Sem categoria

Lição 05 – Pérgamo, a Igreja Casada Com o Mundo

pergamo

A carta à igreja de Pérgamo mostra-nos que não há comunhão do povo de Deus e o mundo.

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo das cartas às igrejas da Ásia Menor, estudaremos a terceira carta, endereçada à igreja de Pérgamo.

– Nesta carta, o Senhor Jesus mostra que não há como termos vida espiritual verdadeira se nos misturarmos com o mundo.

I – O CENÁRIO DA CARTA Á IGREJA DE PÉRGAMO

– Prosseguindo o estudo das sete cartas que o Senhor Jesus mandou enviar às igrejas da província romana da Ásia, que constitui a parte substancial do estudo proposto pela CPAD para este trimestre no livro do Apocalipse, estudaremos a terceira carta, a carta encaminhada ao anjo da igreja e, por conseguinte, à igreja de Pérgamo.

– Pérgamo, palavra cujo significado é “cidadela”, “burgo”, “torre”, “castelo”, “fortificação”. Entendem alguns que a palavra também significa “casamento”, “união”, significado que é questionado por alguns. Uma antiga cidade grega que se situava na Mísia, no noroeste da Anatólia (parte ocidental da Turquia), a mais de 20 km do Mar Egeu numa colina isolada do vale do Rio Caicos (atual Bakirçay). Existia desde o século V a.C., conquistou a região costeira da Ásia, tendo adquirido a máxima extensão de seus domínios no século II a.C. Possuiu uma importante biblioteca e sua importância é tanta que dela surgiu a palavra “pergaminho”, o suporte usado para vários documentos escritos a partir da pele do carneiro. Pérgamo tornou-se um centro religioso pagão, que, inclusive, competia com Éfeso no século I d.C., o tempo em que foi escrita a carta do Senhor Jesus àquela igreja. O reino de Pérgamo acabou sendo doado ao Império Romano em 133 d.C. Dentre os cultos que havia em Pérgamo, havia ali uma espécie de adoração ao diabo, tendo Pérgamo se tornado sede das mágicas babilônicas após a destruição de Babilônia. Pérgamo é atualmente a cidade turca de Bergama, uma cidade que tem cerca de 55.000 habitantes, um terço do que teve Pérgamo no seu esplendor.

– Não há como identificar quem era o anjo da igreja de Pérgamo. A Bíblia é silente a este respeito e este silêncio é eloquente, visto que, uma vez mais, a Bíblia mostra que o Senhor não quer envergonhar aquele cujo arrependimento quer incentivar ou estimular, uma importante lição que os crentes hodiernos devem aprender. Jesus não identifica este anjo, nem permitiu que isto se fizesse pela história, para que não houvesse humilhação ante os seus graves erros cometidos. A única coisa que se sabe é que ele era o sucessor de Antipas, este, sim, identificado pelo Senhor Jesus, que havia sofrido o martírio e foi chamado pelo Senhor de “minha fiel testemunha” e alguém que “não negara o nome de Jesus” (Ap.2:13).

– O pastor da igreja de Pérgamo, que sucedera a Antipas, mantinha a mesma linha do seu antecessor, pois o Senhor Jesus diz que ele “retinha o nome do Senhor”, apesar de viver num lugar tenebroso, que o Senhor denominou de “trono de Satanás” e do “lugar onde Satanás habita”, porque, como já dissemos, se tratava de uma cidade repleta de seitas pagãs, que competia, mesmo, com Éfeso em termos de feitiçaria e idolatria. No entanto, apesar de ser, pessoalmente, um servo fiel a Deus, estava a descuidar do rebanho, permitindo a infiltração de seguidores da doutrina de Balaão e dos nicolaítas. Ao contrário do pastor da igreja de Éfeso, o pastor de Pérgamo apresentava-se omisso, negligente e leniente.

– Infelizmente, nos dias em que vivemos, há muitos “pastores de Pérgamo” em nossas igrejas locais. Pessoas devotas, que servem a Deus sinceramente, mas que têm sido negligentes na invasão do mundanismo no meio do povo do Senhor. São pessoas que honram os seus antecessores na direção das igrejas locais, pessoas que, não raras vezes, morreram por causa do Evangelho, mas que, ao contrário deles, nos dias em que vivemos estão sendo permissivos, têm deixado o mundo se infiltrar na igreja. São pastores que têm deixado os lobos ingressarem no meio do rebanho e matarem a muitas ovelhas, sem que tenham qualquer ação para extirpar estes males. Tomem cuidado, “senhores pastores de Pérgamo”, porque os senhores terão de dar conta das almas que têm placidamente deixado que sejam exterminados por estes lobos devoradores (Hb.13:17)!

– O Senhor Jesus Se identifica para a igreja de Pérgamo como sendo “Aquele que tem a espada aguda de dois fios”. Esta identificação do Senhor, por primeiro, indica a “guerra espiritual” que há entre a Igreja e o mundo. “…Espada na simbologia profética das Escrituras Sagradas representa castigo ou guerra. Ela distingue vencidos de vencedores…” (SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. 3. ed., p.38). Vemos, portanto, que a Igreja não deve jamais se esquecer que está em permanente guerra com o mundo e com o pecado e que, portanto, é impossível haver alguma trégua ou acordo com o sistema maligno no qual o mundo está imerso (I Jo.5:19).

– Esta circunstância é extremamente importante e deve ser levada em consideração em nossos dias, onde há uma tendência de muitos em confundir “tolerância religiosa” com acordos com o mundo. Não são poucas as lideranças sedizentes cristãs que têm defendido um “ecumenismo” ou um “diálogo interreligioso”, movimentos que ganharam corpo a partir da segunda metade do século XX. O “ecumenismo” é a proposta de “união dos segmentos cristãos”, dentro do pressuposto de que a “divisão entre os cristãos é um escândalo para o mundo que prejudica a pregação do Evangelho”, enquanto que o “diálogo interreligioso” é a proposta de “o encontro de um espaço comum entre as diversas religiões do mundo, para que se promova a paz mundial”.

