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LIÇÃO Nº 9 – A EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS

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As crianças também devem ser evangelizadas.

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INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo dos aspectos específicos da evangelização, estudaremos a evangelização das crianças.

– As crianças devem ser evangelizadas.

I – AS CRIANÇAS PRECISAM SER EVANGELIZADAS

– Na sequência do estudo dos aspectos específicos da evangelização, estudaremos a questão da evangelização das crianças.

– Como afirma o saudoso pastor Valdir Nunes Bícego (1940-1998): “…Geralmente, quando se ouve falar em evangelização, a primeira coisa que nos ocorre é ganhar a mocidade e os adultos para Cristo, e as crianças ficam esquecidas.

Embora para alguns o assunto possa não parecer tão importante, verificaremos que evangelizar crianças é lançar a semente num campo muito fértil, cujos frutos serão dos mais extraordinários…” (Manual de evangelismo, p.181).

– É um dado cultural que vem desde a Antiguidade a desconsideração das crianças. No texto bíblico, mesmo, vemos situações em que se realça esta indiferença, este menosprezo para com os pequenos. Na contagem do povo, por exemplo, eram levados em conta apenas os homens em detrimento das mulheres e crianças (Ex.12:37; Mt.14:21).

– Apesar deste dado cultural, de forma alguma vemos que Deus tenha desprezado as crianças.

Bem pelo contrário, quando resolveu não permitir a geração do êxodo que entrasse na Terra Prometida por sua incredulidade (Cf. Hb.3:19), decidiu que somente os “menores de idade” ali entrariam, juntamente com Josué e Calebe, os que tivessem de vinte anos para baixo, o que, obviamente, incluía as crianças (Nm.14:31; Dt.1:39);

quando escolheu a tribo de Levi para ser a tribo sacerdotal, o Senhor chamou a todos, inclusive as crianças, tanto que mandou sempre conta-los da idade de um mês para cima (Nm.26:62), tendo, também, explicitamente dito da necessidade de as crianças estarem diante da presença do Senhor e participarem do concerto (Dt.29:10-13) bem assim ouvirem a lei a cada sete anos (Dt.31:12). As crianças também tiveram de ouvir a lei quando entraram na terra de Canaã (Js.8:5).

– Quando houve a celebração em Jerusalém da sua reconstrução, a alegria também se deu entre as crianças, prova de que elas sempre foram levadas em conta por Deus como parte do Seu povo (Ne.12:43).,

– O Senhor Jesus, também, mostrou todo o cuidado divino com as crianças, não permitindo que elas fossem impedidas de ir ao Seu encontro, como intentavam os Seus próprios discípulos (Mt.19:13-15; Mc.10:13-16; Lc.18:15-17) e dizendo que se não formos como crianças jamais entraremos no reino de Deus (Mt.18:2-5; Mc.9:33-37; Lc.9:46-48).

Não à toa foram as crianças os que mais aclamaram Jesus como Messias na Sua entrada triunfal em Jerusalém (Mt.21:15), ocasião em que o Senhor mostrou aos escribas e fariseus que é das crianças que vem o perfeito louvor (Mt.21:16), citando o Sl.8:2.

– Esta postura do Senhor Jesus está, como não poderia deixar de ser, em perfeita harmonia com o próprio desígnio divino, que chamava de “meninos” os Seus servos (Sl.34:11)., pois, como ensina Beda (673-735), “…não podeis entrar no reino dos céus, se não tendes a inocência e pureza de ânimo da criança.

Ou bem: devemos receber o reino de Deus, isto é, a doutrina do Evangelho como a criança; porque a criança, quando aprende, não contradiz nem se opõe com discursos ao que a ensina, senão que recebe com fé o que se lhe ensina, obedecendo com temor.

 Assim nós devemos receber a Palavra de Deus obedecendo humildemente e sem nenhuma contradição…” (In Marcum 3:40 apud Cátena Áurea . Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Cit. Mc.10:13-16. n. 7013. Acesso em 23 maio 2016) (tradução nossa de texto em espanhol).

– Todas estas passagens bíblicas revelam-nos que as crianças são, sim, consideradas pelo Senhor, apesar dos dados culturais, de origem humana, inclusive em Israel, que não as levava em conta.

– Só por este ponto, vemos que as crianças, à evidência, estão incluídas na expressão “toda a criatura” que se encontra na Grande Comissão.

As crianças precisam ser levadas até Jesus, necessitam também de salvação e, por isso, têm de ser evangelizadas.

– Esta necessidade de as crianças irem ao encontro de Jesus está evidenciada na passagem já mencionada em que os discípulos procuram impedir que as crianças vão até onde Jesus estava. O Senhor os repreendeu e disse que não se devia impedir as crianças de O buscarem.

– A necessidade da evangelização das crianças, de pronto, leva-nos à análise de dois pensamentos equivocados que têm acompanhado a história da Igreja.

– O primeiro pensamento é o que entende que as crianças já nascem com o chamado “pecado original’ e que, portanto, devem ser batizadas para que possam alcançar a salvação. É a questão do “pedobatismo” ou “batismo infantil”, doutrina seguida tanto pelos católicos e ortodoxos, como também por algumas denominações protestantes, como os presbiterianos e luteranos.

– Não há dúvida alguma de que as crianças já nascem com a natureza pecaminosa.

As Escrituras afirmam que, quando Sete, o primeiro justo mencionado na Bíblia depois de Abel, nasceu à imagem e semelhança de Adão (Gn.5:3), o que é explicado pelo apóstolo Paulo, como tendo nascido já com a natureza pecaminosa, porquanto, quando Adão pecou, todos os homens pecaram (Rm.3:23; 5:12).

É por isso que o salmista diz que “em pecado foi concebido por sua mãe” (Sl.51:5).

– No entanto, embora a criança nasça e, mais do que isto, seja concebido já com a natureza pecaminosa, ele ainda não tem pecado enquanto não adquire a consciência.

Ter a natureza pecaminosa não significa que a pessoa tenha já praticado algum pecado. Longe disso!

 É por isso que Jesus diz que temos de ser como crianças para entrarmos no reino de Deus: embora a criança tenha a natureza pecaminosa, ela não pratica pecado, ela não peca enquanto não adquire a consciência.

Da mesma maneira, o salvo na pessoa de Jesus, embora ainda tenha a natureza pecaminosa (que só desaparecerá quando da glorificação), não vive pecando, não anda em pecado, está separado do pecado, ou seja, em santidade, santifica-se a cada dia e, por isso mesmo, entrará no reino de Deus, será arrebatado e encontrará com o Senhor nas nuvens naquele grande dia.

– Por isso, não há que se falar em necessidade de “batismo infantil”, pois o batismo não remove a natureza pecaminosa do ser humano, nem tampouco salva, não havendo sentido algum em tal prática, ainda que ela esteja registrada desde épocas bem remotas da história da igreja.

– Mas, o fato de a criança, na sua inocência, não ter praticado o pecado não significa que não tenha ela a natureza pecaminosa, tanto que, uma vez adquirindo a consciência, inevitavelmente pecará.

Destarte, não se pode considerar a criança como um “anjo”, como um “ser impecável”, que é o outro pensamento equivocado e que, inclusive, justifica a dispensa de evangelização infantil.

As crianças têm a natureza pecaminosa e, adquirindo a consciência, pecarão e, por isso, devem ser evangelizadas, devem ser apresentadas ao Salvador, a Jesus Cristo.

– Tanto um pensamento quanto o outro levam a uma negligência e, mesmo, a dispensa da evangelização das crianças.

Para os que acham que a criança já tem pecado e precisa ser batizada, há uma total inutilidade na evangelização das crianças, pois elas já estariam “salvas” pelo batismo. Para os que acham que a criança é um “anjo”, alguém que não tem natureza pecaminosa, também se teria a desnecessidade da evangelização, porque elas já estariam “salvas”.

– Isto tudo, porém, contraria o ensino do Senhor Jesus a respeito. Quando o Senhor disse que não deveríamos impedir as crianças de ir até Ele, estava a dizer, claramente, que as crianças precisam de Cristo, apesar de serem inocentes, uma vez que têm a natureza pecaminosa.

Não é por outro motivo que Salomão diz que devemos instruir a criança no caminho em que deve andar para que, quando envelhecer, jamais se esqueça dele (Pv.22:6), como também ser necessário disciplinar a criança para livrar a sua alma do inferno (Pv.23:13,14), a nos mostrar que a criança tem a natureza pecaminosa e se não for devidamente evangelizada, perder-se-á como qualquer pessoa.

– Tanto assim é que, ao se referir ao Senhor Jesus, o último Adão (I Co.15:45), o profeta Isaías diz que haveria um momento em que Cristo haveria de escolher o bem e rejeitar o mal (Is.7:15,16), exatamente o contrário o que ocorre com todos os demais homens, que são filhos do primeiro Adão, que sempre rejeitam o bem e escolhem o mal, começando, então, a pecar, uma vez adquirida a consciência, ante a natureza pecaminosa que possuem.

– Por isso, quando uma criança morre ainda na inocência, ela é salva, porque, embora tendo a natureza pecaminosa, nunca praticou pecado algum, sendo este o sentido pelo qual o Senhor Jesus diz que das crianças é o reino dos céus, pois, assim como o salvo adulto que se mantém em santificação, embora tendo em si o “velho homem”, não está em pecado, de igual modo as crianças inocentes alcançam a salvação quando passam para a eternidade sem que tenham praticado o pecado, pois Deus não leva em conta o tempo da ignorância (At.3:17).

– Como as crianças, portanto, estão prontas a rejeitar o bem e escolher o mal, diante de sua natureza pecaminosa, é imperioso que sejam, também, evangelizadas, a fim de que conheçam a salvação na pessoa de Jesus Cristo e, deste modo, possam alcançar a salvação.

E, como afirmou o saudoso pastor Valdir Bícego, no texto supramencionado, quando estamos a evangelizar uma criança, estamos a dar a oportunidade para que toda uma vida seja dedicada ao Senhor, que, desde a mais tenra idade, possa alguém estar a fazer a vontade de Deus e a desfrutar as inumeráveis bênçãos decorrentes da redenção.

– Certa feita, ouvíamos uma pregação do saudoso missionário Eurico Bérgsten (1913-1999) e nela este grande homem de Deus contava que, certa feita, em um culto, duas pessoas se entregaram a Cristo após o apelo, uma pessoa adulta e uma criança.

 O dirigente daquela igreja virou-se para o missionário e disse que haviam se convertido “uma pessoa e meia”, querendo dizer que a criança era apenas uma “meia pessoa”.

 O saudoso missionário concordou com o referido obreiro, mas emendou: “realmente, trata-se de uma vida e meia: o adulto, só poderá, quando muito, ter metade de sua vida dedicada a Cristo, enquanto que a criança tem a vida inteira à disposição do Senhor”.

– Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), que escreveu um livro a respeito deste assunto intitulado “Pescador de crianças”, vai no mesmo sentido do saudoso missionário.

Afirma o príncipe dos pregadores britânicos: “…Por mais novo que um crente seja, ele deve fazer uma confissão aberta, uma confissão pública da sua fé e ser arrebanhado para fazer parte do rebanho completo de Cristo.

Não estamos entre aqueles que desconfiam da piedade jovem. Jamais podemos duvidar daqueles que se arrependem enquanto têm pouca idade tanto quanto daqueles que se arrependeram tarde na vida. Dos dois, achamos estes últimos mais para serem questionados do que os primeiros:

 pois é maior a probabilidade que o medo egoísta de castigo e o temor da morte produzam uma fé falsa do que a mera infantilidade. Quanta coisa a criança deixou de ver que poderia tê-la estragado!

Quanto ela não conhece que, se Deus quiser, esperamos que ela nunca conheça! Ah, quanto há de brilho e confiança em crianças quando convertidas a Deus que não é visto em convertidos mais velhos!

Nosso Senhor Jesus era profundamente solidário com as crianças, e pouco se parece com Cristo quem as olha como sendo um estorvo no mundo, e quem as trata como se fossem pequenos enganadores ou tolos e simplórios.

 Você que leciona em nossas escolas tem esse privilégio alegre de descobrir onde estão os cordeiros verdadeiros que realmente são os cordeiros do rebanho de Cristo — e é para você que ele diz: “Cuide dos meus cordeiros”; isto é, dê instrução àqueles que são verdadeiramente cheios de graça, mas novos na idade.…” (Pescadores de crianças, pp.2-3).

– Tanto isto é verdade que o inimigo de nossas almas, cujo trabalho é matar, roubar e destruir (Jo.10:10), que é homicida desde o princípio (Jo.8:44), tem tido um enorme esforço para retirar, o quanto antes, a inocência das crianças, precisamente porque sabe que, quando elas perdem a inocência, inevitavelmente pecarão.

Por que tanto cuidado do diabo em promover a “erotização infantil”, inclusive mediante ações que têm transformado as escolas, desde as creches e escolas de ensino infantil, em verdadeiros “centros de perversão”?

Por que tanto cuidado do diabo em patrocinar políticas que procuram retirar, o mais cedo possível, as crianças do convívio com os pais, a fim de impedir que as famílias ministrem os valores morais, os quais são baseados na Palavra de Deus?

Exatamente porque sabe muito bem que as crianças, adquirindo a consciência, pecarão inevitavelmente e estarão perdidas.

– Quando bem compreendemos a posição da criança no tocante à salvação, percebemos a extrema necessidade que temos de evangelizá-las e, mais do que isto, a importância da sua evangelização, pois, além de estarmos a ganhar almas para Cristo, estaremos pondo à disposição do Senhor uma vida inteira, uma vida completa em prol da obra do Senhor.

– Por isso, ao contrário do que se pensa e se tem praticado, lamentavelmente, a evangelização das crianças deve ter prioridade na Igreja, até porque, apesar da gradativa diminuição da natalidade no mundo, as crianças e adolescentes ainda são 31% da população mundial, conforme dados de 2014 da UNICEF, a agência das Nações Unidas que cuida da infância, ou seja, um número considerável que deve ser alcançado pela Grande Comissão.

OBS: “…A organização das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, divulgou nessa quinta-feira, 30, um relatório sobre o número e situação das crianças em todo o mundo. O último relatório havia sido publicado em 1990.

 ‘No mundo são 2,2 bilhões de crianças e adolescentes, que representam 31% da população mundial, contá-los os torna visíveis, e identificá-los permite responder às suas necessidades e promover os seus direitos por meio de maiores empenhos e inovações’, declara o presidente da instituição na Itália, Giacomo Guerrera.…” (População mundial: 31% de crianças e adolescentes. 31 jan. 2014. Disponível em: http://noticias.cancaonova.com/populacao-mundial-31-e-de-criancas-e-adolescentes/ Acesso em 23 maio 2016).

– “…As estatísticas indicam que a maior parte da população é constituída de jovens e crianças. Também as estatísticas mostram que a maior parte dos marginais está situada na faixa abaixo dos 25 anos.

Tais informações devem chamar a nossa atenção. Alguma coisa está deixando de ser feita. Certamente a maior parte desses jovens não teve a felicidade de encontrar alguém que os orientasse a respeito do verdadeiro Deus e de como temer a Ele, quando ainda crianças.(…).

Eis um vasto campo para o ganhador de almas. Que a sua preocupação não fique voltada tão somente para os adultos. O valor da alma é o mesmo, tanto a do adulto, como a da criança.…” (BÍCEGO, Valdir Nunes. op.cit., pp.181-2).

– Na ordem jurídica brasileira, as crianças têm prioridade de atendimento. O artigo 227 da Constituição da República afirma: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

– Se, na lei dos homens, é reconhecida a prioridade às crianças, por que as temos negligenciado? Pensemos nisto!

– O saudoso pastor Valdir Bícego elenca várias razões pelas quais as crianças devem ser evangelizadas, o que mostra porque devem ser tratadas com prioridade.

– Por primeiro, devem ser evangelizadas porque “…as crianças de hoje são os homens de amanhã(…).

O ensino da Bíblia é bem claro nesse sentido (…). Realmente, a criança ensinada nos caminhos do Senhor terá um padrão de conduta exemplar: ficará sempre convicta de que tudo depende de Deus; de que a oração é um fator indispensável para manter a comunhão com Deus e obter dele sábia direção para a vida; de que a nossa vida aqui é efêmera; de que a certeza de salvação e a eternidade são realidades indiscutíveis.

A criança que é criada ‘na doutrina e admoestação do Senhor’ (Ef.6:4), terá uma base moral e espiritual sólida, inabalável, quando adulta.

É de homens e de mulheres assim que o mundo carece. É de homens e de mulheres de fibra que as nossas igrejas precisam.

São eles que exercerão grande influência nas massas, hoje fermentadas pelos maus costumes, vícios, drogas, falta de pudor, ideias subversivas etc.…” (op.cit., pp.182-3).

– Por segundo, “…a criança é possuidora de um coração que ainda não foi ocupado por nada de mau deste mundo.

A casa ainda não foi manchada nem danificada. É em campo assim que Jesus deve ser introduzido. Quando Jesus expirou na cruz, Ele foi colocado em ‘um sepulcro novo’, em que ainda ninguém havia sido posto: Jo.19:41.

Antes que Satanás venha a usar a casa, colocando nela a sua nefasta ‘mobília’, como prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídio, bebedice e glutonarias’ (Gl.5:19-21), sim, antes de o inimigo trabalhar, nós devemos antecipar-nos levando Jesus a esses corações tão tenros, que ainda não têm condições de discernir entre o bem e o mal…” (op.cit., pp.185-4).

– Por terceiro, “…vamos ganhar as crianças antes que venham a ser entregues à sua própria sorte, e cresçam com uma ideia errônea de Deus, que seja obtida por um colega também mal informado, ou pelas seitas e falsas religiões que hoje estão infestando o mundo com suas heresias.

E é curioso notar como os adeptos de tais grupos religiosos empregam grande esforço no sentido de conquistar as crianças para seus movimentos heréticos, ensinando-lhes conceitos errados que se chocam frontalmente com a sã doutrina. Infelizes são essas crianças desde cedo já levadas por veredas tortuosas.…” (op.cit., p.186).

– Estas palavras do pastor Valdir Bícego são atualíssimas. Vemos, por exemplo, o grande esforço que têm tido os muçulmanos, notadamente os mais extremistas, em envolver as crianças não só na religião islâmica como no próprio extremismo.

Conhecidas são as “madrassas”, as “escolas corânicas”, onde as crianças são rigorosamente doutrinadas no islamismo. Também vemos, nos regimes totalitários, como o comunismo e o fascismo, o zelo para que as crianças sejam doutrinadas, pois isto lhes garantiria o triunfo pelas gerações futuras.

Tanto assim é que Lênin (1870-1924), o líder da Revolução Russa, afirmou, certa feita: “Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas” e, ainda, “Dai-me quatro anos para ensinar às crianças e as sementes que terei plantado jamais serão erradicadas”.

– Enquanto isso, como afirma Charles Haddon Spurgeon, “…a conversão de crianças não é esperada em muitas de nossas igrejas e congregações. Ou seja, não se espera que as crianças sejam convertidas enquanto crianças.

A teoria é que, se podemos estampar sobre a mente das crianças bons princípios que lhes possam ser úteis em anos vindouros, já fizemos o suficiente; mas converter crianças enquanto crianças e considerá-las como sendo tão crentes como adultos, é visto como absurdo.

A esse suposto absurdo, eu me agarro de todo o coração. Creio que das crianças é o Reino de Deus, tanto na Terra como no céu.

Outro problema é que não se acredita na conversão de crianças. Certos indivíduos desconfiados sempre afiam seus dentes quando ouvem falar de uma criança recém-convertida: querem avançar para tirar um naco dela se puderem.

Insistem, corretamente, que essas crianças sejam examinadas com cuidado antes de serem batizadas e admitidas na igreja; mas estão errados em insistir que só em casos excepcionais devem ser recebidas. Concordamos com eles quanto ao cuidado a ser exercido; mas deve ser o mesmo em todos os casos, nem mais nem menos nos casos de crianças.…” (op.cit., pp.4-5).

– Por quarto, “…a criança é uma flor nova. Há flores novas e velhas. Quando uma criança é salva, uma vida toda é salva.

Quando um ancião é salvo, apenas uma alma é salva, pois que a vida já foi gasta, corroída tal qual as flores velhas já murchas, com suas pétalas prestes a cair. Que diria alguém ao receber de presente um ramo de flores murchas?

Certamente agradeceria, porém muito mais grato ficaria se lhe tivessem dado um ramo de flores novas, viçosas e frescas. Assim também Cristo merece o melhor…(op.cit., p.187)

– Por quinto, “…se não ensinarmos a Palavra de Deus às crianças, elas irão aprender coisas diferentes nas escolas, nas universidades.

 Infelizmente, um grande grupo de professores são materialistas e procuram incutir na mente dos alunos uma série de conceitos errados a respeito da existência de Deus, da criação da terra, da criação do homem, que afirmam ser produto da evolução.

(…) Portanto, antes de o coração da criança ficar como a semente caída ao ‘pé do caminho’ (Mt.13:4-19), isto é, pisada pelas ideias errôneas dos homens, pelas suas vãs filosofias, vamos chegar primeiro, para ensinar a elas a sã doutrina…” (op.cit., pp.187-8).

– Os anos se passaram desde que o pastor Valdir Bícego escreveu estas palavras e a situação somente piorou.

O que vemos, hoje em dia, é um sistema educacional totalmente voltado para uma mentalidade anticristã, máxime o sistema educacional de nosso país, que, não por acaso, é um dos piores do mundo.

A nossas crianças é apresentado todo um “lixo moral” como sendo algo a ser ensinado, não sendo, pois, novidade alguma que, ao término do ensino fundamental, as crianças brasileiras não saibam ler, escrever ou fazer as quatro operações aritméticas, mas estejam profundamente erotizadas e prontas para fazer do Brasil um dos países com maior índice de prostituição, contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez precoce.

OBS: -64 anos) iniciou sua vida sexual antes dos15 anos no Brasil09, 2,8% de 15 a 19 anos possuíam pelo menos um filho (em 2000, o índice para essa faixa etária era de 15%); A taxa de natalidade de adolescentes no Brasil pode ser considerada alta dadas as características do contexto de desenvolvimento brasileiro…” (UNFPA. Fundo de População das Nações Unidas; Gravidez na adolescência no Brasil. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/Gravidez%20Adolescente%20no%20Brasil.pdf Acesso em 23 maio 2016).

“…A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos de idade. Chama atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos.

Essa é a única faixa etária em que o número de casos de aids é maior entre as mulheres. A inversão apresenta-se desde 1998.

 Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV.…” (Aids no Brasil. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pagina/aids-no-brasil Acesso em 23 maio 2016) (destaque original).

“…Um dos temas mais constrangedores ao Brasil, não apenas à própria sociedade brasileira, como no âmbito internacional, é a existência da chamada prostituição infantil.

A despeito de todos os esforços do Estado no enfrentamento deste problema, há a permanência de uma realidade hostil para muitas crianças – principalmente meninas – nas regiões mais pobres do país: segundo a UNICEF, em dados de 2010, cerca de 250 mil crianças estão prostituídas no Brasil.…” (Brasil Escola. Sociologia. Prostituição infantil: uma violência contra a criança. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/prostituicao-infantil.htm Acesso em 23 maio 2016).

II – COMO DEVEM SER EVANGELIZADAS AS CRIANÇAS

– Não há, pois, qualquer dúvida que as crianças devam ser evangelizadas. Mas como deve ser feita esta evangelização?

– Na evangelização das crianças, não podemos deixar de esquecer de que elas são “pessoas em formação”, ou seja, não têm ainda uma mente completamente formada e, por isso, devem ser evangelizadas numa linguagem acessível a elas.

Paulo já afirmava que “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (I Co.13:11).

– Charles Haddon Spurgeon elencou entre os primeiros fatores que significam impedimento das crianças irem até Cristo a falta de uma linguagem que seja acessível às crianças. Afirma o príncipe dos pregadores britânicos:

“…A primeira coisa a ser observada é que o culto, muitas vezes, não oferece nada para as crianças. O sermão passa por cima de suas cabeças, e o pregador não acha que isso seja defeito; na verdade, ele quase se alegra por isso ser assim.

(…) Ambiciono pregar ao mais humilde, ao mais simples e desprezado. Nada é mais importante do que ganhar o coração dos despretensiosos, como também ganhar o coração das crianças.

As pessoas, às vezes, falam à respeito de alguém: “Ele só serve para ensinar crianças: pregador ele não é.” Pois eu lhes digo, à vista de Deus, não é pregador quem não se importa com as crianças. Deveria haver pelo menos uma parte de cada sermão e culto que agradasse aos pequenos. É um erro aquilo que permite que esqueçamos disso. …”(op.cit., p.4).

– É preciso usar de uma linguagem que seja compreensível às crianças, e, neste ponto, é essencial que se utilizem figuras bíblicas, que se apele ao “audiovisual”.

As crianças não têm, ainda, domínio da escrita e precisam ser evangelizadas com a utilização de recursos audiovisuais, figuras, imagens, pois isto faz parte do seu universo, ainda mais nos dias em que hoje vivemos, onde a comunicação audiovisual tem imensa intensidade, inclusive entre os adultos.

– A falta desta percepção por parte da Igreja, aliás, fez com que se criasse uma enorme desvantagem em relação ao trabalho do inimigo pela conquista das crianças nos últimos anos.

Enquanto parte considerável da Igreja via com desprezo e suspeita os recursos audiovisuais e a mídia, o diabo tratava de ocupar este espaço, a ponto de termos, hoje, uma intensa atuação da mídia no desencaminhamento de nossas crianças, a começar dos desenhos animados que, com razão, alguém já denominou de “demônios animados”, que tanto mal têm feito à formação de nossas crianças e adolescentes.

Estudos como os do pastor Josué Yrión, bem têm demonstrado a que ponto a comunicação audiovisual da mídia voltada às crianças está nas mãos de pessoas que, deliberadamente, procuram incutir nas mentes infantis uma mentalidade anticristã e, até mesmo, satanista (Vídeo – https://www.youtube.com/watch?v=sUNQzuE-qMs ).

OBS: No Brasil, mesmo, só recentemente, tivemos um despertamento para a necessidade da produção de material audiovisual de evangelização para crianças, como foi a iniciativa da ARVICRIS, as Artes Visuais Cristãs, que trouxeram as personagens hoje nacionalmente conhecidas do Smilinguido e sua turma, isto na década de 1990.

– A evangelização faz-se mediante a narrativa de histórias bíblicas que despertem o interesse das crianças, histórias em que se deve sempre fazer perguntas com o alvo de enfatizar o ensino.

Assim como as “histórias da carochinha”, os “contos de fada”, as “fábulas” despertam o interesse das crianças, da mesma maneira, as histórias bíblicas o farão, desde que ensinadas do mesmo modo, da mesma forma, sempre havendo uma interatividade que propicie a fixação nas mentes infantis de tais histórias e dos valores bíblicos e espirituais nelas inserido.

OBS: Não foi, aliás, por outro motivo que Clive Staples Lewis (1898-1963) escreveu as “Crônicas de Nárnia”, buscando, através do mesmo método dos “contos de fadas” trazer material evangelizador para as crianças.

– A evangelização das crianças deve ser feita com o intuito de alimentá-las espiritualmente, Como afirma Charls Spurgeon: “…É significativo que o verbo usado aqui para “cuide de meus cordeiros” é muito diferente do usado no preceito “cuide de minhas ovelhas”.

Não vou preocupá-los com palavras gregas, mas no segundo caso “cuidar” significa exercer o ofício de um pastor, governar, regulamentar, dirigir, orientar, fazer tudo que um pastor tem de fazer com um rebanho; mas no primeiro caso, cuidar não tem todos esses significados, mas sim o de alimentar, e dirige professores a uma obrigação que eles talvez possam negligenciar , ou seja, a de instruírem crianças na fé.

Os cordeiros não precisam tanto de ser mantidos em ordem como nós, que temos tanto conhecimento e, no entanto, sabemos tão pouco, que achamos que estamos tão avançados que julgamos uns aos outros e brigamos.

As crianças cristãs necessitam principalmente aprender a doutrina, o preceito e a vida do evangelho; precisam que a verdade divina lhes seja ensinada com clareza e convicção.

Por que as doutrinas mais altas lhes devem ser negadas, as doutrinas da graça? Estas não são como dizem alguns, puros ossos; ou, se são ossos, estão cheios de tutano e cobertas de gordura.

Se há alguma doutrina difícil demais para uma criança, é antes por culpa do conceito que o mestre tira dela, do que por falta de capacidade do pequeno para recebê-la, contanto que a criança esteja realmente convertida a Deus. Compete a nós tornar a doutrina simples; essa será a parte principal de nosso trabalho.

Ensinar aos pequenos a verdade inteira e nada senão a verdade; pois a instrução é o grande desejo da natureza da criança.

Uma criança não só tem de viver como nós, como também tem de crescer; portanto, tem dupla necessidade de alimento.

Quando os pais dizem de seus meninos “Que apetites eles têm!”, devem lembrar-se de que nós também teríamos grandes apetites se não tivéssemos apenas que manter o funcionamento, mas também de aumentar o seu tamanho.

 As crianças na graça têm que crescer, aumentando a capacidade de saber, ser, fazer e sentir, para chegar a um maior poder recebido de Deus; portanto, acima de tudo, precisam ser alimentadas. Precisam ser bem alimentadas ou instruídas porque correm o risco de que sua fome seja satisfeita com erros, perversamente.

 A juventude é suscetível à má doutrina. Quer ensinemos a verdade ou não aos jovens cristãos, o diabo com certeza lhes ensinará o erro. Eles o ouvirão de algum modo, mesmo que sejam vigiados pelos mais cuidadosos guardiões.

O único meio de evitar que o joio entre na pequena caneca de medidas da criança é enchê-la até transbordar de trigo bom.

Ah, sim, que o Espírito de Deus nos ajude a fazer isso! Quanto mais for ensinado aos jovenzinhos, tanto melhor; pois isso evitará que sejam desencaminhados. Somos exortados especialmente a alimentar os pequenos, mesmo porque esse trabalho é muito proveitoso.

Por mais que façamos com indivíduos convertidos com idade avançada, nunca podemos fazer muito por eles.

Ficamos contentes com eles, mas aos 70 anos, o que lhes resta, mesmo que vivam outros dez anos? Instrua uma criança, e ela poderá ter 50 anos de serviço santo à sua frente…” (op.cit., p.3).

– A evangelização deve ser feita por pessoas especialmente treinadas, que conheçam bem a personalidade infantil, mas que seja, em primeiro lugar, aquilo que Charles Spurgeon chama de “pessoas de fogo”, ou seja, pessoas que sejam sensíveis às crianças, que demonstrem profundo amor por elas.

“…As crianças acham o máximo reunir-se em volta de um fogo, seja na lareira ou no coração. Certas pessoas parecem ser formadas de gelo, e dessas crianças logo fogem: as congregações ou classes se tornam menores a cada domingo quando criaturas frias e insensíveis têm a autoridade sobre eles.

 Mas quando um homem ou mulher tem um coração bondoso, as crianças parecem se reunir prontamente, como moscas em dias de outono se agregam num muro quente ensolarado. Por isso, Jesus diz a Simão, o de coração caloroso: “Cuide de meus cordeiros.” Ele é o homem para a posição. …”( SPURGEON, Charles H. Pescadores de crianças, p.10).

– A evangelização das crianças deve iniciar-se no lar, pois são os pais os que devem, por primeiro, criar seus filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef.6:2), assunto que será objeto da próxima lição, motivo pelo qual não nos delongaremos neste tema. Basta-nos, apenas, reproduzir o que diz Charles Spurgeon, a respeito:

“…Os pais também pecam quando omitem a religião da educação de seus filhos. Talvez a ideia seja que suas crianças não podem ser convertidas enquanto são crianças, e então acham o lugar onde eles estudam nos seus tenros anos inconsequente.

Mas isso não é verdade. Muitos pais esquecem-se disso até quando suas meninas e meninos estão nos últimos anos da escola. Mandam-nos para outros países, a lugares com toda sorte de perigo moral e espiritual, com a ideia de que lá poderão completar os estudos elegantemente.

Em quantos casos eu vi essa instrução completada, e ela produziu moços que são consumados libertinos, e moças que só sabem flertar. Conforme se semeia, se colhe. Vamos esperar que nossos filhos conheçam o Senhor.

 Que desde o início combinemos com seu “ABC” o nome de Jesus. Que leiam suas primeiras lições da própria Bíblia. É notável o fato de que as crianças não aprendem a ler de nenhum outro livro tão rapidamente como do Novo Testamento; há um encanto no livro que atrai a mente infantil.

Mas nunca sejamos culpados, como pais, de esquecer o treinamento religioso de nossas crianças; porque, se deixarmos isso esquecido, poderemos ser culpados do sangue de suas almas.…” (op.cit., p.4).

– A evangelização das crianças deve completar-se na igreja local através de atividades como a Escola Bíblica Dominical, os cultos infantis e a Escola Bíblica de Férias.

– A Escola Bíblica Dominical é a atividade evangelística por excelência voltada às crianças na igreja local. “…Através da Escola Dominical, a criança tem condições de aprender a Palavra de Deus de maneira enfática.…” (BÍCEGO, Valdir N. op.cit., p.189).

A própria história da Escola Bíblica Dominical mostra que o móvel da sua criação pelo inglês Robert Raikes (1736-1811) foi a necessidade de ensinar não só a Palavra de Deus, mas também os conhecimentos seculares elementares para as crianças e adolescentes que, nas ruas de Gloucester, a cidade onde morava Raikes, aos domingos, apenas se envolviam com tudo o que não agradava a Deus, no único dia em que tinham folga dos exaustivos trabalhos a que eram submetidos.

– Como afirma o pastor Antonio Gilberto (1929- ): “O movimento religioso que nos deu a Escola Dominical como a temos hoje começou em 1780, na cidade de Gloucester, no sul da Inglaterra.

O fundador foi o jornalista evangélico (episcopal [ou anglicano, observação nossa]) Robert Raikes, de 44 anos, redator do ‘Gloucester Journal’. Raikes foi inspirado a fundar a Escola Dominical ao sentir compaixão pelas crianças de sua cidade, perambulando pelas ruas, entregues à delinquência, pilhagem, ociosidade e ao vício, sem qualquer orientação espiritual.

Ele, que já há quinze anos trabalhava entre os detentos das prisões da cidade, pensou no futuro daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu favor, a fim de que mais tarde não fossem também parar na cadeia.

 Procurava as crianças em plena rua e em casa dos pais e as conduzia ao local da reunião, fazendo-lhes apelos para que todos os domingos estivessem ali reunidas.…” (Manual da Escola Dominical. 15.ed., p.114).

– Da mesma forma que fazia Raikes, deve a igreja local buscar as crianças que se encontram nas ruas bem como visitar as casas onde elas se encontram, nas imediações da igreja local (a começar das casas dos membros que não levam seus filhos para a EBD), para levá-las à Escola Bíblica Dominical.

– Outra grande iniciativa evangelística com relação às crianças é o culto infantil, ou seja, a realização de um culto voltado exclusivamente para as crianças, durante parte do horário do culto destinado aos adultos, em que as crianças têm a oportunidade de, na sua linguagem, também adorar ao Senhor.

 É importante que não haja uma segregação das crianças das atividades da igreja local, devendo elas participar de parte da celebração juntamente com os adultos, mas, máxime no instante da mensagem, receberem uma mensagem voltada especificamente para elas.

– A Escola Bíblica de Férias apresenta-se como uma verdadeira atividade evangelística da igreja local para alcançar as crianças de suas imediações durante o período de férias escolares.

 Normalmente, deve-se destinar uma semana para que haja o envolvimento das crianças com diversas atividades lúdicas na igreja local, durante o dia, em período que elas não estão na escola, visando o ensino da Palavra de Deus e a divulgação do Evangelho.

OBS: “…Escola Bíblica de Ferias é um trabalho especial que visa alcançar o segmento infantil. Ela contribui para a formação de hábitos cristãos, alem de funcionar como agente incentivador da Escola Dominical.

Ela procura atingir vários objetivos ao mesmo tempo:

  • Evangelizar crianças não-evangélicas, conduzindo-as a Cristo;
  • Procura despertar nos responsáveis o prazer de ver seus filhos glorificando a Deus durante os dias do evento;
  • Procura desenvolver atividades diversificadas durante o período da E.B.F.
  • Dar oportunidade às crianças evangélicas de crescerem no conhecimento da Palavra de Deus de uma maneira dinâmica e alegre;
  • Dar oportunidade aos responsáveis de crescimento espiritual, participando de palestras, dinâmicas, oficinas e comunhão.
  • Levantar pessoas para o trabalho no Ministério infantil.…” (Escola bíblica de férias. Disponível em: http://www.montesiao.pro.br/estudos/crianca/ebf.html Acesso em 23 maio 2016).

– Esta iniciativa é alvissareira, máxime nos dias em que estamos vivendo, em que os pais não têm onde deixar seus filhos durante as férias escolares.

A igreja se organizando e tendo uma equipe que possa delas cuidar durante a manhã e a tarde, além de estarem suprindo uma deficiência notória do Estado, ajudando as famílias e mostrando, assim, o amor de Deus que há entre os salvos em Cristo Jesus, também poderá trazer a mensagem da salvação na pessoa de Cristo Jesus para estes pequenos.

– A Escola Bíblica de Férias deve ser muito bem organizada pela igreja local (ou conjunto de igrejas locais), de modo a poder dar toda a infraestrutura que é necessária no cuidado com crianças, a fim de que não se comprometa a imagem da Igreja perante a comunidade em virtude de qualquer intercorrência.

– É triste vermos que são poucas as igrejas locais que se mobilizam para um trabalho desta natureza, havendo hoje preferências para “congressos de crianças”, onde se aglomeram crianças em um dia, sem muito proveito (e muitos gastos…), enquanto que as escolas bíblicas de férias, além de promoverem o envolvimento de toda a igreja local, permite um trabalho mais sequencial e racional, que não só alcança as crianças mas os próprios pais.

É preciso que revisemos esta mentalidade atual, lembrando que, mais que festividades e momentos de entretenimento, nosso objetivo é ganhar almas para o Senhor Jesus.

– Nosso comentarista, por fim, também menciona a alfabetização evangelizadora, surgida, também, com Raikes, onde se buscava aliar o aprendizado das primeiras letras com o ensino da Palavra de Deus, algo importantíssimo e que pode ser também explorado pela Escola Bíblica Dominical que deve ser, aliás, um anteparo para o anticristianismo vigente no sistema educacional na atualidade.

– Neste passo, aliás, devem as igrejas locais, máxime o departamento infantil das igrejas, estar devidamente treinado para este trabalho de antídoto do envenenamento espiritual de que são vítimas nossas crianças no sistema educacional, inclusive treinando e conscientizando os próprios pais para que sejam agentes evangelizadores em suas casas e elementos que contraponham este anticristianismo nas próprias escolas, como já tivemos ocasião de estudar na lição em que tratamento do evangelismo nas escolas.

– Não nos esqueçamos: as crianças devem ter a prioridade na evangelização. Amém!

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

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