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LIÇÃO Nº 7 – A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO

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Deus sempre poupa os Seus servos do juízo divino sobre os impenitentes.

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INTRODUÇÃO

– Na sequência dos estudos sobre o livro de Gênesis, estudaremos hoje a respeito do dilúvio, o juízo que Deus derramou sobre a humanidade e que pôs fim à dispensação da consciência.

– Deus sempre poupa os Seus servos do juízo divino sobre os impenitentes.

I – O ANÚNCIO DO DILÚVIO

– Na sequência dos estudos sobre o livro de Gênesis, estudaremos hoje a respeito do dilúvio, o juízo que Deus derramou sobre a humanidade e que pôs fim à dispensação da consciência.

– Conforme vimos na lição anterior, o mundo se encontrava totalmente perdido, influenciado que fora pela mentalidade da civilização caimita. O mundo decidira dar as costas ao Senhor, viver como se Deus não existisse e vivendo no pecado sem qualquer atenção à Palavra de Deus, mesmo diante das profecias de Enoque e do sinal dado pela trasladação do próprio Enoque.

– A linhagem de Sete, inicialmente piedosa, misturara-se com a civilização caimita e adotara todas as práticas pecaminosas desta. O texto sagrado diz que os descendentes de Sete se vislumbraram com a beleza das filhas dos caimitas e tomaram para si tantas mulheres quantas escolheram (Gn.6:2).

– Ora, ao assim proceder, os setitas adotaram, por primeiro, a imoralidade existente entre os caimitas, tanto desconsiderando o casamento como fizera Lameque (Gn.4:19), quanto acolhendo a prostituição, seguindo o caminho aberto, segundo a tradição judaica, por Naamá (Gn.4:22).

– Vemos, assim, que a primeira vítima desta degeneração moral da humanidade foi a família, que continua sendo o alvo predileto do inimigo de nossas almas. Sendo uma instituição divina, base de toda a vida social, a família é especialmente atacada pelo adversário, pois, caindo a família, cairá toda a sociedade.

– Quando se destrói a família, a um só tempo, são destruídos os integrantes da família, pois o homem precisa de um grupo social para ter pleno e regular desenvolvimento (Gn.2:18); é destruída a igreja, pois ela é composta de famílias e, por fim, é destruída a própria sociedade, porque a família é a sua “célula mater”. Parafraseando um dito popular, ao atacar a família, o diabo “mata todos os coelhos com uma cajadada só”.

– Esta característica deletéria dos “dias de Noé”, que são os dias que estamos a estudar, não ficou fora da observação do Senhor Jesus, que afirmou que, naqueles dias, as pessoas “casavam-se e davam-se em casamento” (Mt.24:38; Lc.17:27), a mostrar como o casamento, elemento fundante da família, era completamente desconsiderado e desprezado naqueles dias.

– Hoje não tem sido diferente. Mesmo entre os que cristãos se dizem ser, já há aqueles que não dão o devido valor ao casamento, esta união entre um homem e uma mulher que constitui uma comunhão de vida, reproduzindo, na esfera terrena, a comunhão que deve existir entre Deus e os Seus servos, o estabelecimento de uma unidade mesmo diante de uma diversidade de pessoas (Cf. Ef.5:22-33).

– Desobedecendo à Palavra de Deus, que determina que o casamento seja venerado, assim como o leito sem mácula (Hb.13:4), como também informa que Deus aborrece o divórcio (Ml.2:16), estão a fazer do casamento algo banal, algo sem qualquer valor, tanto que estão a se divorciar por qualquer motivo, a casar novamente (o que, na esmagadora maioria das vezes é o estabelecimento de um adultério público e continuado), desintegrando as famílias e, por conseguinte, as igrejas locais e a sociedade.

– Como se isto fosse pouco, ao agirem por impulso, pela aparência, já que se misturaram com os caimitas pela “formosura das filhas dos homens”, os setitas também demonstraram que passaram a se guiar pelos instintos, que se renderam à concupiscência, passando a se reger pelos desejos incontrolados, pela “carne”, ou seja, pela nossa natureza pecaminosa.

– O Senhor Jesus também não deixou de observar esta característica da geração antediluviana, dizendo que eles “comia e bebiam” (Mt.24:38; Lc.17:27), num verdadeiro culto ao prazer, à satisfação dos desejos terrenos, numa total desconsideração com respeito à vida além-túmulo, à eternidade.