– O “ecumenismo”, que foi adotado como comportamento oficial da Igreja Romana a partir do Concílio Vaticano II, que completa, neste ano de 2012, cinquenta anos, mas que tem suas raízes algumas décadas antes, tendo dado origem ao Conselho Mundial das Igrejas, é uma atitude que busca fazer com que “diferenças doutrinárias” sejam desconsideradas e que haja uma união em torno da pessoa de Cristo, como se isto fosse possível abrindo-se mão da verdade, da Palavra de Deus. Nada mais é que a nítida rendição da verdade diante das inúmeras inovações que representaram significativos desvios doutrinários ao longo dos séculos na história da Igreja. Mas, ao contrário do que propõe o ecumenismo, devemos seguir o que fez Antipas, ou seja, “não negar o nome de Jesus”.

– O “diálogo interreligioso”, por sua vez, é uma tentativa de se encontrar um “lugar comum entre as religiões”, como se o Evangelho fosse apenas mais uma religião e não “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm.1:16). Não há outro nome pelo qual se alcance a salvação a não ser pelo nome de Jesus (At.4:12). Assim, também, se quisermos ter o mesmo testemunho de Antipas, não podemos participar de tal movimento.

OBS: Por isso, vemos com muita suspeita, para não dizer o mínimo, movimentos que algumas lideranças têm feito “em prol da paz mundial”, associando-se com pessoas que, decididamente, não creem em Jesus Cristo, como é o caso de alianças forjadas ultimamente entre alguns líderes e o falso cristo Reverendo Moon no Brasil e entre alguns líderes e os muçulmanos nos Estados Unidos.

– Como servos de Deus, devemos, sim, defender a “tolerância religiosa”, a “liberdade religiosa”, pois o Evangelho é uma proposta que Deus faz ao homem, proposta esta que esbarra no livre-arbítrio que o próprio Deus deu ao homem. Não podemos impor a fé em Cristo a qualquer homem, mas pregar o Evangelho para que este homem possa ser salvo, mas deixando o homem completamente livre para crer, ou não, no Evangelho. É esta a postura que devemos ter com relação a outros credos religiosos e a segmentos cristãos apartados da sã doutrina, inclusive com eles se unindo para o bem-estar da sociedade, mas jamais admitirmos uma comunhão de princípios e crenças, pois isto seria negar o Senhor Jesus. Lembremo-nos disto!

– Mas a identificação do Senhor como “Aquele que tem a espada aguda de dois fios”, também nos fala a respeito de qual a arma de ataque que temos nesta “guerra espiritual” que existe contra o mundo e o diabo. A “espada aguda de dois fios” é a Palavra de Deus (Ef.6:17; Hb.4:12).

– Quando o Senhor Jesus orava pelos Seus discípulos, a chamada oração sacerdotal, fez questão de pedir ao Pai que Sua Igreja fosse santificada na verdade, i.e., na Palavra de Deus (Jo.17:17). Na “armadura de Deus” descrita pelo apóstolo na carta aos efésios, a única arma de ataque é a “espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus (Ef.6:17).

– A única arma que a Igreja tem para atacar as hostes espirituais da maldade é a Palavra de Deus. A infiltração do mundo na igreja, permitida pelo pastor da igreja de Pérgamo, era devida ao não-uso desta arma de ataque. Quando a Palavra de Deus deixa de ser utilizada nas igrejas locais, o mundo nela entra, pois não há como se impedir o avanço do maligno, que não é fustigado, atacado por esta poderosa arma que o Senhor deixou para o Seu povo. Não há como nos mantermos separados do pecado eficazmente senão pela meditação e ensino da Palavra de Deus.

– Uma das principais armadilhas do inimigo de nossas almas nestes dias é o de retirar a Palavra de Deus da vida dos que cristãos se dizem ser. Até mesmo as reuniões das igrejas locais têm tido supressão do tempo da Palavra. Vivemos hoje um crescente analfabetismo bíblico entre os servos do Senhor, o que permite a infiltração do mundo e toda heresia e falso ensino.

– A negligência com a Palavra de Deus faz com que não haja qualquer ataque aos movimentos do adversário no meio do povo de Deus, visto que todas as demais armas postas à disposição dos crentes são defensivas (cinto da verdade, couraça da justiça, calçados da preparação do evangelho da paz, escudo da fé, capacete da salvação-Ef.6:13-17). O pastor da igreja de Pérgamo estava bem defendido contra as hostes espirituais da maldade, mas, ao contrário do seu colega de Éfeso, não atacava o trabalho deletério que o inimigo estava a fazer no meio de seu rebanho, já que não se utilizava da Palavra de Deus (Ap.2:2).

– Há uma preocupante tendência em nossos dias entre as lideranças das igrejas locais em ter um comportamento passivo diante do crescente mundanismo que tem tomado conta dos que cristãos se dizem ser. Em nome de uma “modernidade”, de uma “adaptação aos tempos de hoje”, tem-se permitido a invasão do pecado e do mundo em nossas igrejas. São os “pastores de Pérgamo” de nossos dias. Não podemos concordar com esta conduta, pois ela foi severamente repreendida pelo próprio Senhor Jesus!

– Há um abismo entre o que é cultural e, portanto, humano, passageiro e mutável e a sã doutrina, que é divina, eterna e imutável. A Palavra de Deus permanece para sempre (Is.40:8; Mt.24:35; Lc.21:33; I Pe.1:23). O que a Bíblia Sagrada condenava quando foi escrita, continua a condenar em nossos dias. Não podemos “flexibilizar” as Escrituras, como muitos têm feito e como deixava fazer o anjo da igreja que estava em Pérgamo.

– O fato de “a espada aguda” ter “dois fios”, isto mostra, com clareza, que a Palavra de Deus deve ser a regra de fé e prática tanto para os ministros, que a ensinam, como para os demais crentes. Não há qualquer “autoridade” da parte dos ministros em relação às Escrituras. Todos estão sujeitos à Palavra de Deus, que foi posta acima do próprio Deus, como nos ensina o Sl.138:2. A Palavra é o próprio Cristo (Jo.1:1; Ap.19:13), que foi posto acima de todo o nome (Fp.2:9). Assim, a nenhum ministro do Evangelho, a nenhuma liderança na Igreja foi dado o poder de se sobrepor às Escrituras. O chamado “Magistério da Igreja”, ou seja, o ensino que as lideranças postas por Cristo na Igreja dá ao povo de Deus jamais pode contradizer ou deixar de levar em conta o que está na Bíblia, pois lhe é inferior.

