Jovens – Lição 8- Alcançando um coração sábio
Salmos 90:1-17
1 – A ETERNIDADE DE DEUS E AMORTALIDADE DO SER HUMANO
Salmo 90
A principal reflexão é sobre a maneira de aproveitarmos os nossos dias, principalmente em tempos difíceis e sem uma perspectiva próxima de melhora.
Nestes dias podemos ficar mal, angustiados e desanimados, porém, se você parar para pensar, nada disso vai mudar a situação na qual você está vivendo.
Muito pelo contrário, é bem provável que ao agir assim você fique ainda mais fraco, ainda mais ressentido e pense até mesmo em desistir.
Por outro lado, quando puxamos nossa mente para o presente, para o que pode ser feito no dia de hoje exclusivamente, você começa encontrar ânimo e sabedoria para lidar melhor com essa fase.
A visão do futuro é o que mais atrapalha as pessoas a agirem certo no presente, portanto, assim como o salmista, peça ajuda para aprender a contar bem os seus dias e viver com sabedoria em tempos de aflição.
A eternidade de Deus
Em palavras simples e claras, a Bíblia Sagrada apresenta Deus como Rei Eterno, auto-existente, sem principio e sem fim.
No Antigo Testamento, o Salmo 90:2 usa a palavra hebraica עֹ֝ולָ֗ם (‘owlam) que significa eternidade no sentido de duração para sempre, eternamente, para todos os tempos. Essa palavra pode também ter o sentido de existência contínua ou sem fim.
Foi com essa idéia na mente que o salmista escreveu: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” Por sua vez, o Novo Testamento usa a palavra grega αἰωνίου (aiwniov) (aionios), que significa eterno, no sentido de ser sem começo e sem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será ou que nunca termina (cf Rm 16:26).
Os sentidos teológicos de ‘owlam e de aionios definem claramente que o tempo não tem poder sobre Deus, não lhe impõe limites, pois, em essência, Deus é eterno.
Grudem define essa eternidade, dizendo que Deus não tem principio nem fim, nem sucessão de momentos no seu próprio ser, e percebe todo o tempo com igual realismo. Ele, porém, percebe os acontecimentos no tempo e age no espaço, [GRUDEM W. Teologia Sistemática.
São Paulo: Vida Nova, 2000, p.117]. Nesse sentido, concordamos com o conceito de eternidade, dado por Berkhof: “A perfeição de Deus pela qual Ele é elevado, acima de todos os limites temporais e de toda sucessão de momentos, e tem a totalidade da Sua existência num único presente indivisível” [Berkhof, Louis.
Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho, 1990, p 63].
Isso mostra o quanto Deus é maravilhoso, Todo-Poderoso, perfeito e cheio de glória (Dt 4:31-32, 33:27; Jó 11:7-8); mostra, também, que ele é o verdadeiro Deus; é sem igual; é ser divino não-criado e intensamente majestoso em suas ações:
“Eis que Deus é grande, e não o podemos compreender; e, por ser eterno, o numero de seus anos não se pode calcular” (Jó 36:26).
A eternidade é parte da natureza de Deus, como ele próprio declara: “Eu sou o Alfa e ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (AP 1:8).
Ainda sobre sua eternidade, diz: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8:58).
a mortalidade humana
“O ser humano foi criado mortal ou imortal?”
A fim de compreender o conceito bíblico de imortalidade precisamos fazer uma clara distinção entre a imortalidade inerente a Deus e a imortalidade condicional das Suas criaturas. A Bíblia afirma que Deus é “o único que possui imortalidade” inerente em Si mesmo (1 Timóteo 6:16).
Como a única Fonte da vida, Deus concedeu originalmente o dom da imortalidade a todas as Suas criaturas, na condição de que estas continuassem vivendo em plena comunhão com Ele.
Portanto, o estado de imortalidade no qual o ser humano foi originalmente criado não era algo inerente em si mesmo, mas derivado do relacionamento com Deus.
Quando Adão e Eva se separaram de Deus, pelo pecado, perderam o dom da imortalidade, tornando-se sujeitos à morte (Gênesis 3).
