LIÇÃO Nº 5 – CONTRA OS FALSOS PROFETAS
INTRODUÇÃO
– Muitas das mensagens de Ezequiel se voltaram contra os falsos profetas.
– Os dias de apostasia são dias de proliferação de falsos profetas.
I – OS FALSOS PROFETAS NO MEIO DO POVO DE DEUS
– Na continuidade do estudo do livro do profeta Ezequiel com uma perspectiva para os nossos dias, veremos a mensagem que o Senhor dá ao Seu servo contra os falsos profetas.
– A existência de falsos profetas no meio do povo de Deus pode causar estranheza num primeiro momento, já que seria do interesse do Senhor impedir que a mentira pudesse ter lugar no meio daqueles que O servem.
– No entanto, já na lei, o Senhor alertara o povo para esta realidade. Em Dt.13:1-11, é dito ao povo que deveria matar todo profeta que, realizando prodígios e sinais, viesse a trazer mensagem diferente da divina, incitando o povo à prática da idolatria e do pecado, mostrando, com isso, que não só haveria falsos profetas no meio de Israel, mas que eles teriam, inclusive, poderes sobrenaturais, a fim de trazer circunstâncias que aumentasse a sua credibilidade entre os seus concidadãos.
– Nesta oportunidade, aliás, o Senhor explica porque permitiria tal situação: “…o Senhor vosso Deus vos prova para saber se amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma” (Dt.13:3).
– Deus permite que haja falsos profetas para que sejamos provados quanto ao amor por Ele. Quem ama a Deus, guarda a Sua Palavra (Jo.14:21,23) e não há melhor modo de provarmos nosso amor ao Senhor do que observando a Sua Palavra, rejeitando toda e qualquer mensagem que contrarie o que está escrito na Bíblia Sagrada.
– Amar a Deus é o primeiro e grande mandamento da lei (Mt.22:36-38). Ao permitir que haja falsos profetas, o Senhor nos estimula, nos incentiva, nos impele a cumprir o maior mandamento da lei, a provarmos que temos no amor a Ele a base de toda a nossa vida espiritual.
– A presença dos falsos profetas, portanto, é uma provação e toda provação, como sabemos, é um mal aparente que causa enorme benefício para o servo de Deus. Eis porque o Senhor permite que haja falsos profetas no meio do Seu povo.
– Além deste propósito divino, temos que observar que a presença de falsos profetas também faz com que lembremos a imperfeição que é ínsita à nossa natureza. Somos criaturas, somos meros homens e, como tal, somos imperfeitos, dependemos de Deus para nos completarmos, tanto que o Senhor instituiu os dons ministeriais na Igreja para que haja o aperfeiçoamento dos santos (Ef.4:11,12).
– Quando falsos profetas surgem no meio do povo de Deus, notamos esta imperfeição, pois os integrantes do povo, mesmo sendo servos do Senhor, não conseguem impedir que o inimigo semeie esta gente entre eles. Esta verdade nos é ensinada pelo Senhor Jesus na parábola do joio e do trigo (Mt.13:25).
– O adversário, a mais astuta criatura que existe (Gn.3:1; Ap.12:9), que sempre nos engana e que é superior aos homens, feitos pouco menores que os anjos (Sl.8:5), consegue infiltrar falsos profetas, estes agentes seus, no meio do povo e temos, então, de perceber, por suas mensagens, que são mentirosos e agentes do inimigo, mantendo nossa fé em Deus e crendo na Sua Palavra, demonstrando, assim, que O amamos com todo o nosso coração.
– O apóstolo Paulo, inclusive, diz que é necessário haver heresias no meio do povo para que se manifestem os sinceros (I Co.11:19). A presença dos falsos profetas permite que saibamos quem é realmente servo de Deus e quem não no é.
– Quando estamos diante de um período de apostasia generalizada, quando há multiplicação da iniquidade e a injustiça cometida chega ao limite da longanimidade divina, uma das características é, precisamente, quando ocorre uma proliferação de falsos profetas.
– Como num período de desvio espiritual, de aumento da prática do pecado aumenta a maldade, não é difícil deduzir que os falsos profetas também aumentam em número, até porque suas mensagens são necessárias para a manutenção do engano e para se contrapor à própria mensagem dos profetas autênticos, pois, como Deus não deseja a morte do ímpio, também intensifica Suas mensagens ao povo conclamando-os ao arrependimento.
