madalena, o que também é improvável, já que Lucas designa Madalena por nome (Lc.8:2; 24:10), motivo por que, ao não dar o nome desta pecadora, está o evangelista, logicamente, descartando que se trate de Madalena nesta passagem, meticuloso como era o médico amado.

Além do mais, a cidade em questão parece ser Cafarnaum e não Magdala, que era a cidade de Maria Madalena, pois “Madalena” é um adjetivo pátrio referente a Magdala, uma das cidades que ficava às margens do Mar da Galileia (Mt.15:39).

OBS: “…A mulher dessa história deve ser identificada com Maria de Betânia? Em outros termos: Lucas 7.36-50 tem paralelo com Mateus 26.6- 13; Marcos 14.3-9; João 12.1-8? A resposta é não.(…). Tampouco há qualquer razão para identificá-la com Maria Madalena. Veja sobre Lucas 8.2.…” (HENDRIKSEN, William. Lucas. Trad. de Válter Graciano Martins. Digitado por Kerix Digital, v.1., p.542).

– Esta pecadora, sabendo que Jesus Se encontrava à mesa da casa do fariseu Simão, foi até lá, levando um vaso de alabastro com unguento, tendo, então, estando por detrás de Seus pés, chorando, começado a regar- Lhe os pés com lágrimas, enxugando com os cabelos da sua cabeça, beijando-Lhe os pés e os ungindo com unguento.

– Tal episódio, por primeiro, mostra que aquela mulher tinha certeza que Jesus lhe era acessível. A afirmação de que se tratava de uma mulher pecadora era suficiente para afastar qualquer possibilidade de que ela tomasse aquele gesto.

Não nos esqueçamos de que Jesus estava na casa de um fariseu, ou seja, de alguém que era conhecido na sociedade como um rigoroso cumpridor da lei e que, portanto, se separava de todos quantos fossem tidos como pecadores e imundos.

– Tomemos cuidado aqui ao identificar esta mulher como meretriz ou prostituta, pois o texto não nos autoriza a dizê-lo. Como afirma Hendriksen: “…Nesse povoado havia uma mulher bem conhecida por sua má reputação.

Dizer que provavelmente era uma meretriz seria fazer-lhe injustiça. Uma mulher podia ser ‘pecadora’ sem ser uma meretriz. Além disso, é evidente, à luz do presente relato, que seja o que for que tivesse feito, ela já não fazia mais…’ (op.cit., p.543).

– Se aquela mulher “correu o risco” de ir até a casa do fariseu, era por dois motivos: primeiro, porque sabia quem era Jesus e que Ele não a excluía como a sociedade; segundo, porque sabia que Jesus era realmente santo e digno de adoração, valendo a pena “correr o risco” de ser impedida de entrar na casa de um fariseu.

– A própria narrativa, portanto, já traz implícita a ideia de que as mulheres já haviam percebido que Jesus as tratava igualmente, sem qualquer traço de inferiorização. Foi esta certeza que levou esta mulher que, além de ser mulher, era tida como “pecadora”, à presença do Senhor.

– Lucas mostra-nos, portanto, que Jesus viera para dissipar todo preconceito, toda consequência decorrente do pecado e que punha a mulher numa situação de inferioridade social.

– Aquela mulher beijava e ungia os pés de Jesus com um unguento porque, sem dúvida alguma, reconhecia que havia recebido o perdão de seus pecados.

Jesus, então, mostra que havia vindo para perdoar os pecados tanto de homens quanto de mulheres e, inclusive, censura o fariseu que, além de ter dado um tratamento fora das convenções sociais a Jesus, ainda estava, ainda que em seu coração, a considerar aquela mulher como pecadora.

– Jesus, aliás, fez questão de reafirmar o perdão dos pecados daquela mulher, diante de todos os que estavam à mesa com Ele na casa do fariseu Simão, dizendo que ela podia ir em paz. Lucas, uma vez mais, reafirma que Jesus havia vindo tanto para homens quanto para mulheres e que estas também eram alvo da graça de Deus.

– O médico amado, então, como a esclarecer o próprio episódio que narrou, que tinha implícita a ideia de que Jesus não excluía as mulheres de Seu ministério e de Sua obra redentora, em seguida a esta narrativa, mostra que, no ministério de Jesus havia tanto homens como mulheres.

