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LIÇÃO Nº 12 – COSMOVISÃO MISSIONÁRIA

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Paulo escreve a carta aos Romanos visando evangelizar o ocidente do Império Romano.

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INTRODUÇÃO

– No capítulo 15 da carta aos Romanos, Paulo diz qual a motivação que o levou a escrever a epístola à igreja em Roma.

– Paulo escreve a carta aos Romanos visando evangelizar o ocidente do Império Romano.

I – UMA IGREJA ACOLHEDORA

– O capítulo 15 da epístola de Paulo aos romanos continua, em sua primeira parte, o ensino com respeito à tolerância aos fracos na fé, mas com o propósito de introduzir a consciência missionária que estava a faltar na igreja em Roma e que era o motivo pelo qual o apóstolo havia dissertado sobre a doutrina da salvação.

– O apóstolo diz que é preciso que os fortes espirituais suportem os fracos, demonstrando amor ao próximo e não buscando agradar a eles próprios.

 O amor de Deus leva-nos a pensar no outro e a procurar agradar o outro, sempre que isto for resultar na edificação espiritual do fraco na fé (Rm.15:1,2).

– O apóstolo mostra, assim, que o verdadeiro forte espiritual, aquele que é maduro em Cristo Jesus, tem a consciência de que está aqui para servir a Deus e o serviço a Deus tem a ver com a edificação espiritual do fraco na fé.

Estamos aqui para servir e não para ser servidos, seguindo, assim, o mesmo ministério desempenhado pelo Senhor Jesus (Mt.20:28; Mc.10:45; Rm.15:3).

– Não estamos neste mundo para agradar a nós mesmos, nem tampouco agradar aos homens (Gl.1:10).

 O verdadeiro servo de Cristo Jesus tem de agradar única e exclusivamente ao Senhor e, para fazê-lo, precisa estar disposto a ser instrumento da edificação espiritual do fraco na fé.

Não era por outro motivo que o apóstolo Paulo dizia que tinha se gastado e se deixado gastar em prol dos crentes de Corinto, ainda que, amando-os cada vez mais, fosse menos amado (II Co.12:15).

– Este foi o exemplo deixado pelo Senhor que não agradou a Si mesmo, mas sofreu as injúrias dos que O injuriavam (Rm.15:3), a fim de que pudesse salvar a humanidade e receber a devida recompensa, assentando-Se no trono de Seu Pai (Hb.12:2,3; Ap.3:21).

Jesus é o Servo do Senhor por excelência e, como tal, veio a este mundo para fazer a vontade do Pai, que O enviou (Jo.4:34; 5:30; 6:38).

– Para sabermos qual é a vontade do Senhor e a cumpramos, o próprio Deus providenciou as Escrituras, que são as fiéis testemunhas de Cristo (Jo.5:39).

Paulo mostra que tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança (Rm.15:4).

A Palavra de Deus permite-nos ver qual é a vontade do Senhor e nos dá condições de agirmos de acordo com a vontade divina, mesmo que isto nos pareça irrazoável, pois a mesma Palavra, a nos santificar e nos aproximar do Senhor Jesus, dar-nos-á condição de fazermos o que o Senhor manda, tendo esperança de que haveremos de desfrutar da vida eterna na glória celestial pela obediência ao mandado do Senhor.

– Através das Escrituras, adquirimos paciência, um estágio em nosso crescimento espiritual, como já afirmara o apóstolo Paulo no capítulo 5 da epístola aos Romanos, que nos aponta que a paciência é resultado das tribulações que sofremos.

Portanto, em meio às tribulações desta vida, é indispensável que meditemos nas Escrituras, que, de dia e de noite, estejamos a refletir na Bíblia Sagrada, que é meio de santificação (Jo.17:17), pois, por esta leitura e estudo da Palavra de Deus, adquirimos a paciência, a bênção que nos está reservada quando passamos por tribulações.

– Muitos, infelizmente, que ingressam no caminho da salvação, sucumbem quando lhes advêm as tribulações, precisamente porque não se dedicam ao estudo e meditação das Escrituras, nossa única regra de fé e prática.

 É a situação já delineada pelo Senhor Jesus na parábola do semeador (Mt.13:1-23; Mc.4:1-20; Lc.8:4-15).

A semente lançada nos pedregais representa precisamente este salvo que, embora tenha nascido de novo, naufraga na vida espiritual diante das turbulências desta vida.

Este pedregais nada mais são que a falta de aprimoramento espiritual pelo estudo da Palavra de Deus, pois é a Palavra o martelo que esmiúça a penha (Jr.23:29), ou seja, quando nos aprimoramos nas Escrituras, os pedregais são esmiuçados, e as pedras do nosso coração são transformadas em boa terra, que, assim, tem condição de produzir o fruto do Espírito Santo e nos fazer perseverança na senda da salvação.