– Em nossos dias, não tem sido diferente. O hedonismo, ou seja, a doutrina que entende ser o prazer o bem supremo, é uma tônica dos nossos dias. As pessoas, descrentes de que haja uma vida além desta peregrinação terrena, querem “aproveitar”, “desfrutar do que está aqui”, pouco se importando em obedecer à Palavra de Deus.

Mesmo entre os que cristãos se dizem ser já há quem pense e aja deste modo, chegando mesmo alguns a dizer que se deve “primeiro curtir para depois subir”. Tomemos cuidado, amados irmãos, pois quem vive desta maneira terá o mesmo fim que teve esta geração antediluviana.

– Por viverem debaixo da pecaminosidade, a geração antediluviana passou a viver sob o signo da violência (Gn.6:11), pois se passou a dar fama aos “valentes” (Gn.6:4), a se valorizar o uso da força, em mais uma influência da civilização caimita, onde a violência havia se banalizado (Cf. Gn.4:23).

– Hoje não é diferente. A violência e a criminalidade têm crescido sobremaneira no mundo, como demonstram as estatísticas. O Brasil, aliás, é um dos mais violentos países do mundo, ocorrendo aqui 11% dos homicídios de todo o planeta. Os negócios mais lucrativos do mundo estão relacionados com o crime organizado e este estado de coisas é mera consequência de um modo de viver como se Deus não existisse.

– Diante de um quadro como este, houve a multiplicação do pecado, a ponto de a imaginação dos homens ser má continuamente (Gn.6:5), chegando-se a um ponto tal de corrupção (Gn.6:12), que se chegou ao limite da longanimidade divina, que, por isso mesmo, resolveu destruir a humanidade (Gn.6:6,7).

– Muitos se perguntam porque as Escrituras afirmam que “Deus Se arrependeu de ter feito o homem sobre a terra”(Gn.6:6), se Deus não muda (Ml.3:6; Tg;.1:17) e, por isso mesmo, não seria capaz de Se arrepender (Nm.23:19).

– Devemos entender o “arrependimento de Deus” como uma expressão “antropopática”, ou seja, como uma expressão em que se atribui uma característica humana ao Senhor para que nós entendamos a ação divina. Quando a Bíblia diz que “Deus Se arrependeu”, o que está a dizer é que, em virtude da mudança da posição humana, a resposta divina é diversa daquela que foi inicialmente dada.

– Deus criara o homem e dissera que, se ele pecasse, haveria de morrer (Gn.2:16,17). Ora, para o próprio Caim, Deus reafirmou que ele deveria fazer bem, pois, senão, o pecado jazeria à porta e o dominaria (Gn.4:7).

Com Enoque, o Senhor avisou o povo que, se eles não se arrependessem, viria a destruição da raça humana, viria o juízo divino (Jd.14,15). Entretanto, os homens deixaram de servir a Deus, não quiseram saber da mensagem divina e, por isso mesmo, o Senhor teve de, ante a rejeição do homem, trazer o juízo, trazer a ira, já que Sua longanimidade não foi devidamente correspondida.

O “arrependimento de Deus” nada mais é que resposta à impenitência humana, consequência da mudança de posição do homem, permanecendo Deus quem sempre foi, sem mudança nem sombra de variação.

– No meio de tanta perversidade, Noé se distinguia. Ao contrário dos demais homens, Noé era varão justo e reto em suas gerações (Gn.6:9) e, por isso, achou graça aos olhos do Senhor (Gn.6:8).

Em meio a tanta corrupção, Noé persistiu crendo em Deus, aguardando o restabelecimento da comunhão entre Deus e a humanidade através da “semente da mulher”, crendo na mensagem trazida por Enoque e buscando agradar ao Senhor para que não sofresse o juízo, a destruição, bem observando a vida de Metuselá, seu avô, cujo nome significava “quando morrer isso virá”.

– Em meio a estes dias tão difíceis em que vivemos, temos de ser como Noé, ou seja, temos, também, de “achar graça aos olhos do Senhor” e, para isto, temos de ser “varões justos e retos em nossas gerações”, ou seja, devemos obedecer à Palavra de Deus, pois só assim seremos “justos e retos”.

