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LIÇÃO Nº 11 – CULTIVANDO A CONVICÇÃO CRISTÃ

INTRODUÇÃO

-Na sequência do estudo dos embates entre a Igreja de Cristo e o império do mal, analisaremos o cultivo da convicção cristã.

-A vida cristã neste mundo é uma continuidade.

I– O NASCIMENTO DA CONVICÇÃO CRISTÃ

-Na sequência do estudo dos embates entre a Igreja de Cristo e o império do mal, neste último bloco do trimestre estamos vendo quais as atitudes, as providências que os membros em particular da Igreja de Cristo (I Co.12:27), que somos nós, devemos ter para que possamos sobreviver a estes ataques mundanos até alcançarmos a glorificação, última etapa de nossa salvação, que é o objetivo da nossa fé (I Pe.1:9).

-Já se viu, na lição anterior, que é uma necessidade que, para estarmos preparados e alcancemos a vitória sobre o mundo, que estejamos renovando diariamente nosso homem interior, mediante o desenvolvimento da nossa fé, pois “o justo viverá da fé” (Hc.2:4; Rm.1:17; Gl.3:11; Hb.10:38,39).

-Mas, além deste desenvolvimento contínuo da fé, que se torna em firmeza, é preciso que nasça em nós a esperança da glória de Deus e que, em meio às tribulações, que são inevitáveis neste mundo (Jo.16:33), temos a produção da paciência, da experiência e de uma esperança ainda mais robusta, sendo tudo isto possível porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm.5:1-5).

-É este processo que nos leva da firmeza até a esperança de que trataremos nesta lição, processo este que foi denominado de “cultivo da convicção cristã”.

-O processo da salvação chega ao conhecimento de cada indivíduo por meio da pregação do Evangelho. A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17) e estamos em Cristo porque, antes, ouvimos a palavra da verdade, o evangelho da nossa salvação e, então, cremos (Ef.1:13).

-A pregação do Evangelho é o anúncio da salvação, o chamado de Deus aos homens para que se arrependam dos seus pecados e creiam em Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador.

-Quando ouvimos a mensagem da salvação, o Espírito Santo procura nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8).

-A descida do Espírito Santo à Terra, no dia de Pentecostes, teve precisamente este objetivo de dar início aos últimos dias, aos últimos tempos, dando oportunidade ampla a toda criatura para crer em Jesus Cristo e ter a vida eterna (Cf. Jo.3:16).

-Agora, o Espírito Santo atua livremente, sem medida alguma, de modo ilimitado, buscando convencer o homem, que ouve o Evangelho, a deixar o mundo e passar a pertencer à Igreja de Cristo.

-Por primeiro, o Espírito Santo convence o homem do pecado, porque os homens não creem em Jesus. Como já estudamos neste trimestre, uma das principais mentiras forjadas por Satanás é tentar mostrar ao ser humano que o pecado não existe ou dar uma falsa ideia do que seja pecado.

-A primeira coisa que o Espírito Santo convence o homem é de que ele é um pecador, de que foi formado em iniquidade e que, em se mantendo no pecado, ele passará a eternidade sem Deus, a morte eterna, visto que o salário do pecado é a morte.

-O homem precisa ser convencido de que é um pecador, de que o que as Escrituras falam do pecado é a pura realidade e que não temos como nos libertar do pecado senão crendo em Jesus Cristo que pagou o preço dos nossos pecados na cruz do Calvário, que tomou sobre Si os nossos pecados.

-A convicção cristã nasce da constatação de que somos miseráveis pecadores e que precisamos urgentemente da salvação proporcionada por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Quando cremos na mensagem do Evangelho, de que estamos em pecado e que só o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado, damos o passo para a confissão e arrependimento dos pecados, tornando-nos participantes do plano da salvação.

-Toda a argumentação que o apóstolo Paulo faz sobre a situação do homem carnal, do homem sob o domínio do pecado, no capítulo 7 da epístola aos romanos termina com este desesperador grito do pecador: “miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm.7:24).