– Mas, as Escrituras também nos concedem consolação. Jesus disse que nos mandaria outro Consolador, o Espírito Santo, que estaria sempre conosco (Jo.14:16) e este Espírito tem, entre Suas mais primordiais funções, nos ensinar, nos guiar e nos fazer lembrar de tudo quanto Jesus nos tem falado (Jo.14:26; 16:13).

É por isso que a Palavra de Deus só pode ser entendida espiritualmente, não tendo valor algum o seu conhecimento meramente intelectual.

A partir das Escrituras e da revelação que o Espírito Santo delas nos dá somos consolados, fortalecidos na fé, aumentados em esperança e em amor, a fim de que possamos continuar caminhando rumo ao céu.

– Este Deus de paciência e consolação, paciência e consolação vindas por intermédio das Escrituras, faz com que tenhamos o mesmo sentimento de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus (Rm.15:5).

A unidade do corpo de Cristo e o exercício do amor fraternal, portanto, dependem da meditação e leitura das Escrituras, sendo, pois, primordial que, nas igrejas locais, se ensine a sã doutrina, se explane a Palavra de Deus, tenha a Bíblia Sagrada primazia nas atividades desempenhadas, pois só assim poderemos prover o crescimento espiritual necessário de cada salvo, pois, como já vimos nas lições anteriores, não há como haver crescimento espiritual dos salvos senão na interação, na convivência social, na igreja (os “reunidos para fora” – ekklesia).

– Somente nos conformaremos cada vez mais à imagem de Cristo Jesus (Rm.8:29) se nos santificarmos, ou seja, se crescermos espiritualmente e este crescimento depende da paciência e consolação das Escrituras, que gera como consequência inevitável a unidade do corpo de Cristo, a concessão do mesmo sentimento de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.

– Esta unidade faz com que, concordes a uma boca, os salvos glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Rm.15:6a).

Esta glorificação nada mais é que o cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas, pois, assim como Jesus, somente podemos glorificar ao Pai consumando a obra que o Senhor nos deu a fazer (Jo.17:4).

Somente podemos fazer aquilo que o Senhor nos tem mandado se assumirmos a nossa posição no corpo de Cristo, se estivermos integrados com os demais membros deste corpo (Rm.12:4,5; I Co.12:27).

– É por este motivo que, como vimos na lição anterior, devemos ser acolhedores, recebendo os demais membros do corpo de Cristo, ainda que sejam fracos na fé, pois sabemos que cada um tem um papel determinado pelo Senhor Jesus, a cabeça deste corpo (Ef.1:22; 5:23), e, se não recebermos os irmãos, estaremos a “amputar” este corpo de Cristo, impedindo a sua edificação em amor, edificação que depende da justa operação de cada parte (Ef.4:16).

– Paulo diz, uma vez mais, que nesta atitude de recepção dos membros do corpo de Cristo estamos a imitar o Senhor Jesus, que nos recebeu para a glória de Deus (Rm.15:7).

Esta recepção feita pelo Senhor Jesus não levou em conta nem a circuncisão, nem a incircuncisão, pois o Senhor veio salvar tanto a judeus quanto a gentios, pois para isto havia sido mandado, pois, como Servo do Senhor, deveria abranger a todos os homens (Is.49:6).

– O apóstolo, então, mostra aos crentes judeus de Roma que o Senhor Jesus, embora tivesse sido ministro da circuncisão, ou seja, vindo ao mundo como um judeu e cumprido a lei, a fim de que fossem cumpridas as promessas feitas aos pais (Rm.15:8), também veio salvar os gentios, cumprindo igualmente as profecias existentes a respeito (Dt.32:43; Sl.117:1; Is.11:1,10).

– Ao assim afirmar, o apóstolo orienta os crentes de Roma a que fossem acolhedores tanto de judeus quanto de gentios, pois a ambos o Senhor tinha vindo salvar, não devendo, pois, haver a tensão entre judeus e gentios, mas devemos todos se receberem uns aos outros, formando a unidade do corpo de Cristo, entendendo que eram agora um novo povo de Deus, a Igreja, e que, assim, deviam se encher de todo o gozo e paz em crença, para que abundassem em esperança pela virtude do Espírito Santo (Rm.15:13).

