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LIÇÃO Nº 12 – A EVANGELIZAÇÃO REAL NA ERA DIGITAL

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A evangelização tem de alcançar a mídia digital.

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INTRODUÇÃO

– Na conclusão do estudo dos aspectos específicos da evangelização, estudaremos a evangelização na mídia digital.

– A evangelização tem de alcançar a mídia digital.

I – O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAS COMUNICAÇÕES E SUAS CONSEQUÊNCIAS

– Na conclusão do estudo dos aspectos específicos da evangelização, estudaremos a evangelização na mídia digital.

– O filósofo e teórico da comunicação canadense Marshall McLuhan (1911-1980) ficou conhecido por estudar minudentemente os efeitos do desenvolvimento tecnológico nos meios da comunicação que transformaram, segundo ele, o mundo numa “aldeia global”.

– Este desenvolvimento tecnológico que trouxe imensas modificações na comunicação entre as pessoas, fazendo com que as diversas culturas existentes se aproximassem, diminuindo enormemente as distâncias e alterando até mesmo a própria noção do tempo, pois, em virtude da instantaneidade dos meios de comunicação, vivemos praticamente em tempo real.

– Hoje em dia, por exemplo, as notícias precisam informar o horário em que foram divulgadas, pois, enquanto que, num passado não tão remoto assim, a notícia do dia anterior ou da semana anterior era considerada atual, hoje, passadas algumas horas, a notícia já é considerada ultrapassada, dada a velocidade das informações em meio a este desenvolvimento tecnológico.

– As novas plataformas de mídia, em meio a este desenvolvimento tecnológico, também propiciam que se tenha um volume imenso de informações à disposição, volume este que é incapaz de ser digerido, tamanha a sua quantidade, de modo que, também, embora se tenha um acesso nunca antes atingido às informações, acabamos por ser superficiais, dada a impossibilidade de análise e reflexão do que nos é informado, o que gera, paradoxalmente, uma menor consciência crítica e o aumento da manipulação por parte dos chamados “formadores de opinião”.

– Num outro paradoxo deste desenvolvimento tecnológico que influencia a comunicação, ao mesmo tempo em que as pessoas se aproximam no mundo, a ponto de torná-lo uma “aldeia global”, há, também, um distanciamento dos indivíduos, que passam a se comunicar apenas no chamado “mundo virtual”, com sensível diminuição dos contatos pessoais, provocando, assim, um distanciamento real entre as pessoas.

– Diante desta estado de pouca assimilação das informações com a consequente manipulação, do distanciamento das pessoas, o desenvolvimento tecnológico das comunicações tem servido para a formação de um cenário altamente preocupante entre os seres humanos, que é o de um distanciamento afetivo real e de uma introdução de valores e de comportamentos que somente têm incrementado o pecado e a iniquidade na humanidade.

– Com efeito, quando vamos ao conteúdo existente hoje na internet, a rede mundial de computadores, a esmagadora maioria do conteúdo é de pornografia, de apologia da imoralidade sexual e de tudo quanto contraria a Palavra de Deus nesta matéria, a ponto de, recentemente, por exemplo, ter causado imenso alvoroço a quebra do “sigilo” de uma grande rede de promoção de infidelidade conjugal, com o comprometimento de milhões de pessoas que se utilizavam deste serviço.

– Não bastasse isso, vemos que, hoje em dia, governos, organizações partidárias e empresas promovem uma verdadeira “guerra cibernética”, com a utilização da mídia digital para a divulgação de notícias falsas, bem como para a promoção de ataques a pessoas e instituições, conseguindo, em poucas horas, causar histerias e frenesi em milhões de pessoas, mediante implantação de informações, que criam heróis e vilões da noite para o dia, sem qualquer preocupação com os sentimentos e a dignidade da pessoa humana.

– A mídia digital, portanto, tem incrementado o pecado e a iniquidade, criando condições plenas para a cristalização de uma mentalidade anticristã e antibíblica, numa evidente preparação para o reinado do Anticristo, que tanto se aproxima.

– No entanto, é precisamente por causa deste estado de coisas e pela presença de milhões de pessoas neste ambiente virtual, que a Igreja não pode deixar de se introduzir na mídia digital para levar a mensagem do Evangelho.

– A Grande Comissão obriga-nos a pregar por todo mundo a toda criatura e, para isto, temos de ir aonde as pessoas estão e é evidente que grande parte da humanidade, em nossos dias, se encontra “navegando na internet e nas redes sociais”, de modo que indispensável que levemos a elas, neste ambiente, a mensagem da salvação na pessoa de Cristo Jesus.

– Devemos seguir o que nos foi ensinado pelo Senhor Jesus, que ia aonde as pessoas estavam. Por que Jesus ia a Jerusalém durante as festividades? Seria tão somente por força do mandamento da lei de Moisés que obrigava todos os varões a irem a Jerusalém nas três festividades principais (Páscoa, Festa das Semanas e Festa dos Tabernáculos), como vemos em Ex.23:14-17?

Não, não e não! Jesus, efetivamente, cumpriu toda a lei e, por isso, comparecia a Jerusalém nas três festas, mas O vemos, também, por exemplo, em Jerusalém na festa da dedicação (Jo.10:22), cuja presença de varões não era obrigatória, a nos mostrar, portanto, que o Senhor Jesus ia a Jerusalém nas festividades porque ali o povo judeu se reunia para adorar a Deus e, portanto, era onde o povo estava e, portanto, onde o Evangelho deveria ser pregado.

– Assim procederam também os apóstolos e os grandes evangelistas durante toda a história da Igreja, que iam ao encontro das pessoas, aonde as pessoas estavam, a fim de que pudesse ser transmitida a mensagem da salvação na pessoa de Jesus Cristo.

– Este entendimento, com o avanço tecnológico, esteve ausente em boa parte da Igreja. Com o início do surgimento dos meios de comunicação de massa, como o rádio e a televisão, muitos preferiram demonizar estes meios a se inserir neles para pregar o Evangelho e o resultado disto foi que o espaço foi ocupado pelo maligno que pôde se utilizar destes meios para disseminar a incredulidade e a mentalidade anticristã.

Quando a Igreja “acordou”, teve de “correr atrás do prejuízo”, prejuízo este que sempre existirá.

– Com a telemática, não é diferente. A Igreja precisa se inserir na mídia digital, a fim de transmitir a mensagem do Evangelho, a fim de poder alcançar as milhões de pessoas que, diariamente, vivem no “ambiente virtual”, sendo manipuladas e doutrinadas segundo os ditames do maligno e de seus agentes.

– Não há como a Igreja se manter ausente do ambiente virtual. É imperioso que ingresse na internet, nas redes sociais, a fim de poder ganhar almas para Cristo, buscando, também, contrapor-se à disseminação do pecado, a fim de que o avanço tecnológico coopere para a salvação das almas e não para o aprofundamento da vida pecaminosa.

II – COMO EVANGELIZAR NO AMBIENTE VIRTUAL

– Entendida a necessidade da evangelização no ambiente virtual, como deve a Igreja proceder para efetuá-la?

– Por primeiro, cumpre observar que se deve ter em mente que, ao contrário do que se imagina, a internet não é um “ambiente totalmente livre”, como se pensa.

Há um evidente controle de todas as informações que circulam na rede mundial de computadores. Basta ver, por exemplo, nas recomendações que são feitas no YouTube a todo usuário, a demonstrar que há um evidente monitoramento de tudo que acessamos naquela rede social, sem se falar nos bloqueios costumeiramente feitos no Facebook a todos que fogem dos “termos de uso” daquela rede social.

– Diante deste quadro de evidente controle que há no intercâmbio das informações na rede mundial de computadores, o evangelizador, salvo que é na pessoa de Jesus Cristo, precisa evitar ser manipulado, devendo sempre investigar as informações que recebe, como está escrito em Sl.10:4.

A falta de investigação das informações obtidas é um fator que muito complica a evangelização no ambiente virtual.

– Por segundo, deve o evangelizador ser uma pessoa que dê testemunho do Evangelho enquanto está no ambiente virtual.

 O fato de não haver contato real entre as pessoas estimula a prática de atos que nem sempre seriam executados caso as pessoas estivesse frente a frente.

Assim, a elaboração de perfis falsos, o uso de palavras obscenas, duras e ríspidas com maior facilidade, o descontrole das expressões e da maneira de se expressar, o puro e simples descarte dos contatos quando houver alguma contrariedade, fazem com que o ambiente virtual seja um lugar onde os instintos e o egoísmo prevaleçam, pois se tem a sensação de que não se tem qualquer controle ou limite de quem quer que seja.

– O evangelizador, no entanto, deve entender que, mesmo no ambiente virtual, deve ser uma pessoa guiada e dirigida pelo Espírito Santo, que está a lidar com pessoas que são imagem e semelhança de Deus e, deste modo, não pode permitir este tipo de conduta. Deve sempre ser verdadeiro e cordial nos contatos, com muito respeito e buscando, sempre, investigar as informações que divulgar.

– Nosso comentarista denominou este elemento indispensável para a evangelização na mídia digital de “fator Eliseu”, com base no fato de que o profeta Eliseu, por sua maneira de viver, foi reconhecido como um santo homem de Deus pela sunamita, como se lê em II Rs.4:8,9.

– O ambiente da mídia digital, ante o distanciamento rela das pessoas, gera, nas pessoas, a sensação de que jamais serão descobertas, que estão a salvo de qualquer pesquisa por parte das outras pessoas, ou seja, que podem criar “personagens” que não correspondem à realidade.

 Aliás, o surgimento de “outras personalidades”, dos chamados “avatares”, foi algo criado na internet, que chega mesmo a incentivar e estimular a criação de uma “segunda vida”, a “vida virtual”.

– Entretanto, amados irmãos, não podemos cair nesta cilada, nesta ilusão. Temos de ser autênticos, verdadeiros e sinceros.

O salvo na pessoa de Jesus Cristo é alguém que crê em Jesus, que é a verdade (Jo.14:6), sendo guiado e dirigido em toda a verdade pelo Espírito Santo, que é o Espírito da verdade (Jo.16:13).

– Deste modo, temos de nos portar, no ambiente virtual, assim como somos no ambiente real, máxime quando se alcança alguma notoriedade no mundo virtual.

 É lamentável quando alguém, que passa a ter popularidade e projeção na mídia, é desmascarado na sua vida real, totalmente distinta daquele “papel” que representava para as massas através dos meios de comunicação.

Quando alguém assim age, temos verdadeiros escândalos e a pessoa, em vez de contribuir para que almas sejam ganhas para Cristo, constituem-se em verdadeiros agentes de tropeço, em instrumentos de escândalo, o que lhes será grandemente cobrado pelo Senhor (Mt.18:6,7). Que Deus nos guarde!

– Por terceiro, o evangelizador deve se aproximar das pessoas, mesmo num ambiente virtual.

Embora a evangelização pelos meios eletrônicos seja, via de regra, uma evangelização em massa, as redes sociais permitem uma individualização, uma personalização e é imperioso que o evangelizador, no ambiente virtual, busque ter este contato mais próximo com as pessoas, visando sempre a transmissão da mensagem do Evangelho de forma mais objetiva, clara e individual.

– Como já dissemos neste trimestre, em lição anterior, o método de evangelismo pessoal é preferível ao método de evangelismo em massa, pois, através do evangelismo pessoal, as dúvidas e incertezas do evangelizado podem ser supridas e equacionadas, como também há a possibilidade de se mostrar à pessoa que ela é amada por Deus, que trata com ela individualmente.

– Apesar de estarmos num ambiente virtual, torna-se necessária esta individualização, este tratamento mais próximo, pois é assim que Deus trata as pessoas e não podemos falar do amor de Deus de forma contraditória ao próprio agir do Senhor.

– Naturalmente que este tratamento exige do evangelizador uma dedicação e uma postura que vai contra à própria natureza da mídia digital, que, como vimos, caminha em direção à superficialidade, à rapidez e à falta de reflexão.

No entanto, não podemos caminhar no sentido que costuma ir a mídia digital, precisamente porque nossos objetivos são outros e diametralmente opostos ao que se pretende com este estado de coisas.

– Por quarto, o evangelizador deve ser claro, conciso e objetivo, o que nosso comentarista denominou de “fator Habacuque”, baseando em Hc.2:2, onde o Senhor manda ao profeta que escrevesse a visão que tivera sobre tábuas, de forma bem legível, para que a pudesse ler o que correndo passava.

– Esta concisão, clareza e objetividade são absolutamente necessárias precisamente porque, como dissemos, o ambiente virtual é extremamente veloz, as pessoas não têm paciência para se demorarem na leitura de um longo texto, ou na assistência de um longo vídeo.

Tudo é muito rápido, tudo é acelerado e, por isso mesmo, na evangelização, precisamos nos adaptar a este “timing” da mídia digital, a fim de que possamos atrair as pessoas à mensagem do Evangelho.

Assim como a mensagem de Habacuque, devemos nos comunicar de modo que as pessoas, mesmo em seu “corre-corre”, consigam receber as boas novas da salvação.

– Por quinto, o evangelizador deve ser um pacificador, alguém que, embora firme na sua mensagem, não protagonize polêmicas, discussões, contendas e debates que não promovam o reino de Deus, mas tão somente gerem escândalos e perversão para os seus participantes (I Tm.6:5).

– O ambiente virtual gera uma falsa sensação de liberdade e de autonomia que faz com que as pessoas, como já dissemos, deixe extravasar, com mais facilidade, os seus instintos. Isto faz com que as pessoas tendam a dizer coisas que, frente a frente com o outro, não teriam coragem de dizer, de “se soltar” e de achar que, como não está sendo vista, pode falar o que quiser.

– O resultado disto é o surgimento de grandes contendas, discussões e debates, que, não raras vezes, produzem calúnias, injúrias, difamações, desrespeito e total desconsideração da dignidade do próximo.

Quantos casos não temos, por exemplo, de invasão da privacidade das pessoas, de sua própria intimidade, por causa de desentendimentos, causando gravíssimos prejuízos para as pessoas, havendo, inclusive, casos de pessoas que chegam a tirar a própria vida diante dos constrangimentos e dos males produzidos no ambiente virtual?

– O evangelizador, entretanto, não pode, de forma alguma, deixar-se levar por este sentimento, devendo, sempre, evitar discussões ou contendas, precisamente porque tem o papel de expressar o amor de Deus, de levar às pessoas a salvação na pessoa de Cristo Jesus e não ser um instrumento de escândalo ou de perversão das pessoas com quem mantém contatos na mídia digital.

– A intolerância, o ódio e a desconsideração do próximo têm sido cada vez mais frequentes no ambiente virtual e o evangelizador não pode fazer parte de tais práticas.

Pelo contrário, deve buscar ser um pacificador, a fim de curar feridas criadas nestes debates intermináveis e que não levam a lugar algum, a não ser ao afastamento das pessoas e a circunstâncias que afetam, às vezes de forma irreversível, as pessoas.

Devemos lembrar que atrás do teclado, do computador ou do telefone celular existe uma alma dotada de sentimento, vontade e intelecto, alma esta que precisa da salvação e que somos instrumentos de concessão de vida e não de morte.

– O evangelizador deve ter a mesma atitude que teve o Senhor Jesus durante o Seu ministério terreno.

O Senhor era intensamente atacado pelos Seus adversários, escribas e fariseus, mas, como diz o apóstolo Pedro, quando injuriado, não injuriava (I Pe.2:23), o que se mostrou evidente, para espanto de Pôncio Pilatos, quando do momento de seu julgamento e condenação, quando, então, como ovelha muda não abriu a Sua boca (Mt.27:13,14; Mc.15:15), cumprindo, aliás, uma profecia a Seu respeito (Is.53:7). Este silêncio de Jesus, inclusive, serviu para que Pilatos proclamasse a Sua inocência (Lc.23:4).

Apesar de ter sido condenado, o Senhor deu testemunho de Sua inocência precisamente porque, mesmo injuriado, não injuriou quem quer que fosse. Precisamos agir da mesma maneira, evitando contendas ou discussões que somente escandalizarão o Evangelho.

Não foi por acaso que o Senhor Jesus disse que seríamos bem-aventurados se, perseguidos, falarem todo o mal contra nós por causa de Cristo (Mt.5:11). Glorificamos e provocamos a glorificação do Senhor sempre que formos vilipendiados por causa de nosso bom testemunho (I Pe.2:11,12).

– Devemos, pois, no ambiente virtual, sempre levar mensagem do Evangelho, as verdades eternas, respeitando as opiniões contrárias e buscando sempre mostrar a verdade das Escrituras e a posição bíblica a respeito de todo e qualquer assunto que for aventado, preocupando-se, sempre, em investigar as informações e refletir sobre elas, nada repassando que não tenha, antes, sido devidamente averiguado e analisado.

– Quando houver contrariedade ou repulsa, devemos respeitar a rejeição e, se possível, não “fechar a porta” para novos contatos e conversas.

Devemos, também, ter cuidado em saber se a pessoa com quem está dialogando se trata de um herege, ocasião em que devemos agir como nos recomenda o apóstolo Paulo, ou seja, considerar o intento do interlocutor, cessando de insistir com ele de pois de uma ou outra admoestação (Tt.3:10).

– Também não podemos desviar o nosso foco evangelizador.

Ainda que estejamos a tratar de outros assuntos com nossos contatos virtuais, é mister lembrar que, a todo tempo, temos a responsabilidade de cumprir a Grande Comissão, de sorte que, em qualquer tema ou assunto, devemos sempre ter em mira divulgar a verdade da salvação na pessoa de Jesus Cristo e de expressar, por nossas atitudes, o Seu amor.

Assim sendo, é evidente que não devemos participar de comunidades, grupos ou quaisquer outros modos de interação em que haja evidente contrariedade com a mensagem da salvação, bem como que não podemos participar de diálogos ou assuntos que, por si só, representem a total negação de uma vida cristã. Como bem afirmou o apóstolo Paulo, as más conversações corrompem os bons costumes (I Co.15:33).

– Por sexto, o evangelizador, no ambiente virtual, deve sempre buscar um ponto de contato para transmitir a mensagem do Evangelho e, para tanto, deve saber em que ambiente e com que tipo de perfil de pessoas está a contatar a fim de que, conhecendo os interesses das pessoas, possa, através deles, levar Cristo Jesus para elas.

É o que o comentarista denominou de “fator Paulo”, certamente tendo por base I Co.9:18-22. Paulo sempre buscava um ponto de contato com os interlocutores para levar a mensagem do Evangelho.

– Precisamos ter esta mesma conduta e, para tanto, devemos saber em “terra estamos pisando”, para que saibamos de forma oportuna e razoável falar do amor de Cristo aos nossos interlocutores no ambiente virtual. Temos de aproveitar os interesses dos interlocutores e através deles levá-los a Cristo.

– Por sétimo, temos de estar dispostos a explicar a mensagem do Evangelho, sempre de forma concisa, clara e objetiva, a quem se interessar por ela. É o que nosso comentarista denominou de “fato Filipe”, fazendo alusão ao evangelista que, aproveitando a indagação do eunuco, no caminho de Gaza, pregou-lhe o Evangelho diante da dúvida do eunuco se o profeta fala dele mesmo ou de outrem (At.8:26-40).

– É evidente que, para ter este mesmo desempenho, o evangelizador precisa ter as mesmas características de Filipe, ou seja, ser um conhecedor da Palavra de Deus, a fim de poder elucidar as dúvidas que surgirem, máxime quando estamos num ambiente virtual, onde a informação tem de ser instantânea e imediata.

– Por oitavo, a evangelização não deve se limitar ao ambiente virtual.

Ainda que se tenha evangelizado alguém e se faça um acompanhamento individualizado, os relacionamentos não podem ser apenas virtuais.

É imperioso que se tenha um contato pessoal, que o evangelizado se integre a uma igreja local, que tenha o “calor humano”, pois esta é a essência da vida cristã, a comunhão, que só pode ser efetiva quando se der em nível pessoal, real (At.2:42).

– Por isso, o evangelizador sempre deve complementar a sua evangelização com um contato pessoal ou, na impossibilidade de ele ocorrer, tendo em vista a distância existente entre ele e a pessoa evangelizada, ter meios de fazer com que a pessoa entre em contato com alguém que seja do conhecimento do evangelizador, próxima ao local onde mora, a fim de que possa ser dada continuidade à evangelização e se tenha a integração numa igreja local.

– Devemos, na evangelização pela mídia digital, evitar, a todo custo, construir “igrejas virtuais”, bem como defender uma “participação virtual” em celebrações, cultos ou coisas quetais, como muitos andam fazendo nos dias de hoje.

Por mais avançada que esteja a tecnologia, por maiores contatos remotos que possamos ter com as pessoas, isto jamais poderá substituir o contato pessoal, o relacionamento interpessoal, real e que transmita afetividade.

A comunhão exigida para nosso crescimento e desenvolvimento espirituais exige este toque, este “olho no olho” entre as pessoas.

– Lamentavelmente, o ambiente em muitas igrejas locais é um ambiente que chamamos de “multidão”, tomando aqui o sentido sociológico desta expressão, qual seja, a de um mero ajuntamento de pessoas, sem quaisquer vínculos entre elas, como as pessoas que se encontram em um meio de transporte num determinado instante.

– Por estarmos acostumados a esses ajuntamentos e a estas “multidões”, mormente nas cidades grandes, também temos a tendência de achar que os contatos virtuais sejam suficientes, sem que haja a necessidade de quaisquer vínculos entre as pessoas, o que é algo totalmente enganoso e que contraria o que ensina a Palavra de Deus.

– A “multidão” jamais pôde se transformar em um ambiente de desenvolvimento da vida espiritual e até mesmo de comunhão com Deus. Nos evangelhos, vemos, com clareza, que havia dois grupos bem distintos em torno de Jesus: a multidão e os Seus discípulos, sendo que o Senhor somente interagia com estes últimos (Cf. Mt.13:2,9-11).

– Vemos que os discípulos, no início da história da igreja, tinham uma convivência bem próxima, sendo esta a comunhão registrada em At.2:42,44 e 46.

A nossa vida espiritual depende dos irmãos para crescer e se desenvolver, a começar do próprio mandamento deixado pelo Senhor de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (Jo.15:12).

– Esta comunhão era efetiva, tanto que Lucas faz questão de ressaltar que “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At.2:44).

Havia uma comunidade de vida, ou seja, todos compartilhavam o seu viver com os irmãos, todos viviam uns em função dos outros, permitindo assim que se cumprissem todas as exigências que a Palavra de Deus impõe aos irmãos na fé, que devem

“lavar os pés uns aos outros” (Jo.13:14),

“amar uns aos outros” (Jo.13:34,35;15:17; Rm.12:10;13:8; I Ts.4:9; I Pe.1:22; I Jo.3:11,23; 4:7,11,12; II Jo.5),

“preferir em honra uns aos outros” (Rm.12:10),

“não nos julgar uns aos outros” (Rm.14:13);

“receber uns aos outros” (Rm.15:7),

“admoestar uns aos outros” (Rm.15:14; Cl.3:16; Hb.10:25),

“saudar uns aos outros” (II Co.13:12; I Pe.5:14),

“servir uns aos outros” (Gl.5:13),

“não morder ou devorar nem consumir uns aos outros” (Gl.5:15),

“não se irritar uns aos outros” (Gl.5:26),

“não invejar uns aos outros” (Gl.5:26),

“suportar uns aos outros” (Ef.4:2; Cl.3:13),

“perdoar uns aos outros” (Ef.4:32; Cl.3:13),

“sujeitar uns aos outros” (Ef.5:21; I Pe.5:5),

“não mentir uns aos outros” (Cl.3:9),

“ensinar uns aos outros” (Cl.3:16),

“consolar uns aos outros” (I Ts.4:18),

“exortar uns aos outros” (I Ts.5:11; Hb.3:13),

“edificar uns aos outros” (I Ts.5:11),

“considerar uns aos outros” (Hb.10:24),

“confessar as culpas uns aos outros” (Tg.5:16),

“ser membros uns dos outros” (Rm.12:5; Ef.4:25),

“ter cuidado uns dos outros” (I Co.12:25),

“levar as cargas uns dos outros” (Gl.6:2),

“deixar a mentira e falar a verdade a cada um” (Ef.4:25),

“não falar mal uns dos outros” (Tg.4:11).

– Diante deste quadro, não há como achar que um contato meramente virtual possa fazer com que as pessoas vivam a comunhão exigida para o desenvolvimento e crescimento da vida espiritual.

– Por isso mesmo, num título muito feliz para a lição, o Setor de Educação Cristã da CPAD disse que nossa evangelização tem de ser real na era digital, pois não podemos acreditar que se possa construir uma autêntica vida espiritual apenas no ambiente virtual.

Se é possível pecar de modo virtual, não se pode servir a Deus apenas neste ambiente.

– Por nono, torna-se imperiosa que a evangelização no ambiente virtual tenha o mesmo conteúdo da evangelização tradicional, ou seja, é preciso que seja a pregação de Cristo Jesus, da Palavra de Deus e do reino de Deus.

– Lamentavelmente, muitos têm utilizado o ambiente virtual, a mídia digital, para entretenimento. Postam fotos, fotos e mais fotos, comentam notícias do momento, sem que isto signifique falar de Jesus, da Palavra de Deus e do reino de Deus.

– São muitas as igrejas locais que tem sítios na internet, que estão nas redes sociais, mas se limitam a divulgar eventos, a mostrar fotos dos eventos e nada mais, não tendo qualquer interesse em realmente evangelizar, mas apenas de mostrar os atos humanos, de se expor dentro de uma mentalidade bem própria da mídia digital, mas que nada tem que ver com os propósitos da evangelização.

– Por décimo, precisamos levar as pessoas à reflexão, à investigação das informações recebidas, fazendo com que possam ser realmente justas e tudo analisem à luz da Palavra de Deus.

É imperioso que aproveitemos o espaço que tivermos no mundo virtual para que se evitem as manipulações e se desperte o senso crítico de todos quantos evangelizamos.

– Como já dizia o saudoso irmão Sérgio Paulo Gomes de Abreu, fundador do Portal Escola Dominical, o avanço tecnológico tem feito surgir verdadeiros “zumbis digitais”, massa de manobra que acredita piamente naquilo que é veiculado na mídia digital, gerando, muitas vezes, histerias coletivas e entendimentos que têm por finalidade incutir na sociedade certos valores e pensamentos que contrariam a Palavra de Deus, numa verdadeira engenharia social.

– Em nosso papel de evangelização, precisamos despertar as pessoas para a realidade da manipulação das informações, para a formação de uma mentalidade que já prepara o futuro reinado do Anticristo, impedindo, assim, que as pessoas possam ser doutrinadas pelo maligno.

– Por isso mesmo, precisamos sempre ter o cuidado de ter certeza com quem estamos a dialogar, quais são seus propósitos e interesses, evitando, assim, que sejamos enganados e até sabotados em nosso trabalho de evangelização.

– Não há como fugirmos da realidade da era digital em que vivemos e, por isso, devemos aproveitar este espaço onde as pessoas estão a se encontrar e a se comunicar, para levar a melhor notícia que pode ser dada, qual seja, a de que Deus nos ama e quer nos salvar por meio de Jesus Cristo.

No entanto, devemos agir com cautela e de modo a que não permitamos que esta era digital faça das pessoas meros “zumbis” e “massa de manobra”, nem que venham a adotar valores e crenças que estejam em desacordo com a vontade do Senhor.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Site: http://www.portalebd.org.br/index.php/adultos/14-adultos-liccoes/1753-licao-12-a-evangelizacao-real-na-era-digital-i

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