-Esta é a consciência que advém da ação do Espírito Santo na vida do ouvinte do Evangelho, é o fruto do convencimento d’Aquele que o Pai e o Filho mandaram para ficar conosco e habitar em nós.

-É fundamental que o homem seja convencido de que é um pecador, mas isto não é suficiente. Além de convencer o homem do pecado, o Espírito Santo o convence também da justiça.

-O Espírito Santo precisa convencer da justiça, diz o Senhor Jesus, porque Cristo iria para o Pai e não O veriam mais fisicamente entre nós (Jo.16:10).

-O Espírito Santo, entre as Suas atribuições, está a de glorificar a Cristo, recebendo o que é de Jesus e no-lo anunciando (Jo.16:14), bem como nos faz lembrar o que Ele disse (Jo.14:26).

-Enquanto Jesus estava na Terra, os Seus discípulos viam o que Ele fazia e Ele mesmo os ensinava como deveriam se comportar (Mt.11:29; At.1:1).

Entretanto, depois que Jesus foi para os céus, não temos mais o Seu exemplo visível para que possamos seguir as Suas pisadas (I Pe.2:21) e é indispensável, para alcançarmos a salvação, que sejamos Seus imitadores (I Co.11:1), que O sigamos (Mt.16:24; Mc.8:34; Lc.9:23; Jo.12:26).

-Jesus disse que é o caminho (Jo.14:6) e isto era um ponto tão relevante na Sua pregação que os próprios cristãos eram conhecidos, nos primeiros dias da Igreja, como sendo as pessoas que seguiam o “Caminho” (At.19:9,23; 22:4; 24:14,22).

-Jesus foi claro ao mostrar que deve ser o referencial de todos os Seus discípulos, que devem seguir o Seu exemplo (Jo.13:15; 15:12).

-Como Jesus não está mais fisicamente entre nós, Ele volta para nós por meio do Espírito Santo (Jo.14:18), que não só nos ensina todas as coisas, recebendo o que Jesus ensinou e nos anunciando, como também nos fazendo lembrar os ensinamentos de Cristo e, deste modo, nós podemos viver justamente neste mundo, pois estaremos seguindo as pisadas de Jesus, fazendo o que Ele fez, vivendo como Ele viveu, sendo verdadeiramente “cristãos”, ou seja, pessoas “parecidas com Cristo”, “pequenos Cristos” (Cf. At.11:26).

-A convicção cristã leva-nos a viver como Jesus viveu, a imitá-l’O, a desejar ficar cada vez mais parecido com Ele, pois, afinal de contas, é este um dos objetivos da vida cristã, uma das consequências do plano da salvação, fazer-nos conformes à imagem do Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos (Rm.8:29).

-Mas o Espírito Santo também convence o homem do juízo, porque o príncipe deste mundo está julgado (Jo.16:11).

-O homem precisa estar convencido de que o diabo, o deus deste século, o príncipe deste mundo, é um ser que se encontra julgado e condenado, que está apenas aguardando o momento de ver executada a sua pena, é um perdido, um ser que não tem mais chance alguma de salvação.

-O Espírito Santo mostra ao homem a realidade espiritual, a perspectiva da eternidade e, ao mostrar isto, revela ao homem que ele estava, no pecado, caminhando para o mesmo destino de Satanás, que é o lago de fogo e enxofre, o tormento eterno, o fogo eterno (Mt.25:41,46).

-O Espírito Santo mostra ao homem o amor de Deus que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4), não se deixando enganar pela mentira daquele que está julgado e destinado à morte eterna.

-A convicção cristã, portanto, sabe perfeitamente quem é o diabo e qual o seu destino e, portanto, não permite que ele seja enganado pelo adversário de nossas almas, tendo plena consciência de seu caráter homicida e mentiroso, afastando-se sempre dos seus ardis e ciladas (II Co.2:11; Ef.6:11), sabendo que ele nada tem em Jesus (Jo.14:30,31).

-Somos, então, levados a ter uma vida de constante vigilância, procurando não dar lugar ao inimigo (Ef.4:27), sabendo que ele brama como um leão buscando a quem possa tragar (I Pe.5:8).