II – A CONSCIÊNCIA DA MISSÃO DA IGREJA

– Ao desejar que os crentes de Roma se enchessem de todo o gozo e paz em crença, para que abundassem em esperança pela virtude do Espírito Santo, o apóstolo fez questão de registrar que sabia que os romanos estavam cheios de bondade, de todo o conhecimento, podendo admoestar uns aos outros (Rm.15:14).

– Este gesto de Paulo mostra-nos uma importante lição, qual seja, a de que nunca devemos nos esquecer de contar as virtudes e reconhecê-las aos nossos irmãos.

Conquanto o apóstolo estivesse preocupado com a tensão existente entre judeus e gentios no seio da igreja de Roma, não podia deixar de reconhecer que os romanos eram cheios de bondade e de todo o conhecimento e que se estavam a admoestar uns aos outros, ou seja, havia um encorajamento de uns em relação aos outros para que prosseguissem na caminhada rumo ao céu, o que era assaz salutar, máxime em Roma, capital do mundo de então, em que havia, certamente, a chegada de um sem-número de pessoas de todas as partes do Império Romano e que precisavam ter acolhimento na igreja local.

– Entretanto, a igreja de Roma padecia de um grande problema, qual seja, a falta da consciência missionária. Era acolhedora, apesar da tensão existente entre judeus e gentios, tensão, aliás, que era fruto deste acolhimento, pois eram eles cheios de bondade e de todo o conhecimento, mas não se dispunha a levar avante o “ide” de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Acolhida todos os cristãos que chegavam a Roma, mas não se movimentava para mandar missionários para as demais partes do Império Romano.

Estando na capital do Império, não tinha a consciência de que tinha de pregar o Evangelho por todo o mundo a toda criatura, como havia ordenado o Senhor Jesus (Mc.16:15).

– Conforme vimos no início deste trimestre, a igreja de Roma era bem antiga, muito provavelmente surgida desde os primórdios da igreja, fundada pelos forasteiros romanos que haviam se convertido no dia de Pentecoste, mas, apesar de sua antiguidade e de estar localizada em local dos mais privilegiados, já que era a própria capital do Império Romano, não tinha ainda despertado para a urgência da pregação do Evangelho, para a Grande Comissão.

– Esta circunstância vivida pela igreja de Roma, lamentavelmente, não foi uma exceção ou um caso que se circunscreveu àquela igreja local, mas é vivida hoje em boa parte, senão a maioria das igrejas locais.

 A consciência missionária é pífia em muitos lugares, transformando as igrejas em verdadeiros “conventos”, cujas atividades se realizam dentro das quatro paredes dos templos, sem qualquer projeção para o mundo, sem qualquer compaixão pelas milhares e milhares de almas que, a cada dia, passam para a eternidade sem salvação.

– Era esta, também, a mentalidade da igreja de Jerusalém. Embora os apóstolos e a igreja mãe tenham se esmerado em pregar o Evangelho em toda a cidade de Jerusalém (Cf. At.5:28), os crentes da primeira igreja local também não se dispunham a levar adiante a mensagem da salvação, vivendo em comunidade, indo adorar a Deus no templo, mas não saindo dos limites da cidade, a ponto de as pessoas das cidades circunvizinhas, que tinham tido conhecimento da poderosa obra do Senhor, terem de vir a Jerusalém para conseguir receber a salvação e as bênçãos dela decorrentes (At.5:16).

– Foi preciso que o Senhor permitisse uma dura e cruel perseguição sobre os crentes de Jerusalém para que o Evangelho começasse a ser pregado na Judeia, Samaria e até os confins da terra (At.8:1), como havia Ele determinado antes de ascender aos céus (Cf. At.1:8).

– Vemos, portanto, que não era uma exclusividade dos romanos este comportamento de acomodação e de falta de consciência missionária, algo que se reproduz em nossos dias. Tal apatia é extremamente perigosa para a igreja, pois a razão de ser da igreja está em pregar o Evangelho aos incrédulos e promover o crescimento espiritual dos crentes.

Uma igreja que não evangeliza nem aperfeiçoa os santos é uma igreja que nega a sua própria essência, tende a ser tão somente um grupo social, um clube, um ambiente de confraternização, totalmente inútil aos propósitos do reino de Deus e, como sabemos, pela parábola dos talentos, o servo inútil acaba por perder a salvação e ser lançado nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes (Mt.25:30).

– Paulo fora incomodado pelo Espírito Santo ante esta situação em que se encontrava a igreja em Roma e, por isso, havia escrito esta carta, onde procurou demonstrar o sentido da salvação em Cristo Jesus e como deveria viver o salvo em Cristo, com o objetivo de despertar, entre os romanos, esta consciência missionária.

– O apóstolo lembra os romanos de que ele era ministro de Jesus Cristo entre os gentios, e, como tal, ministrava o Evangelho de Deus para que fosse agradável a oferta dos gentios santificada pelo Espírito Santo, tendo glória em Jesus Cristo nas coisas que pertenciam a Deus (Rm.15:16,17).

– Paulo jamais se esquecera de sua escolha para ser um vaso para levar o nome de Cristo para os gentios e dos reis e dos filhos de Israel (At.9:17) e, por isso, vivia a sua vida nesta perspectiva, sabendo que tinha uma missão, uma obra a realizar nesta Terra e que, a exemplo do Senhor Jesus, tinha de glorificar a Deus consumando esta obra de que foi incumbido.

– Por isso, aliás, o apóstolo poderia despertar a consciência missionária na igreja de Roma, pois ele mesmo tinha esta consciência.

Um dos grandes problemas que temos enfrentado na conscientização missionária das igrejas locais é a falta de pessoas que, comprometidas com o reino de Deus, possam efetuar este despertamento.

Muitas vezes temos pessoas que até querem despertar esta consciência missionária na igreja, mas elas mesmas não evangelizam, não dão exemplo algum e, portanto, como podem ter este papel despertador se elas próprias não demonstram ter consciência do “ide” de Jesus?

– Paulo lembra os romanos do seu chamado, algo que, certamente, era de pleno conhecimento da igreja de Roma (Cf.At.28:18-22), chamado este que era confirmado pelas suas palavras e obras, como também pelo poder dos sinais e prodígios na virtude do Espírito de Deus, num ministério que se estendera desde Jerusalém e arredores até o Ilírico, nome de uma antiga província romana que abrangia desde a Albânia até a Península Balcânica (Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina), onde o apóstolo havia também aberto igrejas locais.

– Paulo tinha autoridade para promover a conscientização missionária porquanto havia dedicado sua vida para pregar o Evangelho, consciente de seu dever como servo de Jesus Cristo, seja por palavras, seja por obras, entre as quais se destacavam os sinais e prodígios na virtude do Espírito de Deus.

Vemos, portanto, que o apóstolo Paulo pregava o Evangelho completo, o Evangelho pleno, o Evangelho que prega que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

– A pregação do Evangelho deve ser feita com palavras, mas, também, com obras, destacando-se os sinais e prodígios na virtude do Espírito Santo.

O apóstolo não usava de seus conhecimentos de retórica, dos quais era bem versado, visto que, como natural de Tarso, centro filosófico, bem sabia de tais técnicas, mas, sim, em vez das palavras persuasivas, usava do poder do Espírito Santo para pregar a salvação na pessoa de Cristo Jesus (I Co.2:4,5).

– Isto não foi uma exclusividade ou peculiaridade de Paulo, mas assim procediam também os outros apóstolos e demais discípulos de Cristo Jesus, que partiram por todas as partes pregando o Evangelho, cooperando o Senhor com eles, que confirmava a Palavra com sinais e maravilhas (Mc.16:20; At.5:12-16).

– Assim devemos pregar o Evangelho. Por palavras, ou seja, pregando a Cristo e Cristo crucificado (I Co.2:2), tendo por tema o plano da salvação da humanidade na pessoa de Jesus Cristo, que é o assunto das Escrituras.

O evangelho é, pois, o anúncio da salvação, tal como o próprio Cristo fez no limiar de Seu ministério: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc.1:15).

– Esta é a mensagem do Evangelho: a notícia de que Deus cumpriu a Sua promessa da redenção, mandando Jesus Cristo para salvar a humanidade, salvação esta que depende do arrependimento dos pecados e na fé em Jesus como único Senhor e Salvador Jesus Cristo.

– É difícil falarmos em conscientização missionária se, em primeiro lugar, não vemos a mensagem do Evangelho ser pregada nas igrejas locais, quando nem sequer os crentes em Cristo Jesus ou os sedizentes crentes sabem qual é a mensagem do Evangelho, pois quase nem ouvem falar que Jesus salva, que devemos nos arrepender dos nossos pecados, que é necessário reconhecermos que somos pecadores e que precisamos de salvação.

– A Palavra de Deus promove a santificação dos crentes (Jo.17:17), ou seja, é responsável pelo seu crescimento espiritual e, à medida em que ela for efetivamente pregada nas igrejas locais, como vimos supra, nasce um mesmo sentimento uns para com os outros segundo Cristo Jesus, ou seja, todos os crentes irão pregar este Evangelho, todos terão a consciência da necessidade de divulgar aos homens a necessidade que eles têm de se arrepender dos seus pecados e crer em Cristo Jesus como único suficiente Senhor e Salvador.

– A pregação do Evangelho, porém, deve também ser feito por obras. Não basta usarmos as palavras, embora seja indispensável que haja a pregação por palavras, mas temos de ter uma vida frutífera, pois para isto fomos escolhidos pelo Senhor Jesus (Jo.15:16), temos de ter uma fé que produz boas obras, onde mostremos aos homens o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5).

– O Evangelho também é pregado pelas nossas atitudes, pela nossa maneira de viver, pois, em Cristo, passamos a ter uma vida diferente, uma maneira de viver distinta daquela vã que recebemos de nossos pais (I Pe.1:18), um modo de viver que não está mais comprometida com o pecado, que não anda segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência (Ef.2:2).

– Quando o salvo em Cristo Jesus vive sua vida na fé do Filho de Deus (Gl.2:20), não mais vivendo mas deixando Cristo viver neles, prega também o Evangelho, o chamado “testemunho mudo”, que faz com que as pessoas reconheçam a nossa condição de filhos de Deus e acabem por glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

– Neste ponto, é importante vermos que se trata de ação real e efetivamente evangelizadora a ação social, conquanto não podemos perder de vista que tal atuação é instrumental, tem por finalidade demonstrar o amor de Deus, mas com o objetivo de ganhar almas para o reino de Deus, de levar as pessoas ao conhecimento da salvação na pessoa de Jesus, algo que tem sido perdido de vista por algumas denominações ou instituições que tornaram a ação social a razão de ser de suas vidas, sem se preocupar com o fato de que a igreja tem de pregar o Evangelho, pois os bens espirituais devem prevalecer sobre os temporais (Rm.15:27).

– A propósito, o apóstolo Paulo, quando escrevia esta carta aos crentes de Roma, estava a fazer uma ação social, pois estava indo para Jerusalém para entregar as ofertas recolhidas na Acaia e na Macedônia em favor dos crentes pobres da Judeia (Rm.15:26,27), Judeia que passava por grave crise, já se encaminhando para um momento que levaria à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70.

– É em meio a uma grande ação social que o apóstolo Paulo mostra que a primazia e o objetivo da igreja é a evangelização e faz questão de dizer que estava a comentar aquilo com os crentes de Roma porque dava o exemplo, pois, como diz o apóstolo dos gentios, “não ousaria dizer coisa alguma que Cristo por mim não tenha feito” (Rm.15:18).

– Temos tido esta mesma consciência do apóstolo Paulo, não ousando dizer aos irmãos aquilo que Cristo não nos tenha feito?

Precisamos dar o exemplo antes de cobrarmos qualquer atitude de quem quer que seja. Devemos ter uma experiência pessoal com o Senhor Jesus antes de querermos levar os irmãos a buscar ao Senhor.

Não podemos cometer o equívoco dos fariseus, que ensinavam mas não praticavam o que ensinavam (Mt.23:1-3). Por isso, aliás, Jesus, que vivia aquilo que ensinava (At.1:1), teve sua doutrina admirada pela multidão, vez que sua doutrina tinha a autoridade do exemplo, do testemunho (Mt.7:28,29).

– Mas a pregação do Evangelho por parte de Paulo era acompanhada de sinais e prodígios na virtude do Espírito de Deus, ou seja, não só havia um testemunho na vida de Paulo, mas também, o apóstolo era o instrumento da manifestação do poder de Deus.

O Senhor Jesus confirmava a Palavra pregada com sinais e maravilhas.

– Se é certo que a salvação não pode vir de sinais e maravilhas, é indispensável que eles estejam presentes para confirmar a Palavra que é pregada, Palavra que leva a fé até os ouvintes (Rm.10:17), mas que deve ser demonstrada pela demonstração do poder de Deus, algo que não se circunscreve apenas aos ouvintes da mensagem do Evangelho, mas também que é fundamental para a fortificação da fé dos que já receberam a Cristo em seus corações, uma vez que isto incentiva e estimula os salvos a buscar o poder de Deus, uma das formas de não mais errar (Cf. Mt.22:29).

– Os sinais e maravilhas servem de fator de atração das multidões para a mensagem do Evangelho, como um elemento que leva as pessoas até os crentes e isto, sem dúvida, é um importante elemento que permite à igreja cumprir a ordem de pregação da Palavra de Deus (Cf. At.5:16).

– Somente há sinais e maravilhas se os crentes em Cristo Jesus buscarem o poder de Deus, dedicarem-se à busca do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais, sem o que não teremos a realização de tais operações sobrenaturais na Igreja.

 A presença destes sinais e maravilhas, ao contrário do que alguns dizem, não estava condicionada à conclusão da elaboração das Escrituras Sagradas e a história da Igreja tem demonstrado que sempre que há um despertamento espiritual, que há um avivamento, que há uma disposição dos salvos em Cristo Jesus em buscar o poder de Deus, sempre sinais e maravilhas se produzem, promovendo um grande impulso à evangelização.

– Outra importante lição dada pelo apóstolo Paulo é a sua consciência do espaço em que deveria evangelizar.

O apóstolo fez questão de dizer aos crentes de Roma que seu esforço para anunciar o Evangelho “onde Cristo houvera sido nomeado para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm.15:20), ou seja, seu propósito era ganhar pessoas para Cristo, não encontrar seguidores para si ou arrebanhar à sua volta pessoas que já haviam crido em Jesus mas que, por algum motivo, não gozavam dos mesmos entendimentos de Paulo.

– Paulo não era um “pescador de aquário”, ou seja, não tinha em vista convencer pessoas já salvas a ter as suas mesmas concepções, os seus mesmos entendimentos, máxime no que respeita ao sentido da salvação em Cristo Jesus e da desnecessidade de submissão à lei de Moisés e às tradições judaicas para se obter a salvação.

– Ao contrário dos judaizantes que, vez por outra, procuravam perturbar as igrejas locais abertas pelo apóstolo Paulo, o apóstolo não tinha interesse algum em interferir em igrejas que haviam sido abertas por outros apóstolos ou discípulos, preocupando-se, antes, em verificar onde não havia ainda pregação do Evangelho, para ali poder cumprir a missão do “ide” de Jesus.

– Que lição o apóstolo nos dá! Muitos, hoje em dia, estão interessados em pregar o Evangelho em “aquários”, querendo simplesmente convencer as pessoas do seu entendimento da Palavra de Deus, normalmente pontos secundários da doutrina ou questões relativas a usos e costumes, gerando contendas, disputas e dissensões em igrejas locais, achando que, com isto, estão a “evangelizar”, quando, na verdade, estão apenas sendo instrumentos de Satanás para promover divisões e escândalos.

– Muitos, ainda, não discutem sequer aspectos doutrinários ou de usos e costumes, querendo tão somente amealhar pessoas para que estejam sob o seu domínio, são meras dissensões causadas por pessoas que, a exemplo de Diótrefes, querem ter o primado nas igrejas locais (III Jo.9), meras disputas de poder que vêm travestidas de “evangelização” ou “missões”.

– Enquanto muitos estão a causar brigas e disputas em torno de pessoas já salvas ou que, pelo menos, dizem-se salvas, há diversas áreas em que o Evangelho é desconhecido, não é pregado e vidas precisam urgentemente conhecer a mensagem da salvação em Cristo Jesus, locais em que as pessoas não têm ninguém a lhes pregar o verdadeiro, genuíno e autêntico Evangelho de Cristo Jesus.

 É nestes lugares que devemos nos esforçar a pregar a Palavra de Deus, a enviar missionários, daí porque ser de grande valia a obtenção de dados a respeito, o que tem sido feito por algumas agências missionárias em todo o mundo.

– Paulo, uma vez mais, está a falar algo que estava a praticar, dando o exemplo. Bem poderia, na qualidade de apóstolo renomado e mundialmente conhecido, querer usufruir de sua posição, indo para Roma, a capital do mundo, e lá passar a exercer alguma autoridade na igreja, inclusive intervindo de modo a que cessasse aquela tensão entre judeus e gentios, impondo àquela igreja a mesma conduta que havia estabelecido nas diversas igrejas locais que havia aberto durante o seu ministério.

Seria a oportunidade para se instituir como autoridade e, quem sabe, garantir uma vida mais sossegada nos últimos dias de sua vida, algo que vemos acontecer em muitas pessoas que trocam seus profícuos ministérios por uma posição em que possam desfrutar de uma “aposentadoria espiritual” remunerada…

– Bem ao contrário, o apóstolo escreveu à igreja de Roma não porque quisesse ter uma posição, assumir o pastorado daquela igreja, mas, sim, para que os romanos o enviassem como missionário ara a Espanha, o extremo ocidental do Império Romano, local que ainda não havia sido evangelizado.

O apóstolo sentia que havia terminado o seu tempo de pregar no Ilírico e na Ásia, mas agora era chegado o momento de começar a desbravar o lado ocidental do Império, onde o Evangelho era ainda desconhecido.

– Paulo não queria “edificar sobre fundamento alheio”, mas prosseguir o chamado para levar o Evangelho aos gentios, tencionando, assim, que a igreja de Roma pudesse sustentá-lo nesta empreitada, que seria muito difícil de ser levada a efeito pela igreja de Antioquia, a quem era ele vinculado em toda a sua obra missionária (At.13:1-3).

– Paulo sentia o chamado missionário em seu coração e entendia que chegara o momento de pregar o Evangelho no outro lado do Império e, para tanto, buscava conscientizar a igreja de Roma de que o salvo em Cristo Jesus, aquele que foi justificado pela fé em Cristo e que caminha para a glorificação tem de pregar o Evangelho a toda criatura por todo o mundo e a igreja de Roma, a capital do mundo, não poderia se omitir, devendo mandá-lo como missionário para a Espanha.

– A salvação em Cristo Jesus, portanto, só tem sentido se o salvo se dispõe a pregar o Evangelho, a levar a outros esta tão grande salvação que obteve pela fé em Cristo Jesus. O salvo somente chegará à glorificação se tiver uma fé produtiva, frutífera, se demonstrar o amor de Deus e o amor ao próximo e este amor somente é demonstrado quando há o empenho para a divulgação do Evangelho.

– Paulo queria passar somente algum tempo com os crentes de Roma, o tempo suficiente para que eles o conhecessem e visse nele os frutos de justiça para que, então, convencidos com os fatos de que Paulo tinha, mesmo, chamada missionária, fosse por eles enviado para a Espanha para iniciar o desbravamento de uma nova frente da pregação do Evangelho no Império romano (Rm.15:22-24).

– Paulo não queria ser enviado ou sustentado pela igreja de Roma com base em sua fama, com base nas notícias referentes ao seu ministério, mas queria provar aos crentes romanos quem ele era, para que, pregando o Evangelho com palavras e obras, pudesse comprovar que era o homem certo para ser enviado como missionário na Espanha.

– Com esta atitude, o apóstolo nos mostra que a igreja local deve ser extremamente criteriosa no apoio a dar a missionários e a pregadores da Palavra de Deus.

 Precisa comprovar que se trata de pessoas que realmente são comprometidas com o reino de Deus e chamadas pelo Senhor para este trabalho que está se propondo a fazer e isto exige que se tenha convivência, que se tenha conhecimento do “modus vivendi” destas pessoas antes de as enviar ou ajudar no desempenho do seu ministério.

– Para se pregar o Evangelho, como já dissemos, é preciso, antes, viver conforme o Evangelho e é essencial, portanto, que os candidatos a missionários sejam postos à prova para que se verifique se são verdadeiramente chamados para esta missão.

– Logicamente, a missão de pregar o Evangelho não é específica dos missionários, mas, sim, de todo salvo na pessoa de Cristo Jesus.

 A ordem de evangelização foi dada a todos os crentes, à Igreja, mas as igrejas locais que forem sustentar e manter missionários devem ter este cuidado de verificar se são realmente pessoas comprometidas com o reino de Deus e que têm a chamada de Deus.

Paulo, apesar de todos os serviços já prestados à obra de Deus, humildemente se punha sob esta comprovação, a ser feita pelos crentes de Roma antes de encaminhá-lo para a Espanha.

– Sabemos que Paulo foi para Roma não do modo que pensava, ou seja, logo após entregar as ofertas da Acaia e da Macedônia em Jerusalém, mas isto ocorreu alguns anos depois disto, quando Paulo, como prisioneiro, foi mandado para ser julgado em Roma das acusações que lhe fizeram os judeus quando estava no templo de Jerusalém (At.21-28).

– Ao chegar a Roma, mesmo na qualidade de prisioneiro, o apóstolo não desperdiçou tempo, logo passando a pregar o Evangelho, credenciando-se, assim, junto aos crentes de Roma, a ser enviado para a missão na Espanha, pois não deixou de pregar mesmo estando preso (At.28:17-31; Fp.1:12-18), fato, aliás, que impulsionou a igreja de Roma que, com o exemplo do apóstolo, iniciou uma maciça evangelização na capital do Império.

Por isso, seguindo a tradição, entendemos que, após ter sido solto desta primeira prisão, efetivamente Paulo foi para a Espanha e iniciou a evangelização daquele país, antes de retornar e ser preso pela segunda vez, quando, então, foi martirizado.

– Paulo tinha consciência do que fazia, sabia que estava a cumprir a vontade do Senhor e, por isso, disse que, quando fosse ter com os romanos, chegaria com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo (Rm.15:29).

– Somente teremos a plenitude da bênção do evangelho de Cristo se formos divulgadores deste Evangelho, se os dispusermos a cumprir a Grande Comissão, se testificarmos que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

Uma igreja local, um crente em Cristo Jesus que não prega o Evangelho, nem por palavras, nem por obras, não vive a plenitude da bênção do Evangelho de Cristo e, em assim agindo, perderá completamente a sua utilidade e, como já temos dito supra, acabará por perder a própria salvação.

– É extremamente sério o que estamos a dizer, pois o assunto é realmente muito, muito grave.

Fomos escolhidos para fazer parte do corpo de Cristo e temos de dar fruto e fruto permanente e este fruto outro não é senão a salvação de pessoas, o testemunho do Evangelho de Jesus Cristo. Trata-se de uma obrigação que nos é imposta e da qual temos de nos desincumbir, se é que queremos ser fiéis (I Co.9:16).

– O proverbista diz que quem ganha almas sábio é (Pb.11:30) e ser sábio, no contexto do livro de Provérbios, é ser temente a Deus, ser fiel a Deus, é propriamente o salvo, o justo.

Ora, uma das demonstrações de que estamos na direção de Deus, que somos verdadeiramente seus filhos é o fato de ganharmos almas, se estarmos envolvidos na evangelização, na pregação do Evangelho, “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu e também do grego” (Rm.1:16b).

– Temos sido sábios ou, ao revés, temos sido tolos, ou seja, temos sido obedientes ao Senhor Jesus ou já começamos a andar novamente segundo os filhos da desobediência?

Jesus não nos deu um conselho, uma sugestão, mas, sim, uma ordem, qual seja, a de pregar o Evangelho por todo o mundo e a toda criatura.

– As igrejas locais existem para que o Evangelho seja pregado, não para que haja uma confraternização social de pessoas aos domingos, não para que se tenham exibições artísticas ou manifestações de descarga emocional ou sentimental, como, infelizmente, têm se tornado muitas das igrejas sedizentes cristãs em nossos dias.

A razão da existência da igreja é ganhar almas para o reino de Deus, é levar a mensagem do arrependimento e da necessidade da fé em Cristo para a salvação, para a obtenção da vida eterna.

– Em nossos dias, temos “departamentos de evangelismo” nas igrejas, onde uns poucos se dedicam à evangelização e à pregação do Evangelho nas redondezas da igreja local.

Algumas igrejas têm, ainda, “cultos de missões”, onde são dados relatórios dos missionários sustentados pela membresia e onde se busca a conscientização missionária, mas, quase sempre, com o simples intuito de arrecadar recursos financeiros para a manutenção dos missionários e de suas famílias.

– No entanto, há uma grande maioria de crentes que não se sensibiliza com a necessidade da pregação do Evangelho, que simplesmente não sabem nem o que são, pois o salvo em Cristo é, necessariamente, alguém que leva a mensagem do Evangelho aos perdidos.

Não basta contribuirmos financeiramente para as secretarias de missões das igrejas locais, algo que é indispensável e absolutamente necessário, mas cada um de nós deve se empenhar em cumprir o “ide” de Jesus.

 Os romanos somente enviaram Paulo para a Espanha depois que eles mesmos passaram a pregar o Evangelho em Roma, ante o exemplo do apóstolo que, mesmo encarcerado, passou a fazê-lo, ganhando, principalmente, os integrantes da guarda pretoriana, que fazia a sua escolta em sua prisão domiciliar.

– É hora de nos despertarmos deste sono, desta letargia, pois é inegável, e as estatísticas bem o demonstram, que as Assembleias de Deus perderam o seu vigor de crescimento, ainda que seja a denominação que mais cresce em nosso país, segundo os últimos dados oficiais do censo, divulgados em 2012, onde se acusa um crescimento de 46.4% em dez anos, mas que é muito pouco tendo em vista a população de nosso país.

– Paulo pedia oração aos romanos para que, superando os problemas com os rebeldes da Judeia e cumprindo a sua missão social, estivesse em condições de chegar a Roma com alegria e, assim, pudesse se recrear com aquela igreja e ser por ela enviada para a Espanha.

– Temos esta mesma disposição do apóstolo, de enfrentar as dificuldades e tribulações da vida com o objetivo precípuo de poder realizar a obra de Deus?

Estamos dispostos a transformar nossas igrejas locais em verdadeiras agências do reino de Deus, direcionando nossas atividades para a evangelização e o crescimento espiritual dos salvos?

Ou será que vamos preferir manter o comodismo atual e sermos membros de simples clubes de confraternização, alheios ao clamor dos povos para a salvação, num momento de aumento da iniquidade e de proximidade do arrebatamento da Igreja?

Pensemos nisto e nos conscientizemos de que a mesma obrigação imposta a Paulo é imposta a todos nós.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Site: http://www.portalebd.org.br

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