– “Justo”, no texto original, é “tsadiq” (צדיק), que a Bíblia de Estudo Palavra Chave diz ser aquele que “ …é considerado justo ou reto em virtude da conformidade com determinado padrão (…) estava de acordo com o padrão de Deus…” (Dicionário do Antigo Testamento, n.6662, p.1882).

– Ser justo é viver de acordo com o padrão estabelecido por Deus, é viver em função de Deus, querendo realizar a vontade divina, ser um instrumento do querer divino neste mundo. Noé queria fazer a vontade do Senhor e, por isso, “achou graça aos Seus olhos”.

– “Reto”, no texto original, é “tāmim” (תמים) que a Bíblia de Estudo Palavra Chave diz ser aquele que está associado “…à verdade, virtude, retidão justiça…” (Dicionário do Antigo Testamento, n.8549, p.2006), que bem se relaciona com Deus e com o próximo.

– Ser reto é ter comunhão com Deus e com o próximo, o que somente é possível mediante o amor e todas as suas consequências, querendo bem ao Senhor e ao próximo, buscando, em seus relacionamentos, reproduzir os parâmetros e diretrizes estatuídos por Deus na sua conduta, no seu comportamento.

– Noé, em meio a tantos pecados, a tanta corrupção, apresentava-se como “filho de Deus inculpável no meio duma geração corrompida e perversa, entre os quais, resplandecia como astro no mundo” (Fp.2:15), mesma atitude que devemos ter em nossos dias, pois, se assim fizermos, assim como Noé escaparemos do juízo divino que virá após o arrebatamento da Igreja, pondo fim a esta dispensação.

– Diante desta conduta de Noé, que já durava quinhentos anos, Noé é avisado por Deus da iminente destruição que haveria sobre a face da Terra. Confirmando e complementando a profecia de Enoque, o Senhor diz a Noé que viria o dilúvio sobre a terra e deveria ele, então, construir uma arca para ser livre, assim como a sua família, daquele juízo (Gn.6:13,14).

– De pronto, vemos que Noé também cuidava da sua família e impedia que seu lar caísse no pecado. Seus filhos eram casados com uma só mulher, a provar que, na família de Noé, não se havia adotado o desprestígio do casamento nem tampouco a imoralidade reinante em todo o mundo.

Assim como procedeu Noé devemos também proceder, não permitindo que a mentalidade mundana invada nossos lares e fazendo de nossos lares verdadeiros altares de adoração ao Senhor.

– Deus mandou que Noé construísse uma arca de madeira de Gofer, fazendo nelas comportamentos e a betumando por dentro e por fora. A arca deveria ter trezentos côvados de comprimento, cinquenta côvados de largura e trinta côvados de altura, ter uma janela, situada um côvado antes do topo da arca, tendo ao lado uma porta, com três andares no seu interior (Gn.6:13-16).

– A arca que Deus mandou construir era o refúgio que Noé e sua família, assim como parte da criação terrena, teriam durante o dilúvio e, por isso mesmo, é ela associada como tipo da Igreja, ou tipo de Cristo, pois o Senhor Jesus é o refúgio contra a ira divina (Jo.3:36; I Ts.1:10), sendo a Igreja o Seu corpo (I Co.12:27; Ef.4:12).

– A arca deveria ser construída de madeira de Gofer, provavelmente o cipreste. A madeira tipifica, na Bíblia, a humanidade, como a nos dizer que, para ser nosso refúgio contra a ira divina, o Senhor Jesus deveria Se humanizar, Se fazer homem, ser a “semente da mulher”.

Também isto nos mostra que, para sermos salvos, não precisamos deixar a nossa condição humana, mas, sim, enquanto homens, nos tornarmos obedientes ao Senhor (Gn.6:22).

– A construção da arca de madeira também nos mostra que, para que venhamos a escapar da ira divina, devemos nos edificar espiritualmente, seguir o “modelo divino”, que é estatuído pela Sua Palavra. Sem a santificação, não veremos o Senhor (Hb.12:14), e, para nos santificar, devemos atender à Sua Palavra (Jo.17:17). A Palavra salva aqueles que nela creem, mas, também, condena todos quantos a recusam (Jo.12:48; Hb.11:7).