Paulo esclarece que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23) e que pelo pecado de Adão entrou a morte no mundo (Romanos 5:12).
O homem natural, separado de Cristo, permanece em estado de total alienação espiritual (Isaías 59:2; Efésios 2:1 e 5) e haverá de sofrer finalmente a morte eterna e a completa destruição (Malaquias 4:1).
Por outro lado, aqueles que aceitam a Cristo como Salvador pessoal obtêm dEle, já nesta vida, a garantia da vida eterna (1 João 5:12) e receberão, por ocasião da segunda vinda de Cristo, o dom da imortalidade (1 Coríntios 15:51-54).
É certo que muitos cristãos, ao longo dos séculos, creram e ainda continuam crendo que o ser humano possui uma alma imortal que habita em um corpo mortal.
Essa alma permaneceria viva e consciente mesmo após a morte do corpo.
Mas Oscar Cullmann, em sua célebre obra intitulada Immortality of the Soul or Resurrection of the Dead? The Witness of the New Testament (Imortalidade da Alma ou Ressurreição da Morte? O que diz o Novo Testamento), demonstra que essa teoria não é um conceito bíblico, mas uma reminiscência da filosofia grega.
A Bíblia diz que o homem é um todo indivisível (Gênesis 2:7), e que nenhuma de suas partes continua existindo conscientemente separada do todo (ver Salmo 115:17; 146:4; Eclesiastes 9:5 e 10).
CONSCIENTIZANDO-NOS DE NOSSOS EQUÍVOCOS
2.1 Sob a ira de Deus
É a reação de Deus ao efeito destruidor do pecado. Se Ele não Se irasse, seria injusto consigo (porque é santo) e com o pecador (porque ele merece).
A ira de Deus é previsível, coerente e constante. Deus não muda (Malaquias 3:6). É diferente da ira dos homens, que é impulsiva, imparcial e vingativa (Provérbios 29:8), e dos temperamentais deuses pagãos, cuja ira era saciada apenas com penitências (1 Reis 18:24-29). A demonstração da ira de Deus nos dá três recados: Ele é justo; precisamos corrigir nossa vida; e o mal não vale a pena.
Por que Ele fica irado?
Por causa do pecado, em todas as suas formas.
O pecado sempre será a quebra de uma lei (1 João 3:14). Dos mandamentos registrados na Bíblia e conhecidos por Seu povo: pecados religiosos como a idolatria (Deuteronômio 29:24-28). Ou da lei universal que Deus escreveu na consciência humana (Romanos 2:14-16): as ofensas morais como a crueldade (Amós 1:3-2:3).
Como Ele mostra a ira?
O Todo-poderoso têm todos os recursos disponíveis para expressar Sua ira. E Ele faz de tudo para alertar a humanidade.
Abandono. É quando Deus deixa o homem colher os frutos naturais de sua rebeldia. O resultado sempre é trágico (Romanos 1:24-32).
Anjos. Os bons quando são portadores de juízos (Atos 12:20-23) e pragas (Apocalipse 15:1; 16:1-21); e os maus quando, por livre escolha do homem, dominam e destroem a vida do indivíduo.
Homens. Os que o temem, como líderes (Números 25:6-13), grupos (Êxodo 32:1-29) e Seu povo (Deuteronômio 7:1, 2); e os que O desconhecem, como reis (Jeremias 32:28) e povos pagãos (Isaías 10:5).
Natureza. Deus já usou e usará água (Gênesis 7), fogo (Gênesis 18, 19), terremoto (Números 16:1-35), calor (Apocalipse 16:8, 9), seca (1 Reis 17:1) e ataques de animais (2 Reis 2:23, 24) para expressar Sua ira.
Doenças. Pragas que mataram milhares de pessoas (Números 16:41-50), lepra (Números 12:1-10) e úlceras (Êxodo 9:10).
Acidentes. Podem acontecer por permissão de Deus ou ação direta dEle (2 Reis 1:2-5, 17).
Quando?
Todos os dias Ele manifesta Sua ira contra o pecado e pecadores (Salmo 7:11), através do sentimento de culpa, do sofrimento mental e da degeneração. Mas tudo isso é uma prévia e um aviso do juízo final (Romanos 2:5).
Como sobreviver?
Por ser racional, a ira de Deus pode ser desviada, desde que haja um substituto para pagar a dívida.
Para espanto de todo o Universo, Cristo Se ofereceu como oferta.
Não foi a cruz que matou Jesus, mas a ira de Deus que caiu sobre Ele (Isaías 53:5, 10).
Graças a Ele, não existe mais condenação e castigo para os que decidem segui-Lo (Romanos 8:1). Mas quem rejeita o sangue de Cristo (Apocalipse 7:13-17) terá que enfrentar sozinho a ira dEle (Apocalipse 6:15-17).
2.2 Não podem os desperdiçar a vida
Não desperdice sua vida! Tome o devido cuidado para que sua vida, este pequeno vapor, conte para a eternidade.
Contudo, nunca se esqueça que em toda a história do mundo, só houve uma vida perfeitamente não desperdiçada — a de Jesus de Nazaré. Somente conectado com Ele através da fé é que podemos dar pequenos passos de bebê para realmente fazermos com que nossas vidas não sejam desperdiçadas.
Tentando deixar bem claro: se quando dizemos “não desperdice sua vida”, você pensa “preciso ajeitar a minha vida para não ir para o inferno”, você entendeu tudo errado!
Em Cristo já somos declarados diante do tribunal divino “perfeitos e justos”, por causa da vida e da morte perfeita e não desperdiçada de Cristo.
Agora, transformados e motivados por aquilo que Ele fez, nós buscamos não desperdiçarmos nossa vida pela causa de Cristo, afinal:
quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. (Mc 8.35)
Você pode saber mais sobre “Não Desperdice Sua Vida” em nosso arquivo ou adquirindo o livro “Não jogue sua vida fora“.
2.3 coração sábio
A Palavra de Deus nos ajuda em nossa caminhada. Buscar experiência em cada dia da vida.
“Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio.” Sl 90.12;
1º. Ela nos ensina que existe tempo pra tudo, entre eles o tempo de nascer, viver, sonhar, alcançar os sonhos… antes do tempo de morrer.(Ec 3)
2º. Esta Palavra nos ensina em Mt 12.35 que o homem bom, tira boas coisas do seu tesouro. Pois a boca fala do que o coração está cheio. O homem bom sabe tirar boas coisas do seu coração. O coração deve ser encher de esperança. Sabedoria é discernir o que dizer, como dizer, proclamar o que há de melhor.
3º. O homem sábio, que conhece a Palavra de Deus sabe tirar do seu depósito, da sua experiência de vida coisas boas, que servem para ajudar e coisas que devem ser descartadas. É trazer a memória o que pode dar esperança. A experiência deve levar a cada dia a entender os sinais e o tempo que estamos vivendo. Um coração sábio.
Precisamos aprender a contar os nossos dias e ter neles um coração sábio.
Precisamos valorizar a Lógica da vida – deixamos pra depois sempre os amigos, família, em função do trabalho, de questões materiais, Precisamos aprender que não é só vitória, mas a sabedoria nos ensina que em meio a tempestade, Deus está presente.
Um coração sábio é aquele que sabe apreciar o tempo, vencer as tribulações, entender o que deve ser lançado fora e o que deve ser guardado.
Um coração sábio é aquele que educa os próximos passos.
Orienta-nos sobre a saúde física, emocional, espiritual. Contar os dias não é só se preparar para a morte, mas se preparar intensamente para a vida abundante hoje, que será eterna…
A Palavra do Senhor afirma que aqueles que têm o Espírito Santo, até mesmo na velhice ainda sonharão. Ter um coração sábio é não desistir dos seus sonhos. Não abra mão da sua família, seus amigos, seu ministério.
Ter um coração sábio é aprender com a Palavra: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, e dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Rm 8.28
A todos os pais, parabéns pelo Dia dos Pais. Em especial, que nossas vidas seja um presente para nosso Pai celestial.
– A SABEDORIA TRAZ ESPERANÇA
3.1 Alegria e benignidade
A alegria vem de estar na presença de Deus. A Bíblia diz em Salmos 16:8-9: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.”
Há alegria em guardar os mandamentos de Deus. A Bíblia diz em João 15:10-11: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.”
A alegria é um dom do Espírito Santo. A Bíblia diz em Gálatas 5:22-23: “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.”
Podemos ter alegria apesar das nossas circunstâncias. A Bíblia diz em Filipenses 4:4: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos.”
3.2 vivendo sob a graça
udo o que Deus fez para o nosso bem, o fez essencialmente por Sua graça; e a forma como Ele se relaciona conosco é baseada em Sua graça. Portanto, não há nada mais importante para você fazer nestes próximos dias do que compreender com clareza e com profundidade esse tema tão importante.
A certeza de que Deus se importa conosco está presente em tantas provas de amor que Ele nos dá diariamente ao permitir livramentos e conquistas. Ele zela e cuida de cada um dos seus filhos na medida certa.
“Oramos constantemente por vocês, para que o nosso Deus os faça dignos da vocação e, com poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé. Assim o nome de nosso Senhor Jesus será glorificado em vocês, e vocês Nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.”
2 Tessalonicenses 1:11-12
As lições que Ele nos permite vivenciar são necessárias para o fortalecer a fé em no evangelho. É fundamental entender a força e dimensão desse amor quando se trata de toda a afeição que vem do alto e nos estimula a seguir nossa missão.
Mesmo quando recebemos as mais duras lições, não devemos encará-las como um castigo, mas em forma de correção da conduta. O amor cobre uma multidão de pecados, pois só a Ele cabe o direito de amar seus filhos e corrigi-los quando se desviam do caminho traçado.
3.3 confirmando as obras
Porque Deus é infinito, ele não pode ser totalmente compreendido por criaturas finitas.
Nós estamos cegos à verdade de Deus por causa do nosso pecado.
Mas antes mesmo que o pecado entrasse no mundo, nós precisávamos que Deus nos falasse sobre si mesmo.
Deus sempre foi um revelador de si mesmo em suas palavras e obras.
Ele falou a Adão no jardim do Éden para revelar a si mesmo e exibiu aspectos do caráter dele nas obras da criação que cercaram Adão.
Os teólogos chamaram as obras de Deus – primeiramente faladas e depois escritas – de sua revelação especial, enquanto chamaram as obras de criação e providência de sua revelação geral.
A revelação geral é, como o próprio nome sugere, geral (aqueles teólogos sabiam do que estavam falando), enquanto que a revelação especial é muito mais específica, detalhada e extensa.
Hoje, a revelação geral nos cerca na natureza, enquanto possuímos revelação especial na Bíblia. A revelação especial fala ao povo de Deus tudo que é revelado a respeito do caráter dele na revelação geral e muito mais.
O que exatamente, então, é a revelação geral, e por que ela é significativa?
Alguns sugerem que as ciências naturais são o estudo da revelação geral e por isso vão além da revelação especial.
Mas desde o Iluminismo, as ciências naturais tipicamente estudaram a criação, não para conhecer a Deus, mas para conhecer a criação, e por isso não estão focadas na revelação geral através da criação.
Revelação geral, falando apropriadamente, é a clara exibição que Deus faz de sua glória e poder nas obras da criação e da providência.
Como as Escrituras explicam: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite” (Salmos 19.1-2); “porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Romanos 1.19-20).
Conclusão:
Vimos o quanto Deus é eterno e nós somos passageiros. Por isso, não é tempo de desperdiçar a vida naquilo que não agrada ao Senhor. Somos convidados a ter consciência de nossa finitude, a selecionar com precisão as nossas escolhas e viver, segundo a graça de Deus, de maneira coerente com o propósito dEle para a nossa vida.
Finalmente, Deus confirmará as obras de nossas mãos.
Fonte: https://descomplicandoateologiaebd.com/ebd-licao-08-jovens-alcancando-um-coracao-sabio/
Vídeo: https://youtu.be/DFytT6cwng4