Juvenis – Lição 01 – O que é Ética Cristã
INTRODUÇÃO
A cidadania celestial é conquistada a partir do reconhecimento do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, entretanto, esta cidadania é consolidada quando vivemos aqui na terra a ética cristã.
Nesta presente lição definiremos os termos ética e ética cristã, veremos a diferença entre ética e moral, identificaremos os fundamentos da ética cristã, conheceremos a ética cristã sistematizada, finalizando o nosso estudo com o viver ético cristão a partir do referencial do caráter divino.
- DEFINIÇÃO DE ÉTICA
1.1. DEFINIÇÃO SEMÂNTICA
A palavra Ética em seu sentido semântico é o segmento da filosofia que estuda os fundamentos da moral segundo um conjunto de regras, normas, costumes, tradições que definem um padrão de conduta aceitável por uma comunidade, povo e nação.
1.2.DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA
A palavra Ética em seu sentido etimológico vem da palavra grega “ethos” que significa “costumes” ou “hábitos” e também do latim “mos” que significa “normas” ou “regras”.
- DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL
Como já definimos a ética é o fundamento base para a definição de comportamentos e condutas aceitáveis por uma sociedade, enquanto que a moral é o reflexo prático dos comportamentos e condutas éticas adotadas por esta sociedade.
Logo, a ética que é o fundamento base para a moral prática pode variar no tempo e nas transformações sociais, portanto, são mutáveis de acordo com a organização de uma sociedade.
- DEFINIÇÃO DE ÉTICA CRISTÃ
É o fundamento base que define comportamentos e condutas para os cristãos a partir das normas, regras e valores exarados na Bíblia Sagrada onde estas coletâneas normativas e de valores são absolutas e imutáveis, isto é, não se alteram no tempo nem de geração a geração.
- FUNDAMENTOS BASE DA ÉTICA CRISTÃ
A ética cristã tem na Palavra de Deus (A Bíblia Sagrada) o seu principal fundamento, sendo este absoluto e que não se relativiza e, esta condição é ratificada pelo autor das Sagradas Escrituras, um Deus onipotente, onipresente e onisciente. (2 Tm 3:16; Ec 12:13; 1 Pd 1:21;Mt 24:35)
Podemos considerar como fundamentos secundários da ética cristã posicionamentos sociais e espirituais adotados pela igreja, que representa o corpo de Cristo, e o ordenamento jurídico de uma comunidade, povo e nação desde que não entrem em confronto ou contrariem os valores exarados na Bíblia Sagrada.
Os fundamentos secundários só serão aceitos se estiverem totalmente de acordo com a Palavra de Deus (Bíblia Sagrada) que é o fundamento original e principal que jamais poderá ser excluído ou substituído.
A Bíblia Sagrada definida como um conjunto de livros traz em seu bojo uma riqueza de ordenamentos éticos para a vida de um ser humano como por exemplo:
Os dez mandamentos, os profetas, o Evangelho de Cristo segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, as epístolas paulinas e gerais, porém, o mais alto nível ético advém do sermão do monte proferido por Jesus onde várias questões são tratadas culminando com a ordenança de Jesus de que em primeiro lugar devemos buscar o reino de Deus e a sua justiça.(Mt 6:33)
- A ÉTICA CRISTÃ SISTEMATIZADA
5.1. CONCEITO DA ÉTICA CRISTÃ DEONTOLÓGICA
Apresenta a ética cristã como um dever de todo cristão praticar a Palavra de Deus.
5.2. CONCEITO DA ÉTICA CRISTÃ TELEOLÓGICA
Apresenta a ética cristã numa visão integral, ou seja, o resultado de um comportamento ou conduta deve ser alcançado por meios lícitos e que convenham alinhados com a Palavra de Deus. (1 Co 10:23)
- O VIVENDO A ÉTICA CRISTÃ
A despeito dos normativos exarados nos dez mandamentos, nos profetas, no Evangelho de Cristo segundo Mateus, Marcos, Lucas e João, nas epístolas paulinas e gerais e no sermão do monte, vamos trabalhar neste ponto o homem feito a imagem e semelhança de Deus como um verdadeiro cidadão do céu para um viver ético cristão na terra, a saber
6.1. O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (Fp 1:27)
Nesta passagem bíblica, o apóstolo Paulo conclama aos cristãos filipenses, a adotarem uma conduta digna e verdadeira de vida cristã, porque se comportando desta forma, podem desfrutar do progresso e alegria espiritual, tendo assim motivos verdadeiros para júbilo e regozijo.
