LIÇÃO Nº 2 – A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
Deus criou os céus e a terra.
Para acessar a Leitura Diária Comentada click aqui
Para download do Plano de Aula em POWERPOINT click aqui
INTRODUÇÃO
– Na sequência de estudos sobre o livro de Gênesis, estudaremos a narrativa dos céus e da terra.
– Deus criou os céus e a terra.
I – A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS
– Iniciamos nesta lição o estudo do livro de Gênesis, com ênfase nos 11 primeiros capítulos.
– O livro de Gênesis começa com uma elucidativa afirmação: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Tal assertiva apresenta, de imediato, importantíssimas revelações que o Senhor nos dá e que são fundamentais para que entendamos todas as Escrituras.
– A primeira lição que temos desta afirmação é de que há uma distinção entre o Criador e a Sua criação. O primeiro versículo da Bíblia mostra claramente que existe o Criador, chamado de Deus (“’Elohim” em hebraico), e a criação, denominada de “céus e terra”.
De pronto, portanto, as Escrituras afastam o que se denomina “panteísmo”, que é o ensino de que Deus e criação se confundem, de que “tudo é Deus”, pensamento que tem encontrado guarida ultimamente entre muitos, notadamente aqueles que se dedicam ao chamado movimento ecológico radical, que está a entender a natureza como divina, voltando aos tempos idos do paganismo, das religiões politeístas da Antiguidade.
– Como afirma o pastor Lawrence Olson (1918-1992): “…As Escrituras em parte nenhuma procuram provar a existência de Deus, por se tratar de um fato que dispensa provas. Deus é supremo Autor de todo o Universo e Autor de todo este mundo maravilhoso e tudo que ele contém.
Ele o sustenta de modo harmonioso e rege sobre todos os seres inteligentes criados, angelicais ou humanos. Deus é o Dirigente bem presente, e conduz os destinos de Sua obra. Nada foi deixado ao acaso.
Antes vemos em tudo a operação da onipotência, e onisciência de Deus. Ele Se interessa nos mínimos detalhes com referência às Suas criaturas. Ele observa a morte de um passarinho e a queda do fio de cabelo da cabeça dos seus amados.…” (O plano divino através dos séculos, p.11).
Deus, portanto, é apresentado como um dado, algo que dispensa qualquer comprovação.
– A segunda lição que temos desta afirmação é de que a criação é submetida ao tempo, pois o texto fala de um “princípio”, de um “começo de todas as coisas”, a nos indicar que toda a criação está submetida ao tempo, algo que seria bem demonstrado pelo físico Albert Einstein (1879-1955) na chamada “teoria da relatividade”, que transformou toda a física no século XX, a nos mostrar, aliás, que não há qualquer oposição entre a ciência e a revelação divina que se encontra na Bíblia Sagrada, revelação que é confirmada pela ciência verdadeira que, ao longo dos séculos, vai descobrindo aquilo que Deus já revelou por Sua Palavra.
– Esta segunda lição tem, também, um corolário, ou seja, uma consequência lógica, qual seja, a de que Deus está acima do tempo, não é submetido ao tempo, isto é, que Deus é eterno e somente Ele o é.
A criação foi submetida ao tempo, mas Deus, que já existia antes da Sua criação, não está sujeito ao tempo, não tendo princípio nem fim (Ap.1:8; 22:13).
Tal revelação é-nos importantíssima, porquanto, nos dias de hoje, muitos estão a querer que Deus Se submeta ao tempo e atenda aos nossos pedidos no instante em que queremos, no momento em que vivemos, esquecendo-nos de que nós estamos sujeitos ao tempo, mas jamais o Senhor, que está além do tempo.
– Uma terceira lição que apreendemos deste versículo é que Deus é único, porquanto o verbo “criou” se encontra no singular, a nos mostrar que só há um Deus, que criou todas as coisas, o que, de pronto, afasta o pensamento, desenvolvido após a corruאpção da humanidade pelo pecado, de que haveria vários deuses, como ainda creem muitas das religiões existentes na humanidade, como o hinduísmo e o xintoísmo, por exemplo. Há um único Deus (Dt.6:4).
– Uma quarta lição que aprendemos deste versículo é que, embora seja único, Deus vive uma “realidade plural”, porquanto a palavra utilizada para designar o Senhor é “’Elohim” (אלהים), que é uma palavra no plural.
Temos aqui, logo no limiar do texto bíblico, a demonstração de que Deus tinha uma realidade plural, embora fosse um único Deus, uma indicação, ainda velada, da realidade da Triunidade Divina, algo que somente se explicitaria com o batismo de Cristo Jesus, quando, então, se revelaria que este único Deus é subsistente em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
– Uma quinta lição que aprendemos deste versículo é que a primeira criação foram os céus, devendo-se entender “céus” não como o universo físico ou o firmamento, que serão criados posteriormente, como vemos em Gn.1:14-18, mas, sim, a criação espiritual, os céus onde iremos habitar, onde habitam os anjos, os exércitos celestiais, que são tão bem descritos por João em Ap. 4 e 5, os “céus dos céus” (Dt. 10:14), mencionados por Salomão na dedicação do templo, onde está a “habitação de Deus” (II Cr.2:6).