– Em Lc.8:1, diz que o Senhor Jesus andava de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, anunciando o evangelho do reino de Deus e era acompanhado dos doze. Ora, como Jesus não tinha uma academia rabínica, um local onde pudesse, juntamente com Seus discípulos, exercer alguma atividade para Seu sustento e dos Seus discípulos, como era comum naquele tempo, como era possível o exercício de tal ministério?

– Lucas esclarece esta situação na sequência do texto, ao dizer que algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades, como Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes e Suzana, e muitas outras, serviam a Jesus com suas fazendas (Lc.8:2).

– Vemos, assim, que Jesus, ao contrário dos outros rabis judeus, era alguém que Se voltava para as mulheres, tratava-lhes com a mesma dignidade que os homens e, por causa disso, elas se dispuseram a sustentar financeiramente o ministério de Jesus, provendo-Lhe e aos Seus discípulos o necessário para que pudessem se manter e percorrer todas as aldeias e cidades judias, cumprindo, assim, o dever de anunciar o Evangelho às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.15:24).

– Jesus, assim, tinha a plena colaboração das mulheres em Seu ministério, colaboração esta que se dava nas estritas funções cometidas especificamente às mulheres, pois, como dissemos, a igualdade existente entre homens e mulheres diante de Deus não significa que não existam diferenças entre homens e mulheres, que são complementares e, portanto, têm de ser diferentes para que se forme uma unidade com a união de ambos os sexos.

– Jesus chamou os doze para irem com Ele, estes doze, que haviam sido escolhidos por Jesus dentre os discípulos para serem os continuadores de Sua obra, os estabelecedores dos fundamentos da Igreja, eram todos homens, pois esta é a função cometida aos homens, ou seja, de exercerem o comando da Igreja, o de exercerem o ministério do aperfeiçoamento dos santos.

– Entretanto, como Jesus não mais exercia nenhuma profissão e como os discípulos, notadamente os doze, tinham de conviver com Ele, indo sempre com Ele a todas aldeias e cidades, necessário se fazia que alguém lhes providenciasse o sustento. E temos, então, aqui, o papel que foi destinado às mulheres que permitiam, com suas fazendas, que o sustento físico de Jesus e dos discípulos fosse mantido, a fim de que pudessem realizar a obra de Deus.

– Vemos, pois, com absoluta clareza, que, na obra de Deus, há espaço tanto para homens como para mulheres, mas cada qual na sua diferente função, para que haja uma perfeita unidade na confluência das atividades cometidas aos homens e das atividades cometidas às mulheres.

– Aos homens foi dada a atividade ministerial, o comando da Igreja local, o exercício dos dons ministeriais. Por isso, Jesus chamou SOMENTE homens como apóstolos (Lc.5:12-16), como também SOMENTE homens foram constituídos como presbíteros e diáconos nas igrejas locais (At.6:3; 14:23; 20:17,28; I Tm.3:2,12).

Ao mesmo tempo, vemos a participação das mulheres na obra de Deus em todas as demais atividades, prova de que jamais foram excluídas de servir ao Senhor, naquilo que lhes é próprio, como, por exemplo, na cooperação (Rm.16:3,6,12), na hospitalidade (Rm.16:1,2; I Tm.5:9,10), na assistência social (I Tm.5:9,10)e, sobretudo, na criação dos filhos (I Tm.5:9,10).

– Enquanto que a mulher não poderia dedicar-se à obra de Deus no tempo da lei, visto que os preceitos cerimoniais a consideravam imunda por boa parte de suas vidas, seja por causa da menstruação, seja por causa dos partos, o que a impedia de ter pleno acesso ao culto a Deus, com Jesus, a mulher passou a ter direito de se dedicar tanto quanto o homem na obra de Deus, cada um na sua função, já que Jesus veio desfazer as obras do diabo e não modificar a diferença essencial que existe entre homem e mulher, diferença esta que não é consequência do pecado, mas da própria natureza de homem e de mulher.