– A arca deveria ser betumada por dentro e por fora. O betume, como se vê no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é a “mistura, escura e viscosa, de hidrocarbonetos pesados com outros compostos oxigenados, nitrogenados e sulfurados; us. como impermeabilizante, na pavimentação de estradas, na fabricação de borrachas, tintas etc.; asfalto, pez mineral”.

Era, portanto, uma cobertura que deveria ser feita para impedir que houvesse a entrada da água no interior da embarcação, diante do dilúvio que viria sobre a Terra.

– O betume era um revestimento, uma cobertura, que deveria se fazer sobre a arca tanto do lado de dentro quanto do lado de fora.

É interessante verificar que, primeiro, se mandou revestir o betume por dentro, a nos indicar que, antes de mais nada, devemos ser revestidos do Espírito Santo no interior de nosso ser, em nosso espírito e alma, pois a santificação deve se dar de dentro para fora (I Ts.5:23).

Não podemos dar brecha ao inimigo de nossas almas, não podemos dar lugar em nossa vida e em nossas famílias ao diabo (Ef.4:27). A partir de nosso interior, temos de nos revestir do Espírito Santo.

O betume fala-nos da necessidade de, a exemplo do Senhor Jesus, sermos cheios do Espírito Santo (Lc.3:22; 4:21), para podermos resistir ao mal (Ef.6:11-13).

– A arca tinha somente uma janela e perto do seu topo, a indicar que o único contato com quem Noé deveria ter, durante o dilúvio, seria com a “parte de cima”, com o “alto”, a nos indicar que, para nos livrarmos da ira futura, temos de guardar contato com as “coisas de cima”, onde, como servos de Cristo, temos a vida escondida com Cristo em Jesus (Cl.3:1-3).

– A arca também era organizada, em andares, onde seriam abrigados os animais consoante a sua espécie, ficando Noé e sua família no andar superior, em mais uma demonstração de que o ser humano era um ser especial e distinto dos demais.

A ordem, estatuída por Deus, mostra-nos que, na igreja, devemos sempre observar os princípios bíblicos, organizar a Igreja da forma determinada pelo Senhor, que é a cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23).

– A arca não tinha um leme nem um timão, ou seja, Noé não haveria de pilotá-la. Por quê? Porque quem guiaria a arca seria única e exclusivamente o Senhor. O piloto da arca era o próprio Deus. De igual modo, a Igreja é guiada única e exclusivamente pelo Senhor, que é a Sua cabeça (Ef.1:22; 5:23) e o Espírito Santo é quem guia os servos do Senhor em toda a verdade (Jo.16:13). Temos sido guiados pelo Senhor?

– Deus anuncia a Noé que mandaria um dilúvio sobre a Terra, desfazendo toda carne em que havia espírito de vida debaixo dos céus, fazendo expirar tudo quanto havia na Terra, mas, com Noé, que havia sido justo e reto, o Senhor estabeleceria um pacto (Gn.6:17,18). Noé, pela sua obediência, seria o portador do compromisso divino de restabelecer a comunhão com a humanidade, de salvá-la do pecado.

– Noé, ao receber esta mensagem, tomou duas iniciativas: obedeceu ao Senhor, construindo a arca, como também pregou ao povo antediluviano, alertando-os da proximidade do juízo divino que já havia sido profetizado por Enoque (II Pe.2:5).

– Em nossos dias não é diferente. Diante da proximidade do juízo que virá sobre a face da Terra após o arrebatamento da Igreja (Ap.3:10), o Senhor tem levantado o maior e mais duradouro avivamento na história da Igreja, que é o avivamento pentecostal, disseminando a pregação do Evangelho de modo intenso a todo o mundo, anunciando que brevemente começará a Grande Tribulação.

Todos quantos crerem na mensagem da salvação e entrarem na arca, que é Cristo e Seu corpo, a Igreja, escapará da ira divina, mas os que desprezarem tal mensagem, sofrerão o juízo. Qual tem sido nossa reação ante a mensagem do Evangelho? Pensemos nisto!

– Notemos que a mensagem dada por Noé era completamente improvável aos olhos humanos. Noé dizia que Deus faria chover sobre a face da Terra e toda a carne em que houvesse espírito de vida se desfaria e que somente os que entrassem na arca se salvariam. Entretanto, até aquela época, simplesmente não chovia sobre a Terra (Cf. Gn.2:5,6), de modo que a mensagem pregada era considerada fantasiosa.