II – O EXAME DAS QUALIDADES DA IGREJA DE PÉRGAMO PELO SENHOR JESUS

– O Senhor Jesus repete, nesta carta, a expressão “Eu sei as tuas obras”, para demonstrar que é a cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23), Aquele que vê tudo quanto se faz no meio do Seu povo. Ele é onisciente, tem conhecimento de tudo quanto sucede em Seu corpo, de sorte que não há como querer enganá-l’O. Não há maior tolice do que tentar ludibriar o Senhor Jesus.

– O Senhor, como sempre faz, começa realçando as qualidades daquele ministro do Evangelho. Sabia que, apesar de aquele pastor estar num lugar espiritualmente tenebroso, local onde estava “o trono de Satanás”, este pastor retinha o nome de Jesus e não negava a fé cristã, desde os dias de Antipas, seu antecessor, que havia morrido por causa do Evangelho (Ap.2:13).

– O pastor de Pérgamo demonstrou ser um crente sincero, um crente que não temia a morte. Mesmo tendo sucedido a Antipas, que havia morrido por causa da fé, não mudou a sua conduta de serviço sincero ao Senhor Jesus. Era um crente fiel que reteve a sua fidelidade ao Senhor mesmo num momento difícil, de perseguição e de aparente vitória do inimigo com a morte de Antipas.

– Uma grande qualidade deste pastor é que o fato de ter se tornado o pastor daquela igreja não mudou a sua maneira de ser, a sua maneira de viver. Quantos, infelizmente, quando galgam posições na igreja local mudam seu comportamento, mudam seu modo de ser e de viver. Antes de se tornarem líderes, eram humildes, prestativos, amorosos, educados e cordatos. Depois que são consagrados ou assumem posições de relevância na estrutura hierárquica da igreja local, passam a ser arrogantes, querem apenas ser servidos, são truculentos, estúpidos e ríspidos. Alguém já disse que se quiser saber quem verdadeiramente é alguém, dê-se-lhe poder.

– Este pastor, porém, não era um hipócrita, nem tampouco um dissimulado. Como era nos dias de Antipas, continuou a ser quando foi levado ao pastorado daquela igreja. Se somos imitadores de Cristo (I Co.11:1), temos de ser como o Senhor, ou seja, o mesmo em qualquer situação ou circunstância (Hb.13:8). Podemos dizer, amados irmãos, que estamos no mesmo grupo do pastor de Pérgamo?

– O pastor de Pérgamo também manteve a mesma conduta espiritual pessoal de seu antecessor. Antipas havia morrido por causa da fé, mas tinha sido uma fiel testemunha. Quando Jesus assim Se refere a Antipas, fala que era tinha sido um verdadeiro cristão, pois o cristão é um “pequeno Cristo”, alguém “semelhante a Cristo”. Ora, ao chamar Antipas de “fiel testemunha”, o Senhor Jesus está a dizer que ele era um verdadeiro cristão, pois o próprio Jesus Se identificou como sendo “ a fiel testemunha” (Ap.1:5).

 

– O pastor de Pérgamo prosseguia esta jornada de fidelidade de seu antecessor. Será que temos este mesmo comportamento por parte das novas lideranças que têm assumido as igrejas locais neste centenário das Assembleias de Deus, em que vivemos uma nítida mudança de geração? Será que a quarta geração de líderes de nossa denominação vai seguir os passos de piedade deixados pelas gerações anteriores?

– Para sermos “fiéis testemunhas”, uma das coisas que devemos fazer é não nos deixar influenciar pelo ambiente que nos cerca. O pastor de Pérgamo reteve o nome de Jesus apesar de estar numa cidade que o próprio Jesus chama de “o trono de Satanás”, ou seja, um local onde havia o domínio absoluto do inimigo de nossas almas, pois, como já vimos, era um centro de adoração explícita ao diabo, sem falar em todas as demais atividades religiosas demoníacas que lá se realizavam. Pérgamo era uma “cidadela”, uma “fortaleza” do inimigo no mundo greco-romano, o centro dos poderes malignos.

– Apesar disto, o pastor de Pérgamo não tinha deixado de ser menos crente, nem tampouco havia se deixado influenciar pelo ambiente. Hoje em dia, existe uma crença generalizada de que “a pessoa é produto do meio onde vive”, crença esta que deve ser rechaçada pela Igreja, pois é antibíblica. O meio, sem dúvida alguma, influencia a pessoa, mas ela não é produto do meio onde vive. Fosse assim, jamais a Igreja existiria, pois o Senhor Jesus diz que ela está no mundo, embora do mundo não seja (Jo.17:11,16). Se assim é, vemos, claramente, que estar no mundo não implica em ser influenciado por ele.

– O pastor de Pérgamo, apesar de todas as mazelas que existiam em Pérgamo, não se deixou influenciar por aquilo e se mantinha fiel ao Senhor Jesus. Ele retinha o nome de Jesus, ele não negava a sua fé em Jesus, apesar de toda a movimentação demoníaca e diabólica que havia em Pérgamo. Ele era “um dos sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal nem com suas bocas o beijaram” (I Rs.19:18). Há sempre um remanescente fiel ao Senhor neste mundo de tanto pecado e impiedade (Is.1:9; Sf.3:13; Rm.9:27).

– Amados irmãos, temos tido o mesmo comportamento do pastor de Pérgamo, ou já “entramos na onda” da maioria que se deixa influenciar pelo mundo? Temos retido o nome de Jesus, ou já estamos a negar a fé em Cristo adotando como referência aquilo que nos é oferecido pelo mundo, principalmente através da mídia? Temos como modelo o Senhor Jesus e, por conseguinte, a Bíblia Sagrada, ou nossos padrões são estabelecidos pelo que vemos e ouvimos todos os dias nos meios de comunicação de massa?

– Outro precioso ensino que nos dá o pastor de Pérgamo é que a sua guerra espiritual independia de qualquer “conquista territorial espiritual” da cidade de Pérgamo. Nos últimos anos, temos assistido a diversos ensinamentos da chamada “teologia da batalha espiritual” em que se defende que os crentes devem “guerrear contra os espíritos territoriais” e “dominar os territórios espirituais dominados pelo diabo e seus demônios”. Já houve até quem contratasse helicópteros para “ungir com óleo” cidades e bairros, sem falar em pessoas que têm urinado para “demarcar territórios” para o Senhor Jesus também em cidades e bairros. Nada mais falso e tolo, amados irmãos!