– Uma sexta lição que aprendemos deste versículo é que, somente depois da criação deste mundo espiritual, é que foi criada a matéria, o mundo material, o Universo físico tal qual o conhecemos (ou estamos a cada dia conhecendo).
Esta “terra” de que fala o texto significa mais do que o nosso planeta, mas deve ser entendido como sendo toda a criação material, todo o Universo vasto em que vivemos.
– Esta circunstância, aliás, é mencionada pelo próprio Deus em Seu diálogo com o patriarca Jó, quando o Senhor revela que, no momento em que criava o Universo, já estavam ali as “estrelas da alva” que, juntamente, se alegravam, cantavam e rejubilavam (Jó 38:7), a indicar, portanto, que o mundo espiritual foi criado antes do mundo material, que, primeiro, Deus criou os céus e só depois o Universo físico, a nos mostrar que o espiritual tem preponderância sobre o material.
– Uma sétima lição que aprendemos do primeiro versículo da Bíblia é a de que, no início, Deus criou duas realidades distintas: a espiritual e a material. Somente com a criação do homem se teria um elo entre estas duas realidades, pois somente o homem seria, a um só tempo, matéria e espírito.
Enquanto os anjos eram tão somente espíritos (Hb.1:14) e o Universo físico, tão somente matéria, o homem seria uma criatura singular, tendo em si mesmo tanto matéria quanto espírito (Gn.2:7), singularidade que haveremos de estudar amiúde na próxima lição.
– Passamos, então, ao segundo versículo deste livro, que traz uma série de controvérsias e discussões. Diz o texto sagrado: “E a terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn.1:2).
– O presente texto suscita uma série de discussões, porquanto entendem alguns que esta “terra informe” não teria sido objeto da criação original de Deus.
Entendem alguns que a terra, isto é, o universo físico foi criado devidamente formado pelo Senhor, mas que, em virtude da rebelião de Satanás, teria ocorrido uma desordem em todo o universo, de modo que, em virtude desta desorganização, teria a Terra se tornado “informe”.
A sequência do texto de Gn.1, portanto, falaria de uma “recriação”, de uma “reorganização” da criação física, motivada pela rebelião da terça parte dos anjos. É a chamada “teoria do intervalo”, seguida, entre outros, pelo já mencionado pastor Lawrence Olson, segundo a qual entre Gn.1:1 e Gnm.1:2 há um intervalo de tempo, desde a criação de todas as coisas e a rebelião de Satanás, que causou um caos na ordem estatuída por Deus e que teve de ser “reorganizada”.
OBS: “…Quanto ao método usado por Deus na criação, há diferença de opinião da parte de dedicados servos de Deus.
Há alguém que interpreta Gn 1.1 como sendo apenas uma declaração preliminar que antecede a narrativa da criação e que registra a maneira de transformar um mundo sem forma, num belo estado de “cosmos”, que se teria realizado através de sete longos períodos chamados “dias”.
Há outros eruditos que são de opinião que Gn 1.1 refere-se à criação original do sistema solar no longínquo passado, em estado de perfeição; e que Gn 1.2 seria uma referência a uma calamidade que sofreu a terra tornada um “caos”; e que a narrativa detalhada que se segue é a descrição dum período de “reconstrução”, de seis dias, no qual a terra foi restaurada à sua original ordem de beleza e harmonia.… (OLSON, Lawrence. op.cit., pp.14-5).
– Diz Olson a respeito desta criação original: “…A. A Criação Original, Gn 1.1. Esta passagem refere-se à criação dos céus ê da terra, isto é, ao sistema solar, no passado.
Deus podia formar o universo, ou colocando em movimento certas forças que gradativamente resultaria num “cosmo” bem ordenado, ou também podia fazê-lo instantaneamente por um só mandamento do seu poder. Não vemos razão porque não foi por este meio. Não há conflito entre a Bíblia e a ciência autêntica.
Por quanto tempo a criação permaneceu neste estado de perfeição nós não sabemos porque a Bíblia não o revela. Mas que foi um universo perfeito em todo o sentido, isso cremos, pois em Isaías 45.18 lemos:
“Assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada.”
Esta criação original poderia ter sido aquele “Éden, jardim de Deus” composto de um reino mineral, todo glorioso, a que se referiu Ezequiel no cap. 28.12-16, e em que Satanás o “querubim da guarda ungido” andava no brilho das pedras.
Esse paraíso mineral faz lembrar do paraíso encontrado em Ap 21 e 22 em que vemos um novo céu e uma nova terra.
– A descrição do Éden de Ezequiel 28.13 é diferente do Éden, o lar de Adão. Gn 2.8. Mas o nome é o mesmo.
Portanto, podemos concluir que o primeiro Éden pertencia a uma criação diferente, mas a terra é a mesma. Podemos concluir também que foi dessa posição exaltada que Satanás ocupava, que ele aspirou ser igual ao Altíssimo (Isaías 14.12-14), ocasião em que a grande ira de Deus contra esse anjo fez reduzir a terra original a um estado de caos absoluto, fato registrado em Gn 1.2; I Tm 3.6.