Isto significa, que todos os cristãos devem ter uma conduta moral e espiritual que reflita a dignidade incontestável de um cidadão celestial, cuja pátria supremamente é a celestial e depois a terrena, mas que em ambas se glorifica à pessoa de Cristo.
Mas de que maneira se vive de modo digno o Evangelho de Cristo? Com a absoluta certeza viveremos o Evangelho de Cristo, se procedermos de acordo com as exigências morais exaradas na Palavra de Deus, mostrando em todas as oportunidades vivenciadas, gratidão ao Senhor, buscando o progresso do Evangelho de Cristo, isto é, a proclamação da salvação somente em Cristo, demonstrando o grande valor e poder deste Evangelho, sem se importar com as perseguições, intimidação de adversários intra e extra igreja, sendo motivo de alegria sofrer pelo Evangelho do Senhor Jesus. Deus é o nosso referencial de qualidades morais e de comportamento e conduta.
6.1.1. AS QUALIDADES MORAIS DE DEUS
Nas qualidades morais de Deus temos o referencial máximo e supremo de viver em excelência de modo digno como um autêntico Cristão na pátria terrena e muito mais na pátria celestial. Isto nos remete a conhecermos estas qualidades para ser o nosso espelho em termos de conduta cristã
6.1.1.1. PUREZA MORAL
Esta qualidade se refere com amplitude à isenção absoluta de Deus a qualquer postura que seja alinhada ao que é perverso ou mau. Isto nos coloca na posição de que qualquer dos nossos pensamentos e procedimentos em relação a Deus e ao próximo, não poderá trazer em seu bojo perversidade e maldade. Esta pureza moral abrange dimensionalmente as virtudes de:
SANTIDADE
A santidade de Deus é traduzida pela sua não participação do mal em sentido algum. Deus é absolutamente puro e bondoso e não se deixa manchar pelo mal, Ele não tolera a presença do mal e em sentido mais amplo abomina o pecado. Deus quer que estejamos sempre, separados de tudo que é pecado, de tudo que é mal, para sermos santos como Ele é santo (Lv 11:44-45)
A retidão de Deus é demonstrada por suas ações que sempre são corretas, Deus só faz o que é certo e seus atos estão de acordo com a Lei que Ele mesmo estabeleceu em sua Palavra.
Então Deus é justo e honesto no que faz, porque tudo que Ele faz estar coerente com a sua Lei. Nós cristãos devemos ter todas as nossas ações pautadas no que é justo, correto e honesto segundo a vontade de Deus. (Sl 19:79).
JUSTIÇA
A justiça de Deus se reflete na sua exigência de que todos os homens obedeçam os preceitos e padrões morais determinados por Ele.
Enquanto a retidão é fazer o certo do ponto de vista individual do próprio Deus, a justiça é o seu instrumento para que todos procedam com retidão e se escolherem em não agir com retidão, certamente serão punidos de acordo com os próprios preceitos previstos e registrados na Lei do Senhor. Esta é a justiça de Deus
Um exemplo é que Deus punirá o pecado, pois, como o pecado não guarda em hipótese nenhuma a retidão conforme a Lei de Deus, este será punido. Somos pecadores, porém não devemos viver em pecado (Rm 6:23).
6.1.1.2. INTEGRIDADE
A Integridade possui uma relação direta com a verdade e isto nos remete a pensarmos que a verdade se reflete no que dizemos, no que somos e no que demonstramos em nossos atos coerentemente com o que falamos e com que somos intrinsecamente.
GENUINIDADE
Ser genuíno é ser verdadeiro, original, real e assim, não há outro Deus verdadeiro, original e real, além de Yahweh, Ele é o único Deus Verdadeiro, Vivo e Eterno.
A Ele toda a nossa honra, toda a glória, todo o nosso louvor e adoração. Nós cristãos temos que ser verdadeiros e não aparentes casas caiadas de moralidade. Nossa natureza deve exprimir a verdade e em sua essência ser verdadeiro. (Jr 10:1-11).
VERACIDADE
A Veracidade de Deus se traduz na sua Palavra, pois todas a palavras proferidas de sua boca são verdadeiras. Nele não há mentiras, enganos e subterfúgios.
Tudo que Deus fala é verdade. Nós para sermos cristãos autênticos temos que afastar da nossa boca a mentira e professar em toda e qualquer circunstâncias palavras verdadeiras, dignas de honestidade. (Hb 6:13-20).