– Pérgamo, diz o Senhor Jesus, era “o trono de Satanás”, “a habitação de Satanás”. Não havia dúvidas de que as hostes malignas tinham em Pérgamo o seu quartel-general, que ali estava o comando de todo o paganismo, de toda a atividade maligna daqueles dias. Isto, porém, não levou o pastor de Pérgamo a iniciar uma “batalha espiritual contra os espíritos territoriais”. Não, não e não! Com sua vida piedosa e sincera diante de Deus, com seu fiel testemunho, o pastor de Pérgamo não estava, em absoluto, debaixo do poder das potestades, nem deveria fazer qualquer “ação de batalha espiritual”, que não fosse a pregação do Evangelho, o real e genuíno poder de Deus. Temos uma guerra constante contra o mal, que será vencida por nós se formos fiéis ao Senhor até a morte e nos santificarmos a cada dia. É assim que venceremos o maligno, não com simpatias ou ações que mais parecem feitiçaria do que qualquer outra coisa. Acordemos, amados irmãos!

– O pastor de Pérgamo não negou a fé em Cristo Jesus, ou seja, apesar do nítido risco de vida que estava a correr, pois seu antecessor tinha sido martirizado, não quis contemporizar com os moradores daquela cidade, nem tampouco mudar seu estilo de vida diante da presença de tantos e poderosos credos pagãos e satânicos. Manteve a sua conduta de acordo com as Escrituras, não abriu mão do Evangelho nem de Cristo. Não procurou “deixar de ser radical” como muitos têm feito nos dias de hoje. Não procurou se “modernizar”. Não, não e não! Manteve sua fé na Palavra de Deus, naquilo em que havia crido no início de sua vida com Jesus. Podemos dizer que estamos a fazer o mesmo?

– Quem não negar a fé em Cristo Jesus, quem O confessar diante dos homens também não será negado por Cristo diante do Pai, também terá seu nome confessado pelo Senhor Jesus diante do Pai (Mt.10:32; Lc.12:8). Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, ou seja, que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador, que é Deus e que não há como se admitir outro meio de se chegar ao Senhor, este mostra, com sua atitude, que Deus está nele e ele em Deus (I Jo.4:15). Podemos dizer que estamos a fazer o mesmo?

OBS: “…Alguns gostariam de colocar hoje entre parênteses o dogma da Trindade para facilitar o diálogo com as outras grandes religiões monoteístas. É uma operação suicida. Seria como tirar a espinha dorsal de uma pessoa para fazê-la caminhar mais facilmente! A Trindade está tão impressa na teologia, liturgia, espiritualidade e toda a vida cristã que renunciar a ela significaria iniciar uma outra religião, completamente diferente. O que deve ser feito é, antes, como os Padres nos ensinam, tirar esse mistério dos livros de teologia e colocá-los na vida, de modo que a Trindade não seja só um mistério estudado e formulado corretamente, mas vivido, adorado, gozado. A vida cristã se desenvolve, do começo ao fim, no sinal e na presença da Trindade.…” (CANTALAMESSA, Raniero. São Gregório Nazianzeno: mestre de fé na Trindade. Segunda pregação da Quaresma 2012. 16 mar. 2012. Disponível em: :http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=285609Acesso em 19 mar. 2012). Quando lemos estas palavras do pregador do Papa e notamos que já há escritos de lideranças sedizentes cristãs que aceitam que o Deus dos cristãos é o mesmo deus dos muçulmanos (Cfr. TOMBERS, Dave. Jornal pega Rick Warren contando mentiras? Trad. de Júlio Severo. Disponível em:http://juliosevero.blogspot.com.br/2012/03/jornal-pega-rick-warren-contando.htmlAcesso em 19 mar. 2012) , vemos como se está caminhando, a passos largos, para a apostasia generalizada…

III – O EXAME DOS DEFEITOS DA IGREJA DE PÉRGAMO PELO SENHOR JESUS

– Mas, apesar das importantes qualidades pessoais apresentadas pelo pastor de Pérgamo, vemos que o Senhor Jesus, dentro de Sua natural e essencial imparcialidade, também aponta alguns graves defeitos que possuía aquele pastor, defeitos que o Senhor Jesus disse serem “algumas poucas coisas”, mas que era algo mortal para a Igreja.

– Embora pessoalmente o pastor de Pérgamo fosse uma pessoa sincera, com vida espiritual louvável e elogiável, enquanto líder era uma lástima. Sua pusilanimidade saltava aos olhos do Senhor, pois disse que aquele pastor “tens lá os que seguem a doutrina da Balaão”, como também “tens também os seguem a doutrina dos nicolaítas” (Ap.2:14,15).

– Embora fosse um verdadeiro e genuíno cristão, o pastor de Pérgamo tinha permitido que, no meio de seu rebanho, existissem tanto os balaamitas quanto os nicolaítas. Aquele pastor tinha permitido que, no seio da igreja de Pérgamo, houvesse já um grupo numeroso de crentes que haviam se desviado espiritualmente e, apesar disto, nenhuma atitude havia sido tomada por aquele pastor. “…Pérgamo representa decadência espiritual para a igreja, bem como todos os cristãos que seguem seus princípios doutrinários. A palavra de ordem para esta igreja paganizada, que está mais para política do que para cumprir suas finalidades e compromissos com o Evangelho, é que existe contra ela uma espada afiada de dois gumes, que ferirá o pastor e toda a comunidade, se não se arrependerem…” (SILVA, Osmar José da. Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.44).

– Com relação à “doutrina de Balaão”, assim se manifesta o pastor Severino Pedro da Silva: “…Na epístola de Judas (Jd.11), há referência a três homens caídos do Antigo Testamento: ‘Caim…Balaão…Coré’ (cf. Gn.4:1-24; Nm.16,22,23,24). Nos dias neotestamentários, seus nomes são tomados como figuras expressivas dos falsos ensinadores que, segundo se diz, entrariam no ‘seio’ da Igreja Cristã (cf. II Pe.2:15). No texto em foco, é-nos apresentada ‘a doutrina de Balaão’. (…). A doutrina de Balaão, que também se transformou no seu erro era que, raciocinando segundo a moralidade natural, e assim vendo erro em Israel, ele supôs que Deus, justo que era, teria de amaldiçoá-lo. Era cego para com a moralidade da cruz de Cristo, mediante a qual Deus reforça a autoridade, de tal modo que vem ser justo e o justificador do pecador que olha para Cristo…” (Apocalipse versículo por versículo. 3.ed., p.40).

