JUVENIS – LIÇÃO 8 – UM CONVITE DE SALVAÇÃO
INTRODUÇÃO
A Salvação é um ato do amor de Deus para com os homens, sendo uma manifestação da sua graça, misericórdia e da sua justiça, como obra única que só pode ser alcançada pela fé em Jesus Cristo e por isso é boa, perfeita e eterna.
A Salvação tem origem em Deus, e devido a isso, podemos buscá-la e ter a certeza de que seus efeitos de vida abundante e eterna são permanentes.
Nesta lição estudaremos sobre a expiação de Cristo pelos nossos pecados e o novo nascimento como dádiva da salvação em Jesus Cristo.
I – PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA…..
- A EXPIAÇÃO DE JESUS PELOS NOSSOS PECADOS
O Pecado da desobediência de Adão e Eva, de modo inevitável separou o homem de Deus, e o homem em sua condição decaída nada poderia fazer, mas Deus com sua presciência já havia antes da fundação do mundo elaborado um plano para que o homem pudesse retornar ao seu estado original de comunhão com o Senhor, nosso Deus,
e este plano foi construído na base da morte vicária de Jesus Cristo; um Deus que se fez carne, habitou entre nós e pelo seu sangue derramado na cruz, livrou a humanidade da condenação eterna.
A salvação tem origem em Deus, e devido a isso podemos buscá-la e ter a certeza de que seus efeitos são permanentes e duradouros, porque ela é boa, é eterna, é perfeita, é única, é um ato de amor, é uma manifestação da graça de Deus, é um ato de justiça,
é o livramento das consequências de morte espiritual, é a libertação de uma condenação eterna onde viveríamos sofrendo no reino das trevas do diabo, é o plano divino para que o homem volte a ter vida eterna com o Senhor. (Jo 3:16)
Jesus pela sua morte reparou o dano ou o mal que o pecado causou sobre a humanidade, isto é, a separação do homem de Deus.
II – …QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO
- A MORTE SUBSTITUTIVA DE JESUS
1.1. A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
O apóstolo Paulo na carta a Tito, lembra aos cretenses que compunham a igreja local, sobre a doutrina da salvação, dizendo que a salvação é pela graça, por meio de Jesus Cristo, ou seja, mesmo sem merecermos Jesus tomou o nosso lugar na cruz do Calvário nos substituindo naquela cruz tomando sobre si as nossas iniquidades e enfermidades.
Jesus nos substituiu, mesmo sem pecado, para nos salvar pela graça (favor imerecido) (Tt 2:11-15; Tt 3:3-7).
1.2. DEFINIÇÃO DE GRAÇA
Literalmente a Graça é um favor imerecido ou dádiva de Deus dada aos homens sem que estes merecessem a salvação da morte eterna realizada por Jesus Cristo na cruz do Calvário.
1.3. IMPORTÂNCIA DA GRAÇA
Se não existisse a Lei, não existiria pecado e por conseguinte não existiria a graça e é por isso que elas estão imbricadas, ou seja, entrelaçadas, a Lei revela o pecado no homem e a graça aponta o Salvador Jesus para aniquilar os efeitos do pecado.
A graça não anula a Lei e a Lei não anula a Graça, elas coexistem e se complementam para a perfeição espiritual do homem. (Gl 3:23-29)
1.4. DIFERENÇAS ENTRE A LEI E A GRAÇA
A Lei é a sombra da Graça, ou seja, tudo que está na Lei não salva o homem, mas aponta o seu estado débil de iniquidade necessitando de um aperfeiçoamento e salvação.
A lei apresenta uma característica de base bilateral, isto quer dizer, que o homem só podia alcançar a misericórdia de Deus se cumprisse em sua totalidade os preceitos morais, cerimoniais e civis da Lei.
Já a graça é unilateral, pois, Cristo fez a parte dele e a nossa, e é pela graça em Cristo Jesus que somos salvos, presente de Deus (Ef 2:1-10).
Nenhuma ciência ou inteligência humana pode mudar, transformar, restaurar a alma de um ser humano. Somente a Graça do Evangelho de Cristo, pode restabelecer a dignidade moral, ética, social e espiritual de um homem, pois, onde abundou o pecado, superabundou a graça em Cristo Jesus. (Rm 5:18-21) .
