Jovens – Lição 12 – Profecias de Salvação e Esperança
No capítulo 40 começam as profecias que se referem ao exílio e pós-exílio.
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INTRODUÇÃO
No capítulo 40 começam as profecias que se referem ao exílio e pós-exílio. Isaías tem objetivos muito claros nesta segunda parte de suas profecias.
Ele anuncia ao povo que o tempo de sofrimento estaria chegando ao fim, que o castigo divino estava para terminar e bênçãos e salvação estavam a caminho.
Elas enfatizam o livramento (40-48), a redenção (49-57) e a glória (58-66) do povo de Deus, portanto dizem respeito à salvação e à esperança, servindo de contrapeso às profecias iniciais que previam catástrofes e miséria devido a desobediência do povo, e mostram que a misericórdia e o amor de Deus são infinitamente maiores que sua correção e juízo.
I – O PROFETA EVANGELISTA
A destruição estava em toda parte (Lm 2.2):
- o templo foi profanado e todos foram humilhados (Lm 1.10; 2.15; 3.45-46),
- a autoestima foi abalada (Lm 2.1),
- a esperança se esvaiu completamente (Lm 5.2),
- o povo foi levado escravo (Lm 1.3; 5.5),
- instalou-se uma crise de identidade (Lm 1.6; 2.9; 5.6) e a
- fome devorava todos (Lm 4.4-5).
É neste contexto futuro de destruição que o profeta constrói uma das passagens mais lindas de Isaías, primeiramente que Deus agiria trazendo e libertação ao povo, mas também trazendo a certeza de que o Messias viria como ungido divino e restauraria todas as coisas.
Deus trabalhava a favor de Israel e da humanidade perdida, no sentido de lhes trazer salvação e redenção completas, através das boas novas do evangelho.
Teologias do método histórico-crítico argumentam que quando o profeta se refere a “mim” está se referindo a si mesmo ou ao povo de Israel, mas esta tese é desfeita quando Jesus toma o livro de Isaías na sinagoga de Nazaré (Lc 4.21)
Os cristãos no mundo todo são chamados a proclamarem o evangelho de Cristo, aos que estão no cativeiro do pecado, do desprezo e da opressão, de tal forma que todos alcancem aquilo para o qual Cristo veio (Is 61.1).
Isso porque, como afirma René Padilha, “a comunicação oral do evangelho realmente é uma tarefa que os cristãos não podem esquecer.”
Somos convocados por Deus para tal tarefa ao recebermos o seu Espírito Santo (At 1.8). Portanto, porque Cristo foi ungido pelo Espírito Santo todos nós, seus discípulos, também o somos com o objetivo de tornar conhecidas as boas novas do evangelho.
O profeta deixa claro que para fazer a obra de Deus desta forma extraordinária, é necessário que, antes de tudo, haja:
- unção do Espírito Santo (At 1.8),
- depois é que se segue o enviar (ide),
- o proclamar (pregar),
- o consolar e o ordenar (serviços). (Is 61.1).
II – AS BOAS NOVAS DO EVANGELHO
O verbo hebraico ysha’, de cuja raiz vem o nome de Isaías, significa ajudar, salvar, resgatar, auxiliar quem está em dificuldades, e é justamente isso que Deus faz com Israel.
Por isso, vários textos de Isaías mostram Deus como o salvador.
Outra palavra utilizada por Isaías, que denotam boas novas, é “Redentor”, do hebraico go’el, que é o que redime dívidas impagáveis, assumindo as penalidades do que deveria ser castigado, assim Deus se coloca no lugar do pecador (Israel e gentios) impenitente e lhe provê o perdão e o livramento do castigo.
Isaías usa ainda a palavra hebraica padah, que também significa remir ou resgatar, ou seja, é Deus pagando o preço pela libertação. Essas são as grandes boas novas que Isaías anuncia, sem nem mesmo compreendê-las plenamente, pois se cumpririam completamente apenas em Cristo (Is 54.7-8).
Quando Jesus morreu na cruz, nele se concentrou todo o mal e toda culpa humana, absorvendo tudo aquilo que é contrário à plenitude da natureza humana para a qual Deus nos criou, Cristo nos libertou da maldição da Lei, da condenação do pecado e da separação de Deus e nos permitiu estarmos unidos em comunhão com Ele, a fonte da vida.
Agora Deus não olha mais para nosso passado como parâmetro para nos aceitar e encaminhar nosso destino, mas através da lente do evangelho ele nos vê como sua delícia (“Hefzibá” conforme Is 62.4) e somos procurados por Ele (Is 62.12) para uma vida de comunhão e intimidade.
Viver o evangelho é ansiar profundamente (Sl 42; 84) pela presença e manifestação de Deus como única solução purificadora e regeneradora do ser humano.
É bem verdade que o pecado e o sofrimento nos acompanharão por toda a vida terrena, mas em Cristo, sempre de novo, e infinitamente, experimentaremos o poder libertador, curador, restaurador e transformador do evangelho.
Algumas pessoas são carregadas de vícios a serem abandonados, culpas do passado, precisam de restauração de suas ruínas emocionais de sofrimento e dor, pois o pecado e o sofrimento criam correntes de prisão da alma humana, muitos não encontram saída para tanta desolação e tristeza, os mecanismos humanos não dão conta de reconstruir o que se perdeu ou entrou em ruínas.