– A “doutrina de Balaão” é o ensino de que não há mal algum em se comer dos sacrifícios da idolatria e de se prostituir com o mundo. A Bíblia, ao relatar a vida de Balaão, é muito sucinta quanto a este ensino do profeta que se desviou para angariar vantagens econômico-financeiras. Após o fracasso de suas tentativas de amaldiçoar o povo, as Escrituras apenas dizem que Balaão foi despedido por Balaque (Nm.24:25). Todavia, logo em seguida, Moisés nos dá o relato de que muitos israelitas se prostituíram com moças moabitas (Nm.25) e, quando da notícia da morte de Balaão, ficamos a saber que esta estratégia de atração dos israelitas pelas mulheres de Moabe, que os fez participar de sacrifícios em honra a Baal-Peor tinha sido ideia do próprio Balaão (Nm.31:16).

– Balaão, então, querendo, de qualquer maneira, ter acesso aos tesouros que lhe haviam sido prometidos pelo rei Balaque, aconselhou o rei a usar mulheres para seduzir os israelitas pois, se eles deixassem a Deus e se prostituíssem e sacrificassem a Baal-Peor (e o culto a Baal-Peor envolvia rituais de prostituição, de relacionamentos sexuais, pois era um típico “culto de fertilidade”), poderiam ser amaldiçoados, como era o desejo de Balaque.

– A “doutrina de Balaão”, portanto, é o ensino, feito por falsos mestres, comprometidos com o inimigo, no sentido de estimular e incentivar o povo de Deus a ter uma vida de mistura com o mundo e com o pecado. É o ensino de rendição às atrações trazidas pelo inimigo. É o ensino de que não se faz necessária a santificação, de que a separação do pecado é algo que não deve ser “radical”, que “não faz mal” o contato com os prazeres do mundo e com o que o mundo oferece.

– Em Pérgamo, onde havia diversos cultos pagãos, inclusive o “culto ao imperador”, a adoração a César como deus, que encontrava naquela cidade uma de suas principais sedes, a “doutrina de Balaão” era, nitidamente, o ensino de que não fazia mal aos crentes participarem de tais cultos, que isto não comprometia a sua fé em Jesus. A participação no culto do imperador, aliás, era uma exigência do governo romano para não perseguir os cristãos.

– Quantos hoje não estão, também, a ensinar esta doutrina em nossos dias? Quantos não são os que entendem que os crentes não precisam ser “radicais”, que “não faz mal” que tenham costumes e práticas mundanos, que “Deus só quer o coração”? Quantos, hoje em dia, não estão a viver assim como as demais pessoas, sem qualquer diferença de linguagem, padrões morais, condutas e mentalidade, apenas se “diferenciando” porque comparecem periodicamente a uma igreja dita evangélica? Não é precisamente o que se procura difundir com o chamado “modo gospel de viver”, onde tudo é igual ao mundo, apenas com o acréscimo do rótulo “gospel”? Não é à toa que, nos dias hodiernos, já temos algumas excrescências tais como o “samba gospel”, o “pagode gospel”, o “metal gospel”, a “cerveja gospel”, o “ficar gospel” e, pasmem os amados, até “filme pornô gospel”! É a “doutrina de Balaão” angariando adeptos entre os que cristãos se dizem ser…

– A “doutrina de Balaão” não passa de um estratagema do inimigo para lançar tropeços diante dos filhos de Deus para que comam dos sacrifícios da idolatria e se prostituam, ou seja, não passa de ensinos para levar o povo de Deus a ter comunhão com o pecado, com o mundo, a ser infiel a Deus, adotando outros deuses que não o Senhor Jesus. Tomemos cuidado, amados irmãos!

– A “doutrina de Balaão” leva os incautos ao pecado porque, sem a Palavra de Deus, não nascem raízes na vida espiritual de alguns e eles são facilmente levados pela aparência enganosa e atrativa que se constrói na fronteira entre a Igreja e o mundo. Sem ter raízes, os crentes superficiais são facilmente levados pela beleza e atração do mundo e do pecado, não suportando a perseguição, a provação e o sofrimento, sucumbindo a uma mentalidade baseada no prazer e na emoção. Sem que deixemos germinar em nós, de modo profundo, a Palavra de Deus, que é a semente (Mt.13:20,21), seremos seduzidos pelo colorido enganador do diabo e passaremos a comungar com o pecado, cometendo tanto o pecado da idolatria (pois substituiremos Deus por outrem) quanto o pecado da infidelidade espiritual (passaremos a nos relacionar com outrem e não mais exclusivamente com o Senhor).

– Mas, além da “doutrina de Balaão”, o pastor de Pérgamo tinha permitido surgir, no meio de seu rebanho, aqueles que “seguiam a doutrina dos nicolaítas”. Já falamos desta doutrina ao analisarmos a carta à igreja de Éfeso. Ali, o pastor de Éfeso, diligente e zeloso com a doutrina, não tinha permitido que os nicolaítas entrassem em seu rebanho. Aqui, porém, eles não só tinham entrado como também já tinham ali os seus seguidores.

– Já vimos que os “nicolaítas” eram os que defendiam que o corpo para nada valia, que tentavam introduzir no meio do povo de Deus o gnosticismo, a doutrina segundo a qual a matéria é essencialmente má e deve ser completamente desconsiderada em nossa vida espiritual. É uma doutrina muito próxima a “doutrina de Balaão”, mas que dela se diferenciava ao defender que o acesso à espiritualidade dependia de “mediadores”, de “seres iluminados”, algo que não era exigido pelo ensino balaamita.

– O pastor de Pérgamo tinha permitido que, no seio da igreja, surgissem aqueles que criam que seu acesso a Deus dependia de “mediadores”, de uma “casta superior de crentes”. Começaram a surgir, portanto, na igreja de Pérgamo, aqueles que se intitulavam “detentores do acesso dos crentes a Cristo”, “iluminados”, o que causava intensa fragmentação no corpo de Cristo.