A terra se teria tornado inabitável. Satanás e suas hostes ficaram sem morada certa. Este fato serve para explicar porque ele retornou ao Éden, seu antigo lar, procurando a expulsão dos novos donos, que eram Adão e Eva, e contra os quais teve ira.
Pela mesma razão tem inimizade contra a raça humana até hoje. É a sugestão de alguns que os demônios são espíritos destituídos de corpos físicos, e que sempre o procuram (Mt 8.31), seriam os espíritos dos habitantes da terra no estado original.
(Contudo, sabemos que não havia homens na terra original, pois em I Co 15.45 lemos que Adão foi o primeiro homem).…” (op.cit., pp.16-7).
– Após a rebelião de Satanás, segundo esta teoria, teria surgido a “terra caótica”, assim descrita por Olson: “…B. A terra caótica. Gn 1.2. Como já observamos em Isaías 45.18, a terra original não foi criada como um caos.
Mas a terra tornou-se em caos, sendo submergida nágua. Não havia luz de espécie alguma. Nenhuma distinção havia entre terra e céus. Nenhuma terra seca havia e nenhum firmamento que dividisse as águas.
E também nenhuma vida havia mais, a não ser alguma semente no fundo do oceano. Foi o castigo mais tremendo jamais aplicado a alguma criatura de Deus de que temos notícia. Que demonstração do poder destruidor de Deus quando tem de castigar alguém!
A descrição de Gn 1.2, “a terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo…”, significa que sobre a face da terra havia só água. Luz, calor etc. não havia.
Por quanto tempo durou essa condição não sabemos, mas presumivelmente podemos colocar neste espaço de tempo todas as eras geológicas que a geologia moderna ensina, que tudo isso existia antes dos “dias” da reconstrução da terra, mencionados no cap. 1 de Gênesis.…” (op.cit., p.17).
– Outros, porém, entendem que não houve qualquer “intervalo” e que Gn.1:1 é apenas uma declaração introdutória de toda a criação, que é pormenorizada nos versículos seguintes, ou seja, a terra teria sido criada mesmo “informe” e, depois, a ela se teria dado forma consoante a sequência do texto sagrado.
É a posição, dentre outros, do pastor Ailton Muniz de Carvalho(1952- ), que entende que a expressão “terra sem forma e vazia” significa tão somente “sem aparência visual” e “sem vida”. Eis o que diz este servo de Deus: “…Por que sem forma? – Forma, “eidos” em grego, significa sem aparência visual (…).
Porventura, não poderia ser um gigantesco átomo de hidrogênio no 5º estado da matéria? Além de invisível, não tinha vida alguma, ou seja, vazia, no grego “kenos”, subentende sem conteúdo básico, inútil.
Como sabemos que não há terra sem vida, podemos entender que não devia se tratar da terra literalmente como a conhecemos. (…).
Nesta passagem [Is.45:18 – observação nossa], lemos que a Terra não foi criada vazia, ‘aquilo’[é assim que pr. Ailton designa o “átomo primordial”, a partícula que deu origem a todo o Universo físico] já estava colocado no meio da esfera, que foi, por certo, escória da criação do Universo absoluto (essa escória era de grande densidade, onde um centímetro cúbico pesava tanto que, se requisitássemos todos os meios de transporte existentes atualmente no mundo, não seriam suficientes para transportar este único centímetro cúbico) (…) [o] Átomo primordial…” (Deus e a história bíblica dos seis períodos da criação. 4.ed., pp.57-8).
II – O PRIMEIRO E O SEGUNDO DIAS DA CRIAÇÃO
– Seja qual for a linha de pensamento que se adote ante Gn.1:2, o que se verifica, claramente, é que a criação de todas as coisas não é fruto do acaso, nem um acidente, mas, sim, o resultado da intenção de um Ser inteligente, eterno e que quis que todas as coisas fossem criadas, numa ordem tal que não há como negar a existência deste Supremo Ser, que denominamos de Deus.
– O ateísmo que tem fincado raízes no ambiente científico preponderantemente nos últimos dois séculos não tem qualquer respaldo.
Como crer que um acaso pôde dar origem a um Universo extremamente organizado e com leis muito precisas, que, aliás, são descobertas precisamente por estes cientistas?
Como considerar que tudo se organizou a partir de um simples acidente? É algo que não faz qualquer sentido, sendo tão somente mais uma demonstração de uma soberba humana que insiste em querer dizer que não há Deus, que insiste em não admitir a existência de seu Criador (Sl.14:1; 53:1), a revelar tão somente a cegueira espiritual em que se encontra o homem corrompido pelo pecado.
– Em meio ao “caos”, seja ele decorrente da rebelião de Satanás, seja ele o primeiro estágio da criação, diz o texto sagrado que “havia trevas” e que o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas.
Ora, o que se denota aqui é que, mesmo antes da “formação” do Universo, já vemos a ação criadora do Espírito Santo a atuar, vemos a soberania divina sobre todas as coisas.
O Universo físico ainda não havia tomado forma (ou a perdido, segundo a “teoria do intervalo”), mas Deus não deixou de estar sobre todas as coisas, de guiar todo o processo. O Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas, ou seja, estava no pleno controle da situação. Tal afirmação serve-nos de alento e estímulo para prosseguirmos servindo ao Senhor, vez que Ele jamais perde o controle de todas as coisas, está acima de tudo o que existe.