– Por isso, não tem qualquer respaldo bíblico o que o “feminismo” vem defendendo e que, lamentavelmente, vem sendo admitido por muitos grupos que cristãos se dizem ser, que possam as mulheres ser separadas para o ministério, seja como “diaconisas”, “presbíteras” e “pastoras”, havendo mesmo, em nossos dias, “episcopisas” (que, ignorantemente são chamadas de “bispas”, palavra que não é o feminino de “bispo”, mas, sim, o nome de uma planta) e “apóstolas”.

Jesus não veio anular a diferença essencial que existe entre homens e mulheres, mas, sim, as consequências do pecado que impuseram uma inferiorização social entre homem e mulher.

– As mulheres tinham pleno acesso a Jesus, Jesus jamais as excluiu em Seu ministério e em Sua obra, mas definiu bem quais as funções que podiam elas exercer, funções importantíssimas, como esta de permitir o próprio sustento físico do Senhor e de Seus discípulos.

– A segunda ressurreição de Jesus noticiada por Lucas é também de uma mulher, a filha de Jairo (Lc.8:40-56), relato que, ao contrário da narrativa a respeito do filho da viúva de Naim, não é exclusivo. Nesta narrativa, aqui não está mais Jesus a agir por compaixão de uma mulher, mas, sim, em atendimento ao pedido do pai, mas a pessoa ressuscitada é uma menina.

– Nesta mesma narrativa, aliás, vemos que, enquanto se dirigia à casa de Jairo, Jesus cura uma mulher, a mulher do fluxo de sangue, que, no meio da multidão, em virtude de sua fraqueza e situação até de imundície ritual, fez-se por incógnita (até porque se se denunciasse poderia sofrer sanções da lei, já que não poderia estar no meio da multidão por sua condição) e foi mesmo ignorada pela multidão.

Jesus, porém, não só curou aquela mulher como também fez com que ela se mostrasse à multidão, para mostrar que viera para retirar toda maldição da mulher na sociedade bem como revelar que Sua virtude, Seu poder também estava disponível às mulheres.

– Ao chegar à casa de Jairo, Jesus, mais uma vez, mostra como a posição da mulher diante de Deus, em Cristo, era a mesma do plano original. Jesus somente deixou entrar na casa, onde a menina já era pranteada, a Seus discípulos íntimos (Pedro, Tiago e João), como também o pai e a mãe da menina, mostrando, assim, que a mãe da menina tinha igual dignidade que seu marido para poder contemplar o milagre que seria realizado.

– Na multiplicação dos pães (Lc.9:10-17), Jesus também mostrava que a mulher tinha tanta dignidade quanto o homem. Embora o texto, retratando a própria condição social vigente, registre que havia ali cinco mil homens, a demonstrar que as mulheres e crianças nem sequer eram contados, Jesus a todos saciou, indistintamente, a provar que sendo Ele Deus não fazia qualquer acepção de pessoas.

– Lucas, então, traz a narrativa a respeito de Marta e de Maria (Lc.10:38), as mulheres de Betânia, irmãs de Lázaro. Em outro texto exclusivo deste terceiro evangelho, Lucas diz que Jesus passava por uma certa aldeia, cujo nome não é mencionado, tendo, então, uma certa mulher o recebido em sua casa. Mais uma vez, vemos como Jesus era acessível às mulheres e como isto já era público e notório a todos em Israel.

– Jesus entrou na casa daquela mulher e ali passou a ensiná-la a Palavra de Deus, vindo, então, a irmã de Marta, chamada Maria, a se assentar junto aos pés de Jesus e a também acompanhar este ensino. Jesus, com este gesto, mostrava que as mulheres tinham o mesmo direito de aprender a Palavra de Deus como os homens, algo que, socialmente, era totalmente desconsiderado entre os judeus.

– Como afirma a “Mishnê Torá” de Maimônides (1135 ou 1136/7-1204), “…Mulheres e escravos estão isentos do estudo da Torá, mas quanto aos pequenos (menores de treze anos – a maioridade hebraica) – seu pai tem obrigação de ensiná-lo Torá, pelo que está escrito:

“…e as ensinareis a vossos filhos, que falem acerca delas…” – Dt 11:19 – quanto às mulheres, não são obrigadas a ensinar os filhos, pois [somente] quem é obrigado a estudar, é obrigado a ensinar.…” (I, 1.1) (Disponível em: http://www.judaismo- iberico.org/mtp/ciencia/tt/tt08.htm Acesso em 03 mar. 2015).