– No período imediatamente anterior à destruição de Jerusalém e do Primeiro Templo, a proliferação de falsos profetas foi particularmente intensa. Quando vemos os registros bíblicos a respeito desse tempo, nos livros de Jeremias e de Ezequiel particularmente, notamos como era grande o número de falsos profetas naqueles dias.
– Os falsos profetas não só eram muitos, como tinham todo o apoio da elite do país. Tanto os príncipes quanto a cúpula dos sacerdotes beneficiavam os falsos profetas, dando-lhes muito espaço no templo e os protegendo, não raras vezes os sustentando, inclusive, visto que tinham uma mensagem agradável e que permitia aos líderes manterem a sua vida pecaminosa sem maiores problemas.
– Elucidativo é o embate ocorrido entre o profeta Jeremias e o falso profeta Hananias, relatado no capítulo 28 do livro daquele homem de Deus, no quarto ano do reinado de Zedequias, ou seja, um ano antes do início do ministério profético de Ezequiel, em que Hananias desmente publicamente, no templo, a mensagem dada por Jeremias, demonstrando ter todo o apoio da cúpula sacerdotal, inclusive para construir um artefato com o qual fez a sua falsa predição.
– A proliferação dos falsos profetas era tanta que, mesmo entre os que foram levados cativos para a Babilônia, apareceram alguns deles, que foram severamente repreendidos e denunciados pelo profeta Jeremias (Jr.29:21,31,32), falsos profetas com quem convivia Ezequiel.
– Ao mesmo tempo em que permite a presença de falsos profetas no meio do Seu povo, o Senhor também toma as devidas providências para que os Seus servos sinceros e verdadeiros os identifiquem, pois Deus não é Deus de confusão (I Co.14:33).
– Assim, em meio a tal proliferação, o Senhor não deixa de denunciar este fato, a fim de que o povo não seja enganado e mostre a sua sinceridade e amor a Deus, rejeitando os falsos ensinos trazidos por estes agentes infiltrados do maligno.
II – EZEQUIEL ENCENA O EXÍLIO
– Depois de ter anunciado a visão que tivera a respeito de Jerusalém e da retirada da glória de Deus de lá, o profeta recebe uma nova mensagem da parte de Deus. O Senhor lhe diz que habitava ele no meio de uma casa rebelde, que tinha olhos para ver e não via e ouvidos para ouvir mas também não ouvia.
– Esta é precisamente a situação espiritual em que pululam os falsos profetas. Sempre há espaço para este tipo de gente quando o povo não quer mais ouvir a Palavra de Deus, quando passa a buscar e a amontar “doutores conforme as suas próprias concupiscências”, quando tem “comichão nos ouvidos” e “não suporta a sã doutrina” (II Tm.4:3).
– O Senhor, então, uma vez mais, manda que Ezequiel fizesse uma encenação do que realmente iria ocorrer, ou seja, o exílio do povo, exatamente o contrário do que pregavam os falsos profetas, que falavam sobre paz e a permanência do povo na terra de Canaã, e, inclusive, o breve retorno daqueles que tinham sido levados cativos (Jr.6:14; 8:11; 14:13-18; 23:16,17; 28:1-4; 29:8-10; Ez.13:9-16).
– Por ordem do Senhor, Ezequiel, então, preparou a sua mobília e, de dia, fez a mudança de residência, à vista de todos, escavando um buraco na parede, para chamar a atenção do povo, fazendo passar seus trastes pelo buraco e os carregando diante de todos (Ez.12:3-7).
– Não tenha dúvida de que a cena era de despertar a atenção de todos. O Senhor mandou que o profeta fizesse esta mudança em pleno dia, escavando um buraco na parede. Uma mudança já seria motivo de admiração, porque o povo estava cativo, não tinha permissão para se mudar de um lugar para outro sem prévia autorização.
Como se não bastasse isso, em vez de levar a mudança pela porta da casa, o profeta escavou um buraco na parede para remover suas coisas. Que algo estranho e que, certamente, iria causar a curiosidade de todos!
– Isto nos mostra, amados irmãos, como o homem no pecado, alheio às coisas de Deus está insensível e precisa ter a sua atenção voltada para a Palavra de Deus de forma inusual, pois, do contrário, sua insensibilidade não fará com que venha a dedicar parte do seu tempo para entender o que Deus lhe quer dizer.
– Por isso, nos dias em que vivemos, é preciso que chamemos a atenção das pessoas, que não nos acomodemos em simplesmente esperarmos que as pessoas se disponham a comparecer aos cultos ou a acessar cultos e mensagem pelas redes sociais, como muitos estão a fazer em nossos dias, num evangelismo tímido e pífio, que não leva em conta a insensibilidade imensa da população em virtude da multiplicação da iniquidade reinante. Aprendamos com o Senhor neste episódio que envolveu o profeta Ezequiel.
