LIÇÃO Nº 13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO
Pela oração, chegamos à presença de Deus.
I – INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo do livro de Levítico, estudaremos hoje o altar do incenso e a sua tipologia.
– Pela oração chegamos à presença de Deus.
I – O ALTAR DE OURO
– Na sequência do estudo do livro de Levítico, analisaremos hoje o altar de ouro e a sua tipologia.
– O altar de ouro era uma peça do tabernáculo que ficava no lugar santo. Tinha comprimento de um côvado e largura de um côvado, sendo, portanto, quadrado, tendo dois côvados de altura.
Era de madeira de cetim e devia ser coberto de ouro (Ex.30:1,2), o que o diferenciava, de pronto, do outro altar, o altar de sacrifícios, que ficava no pátio e era coberto de cobre (Ex.27:1,2).
– O altar de ouro deveria ser coberto de ouro, inclusive suas paredes e pontas, também tendo uma coroa de ouro ao redor.
Deveria ter, também, duas argolas de ouro debaixo da sua coroa, duas argolas de cada lado, a fim de que nelas pudessem ser postos os varais, que seriam de madeira de cetim e também cobertos de ouro, a serem utilizados quando de sua locomoção (Ex.30:3,4).
– Mais uma vez, vemos aqui uma peça que tipifica o Senhor Jesus. A dupla natureza de Cristo é evidenciada no altar, que era de madeira mas coberto de ouro, a revelar o Cristo que é, a um só tempo, homem e Deus.
– O altar tinha uma função: era nele que se deveria queimar o incenso (Ex.30:1). Ora, o incenso simboliza as orações dos santos (Ap.5:8; 8:4) e o fato de o altar tipificar a Cristo já nos mostra que o Senhor Jesus é nosso exemplo maior de oração.
– As Escrituras mostram-nos que o Senhor Jesus, no exato instante em que deixou a Sua glória para Se fazer carne, fez uma oração (Hb.10:5-9), a nos mostrar que a oração é indispensável quando não nos encontramos na glória do Senhor e é o meio pelo qual podemos nos manter unidos à glória, mesmo dela não fazendo parte integralmente.
– Para Se manter unido com o Pai, mesmo Se humanizando, o Senhor Jesus passou a orar, ensinando-nos que é pela oração que nos manteremos unidos a Deus e conseguiremos adentrar na glória divina.
– Jesus estava a ponto de Se tornar um embrião no ventre de Maria, mas o simples fato de Se humanizar já criava a necessidade de ter a prática da oração.
E nós, que nunca desfrutamos, como o Cristo, da glória eterna, mas cuja natureza nos destitui dela (Rm.3:23), como podemos pensar em manter uma vida de comunhão com o Senhor sem a oração?
– Como Jesus iniciou o Seu ministério público? Sabemos que o ministério de Jesus se inicia no Seu batismo por João Batista.
Ali, Ele assume o lugar do pecador, deixando-Se batizar pelo profeta, a fim de cumprir toda a justiça (Mt.3:15) e, na condição de substituto dos pecadores, o que faz o Senhor, no instante em que é mergulhado por João no rio Jordão? Ele orou (Lc.3:21)!
– É no instante em que Jesus ora que o céu se abre (Lc.3:21) e, enquanto o Pai diz do céu que Aquele era o Seu Filho que muito Lhe agradara (Mt.3:17), o Espírito Santo desce sobre Jesus na forma de uma pomba, enchendo-O da plenitude do Espírito (Mt.3:16; Lc.3:22,4:1).
– Após o batismo, Jesus vai para o deserto e o que faz durante quarenta dias ali? Ele ora e jejua (Mt.4:2; Lc.4:2), pois, se jejuou quarenta dias, teve de orar durante todo este tempo, pois o jejum nada mais que é reforço à oração.
– O ministério do Senhor Jesus foi uma constante de oração. Jesus orava incessantemente, a mostrar que a oração é uma necessidade para quem quer ter uma vida santa e de comunhão com Deus.
– Jesus sempre Se retirava do convívio das pessoas para ter momentos de oração (Mc.1:35; Lc.5:16; 9:18), momentos que não eram poucos minutos, mas que chegavam a durar a noite inteira, como quando escolheu os Seus discípulos (Lc.6:12,13).
– Jesus tanto orava durante o Seu ministério que os discípulos, sabendo da intensidade de Sua vida de oração, pediu a Ele que os ensinasse a orar (Lc.11:1).
– No momento mais glorioso do Seu ministério terreno, quando Se transfigurou diante de três dos Seus discípulos, o que fez Jesus antes de Se apresentar glorioso? Orou (Lc.9:29)!
– Durante a Sua paixão e morte, a tônica do comportamento de Nosso Senhor e Salvador foi a oração, seja no Getsêmane (Mt.26:39,42,44; Mc.14:35,39,41; Lc.22:41), onde é dito, inclusive, que,
ante a agonia em que Se encontrava, orou com intensidade (Lc.22:44), seja no Calvário, onde, das chamadas “sete palavras da cruz”, três foram palavras de oração (Lc.23:34; Mt.27:46; Lc.23:46).