II– O CULTIVO DA CONVICÇÃO CRISTÃ

-Visto como nasce no discípulo de Jesus a convicção cristã, tem-se que esta convicção deve ser devidamente cultivada no servo de Deus enquanto estiver em sua peregrinação terrena.

-Estamos debaixo do tempo e, portanto, após termos experimentado a salvação, sabemos que ela deve se prolongar enquanto estivermos aqui nesta Terra.

-Alguns, como o ladrão arrependido que estava ao lado do Senhor no Calvário, logo é promovido para a eternidade, ingressando no Paraíso (Lc.23:43), onde aguardará a ressurreição que ocorrerá no dia do arrebatamento da Igreja (I Ts.4:16).

-Outros, como o apóstolo João, viverão décadas neste mundo até ingressarem na eternidade e, portanto, deverão, na sucessão dos dias, batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd.3).

-Enquanto estamos neste mundo, estamos em luta contra a carne (Gl.5:17), que é a nossa natureza pecaminosa, que está crucificada com Cristo com nossas paixões e concupiscências, mas não foi ainda eliminada de nosso ser (Gl.5:24).

-Enquanto estamos neste mundo, estamos em luta contra o diabo e seus anjos (Ef.6:11,12), que está sempre buscando a nossa perdição, inclusive nos acusando dia e noite diante de Deus (Ap.12:10).

-Enquanto estamos neste mundo, estamos em luta contra o mundo, que está a serviço de Satanás, que nos odeia e quer também nos destruir (Jo.15:18-21).

-Por isso mesmo, assim como temos de ir de fé em fé, renovando o nosso homem interior diariamente para que perseveremos até o fim e sejamos salvos, como vimos na lição anterior, faz-se necessário, também, que cultivemos a convicção cristã.

-Cultivar significa cuidar, fazer produzir, permitir o crescimento, dar condições para que haja o crescimento. O cultivo envolve o plantio e o cuidado, como bem Paulo explicou aos coríntios, quando afirmou ter plantado aquela igreja, Apolo ter regado, ou seja, fornecido os meios para o desenvolvimento da igreja, mas que era Deus quem dava o crescimento (I Co.3:6).

-A convicção nascida pela ação do Espírito Santo em nossas vidas, que nos levou a crer em Jesus, deve ser cultivada ao longo de nossa peregrinação terrena.

-O cultivo começa pelo plantio. Quando reconhecemos que somos pecadores e confessamos nossos pecados, crendo em Jesus como Senhor e Salvador, convencidos do pecado portanto, somos plantados na Igreja, junto ao ribeiro das águas (Sl.1:3; Jr.17:8).

-Somos plantados na abundância das águas, ou seja, em um lugar de vida e de abundância para produzirmos ramos e para dar fruto (Ez.17:8; Jo.15:1-5).

-Devemos produzir o fruto do Espírito (Gl.5:22), porque estamos plantados junto ao ribeiro das águas, somos videira excelente, estamos em comunhão com o Senhor Jesus, que é a videira verdadeira e nós, Suas varas, Seus ramos.

-Neste mundo, temos de produzir o fruto do Espírito, que nada mais é que o amor de Deus desdobrado em nossos relacionamentos com Deus (amor, paz e gozo), conosco mesmos (fé, mansidão e temperança) e com o próximo (longanimidade, benignidade e bondade).

-Este cultivo espiritual de nossa convicção cristã somente é alcançado se formos guiados pelo Espírito Santo em toda a verdade (Jo.16:13).

-Ser guiado pelo Espírito é, portanto, “andar na verdade” (II Jo.4; III Jo.4), “praticar a verdade” (Jo.3:21) e, evidentemente, somente pode fazê-lo quem conhece a verdade, verdade que é o próprio Deus (Jr.10:10), Jesus Cristo (Jo.14:26) e o Espírito Santo (Jo.14:17; 15:26; 16:13).