– O povo, realmente, foi indagar o profeta o que era aquilo, e o profeta, como é sabido, estava mudo, não podia responder às indagações.
Mas, então, talvez no mesmo dia ou no outro, o Senhor manda que Ezequiel proferisse a mensagem ao povo, explicando o que representava aquela encenação.
– O profeta, então, diz que havia servido de sinal, que, assim como ele havia saído de sua casa com a mobília, assim também os judaítas seriam levados cativos para a Babilônia, sendo certo que o rei de Judá também seria levado cativo, embora não a fosse ver, morrendo ali (Ez.12:11-13).
– É interessante observar que, num primeiro momento, a profecia de Ezequiel estava em contradição com a de Jeremias, que havia dito que o rei não escaparia das mãos do rei de Babilônia e o veria (Jr.32:4), ao passo que Ezequiel dizia que o rei não veria Babilônia.
O fato é que o rei Zedequias viu o rei de Babilônia, mas teve seus olhos vazados, tendo chegado já sem visão a Babilônia, onde ficou preso até a sua morte (Jr.39:1-7; 52:11), ou seja, ambas as profecias se cumpriram. Deus é a verdade, amados irmãos, nunca duvidemos de Sua Palavra!
– Na profecia, Ezequiel volta a dizer que os judaítas seriam espalhados entre as nações e que isto seria a prova de que Deus é o Senhor, perdendo, assim, a posse da terra de Canaã, mas que a nação não seria destruída, restando uns poucos (Ez.12:14-16).
– Ezequiel servia, uma vez mais, de sinal para o povo. Também devemos, como servos de Deus, sermos sinais para o mundo que está à nossa volta. Jesus disse que somos sal da terra e luz do mundo (Mt.5:13-16) e as pessoas, ao nos verem, têm de se lembrar do nosso Pai que está nos céus. Temos sido assim?
– Na sequência, o Senhor manda a Ezequiel que, doravante, passasse a comer o pão com tremor e a beber a água com estremecimento e com receio.
Quando o fizesse, o Senhor abriria sua boca e, então, o profeta deveria dizer aos seus compatriotas que os habitantes de Jerusalém comeriam seu pão com receio e beberiam a sua água com susto, porque cessaria a abundância da terra por causa da violência dos que habitavam nela e as cidades seriam desoladas e a terra se tornaria em assolação (Ez.12:19,20).
– Ezequiel desmentia, assim, cabalmente, os falsos profetas que, tanto em Jerusalém, quanto no cativeiro, insistiam em profetizar paz e tranquilidade para o povo de Judá.
III – A PROFECIA CONTRA OS FALSOS PROFETAS
– Depois de ter cabalmente desmentido os falsos profetas, o Senhor, então, traz uma palavra a Ezequiel diretamente dirigida aos falsos profetas.
– O Senhor toma um provérbio popular então existente: “Prolongar-se-ão os dias e perecerá toda visão” e, a partir dele, traz a mensagem de que faria cessar este ditado e que, em lugar dele, surgiria outro, com o seguinte dizer: “chegaram os dias e a palavra de toda visão”.
– Criara-se, ao longo dos séculos, uma ilusão de que a terra de Canaã seria perpetuamente ocupada pelos israelitas.
Afinal de contas, Deus havia lhes dado a posse da terra e não iria voltar atrás. Inobstante, este pensamento não tinha o menor respaldo, porquanto o próprio Deus anunciara, ao solenemente fazer um pacto com o povo, denominado pelos estudiosos das Escrituras como “pacto palestiniano” (Dt.27:11-26; Js.8:7-35), que perderiam eles a posse da terra caso fossem impenitentes, o que também constava da lei (Lv.26:27-43; Dt.28:47-68).
– Já havia um provérbio popular, um dito passado de geração em geração, que contrariava o que havia sido dito por Deus, mesmo em se tratando do povo escolhido, como era Israel.
Temos aqui uma demonstração viva de que não se pode jamais nivelar a tradição, aquilo que é costumeiramente crido e vivido pelo povo de geração em geração, com o que é dito pelo Senhor, com a Sua Palavra.
– Não são poucas as vezes em que a tradição, que é inevitável num povo, pois as gerações se sucedem e entregam o conteúdo do que sabem e do que fazem para as gerações vindouras, acaba por invalidar os mandamentos divinos, como alertou o próprio Senhor Jesus ao tratar da “tradição dos anciãos” (Mt.15:3,6; Mc.7:8,9).
– O Senhor bem conhecia a tradição dos israelitas e faz questão de apontar que aquele provérbio não tinha qualquer respaldo e seria substituído por outro, no momento em que Deus fizesse cumprir a Sua Palavra. O compromisso divino é velar pela Sua Palavra para a cumprir (Jr.1:12).
– Não haveria mais nenhuma visão vã, nem adivinhação lisonjeira no meio da casa de Israel (Ez.12:24). As profecias que falavam de paz e de permanência do povo na terra de Canaã eram palavras vazias, fruto da imaginação dos seus divulgadores, que não tinham coisa alguma a ver com o Senhor.
– Quando o Senhor denomina a visão destes falsos profetas de vã, não está apenas dizendo que se trata de algo vazio, pois não proveniente de Deus, mas também de que se está diante de algo que é voltado às coisas terrenas, que valoriza a dimensão terrena. Com efeito, Salomão nos ensina que a vida debaixo do sol é vaidade (Ec.1:2,14).
– As visões vãs, portanto, são todas aquelas que levam em conta apenas as coisas desta vida, que dão valor a este mundo e que buscam reduzir a existência à dimensão terrena.
Assim, quando verificamos hoje “profetas” que enaltecem e exaltam apenas as coisas deste mundo, tais como a prosperidade material, a saúde física, os prazeres e coisas similares, estamos, sem dúvida alguma, diante de falsos profetas.
– Mas, além das visões vãs, o Senhor também diz que as profecias oriundas destes impostores caracterizavam-se pela lisonja, ou seja, buscavam agradar, massagear o ego do povo, evitar falar-lhes que eram pecadores, evitar censurar e repreender as práticas idolátricas e contrárias à lei que estavam sendo cada vez mais seguidas pela população.
– Qualquer discurso que menospreza a necessidade de se viver separado do pecado, que não leva em conta a santidade ou diminui a sua importância, que procura justificar a prática da iniquidade, que busca fazer compreensiva e sem consequências a desobediência à Palavra de Deus deve ser rejeitada por quem quer agradar ao Senhor.
– Estes falsos profetas procuravam reforçar a imutabilidade e soberania divinas, o fato de que tinha sido Deus quem dera a terra de Canaã a Israel, que mandara construir o templo em Jerusalém, que havia, inclusive, escolhido Jerusalém para ali se edificar o templo e, portanto, em “honra de Seu nome” e de “Sua majestade”, não permitiria que Israel fosse exilado ou que algo de mal acontecesse ao povo.
Ledo engano, pois o compromisso de Deus é com a Sua Palavra, não com os conceitos que os homens possam criar para tentar justificar o seu pecado.
– Por isso mesmo o Senhor fez questão de afirmar ao povo por meio do profeta: “Porque Eu, o Senhor, falarei, e a palavra que Eu falar se cumprirá; não será mais retardada; porque, em vossos dias, ó casa rebelde, falarei uma palavra e a cumprirei, diz o Senhor JEOVÁ” (Ez.12:25).
– Em nossos dias, não é diferente. Muitos estão a questionar as profecias, por causa da demora em seu cumprimento.
O apóstolo Pedro disse que, nos últimos dias, surgiriam escarnecedores, que viveriam em pecado e que questionariam a promessa da vinda do Senhor usando como argumento precisamente a demora de cumprimento da profecia (II Pe.3:3,4), precisamente o que se fazia nos dias de Ezequiel (Ez.12:26-28).
– Não é o que estamos vendo? Quantos não são os que minimizam as profecias escatológicas, chegando mesmo a desdenhá-las, inclusive sob o argumento de que são “alegorias”, “figuras”, havendo, mesmo, aqueles que procuram dizer que tudo não passa de “descrição da luta do bem contra o mal ao longo da história” ou então que os eventos descritos no Apocalipse todos se cumpriram ainda nos dias de João?
– Quantos, sob o pretexto de que não é possível dizer-se a data do arrebatamento da Igreja, não minimizam a escatologia, deliberadamente não tratando do tema? Quantos não fizeram desaparecer a mensagem da volta de Cristo dos púlpitos?
– Os falsos profetas somente profetizavam o que viam o seu coração, ou seja, somente o que lhes vinha à imaginação, o que pensavam ou raciocinavam. Devemos ter muito cuidado com as “conclusões racionais”, com o que “vemos com nossos olhos”, deixando de estar atentos ao que revelam as Escrituras.
– Quando passamos para o campo da lógica humana, do raciocínio do homem, tornamo-nos presa fácil do inimigo de nossas almas, que é especialista em entender “as coisas dos homens” (Cf. Mt.16:23).
– Não é à toa que proliferam as “linhas de interpretação” em matéria escatológica e profética, que se amontoam as “visões” e “correntes de pensamento”, que, inevitavelmente, são desmentidas pelos acontecimentos e pelos fatos, ao longo da história da Igreja.
Devemos ficar com a Bíblia Sagrada, com o que nos revela a Palavra de Deus, mesmo que, num primeiro instante, pareça que o que está escrito é ilógico ou surreal.
– Durante séculos e séculos, a falsa interpretação amilenista, que ganhou corpo e estatura na história da Igreja a partir de Agostinho, em pleno século IV, reinou soberana entre os teólogos e entendidos, que viam no
“milênio” apenas uma “alegoria”, uma “figura” do tempo da Igreja. Israel voltar a existir como nação? Absurdo, diziam eles.
“Deus nada tem a ver mais com Israel, que foi substituída pela Igreja”. Em cinquenta anos, porém, o movimento sionista, surgido no final do século XIX, fez nascer Israel novamente como Estado, como nação politicamente organizada entre as nações da Terra, como sempre a Bíblia Sagrada tinha registrado. Tomemos cuidado, amados irmãos, com os “pensamentos humanos”, com os “profetizadores que só profetizam o que vê o seu coração”!
– O Senhor aponta que os falsos profetas eram pessoas que eram como raposas no deserto, que não subiram às brechas nem repararam a fenda da casa de Israel para estarem na peleja no dia do Senhor (Ez.13:4,5).
– Identificamos um falso profeta quando verificamos que ele não se preocupa com o pecado, com a falta de santidade do povo, nem tampouco lutam pela causa do Evangelho ou pela observância da Palavra do Senhor. São pessoas que não se importam com a obra de Deus, querendo apenas viver de astúcia e terem os benefícios da obra, auferirem as vantagens e os lucros decorrentes da atividade do povo de Deus.
– É exatamente este o quadro que é mostrado tanto pelo apóstolo Pedro quanto por Judas, o irmão do Senhor, quando se referem aos falsos mestres, que são os “sucessores” dos falsos profetas de Israel na Igreja (Cf. II Pe.2:1), pessoas que têm prazer nos deleites cotidianos, amigos de banquetes (II Pe.2:13; Jd.12), envolvidos com uma vida pecaminosa e de concupiscências da carne e dissoluções (II Pe.2:18).
– Os falsos profetas põem-se no lugar de Deus, dizendo o que não lhes foi mandado dizer e querendo que Deus venha a cumprir a palavra que disseram, estando aí, portanto, a extrema gravidade de seus atos (Ez.13:6). O Senhor diz que suas adivinhações são mentirosas, mostrando, claramente, que são agentes de Satanás, o pai da mentira (Jo.8:44).
– A gravidade da ação dos falsos profetas é tanta, pois que deliberada e voluntariamente mentem fazendo uso do nome do Senhor que o Senhor informa, por meio de Ezequiel, que eles estariam excluídos do povo de Israel, teriam a perdição como seu destino, não poderiam ser arrolados como integrantes do povo de Deus (Ez.13:9).
– Aqui nos lembramos da figura do “pecado voluntário” mencionado pelo escritor aos hebreus, que não comporta perdão (Hb.10:26,27).
Quando alguém deliberada e voluntariamente transgride a lei do Senhor, não tem perdão, e o caso dos falsos profetas é bem este, visto que estão a dizer algo como vindo da parte do Senhor sabendo claramente que o Senhor nada lhes disse, nada lhes mandou dizer. Têm consciência de que o que estão a dizer é mentira, não provém da parte do Senhor, é fruto de sua imaginação.
– Aliás, se bem formos verificar, a ação deliberada e voluntária contra os mandamentos do Senhor já na lei eram impossíveis de ser perdoadas, pois não se podia oferecer sacrifício por tais atitudes, quando “a alma que fizer alguma coisa à mão levantada”, pois isto é considerado “injúria ao Senhor”, “desprezo da Palavra do Senhor” e “anulação do Seu mandamento”, devendo tal pessoa ser extirpada do meio do povo (Nm.15:30,31),
– Também, como já se disse supra, o falso profeta tinha de ser morto, ser extirpado do meio do povo, sendo chamado de “rebelde contra o Senhor” (Dt.13:5).
– O Senhor diz que os falsos profetas andam enganando o povo, criando uma sensação falsa de paz e que são edificadores do que foi chamado de “parede de lodo”, pois uma construção sem qualquer firmeza, sem qualquer alicerce, já que não se tem como base a verdade, que é a Palavra de Deus.
– Esta construção não resistirá a uma pancada de chuva, a uma saraiva ou a um vento tempestuoso, porque são meras ilusões e invenções dos falsos profetas.
Quando os fatos ocorrerem, todos sob o controle de Deus, ver-se-á que o vai acontecer é o que está predito pelo Senhor, é a ira que virá sobre os israelitas impenitentes.
– Não é diferente em nossos dias. As teorias, as doutrinas, as ideias e crenças surgidas das mentes dos falsos profetas, dos falsos mestres não resistirão aos fatos, à realidade, aos acontecimentos que demonstrarão que aquilo que está na Bíblia Sagrada, que é a verdade (Jo.17:17) é o que vai ocorrer.
– Não nos deixemos iludir pelas imaginações, pelos discursos vãos e eloquentes daqueles que não têm vida espiritual, que não demonstram estar vivendo em santidade, que não provam ter como foco a dimensão eterna e não as coisas desta vida.
Confiemos no que está escrito, no que está predito nas Escrituras, mesmo que não saibamos como e quando isto se dará. Mantenhamo-nos fiéis a Deus, buscando agradá-l’O para que não sejam surpreendidos com o arrebatamento da Igreja.
– O Senhor mandaria um vento tempestuoso, uma grande pancada de chuva, grandes pedras de saraiva que derrubaria esta parede de lodo adubada com cal, porque nada pode prevalecer contra a verdade, jamais a mentira suplantará a verdade, jamais o homem poderá enfrentar a Deus.
– Estava chegando o tempo do furor e da indignação do Senhor contra os impenitentes e, também, contra os falsos profetas que estimulavam, com suas mentiras, a prática pecaminosa do povo (Ez.13:13-16).
– O Senhor manda, inclusive, Ezequiel profetizar contra os falsos profetas, chamando-os de “caçadores de almas”. Esta expressão é muito elucidativa. O adversário de nossas almas foi chamado pelo Senhor Jesus de “homicida” (Jo.8:44).
Seu objetivo é matar o homem. Pois bem, se Satanás mata o homem, contrata os falsos profetas como “caçadores”, aqueles que irão colocar a armadilha para deixar a presa pronta para ser morta pelo inimigo.
– Eis o papel do falso profeta: deixar as pessoas à mercê do assassínio espiritual a ser levado a efeito por Satanás.
O falso profeta é um importante auxiliar do diabo, é aquele que caça as almas para deixá-las à mercê do “homicida desde o princípio”. Por isso, têm tais pessoas esta delicadíssima situação espiritual.
– Assim agindo, os falsos profetas são profanadores entre o povo de Deus, pessoas que estimulam a prática pecaminosa, que perturbam a santificação em troca de vantagens materiais (Ez.13:18,19).
– Entretanto, o Senhor promete libertar os incautos que forem enredados por tais falsos profetas, diz que os arrancará dos braços dos falsos profetas (Ez.13:20,21).
– O Senhor livraria o Seu povo, mas castigaria os falsos profetas, que não mais fariam suas falsas profecias /(Ez.13:21-23).
– Os falsos profetas que se empenhavam em esforçar as mãos do ímpio, que impedia que eles se desviassem do mau caminho, seriam eles que haveriam de morrer, de ser exterminados, enquanto o Senhor livraria o Seu povo, impedindo que a nação desaparecesse totalmente.
– Não será diferente o que está a ocorrer em nossos dias. À medida que se aproxima o arrebatamento da Igreja, proliferam os falsos profetas (Mt.24:4,5,11,24), aumenta o risco de sermos enganados, mas confiemos no Senhor, que não permitirá que Seu povo seja destruído.
– Continuemos a crer na Palavra de Deus, santifiquemo-nos e pratiquemos a justiça ainda (Ap.22:11) e, assim fazendo, andando na luz e purificados de todo o pecado pelo sangue de Jesus (I Jo.1:7), entraremos na cidade celestial pelas portas (Ap.22:14), livres do maligno por Nosso Senhor e Salvador, pois o Filho de Deus verdadeiramente nos liberta (Jo.8:36). Aleluia!
Pr. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/8310-licao-5-contra-os-falsos-profetas-i