É nesse momento de caos, assim como com Israel, que o profeta levanta a voz (Is 61.4).
Tudo isso é possível porque o Espírito do Senhor, assim como no Messias, é sobre nós, portanto, a restauração da situação de miséria humana é um milagre divino que ecoa e age porque Cristo torna isso possível (Rm 1.16).
Portanto, os que vivem no evangelho vivem um novo estilo de vida, não mais condicionado ou aprisionado ao pecado e ao sofrimento humano, mas livre, liberto e pleno de vida porque Cristo permite que todos que o aceitam e vivem a mensagem do evangelho experimentem o seu poder transformador.
III – SALVAÇÃO E ESPERANÇA
O profeta descreve o amor de Deus como materno (Is 49.15), não tendo outra comparação que chegue mais perto deste amor, pois é a expressão de amor humano mais gratuito que existe, todavia o amor materno pode falhar, mas o de Deus nunca falha.
Assim, Deus é descrito como amigo e interessado em livrar, perdoar, libertar, curar e cuidar.
Neste sentido o profeta Isaías descreve o amor de Deus sendo:
- consolador (40.1; 51.12),
- o que dá ânimo ao cansado (40.29; 41.10),
- o compassivo (49.13; 52.9),
- o pastor (40.11; 49.12),
- o perdoador (55.7) e um
- Deus próximo (45.3; 49.1,16).
Desta forma o profeta desfaz uma imagem de Deus vingativo e irado, muito comum no Antigo Testamento, e mostra quem Deus realmente.
Uma figura próxima do ser materno, para expressar o amor de Deus ao povo, é usada quando o profeta o chama de pastor (Is 40.11; 56.8; 57.18; 58.11), assim o faz para mostrar que Deus cuida, guia, toma em seus braços de amor e lhes traz descanso.
A divindade cultuada na Babilônia era Marduk que aparentemente, enquanto o povo estava debaixo da escravidão, estava levando vantagem. Marduk na mitologia babilônica era o Deus que havia vencido o monstro marinho e criado o mundo, portanto, o mais poderoso.
Por este motivo a profecia salienta a grandeza do Todo-poderoso Deus de Israel, atribuindo a vitória sobre o monstro a Jeová (Is 45.5; 51.9) e salientando várias vezes que Ele é:
- o criador de todas as coisas (Is 41.10; 43.7,15, 45.12),
- o único Salvador (Is 44.8; 45.5,6,18,21; 46.7, 9),
- o Redentor e o Santo de Israel (Is 41.14; 44.22; 54.5,8).
Certamente a dúvida pairava na cabeça de muitos israelitas se de fato esta divindade não seria mais poderosa que o Deus Jeová, entretanto quem tem condições de entender a história, e o profeta é um deles, prevê que ao final das contas existe um deus apenas que é verdadeiro, os demais são tão medíocres (Is 46.1; 47.8-11), por terem sido criados pelas mãos dos homens, que nem são parâmetro de comparação com o Deus de Israel.
Pouco a pouco o povo percebe que são seus próprios pecados e desobediência que os trouxeram ao cativeiro (Is 43.27-28), e que o opressor nada mais foi do que um instrumento do único Deus verdadeiro para corrigir e dar vida novamente a seu povo.
Em todo AT o Espírito Santo é mostrado como o ser divino bastante ativo e colocando tudo e todos em movimento:
- criando (Gn 1.2; Sl 33.6),
- organizando a caminhada do povo (Jz 3.10),
- inspirando e ungindo reis, profetas e sacerdotes (1 Sm 19.21; Mq 3.8; Nm 3.3), e
- dando sabedoria (Ex 35.31).
Mas em Isaías o Espírito Santo tem uma abrangência muito maior:
- Ele repousaria sobre o Messias (11.2),
- seria derramado (32.15),
- faz cumprir a Palavra do Senhor (34.16),
- está em todos os lugares (38.16),
- é autônomo (40.13),
- seria o protetor (59.19),
- daria restauração e liberdade (61.1),
- traria uma nova aliança (61.8) e
- dá descanso (63.14).
Este mesmo Espírito agiu sobre a vida de Jesus (Mc 1.10; Lc 4.14,18) para curar, libertar, transformar, operar milagres, consolar, ressuscitar mortos e realizar as obras de Deus; e este mesmo Espírito opera na vida da Igreja para fazer obras maiores ainda (Jo 14.12) e é o Espírito Santo quem dá acesso ao Reino de Deus (Jo 3.5).
Portanto, o Espírito Santo age hoje de maneira muito mais intensa que nos tempos de Isaías, pois foi ele que previu um derramar abundante onde houvesse sequidão (Is 35.7).
Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 – nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016.
Site texto: http://licoesbiblicas.com.br/index.php/2014-11-13-19-35-17/subsidios/jovens/431-12-09-2016jovens – Acesso 14 de setembro de 2016.
Slide: http://pt.slideshare.net/natalinoneves1/2016-3-tri-lio-12-profecias-de-salvao-e-esperana – Acesso 14 de setembro de 2016.
Video 01: EBD NA NET – https://www.youtube.com/watch?v=5Ni7s4gCnZA – Acesso 14 de setembro de 2016.
Video 02: Canal da Escola Dominical EBD – https://www.youtube.com/watch?v=2ZSDDrtOcTQ – Acesso 20 de setembro de 2016.