– Em nossos dias, não tem sido diferente. Muitos têm assumido a necessidade de “mediadores” entre Cristo e os crentes, criando um verdadeiro “sacerdócio” que leva o povo ao encontro de Jesus, esquecendo-se de que só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (I Tm.2:5; Hb.8:6). Não é porventura o que temos visto no chamado “movimento celular”, onde os “líderes de células” são tidos como verdadeiros “pais espirituais” dos demais membros das células, a quem os crentes devem irrestrita submissão e obediência? Tudo isto contraria visceralmente as Escrituras que são categóricas ao nos ensinar que a ninguém devemos chamar de Rabi ou de Pai, a não ser a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e ao nosso Pai que está nos céus (Mt.23:7-10), como também que não devemos ser escravos de homens (I Co.7:23).

– O Senhor Jesus, pela segunda vez nestas cartas, diz que aborrece a doutrina dos nicolaítas (Ap.2:6,15). Esta insistência do Senhor em afirmar que aborrece tal doutrina deve ser um grande alerta para nós, a fim de que não permitamos, em momento algum, a criação de “mediadores” que neguem o sacerdócio universal de todos os crentes, uma reivindicação histórica da Reforma Protestante mas que tem sido, perigosamente, deixada de lado em nossos dias, basta ver que já há, em nosso meio, quem defenda que os pecados sejam confessados apenas para o ministro…

IV – AS PALAVRAS DO SENHOR JESUS PARA A IGREJA DE PÉRGAMO

– Diante deste quadro, o Senhor Jesus Se dirige ao pastor de Pérgamo com a seguinte mensagem: “Arrepende-te pois, quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da Minha boca” (Ap.2:16).

– O pastor de Pérgamo deveria se arrepender, ou seja, mudar a sua mentalidade, passando não só a ter uma vida sincera diante de Deus, como também combater os seguidores da doutrina de Balaão e do nicolaísmo que existiam no seu rebanho, através do ensino da Palavra de Deus e do exercício da autoridade que lhe fora dada pelo Senhor Jesus como ministro do Evangelho, liderando eventual disciplina no meio do povo.

– Caso o pastor de Pérgamo mantivesse a sua atitude passiva, a sua negligência, o Senhor disse que, pessoalmente, batalharia com a espada da Sua boca contra aqueles que estavam a infectar o rebanho, ou seja, por meio do Espírito Santo, que é a Pessoa Divina que glorifica a Cristo Jesus e que nos faz lembrar de Seus ensinamentos (Jo.16:14; 14:26), levantaria outros para fazer o trabalho que o pastor de Pérgamo se negava a fazer. Temos aqui o aviso de uma verdadeira rejeição do ministério daquele pastor.

– O pastor de Pérgamo sofreria a mesma rejeição de Saul que, posto como rei sobre Israel, desobedeceu ao Senhor, o que fez com que Deus se providenciasse um outro rei, “in casu”, Davi (I Sm.15:26-28). O pastor de Pérgamo, se se mantivesse desobediente, rebelde ao Senhor, acabaria por cometer o mesmo pecado dos pergamitas, ou seja, a feitiçaria, pois a rebelião é como o pecado de feitiçaria (I Sm.15:23).

– Vemos que grande risco correm os “pastores de Pérgamo” de nossos dias, que são negligentes com a sã doutrina, com o ministério da palavra e que têm permitido grassar, no meio dos que cristãos se dizem ser, os seguidores da “doutrina de Balaão” e da “doutrina dos nicolaítas”. Embora sejam alguns destes, como era o anjo da igreja em Pérgamo, pessoas devotas, sinceras diante do Senhor, sua omissão e tolerância passiva com o predomínio do pecado os farão rebeldes contra o Senhor e, assim como Saul, acabarão tendo um triste fim, terão o mesmo destino dos feiticeiros, que é o de ficar de fora da cidade santa (Ap.22:15). Acordem, ministros negligentes, antes que seja tarde demais!

– Dentro do ponto-de-vista que vê nas igrejas da Ásia Menor os períodos da história da Igreja, temos que a igreja de Pérgamo representa a chamada “igreja imperial”, a Igreja que, a partir de 312 e até por volta dos anos 800, gozou de liberdade de culto no Império Romano, desde a promulgação do Édito da Tolerância no governo de Constantino.

– Esta “igreja imperial” caracterizou-se pela sua mistura com o mundo. A partir do momento em que o governo romano liberou o culto cristão, paulatinamente a cúpula da Igreja começou a se envolver com o poder romano, vez que passou a ser privilegiada e “mimada” pelos imperadores a partir de Constantino que, com a exceção de Juliano (que reinou de 361 a 363), eram todos cristãos. Este “mimo” se consolidará em 380, quando o imperador Teodósio I torna o cristianismo a religião oficial do Império Romano.

– Este envolvimento da Igreja com o Estado romano terá consequências nefastas para a pureza doutrinária. Milhares e milhares de pessoas, a partir de então, passaram a se “converter” ao Cristianismo por interesses meramente políticos e sociais, uma vez que a Igreja passou a receber vultosas quantias do governo romano e a tomar para si patrimônios que antes pertenciam a cultos pagãos, fazendo da Igreja uma poderosa instituição, inclusive de assistência aos mais desafortunados.

– Este ingresso de “conversos” sem o devido preparo doutrinário como também sem uma genuína conversão fez com que, aos poucos e paulatinamente, diversos costumes e crenças pagãos fossem “cristianizados”, o que representou a paganização da Igreja. Era o surgimento, no meio da Igreja, dos seguidores da “doutrina de Balaão”.

– Entre vários desvios doutrinários que passaram a ser tolerados e aceitos, temos os cultos dos mártires, o culto dos mortos, que logo evoluiu para uma idolatria que caracteriza até hoje segmentos cristãos como a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Grega.

OBS: Eis aqui uma pequena lista dos desvios doutrinários deste período histórico:

Ano 310 –Dentre as mais antigas tradições humanas criadas pela ICAR, se encontram a oração pelos mortos e o sinal da cruz, as quais apareceram quase 300 anos, após a morte de Cristo.

Ano 320 –Introdução do uso de velas.

Ano 375 –Veneração aos anjos e santos falecidos.

Ano 394 –Início da celebração da Missa.

Ano 431 –Adoração a Maria, mãe de Jesus, com a invenção do termo “Mãe de Deus”, conforme o Concílio de Éfeso.