III – O QUE É A SALVAÇÃO
- ETAPAS DA QUEDA DO HOMEM
A descrição da queda do homem em desgraça é relatado sucintamente etapa por etapa em Gn 3:1-12.
A tentação de Adão e Eva no Éden foi o grande teste para verificarmos se a natureza humana era capaz de resistir ou não aos seus próprios desejos e ao Diabo.
Logo, este episódio nos ensina em primeiro lugar que a tentação nunca terá como fonte o próprio Deus e que nós tendo a nossa vida presidida pelo Espírito Santo podemos resistir ao Diabo e vencer o mundo. (Tg 1:12-15; Tg 4:7; Jo 16:33)
1.1. O SEDUTOR E A SEDUÇÃO
Satanás de forma sagaz se apresenta de forma sedutora a Eva, a mãe de toda a humanidade, e esta apresentação se dar com o seu instrumento mais eficaz de enganação, a palavra mentirosa, contrapondo a ordenança do Senhor Deus.(Gn 3:1-4).
O maligno conhecendo a natureza humana, pois, esteve presente na criação do homem, explora três áreas frágeis desta natureza para ludibriar Eva, as quais, podemos mencionar:
- O Diabo induz a mulher a ser soberba, a cobiçar o poder, a autossuficiência, o desejo de ser igual a Deus. (Gn 3:5)
- Satanás aguça pela palavra proferida o desejo carnal de Eva, ou seja, os seus desejos carnais, tipificado neste caso pelo comer, pela fome.(Gn 3:6a)
iii. Lúcifer, o maligno, incita pela palavra falada a Eva a satisfação de seus olhos (Gn 3:6b)
A estratégia de Satanás sempre será esta para derrubar o homem, isto é, se utilizará de sofismas, mentiras que parecem verdades, e ativará no homem as concupiscências da carne, as concupiscências dos olhos e a soberba da vida (1 Jo 2:15-17).
1.2. A INFRAÇÃO DA ORDEM DIVINA
Eva caiu na tentação armada pelo Diabo e em ato sumário comeu do fruto da árvore do bem e do mal que havia sido proibido por Deus de comê-lo, convenceu a Adão, seu marido, a também comer do fruto proibido e pelas mesmas razões Adão também pecou e desnudos ficaram da graça do Senhor.(Gn 3:6-7).
Adão e Eva perceberam as suas respectivas nudez, tipificando uma indecência moral do caráter humano sob todos os aspectos, ou seja, o estado anterior de inocência passa a ser imoral deturpando todos os conceitos puros de Deus para o homem.
Quando desobedeceram a Deus, Adão e Eva, instantaneamente morreram espiritualmente e atingiram a degradação moral de caráter, acusados pelas suas próprias consciências e então remediaram este estado de morte espiritual com vestes de folhas de figueiras tipificando uma ineficiente religiosidade de purificação.
1.3. O INQUÉRITO DIVINO
O Senhor em sua perfeita e absoluta onisciência já sabendo da maldita desobediência de Adão e Eva busca conversar com eles no jardim, na viração do dia, e percebe que eles estavam escondidos detrás das árvores em estado de degradação moral e com o sentimento de medo, coisas que não existiam no paraíso e agora mancharam esta relação e comunhão com Deus.
O Senhor então confirma que seus dois filhos o desobedeceram e comeram do fruto proibido. (Gn3:8-11).
Tudo que fazemos nada está encoberto para Deus e por isso todas as nossas ações de bem ou de mal serão reveladas publicamente. Não adianta enganar o seu próximo, pois, jamais enganaremos a Deus.(Lc 12:1-3)
1.4. A DEFESA HUMANA
A defesa de Adão e Eva para o episódio é pífia, sem respaldo moral, estapafúrdia, pois, humanamente é impossível justificar o pecado.
O primeiro casal criado em sua degradação moral, putrefatos espiritualmente se utilizam da mentira e de se acusarem mutuamente, colocando a culpa um no outro. (Gn 3:12-13).
Não podemos fugir de nossas responsabilidades espirituais, se pecarmos, temos um advogado para nos justificar, desde que venhamos assumir a verdade e nos arrependermos dos malfeitos sem acusar a outrem, pois, acusação infundada com transferência de responsabilidades é obra maligna.(1 Jo 2:1-6).
- O JUÍZO DE DEUS
Deus é amor, mas também é justo, Ele é um Deus de justiça e pela desobediência realizada pelo casal Adâmico proclamou severas sentenças sobre todos os agentes da criação que até hoje gemem a um só tempo. Estas sentenças foram:
- DEUS QUER QUE TODOS OS HOMENS SE SALVEM
Deus é misericordioso e demonstrou o seu profundo amor para com o homem, quando prometeu a vinda de uma Salvador (Gn 3:15) e tipificou o modo de salvação do homem pela morte e pelo sangue de um cordeiro ao substituir as vestes de Adão e Eva feita de folhas de figueira por vestes feitas de peles de animal.(Gn 3:20-21)
Este cordeiro Salvador se consolidou na vinda de Jesus Cristo, o filho de Deus, na forma de homem para morrer na cruz do Calvário e ter o seu sangue derramado para perdão dos pecados da humanidade e para dar vida eterna.(Jo 3:16)
IV – QUAL É A SUA ESCOLHA
Jesus numa madrugada recebeu um homem sábio da Lei e líder dos judeus chamado Nicodemos que queria conhecê-lo, pois o reconhecia como mestre e que só realizava milagres porque Deus era com Ele.
Jesus disse-lhe que ninguém pode ver e entrar no reino de Deus se não nascer de novo e em seguida explica que o nascer de novo implica nascer da água e do Espírito, ou seja, o homem para nascer de novo deve se arrepender de seus pecados e crê que Jesus, o Filho de Deus, veio a este mundo para salvar a humanidade da condenação eterna, contemplando então a natureza espiritual. (Jo 3:1-21).
Esta visão espiritual nos dá a certeza da salvação em Cristo Jesus, segundo o seguinte processo:
- O PROCESSO DA SALVAÇÃO
1.1. ELEIÇÃO
A eleição significa literalmente uma escolha, onde Deus em seu infinito amor e misericórdia resolveu mesmo antes da fundação do mundo eleger salvar a humanidade de seus pecados determinando dois caminhos com relação ao futuro da vida espiritual de um ser humano, viver eternamente com Deus ou viver eternamente sofrendo com o Diabo nas trevas, condicionando estas condições de vida, a escolha do próprio homem individualmente frente a um chamado futuro que o próprio Deus efetivou. ( 1 Pe 1:2-5; Jo 15:12-16)
1.2. VOCAÇÃO OU CHAMAMENTO
A Escritura demonstra em suas sagradas linhas que existe um chamado especial de Deus para a salvação para todas as pessoas, mas também se percebe que este chamado só atua de maneira eficaz aos que reagem a este chamado compreendendo o real significado do Evangelho de Cristo, sob a obra de iluminação do Espírito Santo,
sendo isto necessário devido a depravação moral e espiritual dos homens que se entregam a toda sorte de pecados mundanos que os impede de captar a verdade revelada de Deus.
Este chamado especial é eficaz para os que realmente creem na extraordinária mensagem da salvação, eliminando assim os efeitos malignos do pecado ( Mt 11:28-30; 2 Tm 1:7-12)
1.3. A CONVERSÃO
A conversão é o primeiro passo na vida cristã de uma pessoa e se caracteriza pelo ato de ela deixar o pecado em arrependimento e voltar-se para Cristo em fé.
A fé da salvação, pela ação do Espírito Santo e da Palavra de Deus pregada, nos convence do pecado, da justiça e do juízo e portanto nos leva pela fé ao arrependimento. ( Rm 10:5-17; Jo 16:7-15).
O arrependimento caracteriza-se por um sentimento piedoso de pesar pelo mal que fizemos e assim ao se arrepender o indivíduo se inclina a abandonar e repudiar o pecado e conscientemente sem interferência emocional se desperta para o desejo de ter comunhão com Deus.
Se não houver arrependimento consciente e real, não haverá a verdadeira condição de salvação do poder do pecado.(Mc 1:14-15)
A fé nos habilita a recebemos a graça de Deus e é indispensável para a salvação de forma a reconhecermos as verdades absolutas de Deus.
A fé significa crer que algo é verdadeiro e no sentido do cristianismo quem crê em Jesus como único e suficiente Salvador, recebe a remissão de pecados, recebe o perdão de suas transgressões. (At 10:30-43)
Só existe um ponto na vida de uma pessoa para voltar-se para Cristo e este ponto é a conversão, uma mudança em sua vida no sentido da sua conduta moral e espiritual, em resposta a oferta da salvação dada pelo nosso majestoso Deus. (Ez 18:30-32)
1.4. A REGENERAÇÃO
A conversão implica na mudança de rumo da vida moral e espiritual de uma pessoa, é a resposta à salvação que Deus proporciona aos homens, porém a regeneração é o novo nascimento, é o que chamamos de nascer de novo e se consubstancia numa reversão total das tendências naturais da pessoa, isto é, Deus transforma o indivíduo de tal maneira que ele adquire uma vitalidade e maturidade espiritual restaurando-o ao padrão de perfeito alinhamento com a vontade do Senhor (Jo 3:1-8)
1.5. A JUSTIFICAÇÃO
O homem teve o seu caráter moral maculado pelo pecado e esta maldição foi anulada pela regeneração do homem fruto de sua conversão, porém permanece a condição de culpabilidade do homem por não ter atendido aos preceitos divinos exarados em sua Palavra.
Assim, O Senhor declara aos seus olhos que os pecadores convertidos e regenerados são justos, tipificando aí a justificação.
Sem que o homem mereça, ele é declarado justo, porque o seu pecado é imputado a Cristo e a justiça de Cristo é concedida a ele.
O homem é declarado justo com perdão e esquecimento pleno de toda infração cometida por ele na época em que andava nas trevas pecaminosas (Rm 8:31-39;Rm 5:1-11;Rm 3:21-28).
1.6. A ADOÇÃO
A Adoção como filhos de Deus se estabelece como uma mudança de estado de orfandade para um estado de aceitação e de favor nos tornando filhos de Deus restaurando o relacionamento que o homem antes do pecado tinha com Deus e pelo pecado perdeu este relacionamento.
A adoção ocorre concomitantemente com a conversão, regeneração e justificação e significa uma imediata reconciliação com o Senhor dos senhores.
Quando recebemos a filiação de adoção, então passamos a contar com o amor e a boa vontade de Deus e somos considerados filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e herdeiros do céu. ( Rm 8:12-17; Gl 4:1-7)
1.7. A SANTIFICAÇÃO
A santificação é a obra contínua de Deus na vida do salvo e exige um tempo extenso de vida para se completar, isto é, durante a vida do salvo a obra sobrenatural feita por Deus o coloca separado do pecado, de tudo que é mal, de tudo que é ruim, até em pensamentos.
A santificação guarda um processo progressivo onde o salvo se aproxima cada vez mais de Deus se relacionando com Ele em oração, na meditação da Palavra, na adoração, na consagração ao Senhor, no serviço a Deus de forma perseverante, ratificada pela sua conduta moral e espiritual cristã. O alvo da santificação é ser semelhante a Cristo. (Ap 22:10-14; 1Ts 5:23)
1.8. A GLORIFICAÇÃO
A glorificação é o ápice do processo, é a parte final de todo o processo de salvação, onde o salvo terá toda a plenitude do conhecimento de Deus, pois veremos ao Senhor face a face.
Quando formos glorificados, ou seja, sair de um corpo corruptível sujeito a doenças e à morte, num corpo frágil, semeado em desonra para um corpo incorruptível imunes a doenças e a deteriorações, num corpo glorioso e forte, então em tudo seremos como Deus queria que fôssemos desde o princípio da criação.
A nossa glorificação é a consolidação e consumação da salvação em que viveremos num corpo glorificado eternamente com o Senhor e essa condição, em parte ocorre com a nossa morte física na terra e em parte ocorrerá no momento tão ansiado, tão esperado que é a segunda vinda de Cristo (1 Co 15:5057)
V – CONCLUSÃO
Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, Ele se deu em sacrifício na cruz do Calvário para nos salvar de tão grande condenação que era ser escravo eternamente no mundo das trevas.
Vivamos uma vida cristã sincera, irrepreensível, testemunhando pela Palavra o poder de Cristo para salvação dos que creem e assim fluirá de nosso interior uma intensa alegria da salvação, para dizermos sempre. “Somos salvos e filhos de Deus, Aleluia!”
Fonte: https://proflucasneto.files.wordpress.com/2013/04/notas_2t_2017_juvenis_lic3a7c3a3o-8_um-convite-de-salvac3a7c3a3o.pdf
Video: https://www.youtube.com/watch?v=h9qFO9ieHjk