– Ressurreto, o Senhor Jesus orou, dando graças, antes da refeição com os discípulos que acompanhara em Emaús (Lc.24:30), sendo certo que, ao entrar nos céus, iniciou Sua incessante oração que até hoje perdura em favor dos homens (Is.53:12; Rm.8:34; Hb.7:25).
– Bem se vê, portanto, que o altar de ouro tipifica a Jesus Cristo, o homem de oração por excelência, o homem que é o mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5).
– O altar de ouro deveria ser posto diante do véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo (Ex.30:6).
No lugar santíssimo estava a arca do concerto, local onde Deus Se ajuntaria com o povo (Ex.30:6).
– A colocação do altar de ouro em frente do véu do lugar santíssimo é a demonstração clara de que a oração é o meio pelo qual nós atingimos a presença de Deus.
O altar ficava no lugar santo, mas era colocado estrategicamente na frente do véu, para nos mostrar que é a mediação de Cristo, o Deus feito homem, que nos leva à glória eterna, mas que, por Cristo, adentramos no lugar santíssimo por intermédio da oração, pois,
era neste altar de ouro, que era queimado o incenso, incenso que, certamente, como fumaça, entrava no lugar santíssimo onde estava a arca, onde Deus disse que Se ajuntaria com o Seu povo.
– Tanto assim é que o escritor aos hebreus chega a incluir o incensário, peça em que se punha o incenso para que o mesmo fosse introduzido no lugar santíssimo, no dia da expiação (Lv.16:12), como parte integrante do lugar santíssimo (Hb.9:4),
pois havia uma ligação cerimonial entre esta peça, que levava o incenso queimado no altar para dentro do lugar santíssimo, e o próprio lugar santíssimo, a nos indicar que é a oração um elemento que nos faz entrar na presença do Senhor, que nos faz participantes, desde já, da glória divina
– É através da oração que nos chegamos a Deus, que podemos, desde já, estar na presença do Senhor.
Mas, e isto é importante, o mesmo se dá porque o incenso representa as orações dos santos, pois não é qualquer oração que chega à presença de Deus e que nos leva até o Seu trono.
– O altar de incenso era posto no lugar santo e, ao contrário do que ocorria com o altar de cobre, não era acessível a todos. Somente os sacerdotes podiam chegar até o altar de ouro, pois só os sacerdotes tinham permissão para entrar no lugar santo (Hb.9:6).
– Esta disposição indica-nos, claramente, que somente os que são sacerdotes podem orar ao Senhor e terem a sua oração recebida como cheiro suave ao Senhor, como ocorria com o incenso que era queimado, por exclusividade, pelos sacerdotes no lugar santo e subiam como cheiro suave a Deus.
– Na atual dispensação, são sacerdotes tão somente aqueles que creram em Cristo Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, pois é Jesus que nos faz reis e sacerdotes de Deus, depois de nos ter lavado em Seus sangue dos nossos pecados (Ap.1:5,6).
– Somente pode ser considerado sacerdote, em nossos dias, aqueles que pertencem ao povo de Deus, à Igreja, que é a nação sacerdotal, o sacerdócio real, que foram adquiridos por Cristo, com o preço de Seu sangue (I Co.6:20; 7:23; I Pe.1:18,19),
que não mais se encontram em trevas mas estão na maravilhosa luz do Senhor, que alcançaram a misericórdia divina (I Pe.2:9,10), precisamente porque confessaram os seus pecados e os deixaram (Pv.28:13).
– Os que assim não procederam, mantendo-se numa vida de pecado e de desobediência ao Senhor, não são ouvidos por Deus, ainda que orem, porquanto o pecado faz divisão entre nós e Deus, impedindo que Ele nos ouça (Is.59:2).
Bem disse o cego de nascença curado pelo Senhor que Deus somente ouve aos que O temem e fazem a Sua vontade (Jo.9:31).
– Todos os homens podem orar. O Senhor Jesus falou mesmo a respeito das orações dos gentios (Mt.6:7), que são os que não conhecem a Deus (I Ts.4:5), mas tais orações não são ouvidas pelo Senhor.
Há apenas uma exceção, a oração de que confessa os seus pecados e pede perdão por eles (Pv.28:13; Rm.10:13), oração esta que era feita mediante a imposição de mãos sobre os animais que eram imolados no altar de cobre (Lv.1:4) e que traz o perdão divino (Is.55:6,7).
– Por isso, o altar de ouro se encontrava no lugar santo, porque as únicas orações que são ouvidas pelo Senhor e que fazem seus autores a adentrar na presença de Deus são as orações dos santos, as orações daqueles que,
por terem sido perdoados pelo Senhor e lavados dos seus pecados, podem agora entrar em comunhão com seu Salvador e desfrutar, desde já, da glória eterna, pois o pecado foi retirado e é este pecado que nos impede de participar da glória de Deus (Rm.3:23).
– Desta verdade espiritual, decorre não tanto um privilégio para os santos, mas, bem ao contrário, uma grande responsabilidade.
Se só as orações dos santos são ouvidas por Deus, temos o dever de orar e nunca desfalecer (Lc.18:1) e, por isso mesmo, temos de orar em favor de todos os homens (I Tm.2:1-4), pois, se não o fizermos, não haverá como eles poderem ser ouvidos pelo Senhor.
– Como servos do Senhor, temos amor ao próximo, queremos, também, que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade e, por isso, não podemos ter outra atitude que não seja a de orar pelos homens, notadamente pelos incrédulos, para que o Senhor lhes possa abençoar, como também lhes dar oportunidade para salvação.
– Deixar de orar pelos homens é pecado. Samuel já o reconhecia (I Sm.12:23) e Tiago o confirma (Tg.4:17), pois, ao orarmos pelos homens, estamos praticando o bem e ao deixar de fazê-lo, certamente estamos incorrendo em pecado, pois sabemos fazer o bem e, ao nos omitirmos ao orar pelos homens, estaremos a pecar.
– Não foi por outro motivo que o Senhor, por meio do profeta Jeremias, mandou que os judaítas orassem por Babilônia, já que ficariam setenta anos ali (Jr.29:7), pois, na paz daquela cidade, teriam eles paz.
– Eis um pecado que tem sido ordinariamente cometido por muitos que cristãos se dizem ser, lamentavelmente.
Temos orado pouco, muito pouco e quase nada pelos homens, pelas autoridades, pelos que estão em eminência.
Em tempos de multiplicação da iniquidade, às vésperas do arrebatamento da Igreja, as orações dos santos, que atingem o trono de Deus, poderiam, e muito, minorar os efeitos deletérios que estamos a sentir em virtude do tempo final da dispensação da graça.
– Muitos deixam de orar dizendo que isto é inútil, que as profecias precisam se cumprir, esquecendo-se, porém, que é a própria Bíblia que nos manda orar por todos os homens, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada.
– É evidente que as profecias se cumprirão, que a iniquidade se multiplica, mas, também, é inegável que se o povo de Deus orar e se humilhar, o Senhor o ouvirá e minorará as consequências nefastas dos tempos trabalhosos que vivemos até o dia do arrebatamento da Igreja.
– Babilônia foi destruída, como havia sido profetizado, mas os judaítas tiveram dias de paz, porque oraram por Babilônia. Queremos ter dias de paz? Queremos chegar aos céus?
Façamos a nossa parte, que é, simplesmente, a de orar por todos os homens, pois somente nós, os salvos, somos ouvidos pelo Senhor.
– Além da posição do altar de ouro no lugar santo, outra disposição nos permite verificar a tipologia que nos mostra que somente as orações dos santos são ouvidas e permitem a chegada até a presença de Deus, a saber, a própria composição do incenso.
– O incenso que deveria ser utilizado no culto levítico não era qualquer incenso. Ele tinha uma composição estabelecida pelo próprio Deus e não podia ser utilizado a não ser no culto (Ex.30:34-38).
– O incenso, portanto, era uma coisa santa, ou seja, separada das demais, a nos mostrar que se trata de uma atividade que somente é exitosa e atinge seu objetivo quando desempenhada por alguém que é salva, que alcançou a vida eterna.
– Esta exclusividade do incenso era tão séria que quem fosse apanhado fazendo incenso para uso que não fosse o do culto deveria ser extirpado do povo (Ex.30:38).
Não fazer uso da oração, não orar consoante as disposições da Palavra de Deus faz com que a pessoa acabe sendo excluída do povo de Deus. Que seriedade que muitos ignoram!
– O incenso santo era formado de especiarias aromáticas, a saber: estoraque, onicha, gálbano e incenso, que resultava num perfume temperado, puro e santo (Ex.30:34-38).
– A oração, para ser aceita pelo Senhor, tem de ter a composição determinada por Deus. Nossa oração não pode ser “estranha”, mas ter estritamente os elementos exigidos pelo Senhor.
Como demonstração de submissão a Deus, a oração tem de ter as especificações dadas por Deus e não pelo homem. Como isto é diferente das invencionices trazidas pelos arautos da confissão positiva…
– O primeiro elemento era o estoraque, também denominado em algumas traduções de “bálsamo”, era uma planta de onde se extraem resinas aromáticas com as quais, até hoje, se faz incenso.
A principal planta é o Liquidambar orientalis, uma planta de caule alto que tem seu habitat em impenetráveis florestas em uma região da Turquia.
O estoraque é produzido mediante a percussão enérgica da planta que a faz produzir um soro que é colhido e misturado com a casca do caule previamente triturada, mistura que é enterrada por alguns meses, dando origem à substância perfumada.
– O estoraque representa, na oração, a humildade do cristão na sua jornada com o Senhor.
Assim como o estoraque, uma planta de caule alto, é batido, tem seu caule triturado e produz um soro, por causa das batidas, que misturado ao caule triturado dá origem ao perfume, depois de um tempo de enterro, da mesma maneira o cristão deve negar a si próprio,
abandonar a sua “altura” e se humilhar diante de Deus, permitindo, inclusive, que a tribulação gere a paciência e a paciência, a experiência (Rm.5:3,4), num processo de humilhação com o qual a oração é aceita diante de Deus.
O orante precisa ser alguém que se submete às provações divinas e às experiências que, inicialmente amargas, produzem, depois, um cheiro suave ao Senhor. Temos humildade diante de Deus para que nossa oração seja aceita nos céus?
– O segundo elemento era a onicha, uma especiaria extraída da concha de um molusco branco e oleoso do Mar Vermelho, que, queimada, expelia um odor adocicado. Como se tratava de uma concha que era triturada para que seu pó pudesse exalar o odor adocicado e penetrante, este elemento nos fala da submissão, da entrega total ao Senhor.
Nossa oração tem de refletir tal submissão, uma atitude de completo desprendimento nos braços do Senhor.
A propósito, a onicha, como é extraída do mar, também nos lembra que somente podemos orar a Deus porque fomos resgatados do mundo, porque Deus teve misericórdia de nós. A oração é uma graça divina, um favor imerecido.
Sem consciência deste imerecimento, nossa oração não será aceita pelo Senhor.
OBS: “…Como todos os outros mandamentos que D’us nos ordenou cumprir, não por Ele, mas por nós, Ele nos mandou orar a Ele pelo nosso bem. D’us não precisa de nossas preces, mas nós não podemos ficar sem elas. É bom para nós mesmos reconhecer nossa dependência de D’us para a vida: a saúde, o pão de cada dia e o bem-estar em geral.
Devemos fazê-lo todos os dias e repetidamente. Devemos recordar frequentemente de que nossa vida e felicidade são um presente do Criador misericordioso. D’us não nos deve nada; no entanto, Ele nos dá tudo(…)
A palavra hebraica tefilá deriva do verbo palel (julgar). Usamos o verbo reflexivo lehitpalel (orar) que significa também se autojulgar.
Assim, a hora da prece também é a hora do autojulgamento e da autoavaliação. Se a pessoa se dirige a D’us e pede Suas bênçãos, tem inevitavelmente, de perscrutar seu coração e se examinar para verificar em que altura está dos padrões de conduta que D’us prescreveu para o homem.
Enfatizamos nas preces a infinita bondade e misericórdia de D’us e oramos a Ele que conceda os desejos do nosso coração, não porque o mereçamos, mas apesar de não o merecermos.…” (O CONCEITO judaico da oração. Disponível em: http://www.ejesus.com.br/exibe.asp?id=2153 Acesso em 01 set. 2010).
– O terceiro elemento é o gálbano, retirado de plantas da família das umbelíferas, que produz uma resina que tem alto valor medicinal. A resina é obtida mediante cortes nas hastes, recolhendo-se o suco que escorre.
O gálbano representa aqui a cura espiritual produzida pela salvação e que nos permite chegar à presença de Deus.
Também nos mostra que a oração produz a santificação, porque providencia a cura do nosso interior, retira as arestas que nos impedem de crescer espiritualmente.
Esta cura produzida pela salvação também nos fala da confiança que deve ter a oração, pois está alicerçada em uma fé que nos introduziu na graça de Deus (Rm.5:2).
OBS: “…Num nível ainda mais elevado, a prece se torna avodá (serviço). A Torá nos ordena ‘servir a D’us com o coração’ e nossos sábios questionam: ‘Que espécie de serviço é o ‘serviço do coração’?’
E respondem: ‘É a prece.’ Neste sentido, a prece significa a purificação do coração e de nossa natureza.
O sentido simples de avodá é trabalho. Trabalhamos com material cru e o convertemos em produto refinado e acabado.
Removemos as impurezas e o transformamos em algo útil ou belo. Do mesmo modo, cada judeu está cheio de maravilhosos tesouros de caráter como recato, bondade e outros traços positivos naturais.
Mas, às vezes, estão soterrados e cobertos por “solo” e ‘poeira’ que devem ser removidos. Falamos de uma pessoa de bom caráter como ‘refinada’ ou de caráter ‘refinado’.
Implica em um grande esforço superar coisas como orgulho, ira, ciúmes e traços negativos semelhantes. Tefilá, no sentido de avodá, é a refinaria na qual as impurezas de caráter são removidas.
Estes maus traços de caráter provêm da alma animalesca do homem e são naturais a ela. Mas somos dotados de uma alma Divina que é uma centelha da própria Divindade e o repositório de todas as maravilhosas qualidades que tornam o homem superior aos animais.
Durante a prece, a alma Divina fala a D’us e até a alma animal se enche de santidade. Tornamo-nos cientes das coisas que são verdadeiramente importantes.…” (O CONCEITO judaico da oração. end. cit.).
– O quarto elemento é o incenso propriamente dito, também chamado de olíbano, uma goma resinosa que se extrai de certas árvores, que, desde a antiguidade, era utilizado como um elemento para adoração.
O incenso propriamente dito ou olíbano mostra-nos que a oração deve ser uma forma de adoração a Deus, de glorificação do nome do Senhor, o reconhecimento da soberania divina. Sem esta atitude, nossa oração jamais será aceita por Deus.
OBS: “…O nível mais alto na ‘escada’ da prece é alcançado quando ficamos tão inspirados a ponto de não desejar mais nada a não ser o sentimento de ligação com D’us. Neste nível, tefilá se relaciona ao verbo usado na Mishná (codificação da Lei Oral), tofel, (ligar, juntar).
Nossa alma é uma parte da Divindade e por isso almeja ser reunida e reabsorvida pela Divindade, assim como uma pequena chama é absorvida quando colocada perto de uma chama maior.
Podemos não nos dar conta deste desejo de ligação, mas não obstante ele existe. Na verdade, a alma é “a vela de D’us”.
A chama de uma vela é inquieta e tenta subir, como que procurasse se arrancar do pavio e do corpo da vela, pois tal é a natureza do fogo: forcejar para o alto.
A alma também se dirige para o alto como a chama de uma vela. Tal é a sua natureza, quer estejamos cientes disto ou não.…” (O CONCEITO judaico da oração. end. cit.)
– Nossa oração, portanto, como tipificado no incenso santo do tabernáculo, tem de ser composta de humildade, consciência do imerecimento, fé e adoração.
Qualquer oração que não contenha esta composição será “estranha” e, como tal, abominável ao Senhor. Qual tem sido a composição de nossas orações?
– Arão deveria queimar o incenso cada manhã, quando punha em ordem as lâmpadas (Ex.30:7).
Não há como a Igreja ser a luz do mundo, ou seja, praticar boas obras e evidenciar a glória divina (Mt.5:13,16), como também não há como os salvos na pessoa de Cristo evidenciarem a plenitude do Espírito Santo sem que tenham uma vida de oração.
– Ao mesmo tempo em que se punham em ordem as lâmpadas, se queimava o incenso, numa clara correlação entre a oração e a plenitude do Espírito Santo na vida de quem serve a Deus.
– Não há como termos a glória de Deus, a plenitude do Espírito Santo sem que nos dediquemos à oração.
Nos dias em que vivemos, muitos têm buscado “avivamentos”, “manifestações de poder” sem que se dediquem à oração, sem que mantenham uma vida de oração.
Não oram e querem que o “poder de Deus caia”, o que é um total contrassenso.
– Jesus foi batizado e, enquanto orava, os céus se abriram (Lc.3:21). Não há como abrirmos os céus e recebermos o poder que vem do alto se não for por intermédio da oração.
A igreja primitiva demonstrava o poder de Deus porque perseverava nas orações (At.2:42).
– Muitos, em nossos dias, estão querendo pôr “ordem na casa”, trazer um novo nível espiritual para a igreja local, melhorar a sua própria comunhão com o Senhor, mas se esquecem que isto somente será possível com a oração.
A oração é indispensável para que venhamos a alcançar o progresso espiritual, para que venhamos a ser verdadeiras luzes do mundo, como é o desejo de Nosso Senhor e Salvador.
– A verdade é que temos orado muito pouco. Ao analisarmos as expressões do Senhor Jesus, verificamos que o tempo mínimo de oração admitido pelo Salvador é de uma hora, pois foi este o mínimo cobrado por Cristo no Getsêmane a Pedro (Mt.26:40).
– Esta falta de oração por parte de Pedro, aliás, explica, e muito, as condutas que o apóstolo teria naquele dia.
Depois de ter, imprudentemente, cortado a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote (Mt.26:51; Mc.14:47; Lc.22:50,51; Jo.18:10), vergonhosamente negou o Senhor (Mt.26:69-75; Mc.14:66-72; Lc.22:5462; Jo.18:15-18).
– O próprio Jesus advertira Seus discípulos para que vigiassem e orassem a fim de que não entrassem em tentação (Mt.26:41; Mc.14:38; Lc.22:40,46), pois a oração traz, justamente, a força necessária para que não sucumbamos às dificuldades que nos apresentam na nossa peregrinação terrena.
– Mas, além de queimar incenso quando pusesse em ordem as lâmpadas pela manhã, Arão devia, também, queimar incenso quando acendesse as lâmpadas à tarde (Ex.30:8), ou seja, no final do dia, também, deveria queimar incenso, quando estivesse a abastecer as lâmpadas com azeite.
– Verifiquemos que, pela manhã, quando as lâmpadas eram postas em ordem, ou seja, quando se via se havia, ou não, morrões, quando se usavam os espevitadores e apagadores, o incenso era queimado, tendo, pois, como já vimos, o significado de que não há avivamento, não há fortalecimento, não há arrumação na vida espiritual sem que se tenha oração.
– No instante em que as lâmpadas eram abastecidas, em que era posto azeite, também se devia queimar incenso, ou seja, não há como nos enchermos do Espírito Santo, sermos utilizados como instrumento do poder de Deus se não for através da oração.
O que faziam os discípulos quando foram cheios do Espírito Santo no dia de Pentecostes? Oravam (At.1:14; 2:1)!
– Em nossos dias, porém, há muitos que substituíram a oração por “campanhas”, “festividades”, “shows gospel” e tantas outras coisas para que se tenha a presença do Espírito Santo, para que se tenha o poder de Deus.
O resultado é a mistificação que temos visto e que tem distanciado muitos do verdadeiro e genuíno Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Tomemos cuidado, amados irmãos!
– No altar de ouro, não poderia ser oferecido incenso estranho nem holocausto nem oferta, nem poderia ser derramado sobre ele libações (Ex.30:9).
– O altar de ouro ficava no lugar santo e, portanto, não era o local apropriado para que se oferecessem sacrifícios e ofertas, o que devia ser feito no altar de cobre, que ficava no pátio do tabernáculo e, depois, do templo.
– Somente pode ter vida de oração quem já se encontra devidamente salvo na pessoa de Jesus Cristo.
As orações que sobem à presença do Senhor são as orações daqueles que já se encontram em comunhão com Deus por terem crido em Jesus.
– Também não são aceitas “orações estranhas”, ou seja, orações cujos componentes não são os indicados pelo Senhor.
Se isto dizia respeito à composição do incenso no culto levítico, isto também tipifica os elementos que devemos ter em nossas orações, nesta adoração em espírito e em verdade que empreendemos na dispensação da graça.
– Assim, se as nossas orações não tiverem os componentes da humildade, consciência do imerecimento, fé e adoração, certamente não serão aceitas pelo Senhor.
Por isso, resultado algum tem a chamada “oração contrária”, verdadeira feitiçaria praticada por sedizentes cristãos, que, ao assim proceder, estão apenas acumulando para si maldição, pois, no altar de incenso, não podia ser oferecido “incenso estranho”.
– Entretanto, apesar destas proibições, o sangue não ficava ausente do altar de ouro. Uma vez ao ano, o sumo sacerdote deveria fazer expiação sobre as pontas do altar com o sangue do sacrifício das expiações (Ex.30:10).
– Numa demonstração de que a comunhão com Deus exigia o derramamento de sangue que retiraria o pecado do mundo, a morte do Cordeiro de Deus, no dia da expiação, o sumo sacerdote deveria pegar do sangue feito pelo sacrifício do povo e coloca-lo nas pontas do altar de ouro.
– O sangue da expiação do povo, ou seja, o sangue cujo derramamento significava a cobertura dos pecados do povo e o perdão divino, devia ser posto nas pontas do altar de incenso, para que todos se lembrassem que as orações somente subiam à presença de Deus, chegavam ao trono do Senhor, por causa do perdão dos pecados.
– Nunca se oferecia animal algum ou qualquer oferta sobre o altar de ouro, mas suas pontas tinham a marca do sangue do sacrifício das expiações.
Somente conseguimos entrar no santo dos santos, através das nossas orações, porque o Senhor Jesus morreu por nós na cruz do Calvário, porque nos abriu um novo e vivo caminho pela Sua carne (Hb.10:19,20).
II – O ALTAR DE OURO NO RITUAL DO DIA DA EXPIAÇÃO
– Não há muita alusão no livro de Levítico a respeito do altar de ouro, pois o livro está centrado na questão dos sacrifícios e, como já aludimos há pouco, o altar dos sacrifício era o altar de cobre, não o altar de ouro.
– Certo é que, como já também vimos anteriormente, o incenso era um elemento que, em certos tipos de sacrifício, tinha de estar presente, mas tal incenso, embora fosse o incenso santo que era queimado, não se tratava do cerimonial de queima do incenso perante o altar de ouro, queima esta que era feita, diariamente, de manhã e de tarde.
– Esta queima contínua do incenso no altar de ouro fala-nos da constância da oração, da sua ininterrupta prática por parte dos sacerdotes, isto é, em nosso tempo, por parte dos membros da Igreja.
– O apóstolo Paulo diz, na sua primeira epístola aos tessalonicenses, que muitos entendem ter sido a primeira epístola paulina a ser escrita e, muito provavelmente, o primeiro livro do Novo Testamento, que os salvos deveriam orar sem cessar (I Ts.5:17). Já para os efésios, o apóstolo afirmou que deveriam eles orar em todo o tempo (Ef.6:18).
– A oração é contínua, ininterrupta. Isto não significa dizer que nada devemos fazer a não ser orar.
É evidente que estamos no mundo e isto nos obriga a termos diversas atividades, que requerem nossa atenção e dedicação, mas, durante todo o tempo, nós temos de estar tudo discernindo espiritualmente, bem como meditando nas coisas do Senhor.
– Devemos sempre aproveitar as oportunidades que se nos apresentam para orar, para focar a nossa mente nos céus e no trono da graça, para comparecermos à presença do Senhor, mas, nos momentos em que estivermos a prestar atenção nos afazeres desta vida, precisamos estar sempre prontos para orarmos, em condição de agir como Neemias que, depois de ter orado e jejuado por quatro meses, quando estava servindo o rei Artaxerxes, ao ter a oportunidade de fazer o pedido para reedificar Jerusalém, fez uma pronta oração, que foi ouvida pelo Senhor que lhe concedeu a oportunidade de governar os seus compatriotas (Ne.1:1,4; 2:1,4-6).
– Orar sem cessar, portanto, é aproveitar todos os momentos que tivermos para nos dedicarmos integralmente à oração, dirigindo-nos ao Senhor, mas, nos momentos em que isto não for possível, estarmos sempre em condição de, imediatamente, em surgindo a oportunidade, entrar em contato com os céus.
– É interessante observar que, enquanto o sacerdote queimava o incenso no lugar santo, o povo, pelo menos nos dias do segundo templo, ficava do lado de fora do pátio orando, tanto que foi, numa dessas ocasiões, que o anjo Gabriel apareceu a Zacarias, pai de João Batista (Lc.1:10).
– O povo, que não podia queimar incenso no altar de ouro, já havia aprendido que o incenso representava as orações, tanto que, enquanto o sacerdote oferecia o incenso, oravam ao Senhor, sendo esta, pois, uma das “horas da oração”, que eram a hora terceira e a hora nona, os horários da queima do incenso (At.3:1).
– Aliás, por conta mesmo da queima do incenso, havia o costume entre os judeus de orar três vezes ao dia, como, aliás, fazia Daniel (Dn.6:10), costume este que já era mencionado pelo salmista Davi (Sl.55:17).
OBS: “…Daniel não orava somente quando surgiam problemas: orar era seu costume. Exemplo digno de ser imitado.
Orar três vezes ao dia era uma tradição em Israel e Daniel era um conservador dos bons costumes. ‘De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e Ele ouvirá a minha voz’ (Sl.55:17).…” (OLIVEIRA, José Serafim de. Daniel: profecias atuais, p.82).
– Estas três orações correspondem às já aludidas três palavras de oração de Cristo na cruz do Calvário. Assim que Jesus era pregado na cruz, na hora da manhã, na hora terceira, Ele pediu perdão dos pecados de Seus algozes ao Seu Pai (Lc.23:34).
– Depois, quando o pecado da humanidade caiu sobre o Senhor, havendo trevas sobre toda a Terra, e isto se deu ao meio-dia (Mt.27:45; Mc.15:33), o Senhor passou a sentir que o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e, três horas depois de suportar as contradições dos pecadores, clamou ao Pai, que O havia desamparado (Mt.27:46; 15:34).
– Por fim, já na hora nona, na hora da queima do incenso e do sacrifício contínuo do cordeiro da tarde, o Senhor Jesus entregou a Sua vida, expirou, entregando o Seu espírito ao Pai (Lc.23:46).
– Devemos, portanto, ter momentos exclusivos de oração, sem que isto signifique de deixemos de estar prontos a orar assim que se nos dê oportunidade, já que devemos orar incessantemente.
– Além da queima do incenso, porém, o altar de ouro também estava presente no cerimonial do dia da expiação, o dia em que, solenemente, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo, para levar o sangue derramado pelo pecado do povo de Israel, sangue advindo do bode expiatório, cobrindo com sangue o propiciatório de ouro, que era a tampa da arca do concerto, com isto aplacando a ira divina sobre o pecado por um ano.
– Esta cerimônia, que ocorria no dia dez do sétimo mês, que é também conhecido como “dia do perdão” (“Iom Kippur”), começava com o sumo sacerdote oferecendo sacrifício pelos seus próprios pecados e, depois,
sacrificava um bode pelos pecados do povo e, então, tomava o incensário cheio de brasas do fogo do altar, de diante do Senhor, e os seus punhos cheios de incenso aromático moído e o metia dentro do véu (Lv.16:1-12).
– Assim, após ter havido os sacrifícios pelos pecados do próprio sumo sacerdote e pelos pecados do povo, havendo, pois, o derramamento de sangue, o sumo sacerdote podia, então, queimar incenso e oferecê-lo no lugar santíssimo, não entrando, ainda, no lugar santíssimo,
mas pondo o incensário dentro daquele compartimento, para que o incenso tomasse conta do ambiente, a fim de que ele, sumo sacerdote, pudesse entrar para levar o sangue até a tampa da arca.
– A oração é o meio pelo qual entramos na presença de Deus. Por meio dela, depois que Jesus derramou o Seu sangue na cruz do Calvário, podemos entrar até o trono da graça, como nos afirma o escritor aos hebreus.
– Tendo Jesus morrido por nós e tirado o pecado do mundo e tendo nós crido em Jesus como Nosso Senhor e Salvador, podemos, então, nos apresentar diante de Deus, ir até o trono da graça, já aqui na Terra, podermos desfrutar e participar do ambiente celestial.
– Por isso, no livro do Apocalipse, vemos as orações dos santos chegando até o trono de Deus (Ap.5:8; 8:4), pois não há mais o impedimento do pecado para que possamos ter perfeita comunicação com o Senhor, pois é a comunicação que gera a comunhão.
– A nuvem do incenso deveria cobrir o propiciatório a fim de que Arão não morresse assim que entrasse no lugar santíssimo para ali levar o sangue derramado do bode expiatório (Lv.16:13).
– O sumo sacerdote, tendo em vista que o pecado não havia ainda sido removido, tanto que o véu estava ali fazendo a divisão entre o lugar santo e o lugar santíssimo, não poderia, sem que morresse, comparecer e ver a própria arca do concerto com “os seus próprios olhos”, devendo, apenas, ver algo como que embaçado, já que a nuvem do incenso cobria o propiciatório.
– Atualmente, porém, como o véu do templo se rasgou de alto a baixo, temos nítida visão da glória divina, nada nos impede de chegar com ousadia e com confiança diante do trono da graça (Hb.4:16),
pois temos à direita do Pai um grande sumo sacerdote (Hb.10:19-21), que não entra mais uma vez ao ano, com temor e tremor, mas alguém que está assentado no próprio trono do Pai, vitorioso que foi sobre o pecado (Ap.3:21). Aleluia!
– No entanto, como nós, homens, somos criaturas e o Senhor, o Criador, não há como termos condição de igualdade ou paridade com a divindade, vez que nossos pensamentos e caminhos não são os pensamentos ou caminhos do Senhor (Is.55:8,9).
– Por isso mesmo, embora tenhamos livre acesso ao Senhor e desfrutemos de participação na glória divina pela oração, o fato é que nossas orações não se apresentam a Deus da mesma maneira que são proferidas por nós, pois são como que “aperfeiçoadas”, “corrigidas” tanto pelo Espírito Santo (Rm.8:26) como pelo Senhor Jesus (Rm.8:27; Is.53:12; Hb.7:25).
– Por isso, há uma tipificação deste embaçamento do ambiente do lugar santíssimo pela nuvem de incenso sobre o propiciatório, que é a de que as nossas orações são, de certo modo, modificadas pela própria intercessão das Pessoas Divinas do Espírito Santo e do Filho,
de modo que são superadas as suas imperfeições, pois nossas orações sempre são imperfeitas, na medida em que são geradas por serem imperfeitos, de modo que possam adentrar na dimensão celestial, onde reina a perfeição.
– Eis, então, mais um motivo para crermos e entrarmos com confiança diante do trono de Deus, através da oração, porque as nossas imperfeições são completamente anuladas quando ali adentramos em nossas orações, visto que o Espírito Santo, que conosco ora,
e o Senhor Jesus, que por nós intercede à direita do Pai, suprimem as imperfeições, permitindo-nos ter completa e integral comunhão com a divindade. Se tivéssemos isto sempre em mente, jamais desperdiçaríamos os momentos de oração.
– Em seguida ao enchimento do incenso no lugar santíssimo, o sumo sacerdote, então, entraria no santo dos santos e espargiria o sangue sobre o propiciatório e, posteriormente, faria a expiação do tabernáculo, e depois do templo, inclusive pondo deste sangue nas pontas do altar de ouro que, como já dito supra, era a única oportunidade em que era posto sangue neste altar (Lv.16:20,33).
– Nossas orações sempre devem ser feitas em nome de Jesus, pois é graças ao Seu sangue derramado que se rasgou o véu do templo de alto a baixo. É em nome d’Ele que devemos orar (Jo.14:13,14; 15:16; 16:23,24,26).
– Dizemos isto porque, equivocadamente, muitos estão a proferir orações, atualmente, em nome do Pai, do Filho do Espírito Santo, sendo que tal expressão somente encontra amparo bíblico na fórmula batismal (Mt.28:19).
– Jesus mandou que pedíssemos em Seu nome e isto tem uma razão de ser. Como passamos a desfrutar da vida eterna, da glória divina com a oração, é importantíssimo que saibamos o papel de cada Pessoa Divina.
O Pai é o receptor da oração; o Filho, o intercessor que, à direita do Pai, intercede por nós, como grande sumo sacerdote que é; o Espírito Santo é o nosso companheiro de oração, Aquele que, tendo sido enviado pelo Pai e pelo Filho, está ao nosso lado (“Paracleto”, “Consolador”) e que, por isso, com gemidos inexprimíveis, está intercedendo “aqui de baixo”, enquanto nós oramos.
– Orar “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” é desfazer toda esta distinção bíblica das Pessoas Divinas, o que é irrazoável e apenas reflete uma cópia de uma expressão advinda da Igreja Romana.
Por isso, devemos evitar tal prática, máxime quando aprendemos a tipologia do altar de ouro e das orações dos santos no culto levítico.
Ev. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/2813-licao-13-as-oracoes-dos-santos-no-altar-de-ouro-i