– Vem, então, o início da obra criativa divina, que foi a criação da luz. “E disse Deus: Haja luz. E houve luz.” (Gn.1:3).
Vemos aqui que a primeira coisa a ser criada foi a “luz”, entendida esta não como a luz do Sol, já que o Sol somente foi criado no quarto dia (Gn.1:14), mas, sim, a “luz cósmica”, esta mesma luz que o físico Albert Einstein, em sua teoria da relatividade, mostrou ser a única constante em todo o Universo, a energia que se transforma em matéria, o resultado da “explosão” conhecida por “Big Bang”, que a cosmologia atual entende ter sido o início da existência do Universo físico, teoria esta que foi recentemente comprovada cientificamente com os experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC), situado entre a França e a Suíça, em março de 2013, que encontrou a chamada “partícula de Deus”, ou seja, o “bóson de Higgs”, partícula que teria necessariamente, pelas teorias físicas, surgido após tal “explosão”.
OBS: “…Antes de começar o primeiro período, o átomo primordial foi energizado pelo Espírito de Deus até resultado numa grande explosão.
O Mega Bang estava agora no estado plasmático – 4º estado – com temperatura extremamente elevada, ainda impossível para a criação da vida; densidade e rotação altíssima e a força gravitacional que é oriunda da velocidade da rotação, em níveis tão elevados que atraía para si até mesmo partículas gasosas…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., p.74)
– “…Convidamos agora a imaginar que energia seria necessária para colocar em curso essa gigantesca máquina chamada de mecânica universal. Cremos ter visto o resplendor maior do Ser Criador, quando então fez brilhar a mais intensa luz que possa ser imaginada.
Quando tudo explodiu foi a maior maravilha de toda a criação, pois o objetivo primordial fora alcançado através da fusão da matéria, Com a liberação da energia, foram fundidas as moléculas…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., p.60).
– Notamos, portanto, que não há qualquer oposição entre o que diz a ciência a respeito da criação do Universo e o que diz a Bíblia Sagrada. Ao mostrar que a origem de tudo se deu na “luz”, está-se a corroborar o que os cientistas afirmam a respeito do “Big Bang”.
A propósito, é bom que saibamos que a formulação primeira da teoria do “Big Bang” foi feita por um padre católico chamado Georges-Henri Édouard Lemaître (1894-1966), o que, de pronto, afasta qualquer ideia de que se trate de uma teoria ateísta ou coisa semelhante.
– Ante a criação da luz, houve, então, separação entre “luz” e “trevas”, o que também hoje se verifica comprovado pela ciência, que fala dos chamados “buracos negros”, que nada mais são que regiões “…do espaço das quais nada, nem mesmo partículas que se movam na velocidade da luz, podem escapar.
Este é o resultado da deformação do espaço-tempo, causada após o colapso gravitacional de uma estrela, por uma matéria astronomicamente maciça e, ao mesmo tempo, infinitamente compacta e que, logo depois, desaparecerá dando lugar ao que a Física chama de Singularidade…” (Buraco negro. In: WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_negro Acesso em 10 ago. 2015).
– Bem se vê que ao que a Bíblia chama de “Dia” e “Noite”, como consequência da criação da luz não são os “dias” e “noites” que temos em nosso planeta, mas, sim, esta realidade, existente até hoje em nosso universo, de áreas em que há luz e áreas em que ela não está presente, os chamados “buracos negros”.
– Finda aqui, então, o “primeiro dia da criação”. E temos aqui uma outra importantíssima observação, qual seja, a de que este “dia” não é um “dia de vinte e quatro horas”, não se trata de um “dia” tal qual o conhecemos em nosso planeta, pelo simples fato de que o Sol só foi criado no “quarto dia” (Gn.1:14), de modo que não podemos considerar que este “dia” seja um período de vinte e quatro horas.
– No texto da Septuaginta, a primeira versão das Escrituras, que traduziu o original hebraico para o grego, temos que a palavra traduzida por “dia” é “aion”, que Lawrence Olson assim define: “…um período de tempo considerável, uma “era”, ou um estado de coisas que marque uma época distinta…” (op.cit., p.10).
O pr. Ailton Muniz de Carvalho também se refere a isto, dizendo: “…Neste primeiro período, assim como nos seguintes, o tempo em anos-luz foi igual a 858.993.459,2.…” (op.cit.p.73). “…os períodos tiveram duração igual a 858.993.459,2 anos-luz…” (op.cit., p.75).
OBS: O ano-luz é a distância percorrida pela luz durante um ano, ou seja, 9,4605284 × 10¹5 metros.
– Diz Olson: “…As razões para opinar que esses “dias” não eram períodos de 24 horas são as seguintes: três desses completaram-se antes do aparecimento do sol. A palavra “dia” nas Escrituras muitas vezes significa um período de tempo de duração indefinida, como em SI 95.8; Jo 8.56; II Co 6.2; e II Pe 3.8.
Não há razão para dizer que o mundo tem só 6.000 anos. A cronologia bíblica data da criação do homem e não da criação do mundo.
É muito importante notar a correspondência existente entre a geologia e a narrativa de Gênesis cap. 1. A geologia afirma ter havido seis sucessivos períodos de criação da terra que se estendem por milhões de anos. Em linhas gerais são os mesmos estágios registrados em Gênesis cap. 1. Para a geologia a vida precede a luz, e a vida deve ter surgido debaixo do abismo. “E o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” Gn 1.2. A geologia confirma que o primeiro calor, não foi de origem solar, mas de origem química.…” (op.cit., pp.17-8).
– Tem-se, portanto, que a afirmação de alguns cientistas que tentam desmentir o relato bíblico com a demonstração dos milhões ou bilhões de anos que durou a criação do Universo não faz qualquer sentido, porquanto o texto bíblico é claríssimo ao mostrar que os “dias da criação” não são dias de vinte e quatro horas, mas períodos longos de tempo em que se deu o processo comandado por Deus para a criação de nosso Universo físico.
– O segundo “dia da criação” inicia-se pela criação de uma “expansão” no meio das águas, de modo que houve separação entre “águas e águas”, sendo dado nome de “céus” à tal expansão.
Estas “águas” são identificadas pelo pr. Ailton Muniz de Carvalho como sendo “o átomo primordial”, de modo que temos aqui a revelação da expansão desta partícula que explodiu, ou seja, o início da criação do espaço, da distância.
– “…Neste segundo período, a luz foi acelerada possibilidade em 70% da constância einsteiniana [segundo Einstein, a velocidade da luz é de 300 km/s – observação nossa].
Durante a primeira parte do segundo período, houve uma aceleração dos estados da matéria, que, na Física teórica, podemos chamar de milagre, passando do quarto para o segundo estado, ou seja, saindo do estado plasmático para o estado líquido.
Durante a segunda parte do segundo período da criação de Deus, serão mais 429.496.729,6 anos-luz e, nesse momento, o nosso globo já pode ser chamado de água, pois está em estado líquido, como se o mar e a terra fossem uma única coisa, por ainda não haver separação.
O apóstolo Pedro viu e proferiu sobre este maravilhoso momento: ‘Eles voluntariamente ignoram isto: que, pela palavra de Deus, já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste’ (II Pe.3:5).
Nesta parte do período, Deus acelerou mais e mais as coisas, chegando ao final com o globo terrestre em pleno estado sólido; porém sua rotação era tal que seria impossível que um ser vivente conseguisse respirar sobre sua superfície.
Além da concentração dos gases radioativos, essa gigantesca rotação da terra tinha, entre outros, o objetivo de desintoxicar toda a superfície e os ventos passavam da velocidade do som.
A Terra tinha a forma de uma gigantesca esfera de cristal reluzente, girando numa velocidade impressionante de 3.240.000 quilômetros por hora.
Sua força gravitacional era tal que todas as partículas eram atraídas e agregadas a ela.
Foi esfriando, aos poucos, na medida em que ia perdendo energia. No final deste segundo período, o globo ainda se encontrava em temperatura superior a mil graus centígrados, sendo ainda impossível a existência de vida animal…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., pp.75-6).
III – O TERCEIRO E QUARTO DIAS DA CRIAÇÃO
– No primeiro e segundo dias, vemos que o Senhor criou a energia que, convertida em matéria, deu origem ao Universo, preparando, assim, as condições para que pudesse ser criada a vida.
– O “terceiro dia” começa pelo ajuntamento das águas debaixo dos céus, ou seja, das águas que se encontravam na parte inferior desta “expansão”, surgindo, então, uma “porção seca”, ou seja, o aparecimento do “estado sólido da matéria”.
“…No terceiro dia o relevo do solo transformou-se em grandes montanhas e enormes vales nos quais se ajuntaram as águas que foram chamadas “mares”.
A geologia ensina o mesmo fenômeno do aparecimento dos continentes na mesma sequência da Bíblia.…” (OLSON, Lawrence. op.cit., p.19).
– “…O terceiro período era o momento em que o propósito de Deus — em relação a criação do homem — poderia acontecer(…). Esete período foi dividido em três partes iguais com 286.331.113,1 anos-luz(…).
Na primeira parte, sua velocidade era gigantesca; a temperatura ainda era insuportável para a vida(…).
A luz que iluminava a Terra ainda era a luz do Mega Bang. Apesar de já haver passado mais de dois bilhões de anos de sua explosão principal, ainda restavam pequenos elementos inflamáveis explodindo cotidianamente, e isto era suficiente para que a vida se propagasse (…).
Na segunda parte deste período, a temperatura das águas já estava por volta de 300 graus — lembre-se que esta água não é a água como nós a conhecemos hoje — e, nessa temperatu8ra, já era possível ensaiar algumas células do tipo pirozaicas.
No final da segunda parte deste período, o globo já se encontrava quase normal para ser habitado, porém sua velocidade ainda estava em torno de 110.000 quilômetros por hora — é como aumentar a velocidade de nosso relógio um pouco mais de 60 vezes, ou seja, cada hora de nossa atual época seria igual a 56 segundos.
No final da segunda parte do 3º período, a gravida era tal que podemos até comparar com os buracos negros de hoje, tão temidos pelos cosmonautas(…).
No final da terceira fase do terceiro período, a Terra já estava em condição de receber a vida, ocasião em que começaram a surgir as primeiras formas de vida reprodutiva — vegetais que surgiram às margens do escaldante oceano único.
Sua temperatura era ainda muito alta e insuportável para a vida animal. Esse período foi dividido em três partes e, na última fase deste período, Deus criou as primeiras vidas animais, sendo elas microbiológicas unicelulares, totalmente independentes e reprodutivas…” (CARVALHO, Ailton Muniz de.op.cit., pp.77-9).
– Neste terceiro dia, é dito que surge a vida, primeiramente a vida vegetal, o que parece ser um contrassenso, quando se verifica o que dizem alguns cientistas, que entendem não ter sido possível o surgimento de vida vegetal antes que houvesse a luz solar, que somente seria criada no quarto dia.
Lawrence Olson vê nesta singularidade mais uma demonstração do acerto da “teoria do intervalo”, “in verbis”: “…Os continentes produziram relva e árvore frutífera.
A geologia também informa que a vida vegetal que produziu os vastos ‘depósitos de carvão de pedra’ alimentava-se, não da luz solar, mas em meio à sombra.
A madeira assim formada não ficou dura como é a madeira produzida à luz solar. A narrativa de Gênesis também coloca a vegetação como aparecendo antes da luz solar.
Aparentemente a submersão das sementes nas águas não as destruiu e essas tornaram a brotar quando as condições o permitiram. Há abundantes evidências fósseis da existência dessas plantas primordiais, encontradas em toda parte da superfície terrestre.…”(op.cit., p.19).
– Uma outra explicação para o fato de termos a narração de uma vida vegetal antes que houvesse a luz solar é dada pelo pr. Ailton Muniz de Carvalho, que entende que, ao término do terceiro dia, houve uma “catástrofe” :
“…A luz acabou… e, sem luz, não poderia haver vida.
Nesse momento, a Terra não liberava luz, pois já estava totalmente coberta por uma crosta de rocha solidificada. Sendo assim, não poderia ser habitada, pois com a velocidade de 288.000 quilômetros por segundo, depois de mais de dois bilhões e meio de anos, não restava mais nada que pudesse iluminar a Terra, que, até então, não conhecera uma noite sequer.
(…) Foram exatamente 2.576.980.377,6 anos-luz sem conhecer escuridão, ou noite alguma, quando começou a escurecer e a esfriar até que toda vida, tanto vegetal, quanto animal, foi totalmente exterminada.
O grande laboratório do Supremo Criador foi inundado por uma gigantesca camada de neve que negou a cobrir toda a sua superfície. Uma camada superior a 70 quilômetros e aumentando, assim, seu diâmetro, que era de 18.000 quilômetros para 18.140 km.…” (op.cit., p.80).
Esta “catástrofe” teria levado Deus a criar o sistema solar no quarto dia, havendo, assim, uma “recriação”: “…Deus replanejou tudo, chegando à conclusão de que os períodos, ou o tempo, teriam que ser multiplicados por 2.
(…)No quarto período, parece que Deus recriou tudo e isso não é bem verdade, pois a luz do primeiro período da criação não é nem de perto igual a do quarto período. (…) A energia do quarto dia (…) do Hiper Bang serviu apenas para colocar em órbita o sistema solar hoje em curso, com o objeto exclusivo de proteger a terra.…” (op.cit., pp.81-2).
– Nota-se, portanto, que, ao contrário das objeções dos cientistas ateus, não há qualquer incompatibilidade com a narrativa bíblica, que põe o surgimento da vegetação antes do próprio aparecimento do Sol, no terceiro dia, havendo, aliás, duas convincentes explicações que, embora divirjam entre si, bem explanam a anterioridade dos vegetais ao aparecimento do Sol.
– No quarto dia da criação, o texto bíblico mostra-nos o surgimento do sistema solar, do Sol, da lua, dos planetas e das estrelas.
Tem-se aqui, propriamente, o surgimento de nosso sistema solar, sistema este que, uma vez criado, tornou possível a distinção entre o nosso sistema e os demais, da estrela que está no centro de nosso sistema, e que é apenas uma estrela de quinta magnitude, e as demais estrelas, os demais “sóis”.
– “…Pela primeira vez, o globo estava sendo regularmente aquecido pelos raios do Sol, estabelecendo-se, assim, as vinte e quatro horas (…).
Os primeiros milhões de anos serviram para colocar os planetas em órbita e delinear cada um em seu devido lugar.…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., pp.86-7). Para o pr. Ailton Muniz de Carvalho, neste quarto período da criação, houve a passagem do estado plasmático até o estado sólido, passando pelo estado gasoso e pelo estado líquido, estado líquido este, entretanto, que não se confunde com o surgido no primeiro dia da criação.
Como diz pr. Ailton: “…lá [no primeiro dia da criação – observação nossa] era um único corpo atômico no quinto estado da matéria, onde só existiam moléculas de hidrogênio fundidas em um único corpo; agora, estamos no segundo estado da matéria, onde o oxigênio e o hidrogênio predominam na maior sopa de composto químico orgânico — na fase anterior predominavam em forma gasosa no terceiro estado.
Esses gases foram liberado por uma gigantesca descarga elétrica que possibilitou a união de ambos numa milagrosa proporção (…).
Este ‘um’ era um gigantesco e único mar onde a concentração de matéria orgânica era grande, mas insuficiente para criar a vida reprodutiva. Foi mais um longo período de mais de duzentos e quatorze milhões de anos-luz, nesta fase deste quarto período…” (op.cit., pp.88-9).
– A passagem deste estado líquido para o estado sólido, segundo o pr. Ailton Muniz de Carvalho, ter-se-ia dado por uma terceira explosão, uma liberação de energia que transformou o estado líquido em sólido.
“…Com isto foi formada a vida natural, que só veio se reproduzir milhões de anos depois (…).
Veio então a quarta parte deste quarto período, e, com ele, o primeiro estado da matéria, supostamente solidificado e decisivo para a verdadeira e definitiva criação da vida reprodutiva; portanto, a Terra é definitivamente o único lugar de todo o universo relativo apta a produzir e a reproduzir a vida com sua própria característica.
No final do quarto período, a Terra estava totalmente limpa, pois já tinha chovido muito e não existia nenhum inconveniente para a criação definitiva da vida sobre o planeta mais amado por Deus…” (op.cit., pp.96-7).
IV – O QUINTO E SEXTO DIAS DA CRIAÇÃO
– No quinto dia da criação, temos a origem da vida animal, com o Senhor determinando que as águas abundantemente produzissem répteis e aves (Gn.1:21-23).
– Lawrence Olson vê nesta afirmação bíblica mais uma comprovação da “teoria do intervalo”, pois afirma: “…Deus “criou” todas as aves e os animais marinhos no quinto dia. Também com essa sequência a geologia concorda.
Isto indica que toda a vida animal anterior havia perecido na calamidade que sobreveio à terra original. Muitos fósseis e ossos de aves e animais de espécies diferentes das de hoje são encontrados na superfície da terra.…” (op.cit., p.19).
Tem-se, pois, uma explicação para o encontro de espécies que hoje já não existem, que, ao contrário de indicar uma “evolução”, na verdade estão a mostrar a pré-existência de seres antes do cataclismo gerado pela rebelião de Satanás.
– Mesmo que não se adote a “teoria do intervalo”, porém, nem por isso se terá dificuldade em ver a existência de espécies que hoje já não mais existem.
O texto bíblico é claro ao mostrar que a vida se iniciou nas águas, algo que a biologia tem demonstrado, ao mostrar que as formas mais primitivas de vida têm origem em ambiente aquático, sendo a presença de água fundamental para que possa existir vida, o que é dito com todas as letras em Gn.1:20.
OBS: “…A maioria dos biólogos afirma que a vida começou pelas águas; isto é verdade, nem poderia ser diferente: a vida está para as águas, assim como o espermatozoide está para o óvulo, sendo a água o maior útero de todo o sistema de vida…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., p.108).
– Com efeito, assim afirma o pr. Ailton Muniz de Carvalho: “…No quinto período, Deus criou tudo quanto está registrado nas Sagradas Escrituras e muitas coisas que nem sequer poderiam estar escritas, pois não haveria papel suficiente para registrar tudo que foi feito nesse período.
Até hoje, a maioria das criaturas citadas subsiste, exceto os gigantescos animais que foram destruídos no início da sexta parte do sexto período, pois não suportaram a catástrofe…” (op.cit., p.101).
– Temos aqui, aliás, uma expressão importantíssima, que já aparecera em Gn.1:11,12, quando se narra o acontecido no terceiro dia da criação mas que resolvemos apenas aqui comentar. Trata-se da expressão “segundo a sua espécie” ou “conforme a sua espécie”.
– Tal expressão mostra-nos que não tem qualquer respaldo bíblico a chamada “teoria da evolução”, segundo a qual as espécies foram se transformando em outras ao longo do tempo.
A Bíblia é clara ao dizer que cada ser foi criado “segundo a sua espécie”, ou seja, não se passou de uma espécie para outra e este é o principal motivo pelo qual até hoje nunca foi encontrado um “ser intermediário” entre uma espécie e outra, mas tão somente espécies bem distintas umas das outras, embora se possa dizer que há espécies mais simples e outras que apresentam um grau maior de complexidade.
– Nunca se encontrou o chamado “elo perdido”, que seriam estas “espécies intermediárias”, que indicariam uma transformação de uma espécie em outra, e nunca ele será encontrado, pois o que nos diz a Palavra de Deus, que é a verdade (Jo.17:17), é que Deus criou espécies bem definidas, distintas entre si, embora tenham sido criadas primeiramente espécies mais simples e, ao longo do tempo, espécies cada vez mais complexas.
OBS: “…A evolução admite que não se consegue encontrar o “elo” entre o reino vegetal e o animal. O próprio colaborador de Darwin, Alfredo R. Wallace, disse que a distância entre o reino vegetal e animal é tão grande que nenhuma explicação puderam formular sobre esse problema à base da matéria, suas leis e forças.
No entanto, a evolução propõe o tal surgimento do inorgânico para o orgânico como teoria viável para explicar a verdadeira origem das coisas, deixando no entanto de explicar a origem da matéria, da força, a vida vegetal ou animal!
Se houvesse verdade na teoria evolucionista, não haveriam as diferentes espécies de vida e as linhas divisórias entre elas que verificamos na natureza.