-Para que se tenha conhecimento da verdade, pois, é essencial que se esteja em comunhão com o Senhor, e se tenha contato com as Escrituras, que são a verdade (Jo.17:17). A árvore plantada junto a ribeiro de águas é aquele que medita de dia e de noite na lei do Senhor (Sl.1:2).

-Quanto mais conhecemos e prosseguimos em conhecer ao Senhor (Os.6:3), teremos a visão do reino de Deus (Jo.3:3), veremos o esplendor da luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:4) e poderemos contemplar o Senhor Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb.12:2) e, com esta visão espiritual, não titubearemos diante das tempestades e da fúria do mar deste mundo, prosseguindo resolutos rumo a Canaã celestial.

-A convicção espiritual dá-nos condição de combater o bom combate e prosseguirmos na carreira que nos está proposta até o seu término (II Tm.4:7; Hb.12:1), tudo suportando pelo gozo que nos está proposto, não temendo nem mesmo a morte, estando dispostos, inclusive, ao martírio (II Tm.4:6; Fp.1:21).

-Em virtude desta convicção espiritual, ao longo da história da Igreja, as perseguições não têm conseguido impedir a conversão das almas e a pregação do Evangelho, mas, como dizia Tertuliano (160-220), o sangue derramado pelos servos de Deus têm sido sempre sementes de novos cristãos.

-A convicção espiritual dá nascimento a uma convicção moral. O crescimento espiritual do discípulo de Cristo fá-lo cada vez mais parecido com o seu Senhor, conforma-o à imagem de Jesus (Rm.8:29; At.11:26).

-Pois bem, enquanto na Terra, Jesus Cristo andou fazendo o bem, curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.11:38). Assim, Seus discípulos também andarão fazendo o bem, pois eles foram criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef.2:10).

-Os discípulos de Jesus, deste modo, são benfeitores, estão sempre a fazer o bem, a enaltecer o certo e o correto, o que faz com que tenhamos uma exaltação da moral, dos bons costumes, da boa conduta em meio à sociedade.

-Por causa de nossa comunhão com Deus, passamos a fazer o bem e a melhorar o ambiente perverso do mundo, que, por estar no maligno, é o campo da proliferação do pecado e da maldade.

No mundo, como diz o profeta Oseias, “…não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na terra, só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o frutar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios” (Os.4:1b,2).

-Entretanto, os membros em particular do corpo de Cristo, que são luz do mundo (Mt.5:14) e sal da terra (Mt.5:13), alteram os padrões de comportamento do mundo, fazendo-o com que passem a acolher os valores concordantes com a Palavra de Deus, tendo, então, nascido o que se denominou de Cristandade ou civilização cristã, um modo de vida que está em consonância com os ensinos trazidos por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

-Verdade é que estamos a viver, inclusive para que se tenha o cumprimento das profecias bíblicas, um acelerado processo de descristianização nos países que adotaram a Cristandade. Muitos hoje se orgulham, principalmente no Ocidente, de dizer que se está num “período pós-cristão”, ou seja, que já se eliminaram as características sociais que haviam se estabelecido em função do acolhimento da doutrina cristã.

-No entanto, a Igreja persevera defendendo a moral cristã, os princípios éticos estabelecidos pelas Escrituras Sagradas, que são a Palavra de Deus.

Por isso mesmo, precisamos continuar defendendo um comportamento e uma conduta agradáveis a Deus, esforçando-se para que tenhamos uma educação das novas gerações, a começar de nossos filhos, segundo os ditames estatuídos pelo Senhor.

-Desta maneira, deve a Igreja de Cristo opor-se e resistir a todas as agendas anticristãs que se têm levantado com grande intensidade nas últimas décadas, combatendo, notadamente com a pregação do Evangelho, todos os movimentos que querem retirar todos os dados culturais, sociais e políticos que estão direta ou indiretamente relacionados com a civilização cristã.

-Para tanto, ainda que se tenham de tomar medidas concernentes à própria vida em sociedade, é fundamental lembrar que o Senhor Jesus fazia o bem e curava a todos os oprimidos do diabo porque Deus era com ele.

-Não são nas estruturas sociais, nas manifestações sócio-políticas, nas eleições ou em qualquer outra forma de participação social que conseguiremos forças para atrasar a agenda anticristã, mas única e exclusivamente em nossa comunhão com Deus e na tomada de decisões conforme a direção do Espírito Santo.

-Ser o sal da terra é precisamente ter este “sabor” que dá razão para viver, esperança e alento num mundo que se degenera rapidamente, onde há aquele quadro trazido pelo profeta Oseias, um ambiente de corrupção generalizada e de violência como que estamos a ver, sempre, no mundo dominado pelo maligno.

-Este “sabor” nada mais é que o temor do Senhor (Jó 28:28), que é o princípio da sabedoria (Sl.111:10; Pv.9:10). A Igreja, formada pelos que temem a Deus, age com sabedoria e, deste modo, sabe o que, como, onde e quando fazer as coisas, trazendo para o mundo o “sabor que agrada a Deus”.

-Assim como o sal torna o alimento agradável, a presença da Igreja na face da Terra impede que o Senhor aja com a Sua ira, permitindo, deste modo, que a humanidade tenha a oportunidade de se arrepender e escapar do juízo vindouro, como fez a geração de Nínive nos dias do profeta Jonas (Jn.3:6-10).

-Precisamos, portanto, ser tementes ao Senhor e somente o seremos se aborrecermos o mal, a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa (Pv.8:13).

-Para sermos sal da terra, torna-se necessário aborrecermos o mal, ou seja, ter o sentimento de ojeriza por tudo quanto se opõe a Deus e à Sua Palavra, o “ódio completo” de que fala o salmista no Sl.139:21,22.

-Por isso mesmo, o irmão do Senhor, Judas, diz que devemos aborrecer até a roupa manchada da carne (Jd.23), ou seja, devemos nos distanciar até mesmo daquilo que não é propriamente mau, mas que vem do mal ou que pode levar ao mal, o embaraço de que fala o escritor aos hebreus (Hb.12:1).

-Esta conduta de aborrecimento do mal, de apartar-se do mal é indispensável para que sejamos sal da terra e, deste modo, façamos com que a nossa convicção cristã possa influenciar o mundo e, deste modo, sirvamos de anteparo e impedimento para a degeneração completa dos ambientes em que estamos a frequentar neste mundo.

-Não é possível sairmos deste mundo enquanto aqui vivermos ou Jesus não venha buscar a Sua Igreja (I Co.5:10), mas podemos muito bem nos mantermos completamente separados do pecado, como, aliás, fez Nosso Senhor e Salvador, que, apesar de ter intensa vida social, jamais pecou (Mt.11:19; Lc.15:1,2).

-Temos de ter um bom testemunho diante dos homens, mostrando a nossa diferença, vivendo de tal maneira que as pessoas se sintam interessadas em saber porque vivemos de forma diversa dos demais, porque temos esperança (I Pe.3:15).

-Quando o Senhor Jesus comentou as críticas que recebia por ser sociável, completou dizendo que “a sabedoria é justificada por suas obras” (Mt.11:19 NAA).

Esta expressão do Senhor mostra, claramente, que, ao produzirmos boas obras, revelamos aos homens a nossa justiça, que, na verdade, não é nossa, mas foi a justiça de Cristo que a nós foi dada quando cremos n’Ele, pois, quando somos salvos, recebemos o “manto de justiça” (Is.61:10).

-A justiça vem-nos pela fé em Cristo Jesus (Rm.5:1), mas ela é demonstrada através das nossas boas obras (Tg.2:14-18).

A fé só demonstra a sua existência se for seguida de boas obras. A prática do bem não salva, mas revela a salvação de alguém e promove a continuidade de nossa convicção cristã, pois é a clarividente amostra de que somos feitura de Deus em Cristo Jesus (Ef.2:10) e o que importa é sermos novas criaturas (Gl.6:15).

-Como sal da terra, fazemos com que os homens contemplem o que é o bem, algo com o qual não estão acostumados, uma vez que se encontram num mundo que é dominado pelo maligno (I Jo.5:19), têm suas imaginações única e exclusivamente voltadas para a maldade (Gn.8:21), apenas realizando coisas boas (Mt.7:11), que são como que “acidentes” numa rotina de malignidade e maldade”.

-Por isso mesmo, os membros em particular do corpo de Cristo sempre são tidos em grande estima pelos homens (At.5:13), embora saibamos que, por causa deste bom testemunho, os discípulos de Jesus serão odiados pelo mundo e o sistema mundano os acabará por engoli-los vivos, se o Senhor o permitir (Sl.124:1- 5), pois, por vezes, Deus permite que o diabo até nos mate, matança que, entretanto, se circunscreve ao nosso corpo (Mt.10:28), como ocorreu no caso de Estêvão (At.7:55-60).

-Este é o “sabor” que a Igreja traz a este mundo e que é sentido pelos homens, levando alguns deles a se converterem por causa do testemunho de discípulos de Jesus Cristo, que, assim, mostram a autoridade de que estão revestidos por sua fé no Senhor.

-A falta de sabor na vida do que cristão se diz ser é trágica, porque o Senhor nos diz que se o sal for insípido, para nada mais serve senão para ser lançado fora e pisado pelos homens (Mt.5:13).

-Se não cultivarmos nossa convicção cristã, se nos deixarmos envolver com o mundo, perderemos o “sabor” e o resultado disto é que seremos lançados fora da casa do Senhor (Jo.15:2,6) e, além de serem objeto de humilhação e aviltamento no mundo, ou seja, “serem pisados pelos homens”, “secarão”, ainda sofrerão a condenação eterna, sendo “colhidos e lançados no fogo”, onde arderão eternamente no lago de fogo e enxofre.

Bem disse o apóstolo Pedro que tais pessoas estarão um estado pior que tinham quando ainda eram incrédulos (II Pe.2:20-22). Que Deus nos guarde!

-Além do aborrecimento do mal, cultivamos a nossa convicção cristã quando aborrecemos a soberba e a arrogância, ou seja, quando nos portamos com humildade e nos submetemos à vontade de Deus.

-Vivemos dias em que os homens são incentivados e estimulados à prática da soberba (II Tm.3:1,2). Há um discurso de “liberdade”, que, na verdade, representa uma apologia de uma falsa autonomia do homem diante de Deus, em que se defende que o ser humano pode fazer o que quiser, pôr em prática todos os seus desejos, sejam eles quais forem.

-Devemos, ao revés, cultivar a humildade, a submissão à vontade de Deus, notadamente no que concerne a guardar a Palavra de Deus. A Igreja, inclusive, por ser guardadora desta Palavra será guardada da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo para tentar os que habitam na Terra (Ap.3:10).

-Os modelos mundanos são os da autossuficiência, os “super-homens” de que falam filósofos como Friedrich Nietzche (1844-1900), dos “supercrentes” propagandeados pelas falsas teologias da confissão positiva e da prosperidade. Fujamos destas ilusões, pois nos importa humilhar-nos diante da potente mão de Deus para que a Seu templo Ele nos exalte (I Pe.5:6).

-O temor do Senhor também envolve o aborrecimento do mau caminho e o mau caminho nada mais é que o caminho espaçoso com a porta larga que conduz à perdição (Mt.7:13).

-Este mau caminho é aquele que aceita e tolera o pecado, que permite toda e qualquer conduta, é o caminho do relativismo ético e moral, onde tudo é permitido, onde nada é pecado, onde tudo deve ser relevado e admitido.

-Mantemos a convicção cristã quando defendemos a nossa fé, batalhamos por ela (Jd.3) e isto se dá quando combatemos, dentro da Igreja, as heresias, desmascarando os falsos ensinos e os falsos mestres, mas, também, quando anunciamos o Evangelho aos incrédulos, pregando a Cristo, e Este crucificado, numa pregação como a do apóstolo Paulo, que não era de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder (I Co.2:2- 5).

-O crescimento da Igreja sempre ocorreu quando se teve tal conduta por parte dos discípulos e se deve retomar esta postura, máxime quando vemos se multiplicar a iniquidade e a frieza espiritual de quase todos (Mt.24:12 NAA).

-Por fim, o temor do Senhor é aborrecer a boca perversa. A boca fala do que o coração está cheio (Mt.12:34; 15:18; Lc.6:45) e, portanto, se temos uma boca perversa é porque temos um coração perverso.

-A boca perversa é aquela que expressa tudo o que ruim há no coração humano, pois do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt.15:19).

-Precisamos guardar o nosso coração (Pv.4:23) e, quando se fala aqui em “coração” se está a falar do homem interior, da alma e do espírito, e, para tanto, precisamos reter as palavras do Senhor (Pv.4:4), cuidando para que não nos apartemos delas (Pv.4:21), sempre andando no caminho do Senhor (Pv.23:19,26).

-Não teremos boca perversa se entregarmos nosso coração ao Senhor e confiarmos n’Ele (Pv.3:5; 23:26), pois aí teremos um coração sábio, o que alegrará ao nosso Deus (Pv.23:12).

-Mas, além de sal da terra, temos de ser, também, a luz do mundo (Mt.5:14) e isto faz com que tenhamos de refletir a glória de Cristo (II Co.3:18), fazendo-o com “cara descoberta”, sendo “transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito Santo”.

-Para refletirmos a glória de Cristo, não podemos que nada esteja entre nós e o Senhor, ou seja, não pode haver obstáculo algum para que, como espelho, possamos fazer este reflexo. Isto nos fala de que, para sermos luz do mundo, temos de ter uma vida de santidade, pois os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus (Is.59:2).

-O espelho precisa estar limpo, sem mancha, para que possa refletir a imagem daquele que está à sua frente.

Precisamos estar diante de Cristo como igreja gloriosa, imaculada, sem ruga ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Ef.5:27) e isto se consegue quando somos santificados e purificados com a Palavra (Ef.5:26).

-Torna-se indispensável que estejamos continuamente sendo transformados, melhorando nossa vida espiritual a cada instante, cada vez mais nos afastando do pecado e do embaraço, cada vez mais nos dedicando às “coisas de cima” (Cl.3:1-3), buscando o reino de Deus e a sua justiça (Mt.6:33).

-Qual é o nosso compromisso? Estamos comprometidos com as coisas de Deus ou com as coisas dos homens? Onde está o nosso coração? (Cf. Mt.6:19-21).

-Os patriarcas são tipos dos fiéis e a sua dispensação é chamada de dispensação da promessa precisamente porque eles não se prenderam às coisas desta vida, embora tivessem a promessa divina de receberem Canaã, mas almejavam única e exclusivamente a pátria celestial (Hb.11:9,10,13-16).

-Tanto assim é que, ao contrário de Ninrode, o primeiro governante da Babilônia, que construiu cidades no vale do Sinar, em oposição à ordem divina do espalhamento sobre a Terra (Gn.10:8-12), Abraão, Isaque e Jacó não construíram sequer uma casa, habitando em cabanas, pois seu alvo era a cidade celeste, como também deve ser o nosso objetivo nesta peregrinação terrena (Fp.3:14,20,21).

-Assumindo compromisso com o Senhor, vivendo separados dos pecados, estaremos em condições de sermos irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, resplandecendo como astros no mundo (Fp.2:15). Aliás, foi isto que o Senhor exigiu de Abrão, quando lhe aparece treze anos após a sua falha em tentar obter um filho pelos meios humanos: “Anda na Minha presença e sê perfeito” (Gn.17:1 “in fine”).

– Cultivaremos a nossa convicção cristã se formos perfeitos, ou seja, se almejarmos e nos esforçarmos por alcançar a perfeição, andando sempre na presença do Senhor, sendo-Lhe fiel até a morte (Ap.2:10).

 Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/9359-licao-11-cultivando-a-conviccao-crista-i

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