Jovens Lição 2 – O Contexto da Profecia de Isaías
Entender o contexto de um livro é um dos caminhos principais para perceber com melhor profundidade a riqueza do seu conteúdo. Conhecer o contexto demonstra o interesse profundo do interprete de qualquer livro ou mensagem.
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Entender o contexto de um livro é um dos caminhos principais para perceber com melhor profundidade a riqueza do seu conteúdo. Conhecer o contexto demonstra o interesse profundo do interprete de qualquer livro ou mensagem.
Quando nos referimos ao contexto de um texto, em outras palavras estamos buscando querendo saber sobre o ambiente que nasceu um determinado texto. No nosso caso em particular, a referência é o ambiente em que nasce o texto Bíblico.
A imponência da linguagem dramática de Isaías, a profundidade de seus temas teológicos, o vigor da sua leitura sobre a história do povo israelita, justificam o fato de pregadores, teólogos e poetas, descreverem que os 66 capítulos do livro constituem uma peça fundamental dos livros proféticos do Antigo Testamento.
Apesar de existirem outros profetas importantes, Isaías inaugura a tradição dos profetas literários. Portanto, todo o contexto a ser analisado, compreende o cenário político, social e religioso desse período de tempo.
Como ele era escriba ou cronista oficial do rei Uzias, fato que pode justificar o conhecimento que o profeta tem do cenário político do mundo de sua época, Isaías transitava com facilidade em círculos oficiais do governo de Israel.
Enquanto Amós e Oséias atuaram no reino do Norte, Isaías é o primeiro profeta literário que atua no reino do Sul. No entanto, sua mensagem se dirige às duas casas de Israel (cf. Is. 8.14).
I – CONTEXTO HISTÓRICO-POLÍTICO.
A partir do oitavo século a.C., já não havia uma nação unificada em Israel. As questões políticas resultantes das desavenças na sucessão política de Israel após o período do Rei Salomão, geraram divisões na nação. Surgiu o Reino do Norte sob a liderança de Jeroboão e o Reino do Sul sob a liderança de Roboão.
Quanto a política interna do reino do Sul, o livro de Isaías está situado num percurso sucessivo de diferentes reis, com diferentes estratégias políticas e diferentes posições quanto a obediência à voz de Deus.
A história de cada um desses reis, que também estão narradas nos livros de 1 e 2 Crônicas e 1 e 2 Reis nos revelam a relação muito próxima que Israel tinha entre o reinado político e a Aliança com Deus. As duas coisas caminhavam juntas, estavam diretamente ligadas uma a outra, pois uma afetava diretamente a outra.
Dois impérios mundiais servem de pano de fundo para as profecias de Isaías, o assírio e o babilônico. O primeiro comandado por Tiglate-Pileser III teve uma imbatível máquina de guerra. Por cerca de 130 anos aterrorizaram não apenas os habitantes de Israel e Judá, mas todo o Oriente Médio até o surgimento do Império da Babilônia.
O rei assírio levantou um cerco em Jerusalém e em 732 a.C., atacou o rei de Damasco, Rezim, destruindo a cidade de forma que nunca mais se tornou significante nos tempos do Antigo Testamento.
O sucessor de Tiglate-Pileser foi o rei Salmaneser V que reinou entre 727 a. C. a 722 a.C. Um de seus principais feitos foi a tomada de Samaria (Reino do Norte) em 722 a.C..
Os Assírios tinham um programa de deportação dos povos conquistados que foi criado para destruir o senso de nacionalismo ou identidade política.
O objetivo era a mistura dos povos estrangeiros em um grande império étnica e politicamente genérico, para evitar revoltas. E isso aconteceu com o Norte de Israel, também chamado de Samaria.
Com a queda do império Assírio surge o império babilônico teve seu apogeu de 614 a.C. a 539 a.C. Um de seus principais reis foi Nabucodonosor II (604 a.C. a 562 a.C.), este conquistaria Judá e levaria o povo de Deus para o cativeiro em três levas distintas.
Dois acontecimentos importantes servem de foco para os capítulos 1 a 39 do livro de Isaías: a invasão a Israel pelo rei assírio Tiglate-Pileser III que serve de pano de fundo para a leitura principalmente dos capítulos 7 a 12, sendo a destruição de Damasco o principal acontecimento.
O segundo acontecimento foi a tentativa de invasão de Senaqueribe ao reino de Judá, em 701 a.C., que resultou no envolvimento de Ezequias na coligação antiassíria. Isso causou a destruição de várias cidades fortificadas de Judá e o cerco de Jerusalém.
De modo didático, podemos dividir as profecias de Isaías em três períodos diferentes: inicialmente os oráculos foram para o período dos reis de Jerusalém, dentro do contexto em que ele vive (Is 1-39), com reis que foram tementes a Deus como Ezequias, mas também com reis que incentivaram a idolatria como Acaz.
O segundo momento é direcionado ao anuncio de consolo e esperança para superarem as dificuldades e aguardarem o retorno com confiança em Deus (Is 40-55); e um terceiro momento é quando o povo voltaria do cativeiro para Jerusalém, predizendo um período de glória para Israel sob o reinado messiânico (Is 56-66).
Portanto, Israel e Judá divididos, questões sociais não resolvidas desde o reinado de Uzias até Manassés, ampliação dos interesses políticos das nações estrangeiras como a Assíria e Babilônia sobre o Oriente Médio, configuraram o cenário político e histórico que abrange a profecia de Isaías.
II – CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL
No início do ministério profético de Isaías, Judá sob o reinado de Uzias, desfrutava de grande prosperidade. O reinado de Uzias pode ser descrito como o mais próspero que Judá conhecera desde a divisão da monarquia.
Entretanto, a próspera situação econômica da nação foi acompanhada por uma série de vícios sociais. Neste período a desonestidade na vida pública e o abismo que se estabeleceu entre os ricos e os pobres eram os problemas sociais e econômicos predominantes.
A relativa prosperidade alcançada principalmente no reinado de Ezequias, possibilitou certa restruturação social e econômica em Judá.
A reabertura do Templo, a regularização das contribuições do povo para o sustento dos sacerdotes e levitas, a celebração da Páscoa, as ofertas e dízimos voltaram a ser depositadas no Templo. Segundo a narrativa de 2 Crônicas 31.5, este relato indica a prosperidade econômica e social no período de Ezequias.
A partir da leitura do cenário político do início do século VIII a.C., principalmente no espaço entre 783 a.C. a aproximadamente 560 a.C., fica claro um princípio teológico que percebemos em quase toda a Teologia do Antigo Testamento: a estabilidade política, econômica e social de Israel estava sempre associada à vida religiosa.
III – CONTEXTO RELIGIOSO
Alguns reis deste período foram extremamente idólatras, isto levou o povo a apostatar da fé e da confiança em Deus. Nos tempos de Isaías, especialmente no reinado de Jotão e Acaz, a idolatria foi frequentemente utilizada pelos judeus, o que agravou a situação do povo diante de Deus.
Além disso, este ambiente idólatra ajudou a incrementar as injustiças que eram praticadas na época. Uma das principais divindades adorada pelos judeus era Baal, deus da fertilidade e do fogo e por algumas vezes até mesmo chegaram a oferecer seus filhos em sacrifício aos deuses.
Apesar de o templo estar em Jerusalém e não ter sido destruído no primeiro momento, os impactos da deportação do Norte foram sentidos em Jerusalém.
Os povos trazidos para Samaria, devido a política de mistura dos povos conquistados realizada pela Assíria, vieram de lugares tais como Babilônia, Cutá, Ava e Sefarvaim. Estes povos traziam suas práticas religiosas e seus deuses. O resultado disso foi um sincretismo religioso e a corrupção do sistema de adoração dos israelitas que haviam ficado.
Com a queda do reino do Norte em 722 a.C., período que compreende também a ação profética de Isaías, existiu um sincretismo religioso em Samaria, resultado da mistura anteriormente mencionada, associada a instrução dos sacerdotes enviados por Sargão III em Betel para ensinar o povo a adorar a Deus (2 Rs 17.27-28).
Enquanto o povo adorava e servia o Senhor apenas com os lábios, continuavam a servir outros deuses nos altares idólatras.
Com a mistura praticada pelo povo na adoração a Deus e aos deuses dos povos que vinham, instalou-se uma falsa religiosidade, com alguns pecados graves.
Os sacerdotes deixaram de ser honestos; criou-se uma religiosidade confusa e misturada com as práticas do culto a Baal e multiplicaram-se os pecados morais e sociais.
Cristo nos chama para vivermos uma vida de integridade e pureza, mesmo diante do caos ético e moral que o mundo atual vive, fazendo diferença na sociedade, como o profeta Isaías que não se intimou diante de tantas dificuldades. Ele é um exemplo para nós, jovens cristãos, proclamarmos as verdades curadoras do evangelho de Cristo.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.
Texto-Site: http://licoesbiblicas.com.br/index.php/2014-11-13-19-35-17/subsidios/jovens/407-02-03-2016-jovens
SLIDES: http://pt.slideshare.net/natalinoneves1/2016-3-tri-lio-2-o-contexto-da-profecia-de-isaias
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