Antes haveria somente as formas individuais, uma se transformando na outra. Seria até impossível classificar as várias formas de vida, pois tudo estaria em estado de transmutação.
Mas o que verificamos na natureza é um mundo claramente dividido em classes e espécies, cada uma separada da outra por barreiras intransponíveis. Afirmamos que toda a natureza dá seu testemunho contra a Evolução.…” (OLSON. Lawrence. op.cit., p.22)
– Não é, pois, verdadeiro que tenha existido uma “evolução”, como entendia o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), a ideia de que “…todas as estruturas no universo se desenvolvem a partir de uma simples, indiferenciada homogeneidade a uma complexa e diferenciada heterogeneidade, que é acompanhada por um processo de integração maior das partes diferenciadas…” (Herbert Spencer. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Herbert_Spencer Acesso em 10 ago. 2015) (tradução nossa de texto em inglês), ideia esta que anterior mesmo a Charles Darwin, que a adotou em sua explicação sobre a origem das espécies.
OBS: “…Nunca houve, nem haverá evolução espontânea de espécie alguma. E o que é evolução espontânea? Deveria ser uma coisa simples, que partiria do ponto ‘a’ para ‘b’ e, se fosse verdadeira, deveria continuar evoluindo até chegar ao ponto ‘z’.
Um pequeno exemplo seria a lagartixa chegar a dinossauro; um mico-leão dourado, a orangotango. Se isso fosse verdade, não existiriam mais os saguis, pois, seriam, no mínimo, macacos pregos; nem as lagartixas, que já seriam lagartos etc.…”
– Há aqui uma aparente omissão do texto bíblico, com respeito aos peixes, que não são mencionados explicitamente em a narrativa bíblica. O pr. Ailton Muniz de Carvalho assim explica tal aparente omissão:
“…Passaremos para a quarta parte [do quinto período – observação nossa](…). É o momento de começar a criação dos répteis e nisto há consenso generalizado, pois todos concordam que a vida começou pelos mares; como já dissemos, a água é a mãe de toda e qualquer criação; porém, as águas do oceano ainda estavam um tanto impróprias para a criação de peixes propriamente ditos.
(…) Por que répteis? Ora, era a única forma de vida capaz de suportar seu próprio peso sobre suas curtas e resistentes patas, cujo peso era, no mínimo, seis vezes superior ao que nós hoje conhecemos, e a velocidade da Terra era proporcional a essa gravidade.
O ponto e vírgula que separa a parte ‘a’ da parte ‘b’ deste verso [Gn.1:20 – observação nossa] coloca uma separação de mais de cento e quarenta e três milhões de anos.
Este tempo foi necessário para que a Terra diminuísse normalmente sua velocidade, a ponto do Supremo Arquiteto poder criar os pássaros, que antes não poderiam voar, pois a gravidade não permitia que seus corpos saíssem do chão (…)
Passaremos, então, para a quinta e última parte deste período: nesta última parte, todas as coisas eram maravilhosas, o oceano ainda era único, tudo estava azul e as águas estavam para peixes; então fez Deus encher as águas do mar de grandes peixes. Por que os animais eram grandes?
Ora, nesta época, a terra ainda viajava em torno de cinco mil e quatrocentos quilômetros por hora. Vejam que a velocidade era três vezes maior do que a velocidade atual. Era necessária uma grande estrutura óssea para suportar a massa…” (op.cit., pp.120-1).
– Chegamos, então, ao sexto período da criação. “…A obra dupla do sexto dia incluía animais terrestres e o homem. Estes animais provavelmente são os mesmos que conhecemos hoje.
Tanto a geologia como o livro de Gênesis colocam o homem como o último da série a aparecer.…” ( OLSON, Lawrence, op.cit., p.20).
– A criação dos animais partiu dos mais simples até o mais complexos, sendo claro que se iniciou pelos répteis, depois indo às aves e, por fim, neste sexto período, aos mamíferos, identificados como “as bestas feras da terra conforme a sua espécie” e “o gado conforme a sua espécie” (Gn.1:24,25), precisamente dentro do que a biologia nos ensina, não se precisando, porém, recorrer à teoria da evolução de Darwin para que se chegue a tal constatação, pois.
– Para o pr. Ailton Muniz de Carvalho, na sexta parte deste período da criação teria ocorrido uma “frenagem instantânea” do planeta, a exemplo do que ocorreu depois quando do sinal pedido pelo rei Ezequias para que se confirmasse a palavra profética de que teria mais quinze anos de vida (Cf. II Rs.20:9-11) e que explicaria tanto a extinção dos grandes répteis (os dinossauros) como também a criação dos continentes.
“…Tudo voltou ao normal, provavelmente quase centro e trinta e nove milhões de anos depois do início da última divisão do sexto período da criação; tudo estava pronto para a mais esperada criatura…” (CARVALHO, Ailton Muniz de. op.cit., p.147).
– Estava tudo preparado para a criação daquele que seria a coroa da criação terrena, o ser humano, o que haveremos de estudar na próxima lição.
Site: http://portalebd.org.br/index.php/adultos/14-adultos-liccoes/450-licao-2-a-criacao-dos-ceus-e-da-terra-i