– No entanto, Jesus, a despeito deste entendimento, resultante da inferiorização da mulher, fez questão de entrar na casa de Marta e de começar a ensiná-la a Palavra de Deus, permitindo, inclusive, que tanto Marta quanto Maria, que se sentou aos Seus pés, em seguida, ocupassem tal posição, que era a dos melhores alunos segundo a tradição judaica. Jesus não somente ensinava também para mulheres, como permitia que assumissem elas a condição de melhores alunas!

– Quando Marta deixou de ficar aos pés de Jesus para realizar as tarefas domésticas, apropriadas para as mulheres, e pediu que Jesus censurasse Maria por não lhe estar ajudando, continuando a ouvir o ensino de Jesus, o Senhor disse que Maria havia escolhido a boa parte, que não lhe seria tirada, confirmando, assim, que as mulheres deveriam ter o mesmo direito de aprender a Palavra de Deus, tanto quanto os homens.

– Por isso, cabimento algum tem aqueles que querem proibir as mulheres de terem direito a voz nos cultos cristãos, como também de ensinarem nas igrejas locais, procurando base para tanto em passagens como I Co.14:34 e I Tm.2:11,12.

– Estas duas passagens devem ser entendidas em seu contexto. Em I Co.14:34, Paulo está censurando o costume então existente na igreja de Corinto de as mulheres tomaram para si, na qualidade de portadoras do dom de profecia, a supremacia do culto, a condição de receptáculos da mensagem divina, como, aliás, ocorria com as sacerdotisas e pitonisas dos cultos pagãos, notadamente do culto de Afrodite, tão disseminado em Corinto.

– A proibição das mulheres falarem dizia, portanto, respeito, não à sua condição de mulheres, mas, precisamente porque, embora fossem elas profetisas, devia saber-se que o dom de profecia JAMAIS podia substituir a exposição da Palavra, Palavra esta que é superior às profecias e cuja exposição cabia aos ministros da Palavra, isto é, aos anciãos, que, como vimos, é atividade exclusiva de homens.

Não se trata, pois, de uma diretriz dada por Paulo em razão do sexo, mas, sim, em razão da atividade. Não se devia dar mais valor às mensagens proféticas do que à Palavra de Deus, até porque, como diz o apóstolo, no culto deve haver salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação 9I Co.14:26).

– Em I Tm.2:11,12, o apóstolo Paulo diz que as mulheres devem aprender em silêncio e, como diz Calvino, tem-se aqui o mesmo pensamento que Paulo expressa em I Co.14:26, ou seja, a ministração da Palavra é atividade cometida aos homens, aos ministros da Palavra, de modo que não cabe à mulher assumir tal posição, nem assumir uma autoridade que não lhe foi cometida dentro da distinção de funções entre homens e mulheres na igreja do Senhor.

Não é por outro motivo que, ao lado deste “aprender em silêncio”, Paulo fale da impropriedade de a mulher assumir as funções do marido no lar.

– Isto, entretanto, em absoluto significa que à mulher seja impedido ensinar a Palavra de Deus que não seja no contexto de ministração da Palavra para a igreja local, responsabilidade esta exclusiva dos ministros assim constituídos e ordenados.

Tanto assim é que vemos Priscila, juntamente com seu marido Áquila, ensinando a Palavra de Deus a Apolo (At.18:26), a provar que, fora deste contexto específico da igreja local, era perfeitamente permitido à mulher ensinar a Palavra de Deus, desde que, logicamente, a tenha aprendido como faz questão de ressaltar Maimônides no trecho supramencionado.

– Neste ponto, aliás, devemos aqui ressaltar o importante papel que deve exercer as mulheres de ministros da Palavra que, a exemplo de Priscila, devem ser verdadeiras cooperadoras na obra do Senhor, auxiliando seus maridos em seus ministérios, sem que, porém, passem a exercer as atividades que somente são cometidas a seus maridos, com exclusividade.

Tais mulheres devem ser “mulheres de pastor” e não “pastoras”, como, aliás, estão sendo indevidamente chamadas ultimamente, quando não “consagradas” como tal, em atitudes que não têm qualquer respaldo bíblico.