FIDELIDADE
A fidelidade de uma pessoa é demonstrada quando se tem a prova de que o que ela fala que é ou o que vai fazer, se ratifica no proceder. Deus é fiel, porque Ele mantêm e executa todas as suas promessas e assim Deus também espera que todos os homens se espelhem na sua fidelidade. (Nm 23:19; 1Ts 5:2324)
6.1.1.3. AMOR
Devemos entender que o amor não é só sentimento, mas também se reveste de um comportamento, uma ação de se doar ao próximo com benevolência e misericórdia (1 Jo 4:7-20).
BENEVOLÊNCIA
A benevolência de Deus para a raça humana é notória quando Ele cuida e age para o bem estar de todos. Deus sempre busca realizar o bem, pois Ele faz nascer o sol sobre os maus e os bons, faz a terra produzir alimentos para os maus e os bons.
Deus cuida até da forma de vida sub-humana tais como os animais, os vegetais, etc. Sejamos benevolentes, isto é, buscar sempre fazer o bem e sem qualquer acepção de pessoas. (Mt 6:25-34).
MISERICÓRDIA
Se não fosse a misericórdia de Deus seríamos instantaneamente consumidos. É pela infinita misericórdia do Senhor, demonstrada pela sua compaixão, que temos o perdão de nossos pecados.
O coração de Deus afetuoso e amoroso voltado para nós buscando sempre uma relação de ser supremo adorado e de homem adorador em amor revela sua misericórdia e compaixão. Deus quer que nós sejamos misericordiosos uns para com os outros, tal qual, como Ele é misericordioso. (Sl 103.13)
6.2. O COMPORTAMENTO DO CRISTÃO DIANTE DA OPOSIÇÃO AO EVANGELHO (Fp 1:28-30)
O grandioso apóstolo Paulo exorta os Cristãos filipenses para que resistissem aos falsos obreiros que atormentavam e perseguiam a igreja de Filipos, distorcendo as doutrinas cristãs e lhes impondo sofrimentos.
Esta resistência devia ser construída no enfrentamento dos falsos ensinos com coragem, perseverança e alegria no Espírito.
Um grande exemplo de resistência aos ataques dos inimigos foi o de Neemias por ocasião da construção dos muros de Jerusalém.
Os inimigos queriam parar a obra de reconstrução por meio de ataques militares, mas Neemias usou da arma espiritual da oração e também da diligência de seus patrícios em construir o muro enquanto outros empunhavam espadas para se defender dos eventuais ataques inimigos.
Eles venceram e acabaram a reconstrução do muro pela oração e esforço do seu Trabalho. Fica para nós neste episódio a lição de que com oração e esforço façamos a obra do Senhor e não permitamos intra ou extra igreja qualquer deturpação do Evangelho de Cristo. (Ne 4:1-23).
6.3. O COMPORTAMENTO DO CRISTÃO PARA PROMOVER A UNIDADE DA IGREJA (Fp 2:1-4)
O Apóstolo Paulo apela ao bom senso dos cristãos para que se mantenham num só pensamento, preservando assim a unidade da igreja, e isto perpassa pelo sentido de ajuda mútua a de se evitar partidarismo, egoísmo, vanglória pautando as relações interpessoais pela comunhão e humildade.
A ética cristã tem como princípio básico a manutenção dos princípios orientadores do Espírito Santo nas relações entre Cristãos vivendo no conforto de Cristo que é o trabalho pelo o evangelho feito em perfeita harmonia, na consolação de amor,
por que sem amor não há consolo espiritual, na comunhão do Espírito, que unifica a igreja como corpo de Cristo, nos entranháveis afetos e compaixões, que se ratifica na prática do amor suportado pela benevolência e misericórdia promovendo um avivamento da igreja de Cristo. (Ef 4:1-4).
- CONCLUSÃO
Somente com a presença do Espírito Santo em nosso coração, somente com as nossas vidas totalmente dependentes e presididas pelo Espírito Santo é que podemos solidificar a ética cristã em nosso ser e a unidade cristã com base na harmonia, comunhão, companheirismo, amor mútuo, sem partidarismo, vanglória e egoísmo.
O viver ético cristão e a unidade de Fé se consolida quando temos o fruto do Espírito que são qualidades inerentes ao próprio Deus que devemos desenvolver em nosso ser, no nosso proceder do dia a dia (Gl 5:22-26).
Fonte: https://proflucasneto.files.wordpress.com/2018/03/notas_2t_2018_adultos_lic3a7c3a3o-1_a-c3a9tica-cristc3a3.pdf