– Não é diferente em nossos dias. Quando dizemos que Jesus voltará para arrebatar a Sua Igreja, que os mortos em Cristo ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados num abrir e fechar de olhos, deixando esta Terra, muitos acham que isto é fantasia, mito, algo que jamais aconteceu antes e que, portanto, não acontecerá.

No entanto, assim como choveu sobre a Terra, o dilúvio ocorreu e toda aquela geração incrédula pereceu, de igual modo, o Senhor Jesus arrebatará a Igreja e os que não crerem sofrerão todos os juízos que estão previstos na Bíblia Sagrada. Que creiamos como Noé e sua família e não passemos pelo juízo da Grande Tribulação!

II – O DILÚVIO

– Durante cem anos, Noé construiu a arca e pregou a respeito da justiça de Deus, conclamando o povo para o arrependimento de seus pecados. Entretanto, os homens só se preocupavam em comer, beber, casar-se e dar-se em casamento e, certamente, deviam escarnecer de Noé e de sua família.

– Noé construiu pacientemente a arca. É bem provável que Noé tenha construído a arca com a ajuda não só de seus filhos, que, como ele, criam na mensagem divina, mas, também, quem sabe, de outras pessoas que, entretanto, tendo participado da construção, quiçá mediante paga, não criam naquilo que Noé dizia.

Será que também não estamos participando de uma vida na Igreja sem crer na Palavra de Deus e, por conseguinte, não haveremos de desfrutar da salvação? Tomemos cuidado, amados irmãos!

– Como Deus é longânimo! Durante cem anos, pacientemente, o Senhor aguardou o arrependimento daquela gente. Durante cem anos, o Senhor acrescentou à profecia de Enoque, ao sinal da sua trasladação e ao próprio significado do nome de Metuselá, o homem mais velho da Terra, a pregação de Noé, querendo a salvação de todos, mas, infelizmente, em resposta a esta iniciativa divina, houve tão somente incredulidade e desprezo.

– Chegou, então, o momento do juízo. Construída a arca, determinou o Senhor que Noé e sua família nela entrassem, família constituída pela mulher de Noé, pelos seus três filhos (Cão, Sem e Jafé), cada uma com suas respectivas mulheres. Tanto Noé quanto seus filhos eram monogâmicos, tinham uma família constituída segundo os parâmetros divinos, estando completamente alheios ao modo de vida desregrado e imoral seguido pelos demais seres humanos.

– Noé tomou animais que, certamente, vieram ao seu encontro, e todos entraram na arca, sete pares dos animais limpos e um par dos animais imundos.

O Senhor, inclusive, disse que o dilúvio demoraria apenas sete dias. Noé cumpriu integralmente o que Deus lhe mandou e, quando entrou na arca, depois que os animais foram ali devidamente abrigados, as Escrituras dizem que o Senhor fechou por fora a porta (Gn.7:1-16).

– Por que o Senhor fechou a porta da arca por fora? Para que Noé não a abrisse, quando, iniciada a chuva, o povo viesse pedir para entrar.

Por que Deus não permitiu que isto acontecesse? Porque aquele povo não havia crido na mensagem dada desde os dias de Enoque e havia se completado o tempo da longanimidade divina.

Deus é o Senhor, é Ele quem determina o tempo do arrependimento. Noé não poderia assumir uma posição que é única e exclusiva do Senhor.

– Noé entrou na arca e ali ainda ficou por sete dias sem que houvesse chuva (Gn.7:10). Quem sabe não foi zombado pelo povo durante aquele período, mas, confiante em Deus, ali permaneceu até que as águas do dilúvio vieram sobre a face da Terra, aos dezessete dias do mês, no mês segundo, do ano seiscentos da vida de Noé, dilúvio que caiu durante quarenta dias sobre a Terra (Gn.7:11,12).

– A inundação foi total. As águas cresceram e prevaleceram sobre toda a Terra, sendo cobertos todos os montes (Gn.7:19). Esta expressão mostra, claramente, que o dilúvio foi universal, abrangeu toda a Terra e não um “dilúvio parcial”, como defendem alguns. Não confundamos o dilúvio com as enchentes que ocorrem (e cada vez mais frequentemente), nem tampouco com os tsunamis que têm aterrorizado o planeta nos últimos anos.

O dilúvio foi universal, desfazendo toda substância que havia sobre a face da Terra (Gn.7:23).

– Um outro argumento mostra-nos que o dilúvio foi universal, qual seja, a de que Deus prometeu nunca mais destruir a Terra com água (Gn.8:21), e, se o dilúvio tivesse sido parcial, ante as enchentes e tsunamis que temos presenciado, veríamos uma “quebra de promessa” por parte de Deus, o que, evidentemente, é um absurdo, pois Deus é fiel, cumpre a Sua Palavra para a cumprir (I Co.1:9; II Ts.3:3; II Tm.2:13; Jr.1:12).

– O dilúvio difere de toda e qualquer chuva que tenha ocorrido antes ou depois deste evento. As Escrituras dizem que havia águas acima e abaixo da Terra (Gn.1:6,7) e, no dilúvio, estas águas de cima foram derramadas sobre a Terra (Gn.7:11), como também vieram as águas do abismo, ou seja, águas subterrâneas também vieram para a superfície, causando esta inundação total da parte seca do planeta.

– Este cataclismo fez com que se desfizesse a estrutura até então da atmosfera terrestre, que permitia que o vapor caísse diariamente sobre a superfície (Cf. Gn.2:6) e mantivesse uma mesma temperatura em todo o planeta, uma circunstância que, inclusive, permitia que os homens tivessem a longevidade demonstrada entre os descendentes de Sete, ainda que a expectativa de vida tivesse se reduzido para cento e vinte anos a partir do momento da mistura entre as linhagens de Sete e de Caim (Cf. Gn.6:3), o que decorreu do aumento da imoralidade sexual e da violência.

– Esta circunstância explica porque, depois do dilúvio, passaram a ocorrer as estações do ano (Cf. Gn.8:22), com as mudanças de clima e de temperatura, circunstâncias até hoje existentes e que servem para uma grande diminuição da vida humana.

OBS: Estudos feitos na região metropolitana de São Paulo disse que, por causa da poluição atmosférica, a vida do paulistano é diminuída em 1 ano e meio , uma comprovação de que as alterações da atmosfera provocam a redução da vida humana:

“…Não há dados disponíveis sobre o volume de partículas inaláveis em Itaquera, Butantã e Santo Amaro, nem sobre a quantidade de ozônio em Cerqueira César, Congonhas e Santo Amaro Além do mal-estar instantâneo causado por tal exposição — irritação nos olhos, boca seca, nariz entupido e garganta ardendo —, há efeitos mais sérios para o corpo humano, como o agravamento de doenças cardiovasculares, que podem levar a infartos e derrames, e respiratórias, como a asma e a bronquite.

Também já há estudos que mostram o impacto dos compostos na fertilidade masculina. Diante de tudo isso, acredita-se que a poluição pode reduzir a expectativa de vida em um ano e meio e ser a causa de vinte mortes diárias na região metropolitana.…” (SALLES, Daniel e BERGAMO, Giuliana. Poluição: o perigo está no ar. VEJA SÃO PAULO. 22 jul. 2011. Disponível em: http://vejasp.abril.com.br/materia/poluicao-perigo-esta-no-ar/ Acesso em 04 set. 2015).

– Depois destes quarenta dias e quarenta noites, tudo que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco morreu (Gn.7:22). Isto mostra, portanto, que a destruição provocada pelo dilúvio não afetou os animais e vegetais aquáticos, sendo certo, também, que os vegetais puderam, depois do dilúvio, brotar novamente e reviver. Por isso, não havia este tipo de seres na arca.

– Notemos que, quanto mais chovia, mais a arca subia. Quanto mais as pessoas se afogavam, mais a arca se aproximava do céu. Eis a grande diferença entre os que servem a Deus e os que não O servem. Quanto mais o juízo de Deus se derrama sobre os impenitentes, mais próximos do céu estão os fiéis.

Assim ocorrerá na Grande Tribulação: enquanto os homens estiverem sofrendo a maior angústia de toda a história humana, a Igreja estará recebendo o galardão do seu Senhor e participará das bodas do Cordeiro. Que diferença!

– Muitos, vendo as dimensões da arca, não creem na literalidade do texto, dizendo que seria impossível que todas as espécies pudessem entrar numa embarcação como a descrita na Bíblia Sagrada, que se teria apenas ali um mito, uma “verdade religiosa”.

No entanto, a Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e o que é dito pelas Escrituras é real. Deus é o Criador e as dimensões estabelecidas foram suficientes para que se tivesse o poupar de todas as espécies.

Ademais, nada há que impeça que certas espécies tenham sido destruídas e não preservadas após o dilúvio, até porque, ante as mudanças que se teriam no clima e temperatura da Terra, poderia ser que certas espécies, e o Senhor o sabia muito bem, não poderiam mais sobreviver no novo estado estabelecido por causa da desobediência do homem.

– Depois daquela chuva de quarenta dias e quarenta noites, as águas ainda prevaleceram sobre a Terra por cento e cinquenta dias (Gn.7:24). Para destruir tudo foram suficientes quarenta dias, mas para que as águas pudessem fazer surgir novamente a parte seca, houve um período de cento e cinquenta dias (Gn.8:2,3).

– Deus é ordeiro e a nova situação surgida depois do dilúvio tinha de se fazer de forma progressiva, de modo a poder resultar o ressurgimento da vegetação e condições para que Noé e sua família assim como os animais que com ele estavam pudessem sobreviver. A ira divina não é como a ira humana, não é algo que se faça sem racionalidade, sem cuidado e sem inteligência. Deus não é Deus de confusão (I Co.14:33).

– A destruição é bem mais rápida do que a reconstrução. Por isso, não podemos permitir que algo seja destruído em nossa vida, notadamente no aspecto espiritual.

O tempo da reedificação é sempre mais longo, é sempre mais difícil e exige uma continuidade. Por isso, vigiemos para que os males da destruição não nos alcancem.

– Após ter sido desfeita toda carne, é dito que o Senhor Se lembrou de Noé e de toda a criação que estava na arca e mandou passar um vento sobre a Terra para que as águas se aquietassem (Gn.8:1).

– Temos, novamente, uma expressão “antropopática”. Deus não havia Se esquecido de Noé e da criação. Esta expressão não quer dizer que Deus é “esquecido”, mas, simplesmente que, realizado o juízo, o Senhor Se voltou para Noé e sua família e pelas criaturas que com ele estavam na arca e iniciou o processo de restabelecimento da parte seca, para que a vida prosseguisse na face da Terra.

– É o mesmo que o Senhor Jesus fará após a Grande Tribulação. Depois de derramado o juízo sobre a face da Terra, o Senhor “Se lembrará” de Israel, livrá-lo-á da iminente destruição pretendida pelo Anticristo e seus aliados e instaurará o reino milenial de Cristo, quando, inclusive, promoverá a restauração da Terra, removendo a maldição estatuída com o pecado (Ap.19:11-20:4; Is.11; Mq.4).

– No sétimo mês, no dia dezessete do mês, ou seja, exatamente cinco meses após, quando se deu o término do período de cento e cinquenta dias, a arca repousou sobre os montes de Arará (Gn.8:4). Isto mostra que o minguar das águas do dilúvio tiveram início neste momento, tanto que a arca atracou sobre um monte, prova de que ainda havia ainda muita água sobre a face da Terra.

– Tanto assim é que o próprio texto sagrado ainda disse que durou ainda três meses para que a porção seca ficasse totalmente restabelecida (Gn.8:5).

– Noé percebeu, naturalmente, que a chuva cessou, mas somente depois de quarenta dias é que abriu a janela da arca. Vemos aqui a extrema prudência e longanimidade de Noé. Um varão justo e reto é paciente, é alguém que não se precipita, que procura sempre agir no “tempo de Deus”.

– Noé não poderia abrir a porta da arca, que havia sido fechada por Deus, é bem verdade, mas não abriu a janela de imediato após o final da chuva e do fato de a arca ter repousado nos montes de Arará, mas aguardou quarenta dias para fazê-lo. Isto mostra toda a sua longanimidade e a sua vinculação ao “tempo de Deus”. Devemos esperar em Deus com paciência (Sl.40:1).

– Noé soltou um corvo pela janela e esta ave foi e voltou até que as águas secaram de sobre a Terra. Não havia local para que o corvo pousasse e, por isso, ele ia e voltava, dando a indicação a Noé de que as águas ainda não haviam baixado sobre a Terra (Gn.8:7).

– No entanto, o corvo, um certo dia, foi e não voltou. Noé ficou, assim, sem saber o que estava a se passar e, por isso, soltou uma pomba (Gn.8:8). Por não ter encontrado repouso para a planta de seu pé, a pomba retornou e foi trazido de volta para a arca (Gn.8:9).

Esperou Noé outros sete dias e soltou novamente a pomba e ela trouxe uma folha de oliveira no seu bico, dando a entender a Noé que as águas haviam minguado sobre a face da Terra. Esperou Noé outros sete dias, soltou novamente a pomba, mas ela não mais voltou (Gn.8:10-12).

– Por que o corvo não voltou, se ainda não haviam minguado as águas sobre a Terra? Porque o corvo, mudando a sua natureza, passou a se alimentar de carniça e, tendo encontrado esta alimentação, não mais voltou.

Isto, figuradamente, mostra que há muitos que vão e voltam da Igreja, mas, por desejarem viver às custas da morte, por amarem o mundo, não mais voltam, desprezando o abrigo que lhes foi fornecido por Deus quando de sua conversão. São pessoas que são guiadas pela “carne”, pela natureza pecaminosa. Será que somos corvos, amados irmãos?

– Já a pomba, por sua vez, tipifica o Espírito Santo (Cf. Mt.3:16; Mc.1:10; Lc.3:22; Jo.1:32). Primeiro, o Espírito Santo passou a vir sobre algumas pessoas na face da Terra; depois, o Espírito Santo veio sobre Cristo, simbolizado pelo ramo da oliveira (Rm.11:17-21), permanecendo sobre a Igreja (Jo.14:16,17), que é o corpo do Senhor (i Co.12:27) e, por fim, não mais voltará à Terra, porque esta se desfará e haverá novos céus e nova terra (II Pe.3:13). Aleluia!

– As águas somente secaram no dia primeiro do mês primeiro, quase um ano depois do dilúvio. Somente, então, Noé abriu a cobertura da arca e pôde ver que a terra estava enxuta, algo que se deu totalmente no segundo mês, ao vinte e sete dias do mês (Gn.8:14), ou seja, um ano e dez dias depois do início do dilúvio.

– Só, então, Deus mandou que Noé saísse da arca, abrindo a porta. Noé e sua família, obedientemente, saíram da arca, assim como todos os animais e o primeiro gesto de Noé foi edificar um altar ao Senhor, fazendo um sacrifício para agradecer ao Senhor pelo livramento. Que exemplo para todos nós!

Noé e sua família continuavam a buscar primeiramente a Deus e à Sua justiça e reconheciam, mediante este sacrifício, a soberania divina e eram gratos pela suas vidas, pelo cuidado que tinham tido durante todo aquele período. Temos nós feito isto? A Bíblia manda que sejamos agradecidos (Cl.3:15).

– Como resultado deste gesto de Noé, desta manifestação de gratidão, que muito agradou ao Senhor (Gn.8:21), o Senhor abençoou a Terra, dizendo que não mais destruiria a Terra novamente com um dilúvio e que, a partir de então, haveria a sequência das estações do ano, sem qualquer nova destruição com água.

Noé, com seu ato de adoração, tornou-se uma bênção para toda a Terra. É isto que o Senhor quer que sejamos para a humanidade: sal da terra e luz do mundo (Mt.5:13-16). Como filhos de Abraão, temos de ser uma bênção (Gn.12:1-3). Temos trazido bênção para os que nos cercam? Temos sido verdadeiros adoradores do Senhor e, com nossa adoração, temos trazido bênçãos para os que estão à nossa volta? Pensemos nisto!

– Noé havia obedecido a Deus e sido poupado do juízo divino. Entretanto, precisamente por ter sido fiel ao Senhor, tinha incumbências a cumprir. O Senhor disse que, com ele, estabeleceria um pacto. Um novo tempo se iniciava para a humanidade, a chamada dispensação do governo humano e é sobre isto que falaremos na próxima lição.

Caramuru Afonso Francisco

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