– A propósito, toda essa discussão ainda hoje existente sobre o papel da mulher é uma demonstração de como a realidade apresentada por Cristo em Seu ministério terreno é ainda alvo de muita resistência na mentalidade humana obnubilada pelo pecado e uma prova viva de que tal restauração da posição social da mulher somente se dará de forma cabal quando da restauração de todas as coisas no reino milenial de Cristo (At.3:21).

– Com efeito, sobre este assunto já debatiam os obreiros das Assembleias de Deus no Brasil em 1930, quando ocorreu a primeira conferência de obreiros de nossa denominação, como retrata Ivar Vingren em seu Diário do Pioneiro Gunnar Vingren, “in verbis”:

“…Em razão de haver diferentes opiniões sobre o trabalho da mulher na igreja, a conferência também tratou deste assunto. No final dos debates, foi oficializada a seguintes declaração: ‘As irmãs têm todo o direito de participar na obra evangélica, testificando de Jesus e da Sua salvação, e também ensinando quando for necessário.

Mas não se considera justo que uma irmã tenha a função de pastor de uma igreja ou de ensinadora, salvo em casos excepcionais mencionados em Mateus 12:3-8. Isso deve acontecer somente quando não existam na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar’…” (5. ed., p.179).

– Ao falar sobre Sua missão, o Senhor Jesus, também, declarou que havia vindo para trazer dissensão à Terra, dissensão que abrangeria não somente homens, mas também mulheres, já que, por causa d’Ele, mãe estaria dividida contra filha e filha contra mãe, assim como pai contra filho e filho contra pai, como também sogra contra nora e nora contra sogra, a mostrar que Sua mensagem era para salvação tanto de homens quanto de mulheres (Lc.11:53).

– Lucas narra, também, a cura de uma mulher paralítica em plena sinagoga no dia de sábado (Lc.13:10-17). No culto nas sinagogas, deviam as mulheres ficarem caladas e se posicionando em lugares exclusivos nas sinagogas, pois há separação entre homens e mulheres. Embora tal disposição seja justificada para que os homens possam se concentrar, o fato é que as mulheres não podiam nem podem ainda hoje ocupar o mesmo lado dos homens.

OBS: “…Tomando como base os ensinamentos da Torá, homens e mulheres não rezam juntos. Isso se reporta à época do Templo Sagrado, quando havia seções separadas para homens e mulheres. Um judeu que tenta viver sua vida guiado pela Torá aprende a moldar seus sentimentos para estar em consonância com os mandamentos Divinos.

Até hoje ainda não encontrei uma mulher judia que se recuse a rezar em um minyan com uma mechitzá, divisória. Já arriscou perguntar a um rabino qual é a verdadeira razão desta divisória? As mulheres foram criadas com uma sensibilidade espiritualmente aguçada. Possuem um poder de concentração nato.

E pasme: a mechitzá foi criada para os homens, não para as mulheres! Os homens se desconcentram e precisam de uma separação física para poderem dedicar-se com maior cavaná, intenção, no momento das preces. A mulher dispensa completamente estes aparatos, e é por causa dos homens que eles se tornam necessários.

As mulheres ainda hoje e sempre são a figura central no judaísmo, desejem ou não sê-lo. O lar continua sendo o centro da vida judaica, e a mulher, o seu pilar. As diferentes mitsvot dos homens e das mulheres, e mesmo as que possuem em comum, fazem parte do plano Divino onde cada um deve empreender esforço para cumprir a sua parte.…” (Divisória nas sinagogas. Disponível em: http://www.chabad.org.br/interativo/faq/divisoriaNasSinagogas.html Acesso em 03 mar. 2015)

– Ora, em pleno dia de sábado, quando a sinagoga estava lotada, Jesus mandou que uma mulher, que andava encurvada e que, portanto, além de ser mulher, era doente, o que a colocava em situação de nítida inferioridade social, chamou aquela mulher até onde estava e, portanto, no lugar destinado aos homens, e a curou, de modo que ela se endireitou, o que causou profunda censura do príncipe da sinagoga.

Jesus, então, respondeu àquele homem, chamando-o de hipócrita e dizendo que não se podia negar que aquela filha de Abraão fosse solta da prisão de Satanás, prisão esta que há durava dezoito anos. Com sua expressão, Jesus mostrava que a mulher judia era tão filha de Abraão quanto o homem judeu e que Ele havia vindo para libertar tanto homens quanto mulheres das garras de Satanás.

– Outra mulher que é mencionada como figura virtuosa no evangelho de Lucas é a viúva pobre e sua pequena oferta (Lc.21:1-4). Em meio a tantos ricos que lançavam suas ofertas na arca do tesouro, Jesus exaltou aquela pobre mulher, que deu uma oferta extremamente pequena, duas pequenas moedas que, no texto original, eram até moedas que nem sequer poderiam ser depositadas no arco do tesouro, já que moedas cunhadas pelos romanos.

No entanto, o Senhor Jesus disse que aquela mulher havia deitado todo o sustento que tinha, demonstrando, deste modo, uma vez mais, que a mulher tinha um importante papel no próprio sustento material da obra do Senhor.

– Na caminhada para o Gólgota, Jesus Se dirige especificamente para as mulheres carpideiras que O acompanhavam, a mostrar como Jesus, mesmo durante a Sua agonia, tratava igualmente a homens e a mulheres.

Disse àquelas mulheres que não chorassem por Ele, mas, sim, por elas mesmas e pelos seus filhos, pois viriam dias em que seriam bem-aventuradas as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram, querendo, com isto, dizer a dor que as mulheres teriam por seus filhos seja quando da própria destruição do templo de Jerusalém na guerra com os romanos, seja no período da Grande Tribulação (Lc.23:28-30), a mostrar, mais uma vez, como o Senhor Jesus tinha especial cuidado por aquilo que só as mulheres podem ter, que é o sentimento materno, o sublime ponto da feminilidade.

– Mas não era só Jesus que fez questão de Se dirigir às mulheres quando de Sua paixão. As mulheres que O haviam seguido em todo o ministério, ao contrário dos discípulos, também d’Ele não se separaram neste momento crucial de Seu ministério.

– Em mais uma demonstração de que as mulheres eram mais sensíveis ao Senhor do que os homens, Lucas faz questão de dizer que as mulheres acompanharam toda a agonia do Senhor, vendo de longe todas as coisas que aconteceram com Ele em Seu processo de paixão e morte (Lc.23:50).

– Jesus tinha sido o único que havia dado acesso das coisas de Deus às mulheres, sem qualquer inferiorização e, demonstrando imensa gratidão, tais mulheres não O abandonaram, mesmo quando tudo parecia estar perdido e liquidado. Por isso, mesmo depois da morte, tais mulheres fizeram questão de ver o sepulcro onde foi posto o Seu corpo e prepararem especiarias e unguentos para Ele, tendo, então, repousado no sábado, conforme o mandamento (Lc.23:55,56).

– No primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram estas mulheres que foram até o sepulcro, para cuidarem do corpo de Jesus, no limite antes da sua corrupção (pois já era o terceiro dia), a mostrar quanto amor e carinho tinham por Jesus (Lc.24:1), quando, então, em mais um gesto de quanto Jesus valoriza a mulher, Se tornaram as primeiras testemunhas de Sua ressurreição (Lc.24:1-9).

– Assim como a mulher havia sido o veículo pelo qual Jesus ingressou na dimensão humana, foi também a mulher o veículo pelo qual se deu a mais importante notícia para toda a humanidade: a de que Jesus havia ressuscitado, a de que Seu sacrifício fora aceito e de que, doravante, podíamos entrar em comunhão com o Salvador.

– Foram as mulheres, que Lucas identifica como sendo Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago, além de outras, que levaram a mensagem da ressurreição aos onze apóstolos que, assim como Zacarias, não creram nestas palavras, mais uma vez mostrando que as mulheres são muitas mais sensíveis à Palavra de Deus que os homens.

– Jesus anunciou Sua ressurreição primeiramente às mulheres precisamente para que a notícia se divulgasse e fosse conhecida, como o é. Se dependesse dos homens, que se guiam mais pela razão do que pela emoção, mais pela lógica do que pelo sentimento, talvez até hoje não tivéssemos conhecimento deste fato, pois Pedro, mesmo depois de ter ido pessoalmente ao sepulcro, ainda ficou admirado consigo mesmo sobre o episódio (Lc.24:12), enquanto que, já no final da tarde daquela dia, os discípulos de Emaús continuavam incrédulos a respeito (Lc.24:22-24).

– Este episódio mostra muito bem que Jesus veio trazer dignidade à mulher, retirar a inferiorização social decorrente do pecado do primeiro casal, mas que, mesmo entre os servos de Deus, ainda há muita resistência e muitos obstáculos para o reconhecimento de tal dignidade, o que, repetimos, somente se instaurará completamente no reino milenial de Cristo.

– Precisamos, porém, como servos do Senhor, procurar estabelecer esta dignidade no seio da Igreja, seguindo os passos de Nosso Senhor e Salvador (I Pe.2:21), sem que isto, entretanto, signifique a retirada dos parâmetros por Ele estabelecidos, num suposto igualitarismo que não tem qualquer respaldo bíblico.

– Jesus trata igualmente a homens e a mulheres e Lucas no-lo mostra em seu evangelho. Como se isto fosse pouco, o médico amado também nos deixa bem claro que a sensibilidade da mulher a Deus é bem maior que a do homem e que, por isso mesmo, ao longa da história da Igreja, temos registro de que sempre houve mais mulheres do que homens cristãos e que as mulheres nunca alcançaram sua verdadeira dignidade senão no Cristianismo.

– O teólogo Rodney Stark, ao estudar o crescimento do Cristianismo, mostra, com base na sociologia, esta dignificação da mulher produzida pela doutrina de Jesus. Conforme salienta a socióloga e cientista da religião Cleusi Gama da Silva:

“…Aspectos interessantes são apresentados quanto ao papel da mulher dentro do Cristianismo primitivo, no capítulo quinto, sob o título: O papel das mulheres no crescimento cristão. Stark, diferentemente da análise simplista de autores que afirmam serem as mulheres da época fáceis de se filiarem a “qualquer superstição forânea”, apresenta-nos os elementos do ethos cristão (a proibição do infanticídio, a condenação ao aborto e ao divórcio, ao incesto, à infidelidade conjugal e à poligamia) como fatores que constituíram o poder de atração às mulheres da época.

Na subcultura cristã era possível às mulheres ocuparem status diferenciado, o que não acontecia no mundo greco-romano. Além disso, a conversão feminina em novos movimentos contemporâneos também apresenta índice mais elevado do que no caso do sexo masculino, não se restringindo, pois, ao início do movimento cristão.

A destacada diferenciação do coeficiente sexual com superioridade para as mulheres em relação aos homens cristãos decorreu da proibição do aborto e infanticídio nas doutrinas cristãs. Stark trabalha sua demonstração recorrendo a evidências arqueológicas e à demografia histórica, as quais corroboram o status privilegiado das mulheres na Igreja cristã primitiva.

Tal fenômeno relativo a relações de gênero não se limitava à família, mas à sociedade e à própria Igreja(…). Casamentos exogâmicos permitidos entre as cristãs e homens pagãos, dado o alto nível de comprometimento dos cristãos, não manifestava apostasia; ao contrário, acreditava-se na possibilidade de que esse tipo de casamento conduziria a novas adesões, denominado por Stark de conversões “secundárias”.

A alta taxa de natalidade e fertilidade das mulheres cristãs também é um aspecto a ser destacado.…” (Revista de Estudos da Religião – REVER ISSN- 1677-1222. Disponível em: http://www.pucsp.br/rever/resenha/stark01.htm Acesso em 03 mar. 2015).

– É precisamente esta dignificação da figura feminina na doutrina de Jesus que permitiu a progressiva melhoria da condição social da mulher, condição esta que, lamentavelmente, com o início da apostasia e do abandono dos valores judaico-cristãos, têm involuído grandemente em nossos dias, ainda que sob a falsa roupagem da “emancipação da mulher”.

Somente em Cristo encontra a mulher o seu devido lugar na ordem estabelecida por Deus. Lutemos para que, em nossos relacionamentos, possamos tratar a mulher como o Senhor nos ensinou. Amém!

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco 

Site: http://portalebd.org.br/files/2T2015_L6_caramuru.pdf

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Iesus Kyrios

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading