Jovens – Lição 4 – O Que Cristo Fez Por Nós
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Esclarecer o que significa o caráter vicário da morte de Cristo;
Demonstrar que a expiação salvadora de Jesus foi ilimitada;
Apresentar as características singulares do sacrifício de Jesus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Todos os fatos a respeito da pessoa e da obra de Jesus Cristo são importantes, pois contribuem para que vivamos um Cristianismo autêntico e saudável.
Embora o número de igrejas evangélicas venha crescendo no Brasil, estamos vivendo tempos difíceis, em que muitos se dizem cristãos, entretanto não conhecem o que Cristo fez por nós. Por isso, a relevância do tema desse capítulo.
Juntos, refletiremos a respeito das características e os princípios espirituais que fazem parte da obra vicária de Jesus Cristo.
Veremos que homem algum poderia ter feito o que Cristo fez por nós. Sua morte vicária não foi um acidente ou apenas uma escolha errada dos líderes judeus, ou um erro das autoridades romanas.
A morte expiatória do Filho de Deus é na verdade a maior prova de amor que a humanidade experimentou.
O sacrifício de Cristo nos prova o quanto Ele nos amou; um amor incondicional. É fácil amar alguém que nos ama e que de alguma forma corresponde ao nosso afeto, mas Ele nos amou quando ainda não o conhecíamos:
“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). O nascimento de Jesus fez com que a humanidade decadente e que andava em trevas visse a luz.
Jesus poderia ter se salvado da vergonhosa morte da cruz? Sim! No Getsêmani Ele orou pedindo ao Pai Celeste que, se possível, Ele não tomasse o cálice de sofrimento que lhe estava reservado, contudo, por amor, preferiu fazer a vontade do Pai e suportou tamanha aflição e dor.
Não se esqueça de que Ele poderia ter evitado a dor e a vergonha da cruz, e num piscar de olhos, ter dado fim aos seus algozes. Entretanto, por amor e compaixão por nós, submeteu-se até mesmo aos seus inimigos.
Você já parou para pensar que nós tivemos uma participação naquela triste manhã no Monte do Calvário?
Tivemos participação pois nossos pecados estavam sobre aquela cruz. O Filho de Deus tomou sobre si as nossas dores, as nossas enfermidades os nossos pecados (Is 53.4). Hoje só cabe a nós crer, reconhecer e aceitar o seu sacrifício como a única maneira de reconciliação com Deus.
Jesus enfrentou toda a sorte de dores, angústias, traição e violação de direitos por amor — para a nossa salvação e vitória. Que esse capítulo nos ajude a refletir e aceitar, com gratidão, tudo que Ele fez e continua a fazer por nós.
I – A MORTE VICÁRIA
A salvação do homem mediante o sacrifício vicário de Jesus é o tema central das Escrituras Sagradas. Já no Livro de Gênesis encontramos a questão da redenção (Gn 3.15).
O sistema sacrificial do Antigo Testamento, instituído pelo Senhor, e entregue aos hebreus por Moisés, apontava para um sacrifício maior e perfeito: o de Jesus Cristo.
Os sacrifícios foram a forma que o Deus que é Santo utilizou para que seu povo não fosse consumido pelos seus atos pecaminosos. Mediante o sacrifício de animais — bodes, carneiros, bois, pombinhos — o homem tinha seu pecado encoberto e assim podia se aproximar do Senhor, desfrutar de sua comunhão e bênçãos (Lv 1; 6.8-13; 8.18-21;16.24).
Segundo Daniel B. Pecota1 “os atos salvíficos do Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico que seria realizado pelo Filho Unigênito de Deus.”
Entretanto, é importante ressaltar que o sistema de sacrifícios da antiga aliança não incluía toda a humanidade.
Todavia, a morte vicária de Cristo foi em favor de toda a humanidade. Todos foram alcançados por um único ato de amor.
Antes de morrer Ele sofreu por mim
O propósito de Deus em relação ao sacrifício de Jesus é único. A finalidade nunca foi nos trazer benefícios ou vantagens, como libertação, cura e vida eterna. Cristo não morreu para nos trazer favores e privilégios.
Precisamos compreender que Ele morreu em nosso lugar, ou seja, “ao invés de”. Ao morrer na cruz, Jesus assumiu as nossas culpas e tomou para si a penalidade dos nossos pecados. A morte vicária de Cristo foi um ato voluntário de expiação pelos nossos pecados.
Jesus, nosso sacrifício perfeito, se entregou voluntariamente para morrer em nosso lugar (Mt 27.35,36; Ef 5.2; Hb 7.26).
No madeiro Ele carregou o peso dos nossos pecados, e seu corpo foi moído por nossas iniquidades; seu sofrimento foi físico, emocional e espiritual. Jesus foi torturado, foi traído por seu discípulo e vendido por trinta moedas de prata; Pedro negou conhecê-lo.
Todavia, Jesus não usou do seu poder para livrar-se da dor e do sofrimento. No Getsêmani, ao ser preso, um de seus discípulos, utilizando uma espada, cortou a orelha de um empregado do Grande Sumo Sacerdote (Mt 26.51).
Porém Jesus, além de curar o homem, repreendeu duramente o discípulo. Ele afirmou que se quisesse, poderia pedir proteção ao Pai e Ele enviaria “doze legiões de anjos” (Mt 26.53) para livrá-lo.
Ele entregou-se completamente
Não sabemos lidar com a morte e nem mesmo gostamos de ouvir a respeito desse tema. Talvez, porque não fomos criados por Deus para morrer.
A morte física e espiritual é uma das consequências da Queda. Todavia, como cristãos, ela não nos amedronta, pois temos uma esperança viva — Jesus. Ele venceu a morte.
No mundo antigo, a morte era algo que causava pavor. Quem sabe tenha sido uma das razões dos discípulos de Jesus terem ficado tão abatidos e decepcionados ao verem aquEle que eles acreditavam que iria redimir Israel, ser crucificado e morto. Observe o que nos diz Jeremiah Johnston2 a respeito da morte no mundo grego-romano:
No mundo greco-romano, a morte significava o fim. Não havia esperança, somente pesar. Por isso que o ministério de Jesus foi absolutamente notável.
Ele não somente predisse a sua própria morte e ressurreição corpórea (Mc 9.31), como também encarregou seus discípulos de pregar o Reino de Deus e “ressuscitar os mortos” (Mt 10.8).
Muitos, até os dias atuais, discutem e desejam saber quem foram os culpados e responsáveis pela morte de Jesus.
Os culpados não foram os judeus e nem mesmo os romanos. Toda a humanidade foi responsável pela morte do Filho de Deus, pois todos pecaram (Rm 3.23).
Tudo começou com a desobediência de Adão e Eva. O pecado entrou no mundo por intermédio de um homem e contaminou toda a humanidade (Rm 5.12).
Contudo, Deus não foi apanhado de surpresa; o Senhor em sua presciência, desde a fundação do mundo, já havia preparado um Cordeiro para morrer pelos pecados da humanidade (Ap 13.8).
A morte de Cristo foi determinada por Deus antes mesmo da Queda, para resgatar toda a humanidade (Jo 1.29).
Se você ler a genealogia do Salvador, registrada por Lucas, verá que Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38).
Apesar da aparente vitória do pecado e do Diabo sobre a humanidade, Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22).
Jesus entregou-se por nós voluntária e inteiramente. Como homem, experimentou a dor física e emocional; sua agonia foi devastadora.
Mas Ele sempre deixou claro para os seus discípulos que viera ao mundo não somente para ensinar, curar e anunciar o Reino de Deus, mas para morrer por toda a humanidade.
Você já parou para pensar que tudo que Ele sofreu foi por amor a nós? Ele não veio a este mundo tenebroso por causa dEle mesmo, todavia Jesus veio para nos salvar.
Embora o Salvador tenha sido acusado de blasfêmia e de traição em uma corte civil, Ele não foi vítima de uma injustiça cometida pelo Sinédrio ou por Pilatos: Jesus foi punido diante de Deus, em nosso lugar, por amor a nós.
Assim como Ele fez, façamos nós também
No capítulo 12 da Carta aos Romanos, Paulo faz um apelo: “Rogo-vos pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus […]”.
Como cristãos, devemos apresentar nossos corpos em sacrifício vivo a Deus, assim como Jesus o fez. A palavra grega utilizada em Romanos 12.1 é thysia, que significa sacrifício ou oferta.
Aqui Paulo faz um paralelo com o sistema de sacrifício levítico do Antigo Testamento. No entanto é importante compreender que o nosso sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo.
Também é necessário que seja santo, quer dizer, separado exclusivamente para o serviço de Deus. Só assim teremos a garantia de que estaremos vivendo um evangelho vivo, autêntico e que agrada a Deus, pois nos identifica com Jesus.
Assim como Cristo, ofereceu voluntariamente sua vida, seu corpo, para morrer em nosso lugar, também carecemos de ofertar nossos corpos e mentes em sacrifício vivo a Deus. Cristianismo sem sacrifício, sem renúncia, sem entrega não é cristianismo.
A entrega da nossa vida a Deus exige amor e sacrifícios. Na atualidade, a palavra “amor”, embora muito utilizada, quase sempre aparece associada a “sentimentos”.
Entretanto, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é resultado do amor de Deus em nós mediante Jesus.
O amor é um fruto do Espírito e uma das evidências da nossa regeneração. “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.9,10).
Dessa forma o amor que nos leva a nos doarmos em favor do nosso próximo, assim como Cristo fez por nós, não pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é legítimo e nos leva a ver o outro antes de nós mesmos.
Cristo deu voluntariamente a sua vida por nós para que vivamos como “sal” e “luz” da Terra. O cristão não pode viver de qualquer maneira e muito menos na apatia: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).
No grego “vagarosos” é okneros, que tem o sentido de preguiçoso, descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser religioso, mas significa ser alcançado pela graça e andar de acordo com ela.
II – A EXPIAÇÃO
Expiação é a “purificação de crimes ou faltas cometidas”. Mas precisamos conhecer melhor o real significado desse termo, pois é a palavra-chave do tópico. Então, vejamos uma das definições de Charles Finney 3.
A palavra “expiação” vem do termo hebraico cofer. Trata-se de um substantivo do verbo caufar, cobrir. O cofer ou a cobertura era o nome da tampa ou cobertura da arca da aliança e constituía o que era chamado propiciatório.
A palavra grega traduzida por expiação é katallage. Isso significa reconciliação com o favor ou, mais estritamente, os meios ou condições para que haja reconciliação com o favor; de katallasso, “mudar ou trocar”.
O significado estrito do termo é substituição. Um exame dessas palavras originais, no contexto em que se apresentam, mostrará que a expiação é a substituição governamental da punição dos pecadores pelos sofrimentos de Cristo. São os sofrimentos de Cristo cobrindo os pecados dos homens.
O sacrifício de Cristo foi expiatório, pois Ele tomou nossos pecados sobre si e foi punido em nosso lugar.
No momento da sua morte na cruz, o véu do Templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mt 27.51), abrindo o caminho para que o homem redimido possa desfrutar novamente da comunhão e de uma nova vida com Deus.
Durante centenas de anos esse caminho esteve bloqueado pela Queda, pelo pecado, mas agora foi aberto para todo o sempre pelo Filho de Deus, mediante a expiação (Ef 2.18; Hb 10.19,20).
No Antigo Testamento, sob a lei mosaica, a expiação pelo pecado se dava mediante o sacrifício de um animal inocente e sem defeito algum. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe4 “o derramamento do sangue era a evidência da morte”. “Porque a vida da carne está no sangue.
Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv 17.11).
“E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação” (Rm 5.11). O termo grego utilizado aqui para reconciliação é katallage cujo significado é “expiação.
A expiação e a salvação
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Esse texto bíblico aponta para a obra expiatória, salvífica de Jesus.
Éramos inimigos de Deus e escravos do pecado, porém Jesus, mediante sua morte na cruz, trouxe-nos para uma vida de harmonia e reconciliação com Deus.
A nossa salvação e reconciliação com o Todo-Poderoso é resultado da graça, do favor divino e hoje todos os que creem em Jesus podem alcançá-la.
O pecado, na sua universalidade, alcançou e contaminou toda a raça humana, por isso foi preciso que Deus enviasse à Terra um Salvador (Rm 3.23).
Segundo as Escrituras Sagradas, todos estão debaixo do jugo do pecado. Logo, a necessidade de uma salvação e de um Salvador é universal.
O apóstolo Paulo afirma que todos, ou seja, tanto os gentios como os judeus — o povo escolhido de Deus — mas que não andavam de acordo com as suas ordenanças, estavam sob o domínio do pecado.
Somente a justiça de Deus, revelada em Jesus, é suficiente para nos salvar e libertar do pecado que afastou o homem de Deus, contudo sua misericórdia nos permite a reconciliação mediante Jesus Cristo.
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, a necessidade de reconciliação é colocada pela decisão misericordiosa, sábia e onipotente de Deus, de satisfazer sua santidade e sua justiça, além de cumprir seu propósito a favor do homem pecador, culpado, alienado e impotente.
O homem, em seu pecado, está obviamente em uma condição inapropriada para a comunhão com Deus, e um destino junto dele.5
Um amor que não tem limites ou sobre a expiação ilimitada
Vivemos em um mundo que está mergulhado em trevas e que carece do amor, do perdão e da graça divina.
O pecado tem cegado o entendimento de muitos e as pessoas já não conseguem mais compreender o real significado da palavra amor e muito menos amar o próximo como Jesus nos ensinou (Mt 22.39).
À medida que o amor vai esfriando, a maldade, a frieza e a ganância dos homens têm aumentado e levado milhares à morte ou a viverem de forma desumana.
Mediante a miséria do mundo, muitos perguntam: Quem é o culpado pela violência e a infelicidade do mundo atual? Deus seria o culpado? O que deu errado?
Nós cristãos, embora tenhamos a Palavra de Deus, não temos uma resposta pronta para todas as mazelas da humanidade, mas temos uma certeza:
Deus não pode e nem deve ser responsabilizado por toda maldade que existente. Sabemos que o caos em que vive a humanidade é resultado da Queda, do pecado.
Deus é bom e ao longo da história tem procurado cuidar das suas criaturas e se relacionar com elas. O Senhor tem se revelado para a humanidade de diferentes maneiras e uma delas é por intermédio da criação (Rm 1.20).
No entanto, hoje Ele também se faz conhecido mediante a sua maior e melhor revelação: Jesus Cristo. O Salvador veio ao mundo por amor, seu propósito era e é salvar, curar e libertar a humanidade decaída.
Quando Jesus esteve em carne aqui na Terra, Ele demonstrou seu amor e sua autoridade sobre o mundo criado, realizando vários milagres a fim de ajudar os aflitos e necessitados. Jesus acalmou o mar bravio, salvando seus discípulos de uma grande tormenta (Lc 8.22-25).
Ele curou os doentes, deu pão para os famintos, libertou os oprimidos pelo Diabo, tratou as mulheres com amor e respeito; só fez o bem, pois seu coração transbordava o amor que vem do Pai.
Ele é o Senhor, a quem o Pai Celeste deu toda a autoridade sobre tudo, inclusive para perdoar pecados e nos levar para o céu.
Nietzsche, Freud, Karl Marx e tantos outros tentaram promover a ideia de que Deus não se importa conosco e que Ele é um ser distante e impessoal. Também fizeram de tudo para proclamar o ateísmo, pois a fé nos aproxima de Deus e da Verdade.
III- O VALOR DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
Uma dívida que ninguém mais poderia pagar
Como poderíamos pagar o preço pela nossa redenção? Nossa dívida para com Deus era impagável. Segundo o salmista, “pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam” (Sl 49.8).
Não foi com ouro ou prata que Cristo pagou as nossas dívidas; elas foram pagas com a sua própria vida, com o seu precioso sangue.
Toda a humanidade estava perdida em seus próprios pecados. No texto de Romanos 3.9-20, Paulo nos mostra que todos, tanto os judeus como os não judeus, estão debaixo do poder da iniquidade.
A Queda levou a humanidade para longe do Deus Pai. Deus é Santo e os nossos pecados nos separam dEle.
Então, quem poderia nos resgatar? Somente o Filho Unigênito de Deus. Ele foi enviado para nos trazer salvação e a vida eterna.
O Filho foi gerado por Deus: “Tu és meu Filho, hoje te gerei […] eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho” (Hb 1.5). A expressão “Filho de Deus” indica a natureza divina de Jesus. Ele compartilha da mesma essência e da mesma natureza do Pai.
Uma vez sob o domínio do pecado, o homem não poderia e jamais poderá libertar a si mesmo. O povo hebreu, sozinho também não poderia ser liberto da escravidão do Egito, do jugo de Faraó. Foi preciso um libertador, Moisés.
Da mesma forma a humanidade também precisa de um libertador. O pecado além de nos afastar de Deus, interrompendo nossa comunhão com o Pai, tem também o poder de distorcer os valores divinos, alterando o caráter e o comportamento do homem em sociedade. Saiba que a falta de valores ou valores invertidos são uma das características da humanidade caída. Somente em Cristo o homem pode ser liberto do pecado, pode encontrar a salvação e receber uma nova maneira de viver (2 Co 5.17).
Sobre uma visão do Apocalipse
O texto de Apocalipse 5.1-5 nos mostra uma das revelações que João, autor do livro de Apocalipse, tem a respeito de um livro selado com sete selos.
O fato do conteúdo do livro estar selado indica que sua mensagem estava oculta aos homens. João prossegue com sua narrativa enfatizando que “ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele” (v. 3).
Tal revelação, de que homem algum era digno de abrir o livro, comoveu o coração de João fazendo com que ele lamentasse e chorasse.
Qual o significado de tamanha comoção e de tal revelação? O significado é profundo para todo cristão, pois se trata de uma verdade que jamais podemos nos esquecer: “Sem a pessoa de Jesus Cristo e sua obra de redenção, a história é um enigma”.6
A história humana só tem significado em Jesus Cristo. Ele é a razão de tudo e de toda a história. Quer a humanidade aceite ou não, tudo, no céu e na Terra está debaixo do senhorio de Cristo, e sem Ele não há redenção.
O Messias conquistou, na cruz, uma grande vitória para toda a humanidade. Sua morte expiatória foi uma vitória sobre o pecado, sobre o Inimigo e sobre a morte.
O julgamento e a derrota final de Satanás ainda estão por vir e se dará quando da segunda vinda de Jesus.
Cristo voltará não mais como um frágil bebê em uma manjedoura; Ele virá como o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, o vencedor (v. 5).
Porém, podemos nos alegrar pelo fato de que Jesus Cristo já derrotou os poderes do Inimigo em sua encarnação, morte e ressurreição.
Aquela cruz era minha
Na cruz, Jesus nos substituiu. Ele tomou o nosso lugar assumindo sobre si toda a condenação que era nossa.
Mediante um único, porém perfeito sacrifício, Ele pagou todas as nossas dívidas. A expiação de Jesus faz da salvação a maior dádiva de Deus para toda a humanidade. Expiação significa “remir a culpa”. Com a remissão vem também a “reconciliação” com Deus.
Fomos reconciliados com o Altíssimo mediante a cruz (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). Você é grato por sua salvação? Pelo sacrifício que Jesus fez em substituição por sua vida? Seja grato! Louve por tão grande e maravilhosa redenção.
Jamais se esqueça do alto preço que foi pago a fim de que o Deus que é absolutamente santo o aceitasse (reconciliação) e declarasse a sua justificação.
Como poderia haver uma ação em que a justiça fosse feita de forma a satisfazer, simultaneamente, a justiça de Deus por um lado, e seu amor por outro, quando a questão era salvar os homens culpados e impotentes?
Em sua sabedoria e poder eternos, em sua consistência interna de seu próprio ser, Deus tinha em si mesmo, desde o princípio, a resposta para esta pergunta. Resolvida historicamente na ação registrada nas Escrituras, esta resposta residia na pessoa e na obra de Jesus Cristo, o Filho de Deus, encarnado,
em quem todas as exigências de justiça foram atendidas, tanto ativamente, em sua vida, ao cumprir a lei perfeitamente em nosso lugar, como passivamente, em sua morte, ao morrer sob a penalidade da lei infringida (mesmo sem jamais ter pecado).
Portanto, o propósito de justiça e amor absolutos foi cumprido, e o homem foi liberto da culpa e do poder do pecado, e restaurado à eterna comunhão com Deus.”7
A morte e a ressurreição de Jesus foram reais, não se trata de um filme de Hollywood. Antes de ser crucificado, os soldados bateram em Jesus e puseram em sua cabeça uma coroa de espinhos.
O que é o nosso sofrimento diante de tamanha dor? Os guardas romanos zombavam de Jesus e diziam: “Salve o rei dos judeus!”
Depois de muita tortura Ele foi levado até o lugar da sua crucificação. A multidão que havia se beneficiado com seu pão, seu amor e seus milagres, agora assistia a tudo e gritava: “Crucifica-o!”
Algumas pessoas que amavam a Jesus choravam ao ver o seu sofrimento, outras riam e zombavam dEle. Todavia, o Salvador poderia ter enviado muitos anjos e castigado aquelas pessoas. Mas, Ele sofreu por amor a nós.
Jesus levou a sua cruz até um monte chamado Gólgota. Ali foi crucificado. Em nenhum momento vemos Jesus reclamando ou brigando com os soldados romanos.
Enquanto estava na cruz Ele disse: “Pai, perdoa estas pessoas. Elas não sabem o que estão fazendo!” Jesus foi colocado na cruz às nove horas da manhã e ao meio-dia, uma escuridão tomou conta da Terra.
O dia virou noite. E ali na cruz Ele morreu! Infelizmente, algumas pessoas continuam negando a morte de Jesus e a sua ressurreição.
Tal ideia só reafirma a verdade bíblica de que a cruz de Cristo é escândalo e loucura para os que perecem (1 Co 1.23).
CONCLUSÃO
Homem algum pode chegar ao céu por seus próprios méritos, sua força ou bondade. A salvação é uma provisão de Deus, uma dádiva que é alcançada somente pela fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus que morreu a fim de expiar os pecados de toda a humanidade.
O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus são, e continuarão sendo, o maior e mais importante acontecimento da história.
É impossível chegar até Deus sem Jesus. Todos os que querem perdão dos pecados precisam se encurvar diante da cruz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
HORTON, Stanley M. TEOLOGIA SISTEMÁTICA: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão, Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: O que nosso mundo seria sem o cristianismo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 HORTON, Stanley M. (ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 19ª impressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 337.
2 JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginavél: O que nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 42.
3 FINNEY, Charles. Teologia Sistemática. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 280.
4 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749.
5 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 749.
6 LADD, George. Apocalipse: Introdução e Comentário. 9.ed. São Paulo: Edições Vida Nova e Associação Religiosa Mundo Cristão, 1992, p. 63.
7 Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 750.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/1887-li%C3%A7%C3%A3o-4-o-que-cristo-fez-por-n%C3%B3s.html
Video: https://www.youtube.com/watch?v=QCT5zn4DXto