Ano 500 –Adoção das vestes especiais para os sacerdotes.

Ano 526 –Adoção do rito  chamado “Extrema Unção”. 

Ano 593 –Invenção da doutrina do Purgatório.

Ano 600 –Papa Gregório I adota o Latim na celebração da Missa.

Observação:Paulo proíbe orações em línguas estranhas e a Bíblia ensina que as orações só devem ser feitas a Deus, nunca aos anjos ou santos. (Ver Mateus 11:28; Lucas 1:46; Atos 10:25; Atos 14:14-18).

Ano 610 –Foi criado o papado, usando-se o título de origem pagã (Maximus Pontifex), dado ao bispo de Roma pelo maligno imperador Focas, com o objetivo de desacatar o bispo Ciríaco, de Constantinopla, o qual o havia excomungado, por ter ele assassinado o seu predecessor Maurício. Gregório I, então Bispo de Roma, recusou o título de Papa, o qual seria aceito pelo seu sucessor, Bonifácio III.

Observação –Jesus nunca nomeou Pedro como líder dos apóstolos, tendo apenas ordenado que ele apascentasse as Suas ovelhas  – os judeus – do mesmo modo como iria entregar Suas outras ovelhas – os gentios – ao apóstolo Paulo. (Ver Gálatas 2:14-15; Lucas 22:24-26; Efésios 1:22-23; Colossenses 1:18 e 1 Coríntios 3:11). Não existe relato algum de que Pedro tenha estado em Roma e ali permanecido por 25 anos. O terceiro bispo de Roma, Clemente, afirmou que não existe evidência alguma de que Pedro tenha estado em Roma, no Século I.

Ano 709 –Teve início a prática pagã de beijar os pés dos papas, copiada do costume de beijar os pés dos imperadores. (A Bíblia proíbe tal prática, conforme Atos 10:25-26; Apocalipse 19:10; 22:9).

Ano 750 –Foi criado o poder temporal dos papas.  Quando  o imperador Pepino tomou posse do trono da França, vindo da Itália, ele convocou o Papa Estevão II para lutar contra os lombardos. Estes foram derrotados e Pepino presenteou o papa com uma parte da cidade de Roma, uma colina chamada ??? onde se faziam vaticínios, cujo nome daria origem ao nome “Vaticano”. Jesus recusou as glórias do mundo que Lhe foram oferecidas por Satanás, mas o papa as aceitou. (Mateus 4:8-9; 20:25-26; João 18:38).

Ano 788 –Começou a prática de adorar a cruz e as relíquias dos santos falecidos. A grande mentora desta prática pagã foi a monstruosa imperatriz Irene, que mandou furar os olhos do próprio filho, Constantino VI, temendo que este lhe tomasse o poder.  Logo depois, ela convocou um concílio da igreja, a pedido de Adriano I, então Papa de Roma. Irene foi canonizada como santa pela ICAR, onde começou a ser venerada. (A IDOLATRIA  é um pecado condenado na Bíblia, conforme Êxodo 20:4; 3:17; Deuteronômio 27:15 e Salmo 115).…” (TESTA, Stephen L. Lista dos desvios doutrinários da Igreja Católica Romana. Disponível em: http://ibb.nbrasil.net/index.php?option=com_content&view=article&id=1023:lista-dos-desvios-doutrinarios-da-igreja-catolica-romana&catid=59:varios&Itemid=154Acesso em 19 mar. 2012).

– Como se não bastasse isso, paulatinamente, também, até por força da concessão de poder temporal aos bispos, que passaram a ter nacos de poder do governo romano, começou a existir uma diferenciação entre o “clero”, ou seja, os ministros, que passaram a ser considerados “sacerdotes” e os demais crentes, chamados de “leigos”. Tinha-se, assim, a consolidação do nicolaísmo, pois os “sacerdotes” passaram a ser os “mediadores” entre Cristo e o restante da Igreja. Era o início da chamada “doutrina dos sacramentos”, segundo a qual há a necessidade de um sacerdote para que se possa ministrar a graça de Deus aos fiéis.

– Tem-se, aliás, neste período, o surgimento do Papado, a ideia de que o “bispo de Roma” é o “Vigário de Cristo”, o “sucessor de Pedro” que teria sido constituído por Cristo como “a cabeça visível da Igreja”. O Papa é chamado de “Pontífice”, título que era, nada mais, nada menos do que o do sumo sacerdote do culto babilônico existente na cidade de Pérgamo. “…Pérgamo era centro de feitiçaria, magia negra e bruxaria. Diz a história universal que, no ano 133 a.C., quando os persas receberam asilo do rei Atalo, a cidade ainda recebeu a fama de ser a retentora dos templos da Ásia. O sumo sacerdote dos magos era chamado de supremo construtor de pontes, o que significa ‘aquele que liga as brechas entre os mortais e Satanás com suas hostes’…” (OLIVEIRA, José Serafim de. Desvendando o Apocalipse: o livro da revelação, p.18). “…Também se estabeleceu ali o culto dos Magos, de origem babilônica. O sacerdote deste culto era chamado de Pontifex Maximus, ou, então, de ‘Principal Construtor da Ponte’ e sua suposta tarefa era preencher o vácuo entre o homem e os poderes superiores…” (CHAMPLIN. R.N. Pérgamo: In:Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.5, p.223). “…Em 378, Damaso, então bispo de Roma, apercebido do título vacante [i.e., o título de Sumo Sacerdote da Ordem Babilônica, que havia sido transferido de Pérgamo para Roma em 133 a.C. e que passou a ser usado por todos os imperadores romanos, a partir de Júlio César, até 375, quando o imperador Graciano a ele renunciou – observação nossa] e querendo amealhar prestígio para o seu bispado, assumiu-se como Sumo Pontífice da Ordem Babilônica…”(COSTA,  Carlos. Eu, Babilônia, uma rota de confusão. Disponível em: http://davidguiomar.blogspot.com.br/2010/03/eu-babilonia-uma-rota-de-confusao.htmlAcesso em 19 mar. 2012).

– Nota-se, pois, que, a partir de 312 e até os idos de 800, a chamada “igreja imperial” irá cristalizar o seu “casamento com o mundo”, a sua comunhão com a “Babilônia”, este sistema mundano gentílico que foi retratado no sonho de Nabucodonosor que foi interpretado por Daniel (Dn.2) e que só será destruído ao término da Grande Tribulação, quando o Senhor Jesus vier livrar Israel das mãos do Anticristo (Ap.17-19).

– A proposta do “ecumenismo” significa, precisamente, a aceitação de todo este sistema forjado neste período e implementado no período subsequente, o que não se pode aceitar, já que é algo que foi objeto de repreensão pelo Senhor Jesus que, inclusive, disse que rejeitaria o anjo da igreja em Pérgamo se continuasse a permitir este estado de coisas. Como, então, podemos aceitar tal proposta?

V – AS PROMESSAS DE VITÓRIA FEITAS À IGREJA DE PÉRGAMO

– Depois de apresentar a sua severa advertência ao anjo da igreja em Pérgamo, o Senhor Jesus, depois de repetir a expressão que representa a aplicação da carta não só à igreja em Pérgamo mas a todos os crentes, de todos os tempos (“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”-Ap.2:17 “in initio”),  apresenta, como afirma o pastor José Serafim de Oliveira, “duas promessas preciosas ao que vencer” (op.cit.,, p.19): “ Ao que vencer, darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” (Ap.2:17 “in medio” e “in fine”).

– A primeira promessa diz respeito a “comer do maná escondido”. Este “maná escondido” representa o “sustento espiritual oculto”, ou seja, ao contrário das promessas dos nicolaítas, de que os “seres iluminados” tinham acesso aos “poderes superiores”, como também de que o contato com o mundo não representaria mal algum para os que serviam a Cristo, como ensinava a “doutrina de Balaão”, o certo é que somente aquele que retiver o nome de Cristo e não negar a sua fé terá o verdadeiro “sustento espiritual”, terá acesso ao que é reservado para o homem na eternidade, que é o próprio Cristo, o “pão que desceu do céu” (Jo.6:32).

– O “maná escondido” prometido aos vitoriosos é o sustento da Palavra de Deus, pois o maná, o alimento que Deus deu a Israel durante a sua peregrinação no deserto, é a figura de Cristo, o pão espiritual de que nos alimentamos enquanto estamos a peregrinar nesta vida, pois “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt.4:4).

 

– Tudo quanto nos foi revelado aqui na Terra, através das Escrituras Sagradas, porém nada é em comparação ao que nos está reservado na glória, pois “…as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam.” (Is.64:4; I Co.2:9). Aquele que se mantiver firme servindo ao Senhor terá acesso ao não-revelado, aquilo que era somente reservado ao próprio Deus (Dt.29:29). Por isso, o Senhor Jesus diz que não somos apenas servos, mas Seus amigos (Jo.15:15). Por isso, como diz o pastor José Serafim de Oliveira, “…o crente em Jesus não precisa ter saudades das panelas de carne, dos pepinos, alhos e das cebolas do Egito…” (op.cit., p.19), devendo, “antes ter o seu prazer na lei do Senhor e nela meditar de dia e de noite” (Sl.1:2). Para não sermos atraídos pelo mundo, precisamos nos debruçar na Palavra de Deus, que nos é mais doce do que o mel (Sl.119:103).

– A segunda promessa diz respeito a “ter uma pedra branca e, na pedra, um novo nome”, motivo por que alguns estudiosos entendem serem três e não duas as promessas. Há muitas interpretações a respeito do significado da “pedra branca”. Entendem alguns que esta pedra era conferida a quem fosse absolvido num processo judicial; outros, ao escravo que era liberto e que passava a carregar esta pedra para provar a sua libertação; a outros, ainda, era objeto que se dava a quem vencesse corridas ou lutas; para outros, era um símbolo de amizade entre duas pessoas, cada qual levando metade da pedra que era partida ao meio e, por fim, um troféu que recebia o guerreiro que voltava vitorioso da batalha.

– Em qualquer destas interpretações, nota-se, claramente, que a “pedra branca” é um sinal de vitória, liberdade e inocência. Apesar de sermos desprezados e vilipendiados neste mundo, apesar da intensa pressão que sofremos das hostes espirituais da maldade, o fato é que, se nos mantivermos fiéis ao Senhor, seremos vitoriosos e tornaremos eterna a nossa libertação do pecado, a nossa amizade com Deus, a nossa salvação, que nos faz ter “ficha limpa” nos céus. Vale a pena sermos crentes, amados irmãos, e não compactuarmos com o mundo!

OBS: “…Os juízes, naqueles dias, ao julgar uma pessoa, tinham por hábito darem uma pedra preta, para os que fossem condenados à morte; e uma pedra branca, para os que fossem inocentados e colocados em liberdade. Não existe pedra mais branca do que Jesus, e estar fundamentado n’Ele significa dizer que terá uma vida nova e um novo nome. Deus conhece quem são os que já têm o novo nome, pois esse novo nome representa a personalidade individual, obtida exclusivamente mediante o novo nascimento.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.45).

– Mas, nesta pedra branca, diz o Senhor Jesus, será escrito um novo nome, que ninguém conhece senão o que o recebe. Temos aqui a demonstração de que o vencedor, que desfrutou de uma intimidade com o Senhor durante a sua peregrinação terrena, não será “anulado” nos céus. Muitos acham que os crentes serão verdadeiros “zumbis” nos céus, seres que não se reconhecerão, seres que não terão noção alguma de individualidade. Nada mais falso!

– O Senhor Jesus, aqui, mostra-nos com absoluta clareza que cada crente desfrutará de uma intimidade própria com o seu Senhor. Este “novo nome que ninguém conhece senão o que o recebe” nada mais é que a manutenção de nossa individualidade e de nossa intimidade com Cristo mesmo na dimensão eterna. Cada um de nós terá um relacionamento particular e exclusivo com o Senhor, sem deixar de ser o povo de Deus que para sempre habitará com o Senhor (Ap.21:3).

– Quem jamais negou o nome de Jesus aqui na Terra, terá um nome exclusivo que o aproximará de modo particular e profundamente íntimo com o seu Senhor no céu. Perseveremos, pois se já é maravilhoso desfrutar da intimidade com o Senhor aqui neste mundo, que não será desfrutar de uma intimidade com o nosso querido Salvador nos novos céus e nova terra? Aleluia!

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL – CARAMURU AFONSO FRANCISCO

 

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Iesus Kyrios

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading