LIÇÃO Nº 13 – A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL NESTA ÚLTIMA HORA
A evangelização tem de ser integral.
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INTRODUÇÃO
– Concluindo o estudo deste trimestre sobre evangelização, estudaremos a necessária integralidade desta atividade mais importante, da razão de ser da igreja.
– A evangelização tem de ser integral.
I – A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃ0 NA MATÉRIA (CONTEÚDO)
– Estamos concluindo o estudo deste trimestre que abordou o desafio da evangelização, a necessária obediência ao ide do Senhor Jesus de levar as boas novas a toda criatura.
– Nesta lição conclusiva, analisaremos a questão da integralidade da evangelização, da necessidade de a evangelização ser integral.
– O que seria evangelização integral? O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa diz que “integral” é “que não sofreu diminuição ou restrição; total, completo; a que não falta nada essencial; inteiro; básico para o completamento; integrante, constituinte; que se apresenta com todos os seus componentes e propriedades originais”.
– Percebe-se, portanto, que a evangelização integral é aquela que não esquece qualquer aspecto, que apresenta todos os elementos que têm de estar presentes, todos os fatores que se encontram nas Escrituras, que são as fiéis testemunhas de Cristo Jesus (Jo.5:39), nossa única regra de fé e prática.
– A evangelização tem de ser completa, devemos imitar o Senhor Jesus (I Co.11:1; I Pe.2:21) e, portanto, já que estamos a prosseguir o que Jesus fez, corpo Seu que somos (I Co.12:27), devemos, assim como Nosso Senhor e Salvador, evangelizar no sentido pleno e completo, fazendo, assim, uma integral evangelização.
– Para verificarmos que seja esta evangelização integral, uma vez mais recorreremos ao conceito das “quatro causas” que identificam todo ser, como ensinava o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.).
Para este filósofo que é um dos referenciais da cultura ocidental, um ser possui “quatro causas”: a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final.
Um ser “integral”, portanto, deve ter completude em cada uma de seus causas, em cada um de seus fatores identificadores.
– A primeira causa é a chamada “causa material”, ou seja, o conteúdo da evangelização.
A evangelização integral precisa abranger todo o conteúdo da mensagem que foi pregada pelo Senhor Jesus, pois foi Ele quem mandou que pregássemos o Evangelho e este Evangelho precisa seguir a própria pregação efetuada pelo Senhor, pregação iniciada após a prisão de João Batista (Mc.1:14,15).
– O evangelho pregado pelo Senhor Jesus dizia: “O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho”.
– Ao nos mandar pregar o Evangelho, o Senhor Jesus, na dicção de Lucas, disse que se deveria pregar o arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações em Seu nome, começando por Jerusalém (Lc.24:47).
– Portanto, o Evangelho precisa, por primeiro, centrar-se na questão da salvação na pessoa de Cristo Jesus, deve ser a mensagem de que o homem é pecador e que precisa de Jesus para se libertar do pecado e entrar em comunhão com Deus, alcançando a vida eterna.
– Pregar o Evangelho é, por primeiro, pregar o arrependimento e remissão dos pecados. Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus em nosso país começavam a dizer que “Jesus salva”.
Temos de apresentar Jesus como o Salvador, temos de pregar sobre o pecado e a necessidade de o homem deixá-lo, confessando suas faltas e pedindo que seus pecados sejam perdoados por Cristo, como, por exemplo, fazia o apóstolo Paulo (Rm.10:9-11).
– Esta é a palavra que deve ser evangelizada até hoje (I Pe.1:25) e não podemos fugir desta mensagem, pois é a essência das boas novas da salvação.
No entanto, a pregação do Evangelho não se limita à esta importantíssima mensagem, pois, enquanto Jesus pregava esta mensagem, Ele também fazia bem e curava a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10:38), algo que permaneceu com a Igreja, pois os discípulos saíram pregando por todas as partes, cooperando o Senhor com eles e confirmando a Palavra com os sinais que se seguiam (Mc.16:20).
– Vemos, portanto, que o Evangelho abrange dois elementos importantes, quais sejam: o fazer bem e o curar os oprimidos do diabo, ou seja, a ação social e a presença de sinais, prodígios e maravilhas.
– Pregar o Evangelho é dizer que Jesus salva, mas temos de provar a salvação na pessoa de Cristo Jesus pela prática de boas obras, pois uma fé sem obras é morta em si mesmo (Tg.2:17).
– O apóstolo Paulo, que disse ter sido chamado para evangelizar (I Co.1:17), praticava ação social, tanto que arregimentou os cristãos das províncias romanas da Acaia e da Macedônia para ajudar os crentes pobres da Judeia (Rm.15:16; I Co.16:1-3; II Co.8 e 9), prova de que faz parte da evangelização esta ação em favor dos mais necessitados.
– Muito se tem discutido a respeito da relação entre evangelização e ação social, tanto que há aqueles que entendem que a evangelização não envolve a ação social e aqueles que compreendem que a evangelização é a própria ação social, duas posições extremas e que não correspondem à verdade bíblica.
– Dizer que a evangelização não abrange a ação social é desconsiderar que Jesus, no Seu ministério terreno, fazia ação social, tanto que tinha uma bolsa para os pobres (Jo.12:5,6), bem como todo o trabalho social desenvolvido pelo apóstolo Paulo, como já tivemos ocasião de mencionar.
– Dizer que a evangelização se resume à ação social é igualmente equivocado, porquanto o Evangelho é pregar o arrependimento e a remissão dos pecados em o nome de Cristo, não dar esmolas tão somente, não somente promover o bem-estar material das pessoas.
– Entretanto, a evangelização integral exige a prática de boas obras, pois como podemos dizer que Jesus salva, que Jesus põe o amor de Deus em nossos corações, se não provamos este amor pelas nossas atitudes, pelo nosso comportamento, pela nossa conduta?
A evangelização deve ser, portanto, acompanhada da expressão deste amor divino que dizemos ter vindo salvar a humanidade, expressão esta que se dá pela prática de boas obras pelos que estão a evangelizar, pela Igreja.
Como afirma o pastor e teólogo inglês John Stott (1921-2011), a ação social é “o sacramento do evangelismo, um aspecto da proclamação” (Christian mission in the modern world, p.27 apud NASCIMENTO FILHO, Antonio José do. O papel da ação social na evangelização e missão na América Latina, p.29).
– A ação social pode tanto ser um meio para a evangelização como consequência do evangelismo. Podemos usar a prática de boas obras, a ação social como um meio para nos aproximarmos das pessoas e levar-lhes a mensagem do Evangelho, como também ser a consequência da evangelização, ou seja, o início de atividades que promovam o bem-estar material das pessoas que, evangelizadas, creram em Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, inclusive com a tomada de decisões que mudem a maneira de viver numa determinada sociedade, retirando seus elementos pecaminosos.
– Mas, além da ação social, a evangelização integral tem de também trazer a cura a todos os oprimidos do diabo, ou seja, é preciso que a proclamação da mensagem da salvação, a pregação da Palavra de Deus, não se resuma a palavras tão somente, mas que a Palavra seja confirmada com sinais, prodígios e maravilhas, pois os sinais seguem os que creem ( (Mc.16:17).
– O Senhor Jesus não apenas pregava o Evangelho, mas o confirmava com a realização de curas de enfermidades, expulsão de demônios e realização de maravilhas (Lc.9:11). Nos Evangelhos, vemos muito claramente esta realidade, como também, no livro de Atos dos Apóstolos, demonstrando que os discípulos davam continuidade ao ministério terreno de Cristo Jesus em todos os aspectos.
– Não é por outro motivo que o evangelismo acompanhado de sinais, prodígios e maravilhas é chamado de “evangelho pleno” ou “evangelho completo”, pois não pode haver evangelização integral sem que se tenha a manifestação do poder de Deus.
– Não há qualquer sentido em dizer que a evangelização não precisa mais de sinais, prodígios e maravilhas porque, hoje em dia, já temos a Bíblia Sagrada completa, não se fazendo mais necessária a “confirmação da Palavra”.
Quem disse que a “confirmação da Palavra” por meio de sinais e maravilhas era necessária apenas enquanto não se completasse a revelação divina pelas Escrituras?
– A Palavra precisa ser confirmada em todo o tempo. Jesus, que é a própria Palavra (Jo.1:1; Ap.19:13), confirmava a Sua pregação com sinais, prodígios e maravilhas, tendo, ademais, dito que uma comprovação de que o reino de Deus está entre nós é a manifestação do poder de Deus mediante a expulsão de demônios (Mt.12:28; Lc.11:20).
O Senhor Jesus, mesmo, ao comissionar os setenta discípulos, disse para que eles curassem os enfermos e, então, lhes anunciasse que era chegado o reino de Deus (Lc.10:9), a nos mostrar que uma demonstração de que o reino de Deus é chegada, parte da proclamação do Evangelho, é a manifestação do poder de Deus sobre as enfermidades, sobre a natureza e sobre a opressão demoníaca.
– Se pregar o Evangelho é pregar “o reino de Deus”, dizer que “o reino de Deus está próximo”, temos de demonstrá-lo tanto pela ação social, quanto pela realização de sinais, prodígios e maravilhas.
– A ação social mostra, em primeiro lugar, aos indivíduos, a concretude e veracidade do amor de Deus, na medida em que suprimos as necessidades não só materiais como emocionais e até espirituais do ser humano, comprovando, por ações concretas, por boas obras, que Jesus realmente ama e transforma o ser humano, que devemos nos submeter à vontade de Deus, deixar que Deus viva em nós, o que é mostrado possível com estas atitudes e obras de misericórdia por parte dos salvos em Cristo.
– A ação social mostra, em segundo lugar, à sociedade, a realidade do reino de Deus, na medida em que gera a transformação da sociedade, a mudança do modo de viver, a alteração cultural para fazer com a vida em sociedade, a vida sobre a face da Terra fica mais conforme à vontade do Senhor.
Há, portanto, um gradual predomínio do “reino de Deus”, que terá a sua sublimidade quando do reino milenial de Cristo, ainda que precedido de um período de aparente retrocesso, no princípio das dores e de total predomínio do maligno, após o arrebatamento da Igreja.
– A cura de enfermidades, a expulsão de demônios e a realização de maravilhas demonstra o domínio divino sobre todas as coisas, revela a prevalência do plano divino da salvação sobre o império da morte, sobre o predomínio do maligno sobre a humanidade por causa do pecado, revela a faceta espiritual do “reino de Deus”, que já se demonstra na vida terrena.
– Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizerem que “Jesus salva”, também afirmavam que “Jesus cura”.
– Mas a evangelização integral ainda abrange um outro aspecto na matéria, que é o discipulado.
Evangelizar não é apenas levar o conhecimento da salvação na pessoa de Jesus Cristo às pessoas, levando-as ao arrependimento dos pecados e à confissão de que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador, mas, também, envolve o ensino dos rudimentos da doutrina cristã, as bases da Palavra de Deus, a fim de que o evangelizado que recebeu a salvação possa superar a condição de recém-nascido e ter condições de, com “suas próprias pernas”, prosseguir no crescimento espiritual, até atingir a maturidade espiritual.
– Jesus Cristo não apenas pregava o Evangelho, mas também ensinava os discípulos (At.1:1), desvendando-lhes os mistérios do reino dos céus (Mt.13:11). Assim, também fizeram os discípulos (At.5:42), anunciando a Jesus, mas também não cessando de ensinar os que recebiam a fé.
– O apóstolo Paulo, que diz ter sido chamado para evangelizar (I Co.1:17), não apenas proclamava o Evangelho, mas, depois das pessoas receberem ao Senhor Jesus, esmerava-se em ensinar-lhes a Palavra de Deus, a fazer o discipulado (At.11:26; 14:21,22; 16:40; 18:11; 19:9,10; 20:20).
Tanto assim é que a Grande Comissão, na dicção de Mateus, diz que se deve ir e ensinar as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt.28:19).
– Paulo tinha tanta preocupação com o discipulado que procurou de todas as formas retornar a Tessalônica, onde não pôde concluir este trabalho, em virtude das circunstâncias da perseguição que o fizeram sair daquela cidade antes do término do ensino dos rudimentos da doutrina de Cristo (Cf. At.17:1-10), que, sendo impedido por Satanás de voltar a Tessalônica, começou a escrever epístolas, a fim de poder completar este trabalho de ensino da Palavra, um complemento indispensável e indissociável da evangelização (I Ts.2:17-20).
– Não basta, portanto, que a Igreja pregue o Evangelho, ou seja, proclame a Palavra de Deus, mas é preciso, também, que a Igreja “ensine as nações”, “faça discípulos”, cuidado este que era patente nos tempos apostólicos, a ponto de os apóstolos terem chamado para si esta tarefa, considerando, inclusive, não ser razoável deixar de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra (At.6:2,4), sem falar no zelo de Barnabé com relação à primeira igreja gentílica, a de Antioquia (At.11:25,26) e dos conselhos que Paulo dá a Timóteo no sentido de jamais se descuidar com o ensino junto aos crentes (I Tm.4:12-16).
– Criada para ser a agência do reino de Deus aqui na Terra, a Igreja, ao mesmo tempo em que, para os que se encontram fora do reino de Deus, precisa ser a anunciadora da salvação, pregando o Evangelho, deve, para os que já viram e entraram no reino de Deus (Jo.3:3,5), ser a instruidora, aquela que ensina a Palavra de Deus aos que se converteram, a fim de que possam eles crescer espiritualmente e alcançar a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef.4:13).
– Não se pode ter igreja sem que se tenham “discípulos”, ou seja, sem que se tenham “aprendizes”, “alunos” do Senhor Jesus. O próprio Jesus deu prova disso ao escolher discípulos e treiná-los durante todo o Seu ministério terreno.
O ministério de Jesus é o exemplo para a Igreja, que é o Seu corpo: Ele pregou o evangelho às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.10:6;15:24), como também preparou homens e mulheres que pudessem prosseguir a Sua obra (Mt.11:1).
Se Seu ministério se resumisse tão somente na pregação, ante a rejeição de Israel (Jo.1:11), teria havido um fracasso. Entretanto, o Senhor formou um grupo de discípulos que, revestidos de poder, seriam Suas testemunhas até os confins da terra (At.1:8).
– A pregação do Evangelho é o anúncio das boas-novas de salvação, é levar a mensagem que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu, mensagem esta que, pregada pela Igreja, é misturada com a fé salvadora pelo Espírito Santo (Hb.4:2), que convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8), levando-o ao arrependimento. Segue-se, então, o perdão dos pecados, a conversão, a justificação, a adoção como filho de Deus e a santificação posicional.
Aquele que crê em Jesus como seu único e suficiente Salvador nasce de novo, da água e do Espírito, passa a pertencer à Igreja, passa a ser um filho de Deus.
– Entretanto, assim como ocorre na vida física, também na vida espiritual temos que aquele que acabou de nascer, ou seja, o “neonato” (ou recém-nascido), é alguém que não tem condições de, imediatamente, andar por si só, viver por conta própria, caminhar com suas próprias forças até o dia em que se encontrará com o Senhor nos ares.
A vida espiritual, ensinam-nos as Escrituras, é um combate diuturno contra o mal e o pecado, uma luta sem tréguas, em que “remamos contra a maré”, contra o curso deste mundo (Ef.2:2).
– Quando alguém se converte a Cristo e nasce de novo, é um recém-nascido, é uma pessoa que não tem conhecimento algum a respeito das coisas de Deus, a respeito da vida com o Senhor Jesus.
Embora tenha recebido uma nova natureza, embora seu espírito tenha se ligado novamente a Deus, ante a remoção dos pecados, é um ser humano e, como tal, precisa ser ensinado a respeito do Senhor, ensino este que deve ser proporcionado pela Igreja, que é a quem o Senhor cometeu esta tarefa sobre a face da Terra. Jesus é quem salva, mas é a Igreja quem deve “fazer discípulos”, quem deve “ensinar”.
– A Igreja que não ensinar a Palavra de Deus aos seus integrantes, a começar dos novos convertidos, não estará cumprindo a sua tarefa sobre a face da Terra.
Não basta pregar o Evangelho, mas é necessário que, uma vez as pessoas se decidindo por Cristo, sejam elas devidamente ensinadas na Palavra do Senhor, tenham conhecimento das Escrituras, sem o que não se tornarão discípulos de Jesus e quem não for discípulo de Jesus não entrará no céu, pois só aqueles que assim se comportarem poderão dar fruto e, portanto, ser considerados como justos e resplandecerem no reino do Senhor, como o Senhor deixou claro na interpretação que deu da parábola do joio e do trigo.
– O discipulado nada mais é que ensinar a Palavra de Deus aos novos convertidos, àqueles que aceitaram a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador de suas vidas e fazer com que eles, que foram escolhidos por Deus, possam viver de tal maneira que dêem o fruto do Espírito, ou seja, tenham um novo caráter, uma nova maneira de viver que leve as pessoas a glorificar ao nosso Pai que está nos céus, ou seja, vivam de tal maneira que suas ações os transformem em testemunhas de Jesus, em prova de que Jesus salva e, por isso, outras pessoas reconheçam o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, ou seja, o Evangelho (Rm.1:16).
– Foi exatamente isto que Barnabé e Paulo fizeram na igreja de Antioquia, a primeira igreja formada por gentios na história da Cristandade.
Como estes crentes não partilhavam das promessas de Deus, como os judeus (Rm.9:4,5), havia necessidade de instruí-los nas Escrituras, para que aprendessem o que é servir a Deus.
Tinham, sim, se convertido ao Senhor, como pudera ser atestado por Barnabé, que percebeu terem eles, realmente, nascido de novo, terem sido alcançados pela graça de Deus e terem o propósito do coração de permanecer no Senhor (At.11:23). Mas isto era insuficiente para que pudessem transformar o propósito em realidade.
– Como Jesus ensina na parábola do semeador(Mt.13:3-8), é preciso que a semente germine e cresça em boa terra para que frutifique.
Para que a terra seja boa, é necessário que o terreno seja devidamente preparado, adubado e tornado adequado para o crescimento exitoso. Esta preparação do terreno nada mais é que o ensino da Palavra, que é tarefa da Igreja.
Por isso que Paulo diz que cabia a ele e a Apolo a plantação e o regar, sendo de Deus, porém, o crescimento (I Co.3:6-9).
– Por isso, Barnabé, ao verificar que havia conversão autêntica, tratou de buscar a Paulo e, durante todo um ano, houve o discipulado, ou seja, o ensino da Palavra àqueles novos crentes.
O resultado daquele ano de ensino não poderia ser melhor: os novos convertidos passaram a ter uma vida muito semelhante a de Jesus, passaram a ser diferentes dos demais moradores de Antioquia, passaram a ser provas vivas da transformação que o Evangelho produz nas pessoas.
Após terem sido ensinados na Palavra e terem mudado de vida, os moradores de Antioquia passaram a notar a diferença e, cumprindo o que disse Jesus a respeito do efeito das boas obras dos Seus discípulos, passaram a chamar os discípulos de “cristãos”, isto é, “parecidos com Cristo”, “semelhantes a Cristo” (At.11:26).
Eram os homens glorificando ao Pai que está nos céus (Mt.5:16). Era o resultado do ensino da Palavra.
– Discipulado, portanto, é esta tarefa de ensinar a Palavra de Deus aos salvos, a fim de que eles se pareçam cada vez mais com o Senhor Jesus, para que eles se tornem cada dia mais parecidos com Jesus.
O objetivo do ensino das Escrituras não é formar “doutores em Divindade” nem tampouco “Ph.Ds em teologia”, mas, sim, fazer surgir homens e mulheres que, com suas vidas, mostrem que Jesus as transformou e que estão caminhando para o céu, desde já tendo uma vida de santidade e de pureza, pessoas que são testemunhas de Jesus, provas vivas de que Jesus realmente salva o homem e o faz, novamente, imagem e semelhança de Deus. O objetivo do ensino da Palavra de Deus, do discipulado na Igreja, portanto, é “formar Cristo em nós” (Gl.4:9), é refletirmos como espelho a glória de Deus (II Co.3:18).
OBS:Ph.D significa “Philosophy Doctor”, ou seja, doutor em filosofia, que é o título comumente dado nos países de língua inglesa a quem defende tese acadêmica de doutorado.
– A igreja primitiva, a exemplo do que se viu em Antioquia, cuidava para que houvesse um discipulado de um ano antes de o novo convertido descer às águas, dentro, aliás, do que consta da Grande Comissão, que fala do discipulado para depois falar do batismo (Mt.28:19). Era o que se chamou de “catecumenato”.
Como afirma o Catecismo da Igreja Católica: “…Nos primeiros séculos da Igreja a iniciação cristã conheceu um grande desenvolvimento com um longo período de catecumenato e uma sequência de ritos preparatórios que balizavam liturgicamente a caminhada da preparação catecumenal e que desembocavam na celebração dos sacramentos da iniciação cristã.” (§ 1230 CIC).
– Tal procedimento mostra como, no início da história da Igreja, dava-se grande importância ao discipulado, algo que foi sendo paulatinamente negligenciado, mas que não está de acordo com a verdade bíblica, sendo, aliás, salutar que o novo currículo da CPAD contenha uma faixa de discipulado, com um ano de duração.
– O discipulado é o ensino da Palavra de Deus para o novo convertido, o ensino dos rudimentos da doutrina de Cristo, na expressão do escritor aos hebreus (Hb.6:1), rudimentos estes que envolviam, segundo o mesmo escritor bíblico, o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, a doutrina dos batismos, a doutrina da imposição das mãos, a doutrina da ressurreição dos mortos e a doutrina do juízo eterno (Hb.6:1,2). É o que Paulo, assim como o escritor aos hebreus, denomina de “leite” (I Co.3:2; Hb.5:12) e Pedro, de “leite racional, não falsificado” (I Pe.2:2).
– A ausência do discipulado é a principal causa das altas taxas de “mortalidade infantil espiritual” que têm vivido muitas igrejas locais na atualidade, a ponto de haver estatísticas que dizem que para cada pessoa ganha para Cristo, duas se desviam da fé, de sorte que haveria o dobro de pessoas afastadas em relação às pessoas que estão servindo ao Senhor.
II – A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃO NA FORMA
– Visto o conteúdo integral do evangelismo, que envolve não só proclamação, mas também ação social, manifestação do poder de Deus por meio de sinais, prodígios e maravilhas, como também o discipulado, vejamos como se dá a integralidade da evangelização na forma.
– A evangelização deve se dar de três maneiras fundamentais: o evangelismo pessoal, o evangelismo em massa e o evangelismo por alistamento.
– Em lição anterior, enfocamos estes métodos de evangelização, de sorte que não nos alongaremos, novamente, no estudo de dois destes métodos, mas queremos aqui enfatizar que não haverá evangelização integral se não forem utilizados todos estes métodos pela igreja local.
– O método de evangelismo pessoal é aquele em que se evangeliza individualmente, uma determinada pessoa, método este que é o mais recomendável, vez que permite que se aplique a uma vida a mensagem da salvação, lembrando que as pessoas são diferentes, não há um ser humano igual ao outro, bem como que Deus trata com os seres humanos individualmente.
– Faz-se preciso, pois, que a igreja local tenha este tratamento individualizado com os evangelizandos, algo que tem sido muito negligenciado em nossos dias, onde prevalece a “cultura da massificação”, onde se tem a “apologia da multidão”.
Devemos seguir o exemplo do Senhor Jesus, que promovia o evangelismo pessoal. Como afirma o pastor Espedito Nogueira Marinho: “…O Senhor Jesus procurava as pessoas em seus próprios ambientes.
Entrava em suas vidas privadas, comia e bebia com elas, partilhava a vida com elas em todos os setores, ouvia, atentamente e com amor, seus sentimentos e emoções. Para ele, a pregação do evangelho, além de ser sua missão, era, também, uma necessidade pública.
Falava às massas de maneira discursiva (Mc 6:34;12:37), mas falava também para indivíduos em tom de diálogo (Jo 3:3-14;4:7-26).
Embora tenha ganhado muita fama e prestígio perante todos, não demonstrava qualquer senso de superioridade, mas se empenhava humildemente para ser ouvido e compreendido em todos os lugares.
Era assim que agia o homem chamado Jesus de Nazaré.…” (Métodos para evangelismo. no prelo, pp.41-2. Cópia encaminhada a revisor).
– A evangelização precisa se aproximar das pessoas, satisfazer-lhes as necessidades e angústias, fazer com que possam entender que o Senhor Jesus não só quer salvá-las, mas com elas “fazer uma parceria”, até porque promete estar conosco, depois de nossa salvação, todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20), algo que, inclusive, faz parte da mensagem que institui a Grande Comissão.
– Mas, além de fazer o evangelismo pessoal, a igreja local também deve fazer a evangelização em massa ou evangelismo impessoal. Como afirmou o pastor Espedito Nogueira Marinho, no trecho há pouco citado, o Senhor Jesus também falava às massas, como vemos, por exemplo, no Seu sermão ético, o sermão do monte (Mt.5:1) ou nos discursos registrados no evangelho segundo João (v.g., Jo.6:22-71; 7:14-44; 8:12-59; 10).
– A igreja local precisa ter atividades que busquem a evangelização em massa, tais como cruzadas evangelísticas, festividades e eventos especiais nos templos, realização de programações nos meios de comunicação de massa, cultos ao ar livre e outras atividades similares. É preciso que a igreja vá ao encontro dos pecadores, buscando levar-lhes a mensagem da salvação na pessoa de Cristo Jesus.
– Um terceiro método, até agora não tratado no trimestre, é o que o pastor Espedito Nogueira Marinho denomina de “evangelismo de alistamento”.
Transcrevamos o ensino deste teólogo e grande nome da educação teológica em nosso país: “…Ao notar que matriculando crianças não crentes nas escolas dominicais resultava em algumas conversões a Cristo, os pastores começaram a investir nessa forma de evangelizar tanto crianças como adultos.
O evangelismo de alistamento começa com o crente convidando as pessoas não crentes para participar de uma aula na escola dominical. Caso a pessoa mostre interesse em continuar frequentando a escola dominical, ela é imediatamente matriculada numa sala onde lhe são ministrados estudos dirigidos.
Ali no templo, o convidado vai assistindo às aulas aos domingos até se converter e pedir o batismo. Nessa modalidade, os novos convertidos são assistidos tanto na escola dominical como por meio de visitas domésticas em seus lares.
Esse tipo de evangelismo é bem parecido com o discipulado, mas não é. O discipulado trabalha com pessoas convertidas e batizadas, enquanto o evangelismo de alistamento trabalha com pessoas ainda não convertidas.
Essa modalidade é chamada também de evangelismo pedagógico ou evangelismo pela educação.…” (op.cit., p.28).
– A igreja local deve, também, investir no evangelismo de alistamento, aproveitando a Escola Bíblica Dominical para a realização da evangelização, sendo aqui de se lembrar a definição lapidar de Escola Bíblica Dominical do pastor Antonio Gilberto, “in verbis”:
“…A Escola Dominical é a escola de ensino bíblico da Igreja, que evangeliza enquanto ensina, conjugando assim os dois lados da comissão de Jesus à Igreja, conforme Mateus 28.20 e Marcos 16.15. Ela não é uma parte da Igreja: é a própria Igreja ministrando ensino bíblico método.…” (Manual da Escola Dominical: um curso de treinamento para professores iniciantes e atualização de professores veteranos da Escola Dominical. 5. Ed. melhorada e aum., p.108).
– Através do evangelismo por alistamento, a igreja local consegue fazer com que haja como que uma mescla entre o evangelismo em massa e o evangelismo pessoal, na medida em que traz um grupo de pessoas para a Escola Bíblica Dominical, o que caracteriza o evangelismo impessoal, mas permite que, pela interação nas classes, haja um tratamento mais ou menos individualizado, com a elucidação de dúvidas e atendimento das necessidades espirituais de cada um.
– Mas, além destes métodos de evangelização, a questão da integralidade na forma também envolve a questão espacial, ou seja, a evangelização deve ser feita tanto no local onde está a igreja, como também em outras regiões e até mesmo em outros países.
– O Senhor Jesus, na Grande Comissão, disse que o Evangelho deveria ser pregado por todo o mundo, a toda criatura (Mc.16:15), tendo afirmado que todas as nações deveriam ser alcançadas (Mt.28:19; Lc.24:47), tendo, pouco antes de ascender aos céus, reforçado esta ordem, ao dizer que os discípulos deveriam ser testemunhas Suas tanto em Jerusalém, como Judeia e Samaria, até os confins da terra (At.1:8).
– A evangelização, numa igreja local, deve envolver, por primeiro, o lugar onde ela se encontra, ou seja, o seu bairro, distrito, vila ou aldeia.
A igreja local é a agência do reino de Deus naquela localidade e deve empenhar-se por levar-lhe a mensagem da salvação em Cristo Jesus, tudo fazendo para que o amor de Deus seja revelado a todos os seus vizinhos, a todos os que estão habitando no mesmo lugar em que ela foi estabelecida.
– A igreja de Jerusalém cumpriu cabalmente este estágio da evangelização, tanto que são os seus próprios inimigos quem atestam que toda Jerusalém foi cheia da doutrina de Cristo (At.5:28).
– Todavia, a igreja de Jerusalém estacionou neste patamar, indiferente ao mandamento de Cristo de que deveria prosseguir, evangelizando também Judeia e Samaria e até os confins da terra.
O resultado disto foi que o Senhor permitiu que ocorresse a perseguição dos cristãos em Jerusalém, perseguição que atingiu um nível tal que foram os crentes obrigados a deixar Jerusalém (At.8:1,2), de modo que Judeia e Samaria foram atingidas, surgindo, então, várias igrejas nestas localidades (At.9:31).
– A igreja local precisa apoiar a evangelização das regiões de seu próprio país (simbolizadas pela Judeia), como também apoiar a evangelização das pessoas segregadas, marginalizadas pela sociedade (simbolizadas por Samaria).
Os crentes de Jerusalém, depois que tiveram de sair da capital judaica, passaram a pregar tanto nas cidades da Judeia e da Galileia, onde estavam seus compatriotas, como também nas cidades dos samaritanos, apesar do preconceito e da discriminação cultural existente entre judeus e samaritanos.
– A evangelização integral obriga a igreja local a apoiar a evangelização tanto de seus compatriotas como dos segmentos marginalizados da sociedade, não só exercendo atividades neste sentido (como tivemos ocasião de verificar nas lições do terceiro bloco deste trimestre, onde vimos os aspectos específicos da evangelização), como também mediante contribuições financeiras e de serviços junto a missionários escalados para a evangelização de compatriotas e de segmentos discriminados e marginalizados da sociedade, contribuição que também se deve dar no campo espiritual, mediante a intercessão, acompanhada de jejum.
– Esta evangelização, porém, também tem que atingir os confins da Terra, como determinou o Senhor Jesus, de sorte que a igreja local também precisa se empenhar nas chamadas missões transculturais, enviando, sustentando e contribuindo para a manutenção de missionários que estão a levar, mediante chamado divino, a mensagem do Evangelho para locais distantes, para outras culturas, para outros países, para o outro lado do mundo.
– Foi o que fez a igreja de Antioquia que, por ordem do Espírito Santo, separou Barnabé e Paulo para que iniciassem a pregação do Evangelho na Ásia Menor (At.13:2,3), trabalho que, posteriormente, por intermédio de Paulo, se estendeu para a Europa, a partir de sua segunda viagem missionária.
– A igreja local precisa ter esta consciência de que a evangelização não abrange apenas a localidade onde se encontra, mas que também deve servir ao país onde está, aos segmentos marginalizados que exigem um trabalho de pessoas devidamente treinadas e preparadas, muitas vezes relacionadas a agências missionárias, como também a dimensão transcultural.
– A igreja local, portanto, deve preparar-se não só para enviar missionários para atendimento destas dimensões da evangelização, como também para contribuir para a manutenção de missionários enviados por outras igrejas locais ou por agências missionárias, devendo, por isso mesmo, ter uma secretaria de missões, bem como envolver na intercessão toda a membresia em favor dos missionários, devendo, periodicamente, organizar eventos que mostrem aos irmãos o resultado de sua contribuição e o avanço do reino de Deus através deste esforço.
– Particular faceta desta evangelização assume a ajuda à Igreja Perseguida, que necessita de um grande apoio das igrejas locais nos países onde a perseguição é inexistente ou muito pequena, tarefa em que se destaca a Missão Portas Abertas.
Torna-se necessário que a igreja local se irmane com as suas coirmãs nos países onde a evangelização é reprimida pelos governos, não só em contribuições materiais, mas, também, em incessante intercessão pelos que estão a arriscar as suas vidas para o cumprimento da Grande Comissão.
III – A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃO NA EFICIÊNCIA E NA FINALIDADE
– A evangelização integral deve levar em conta a sua “causa eficiente” que, como sabemos, é o agente que faz com que a matéria assuma uma determinada forma, a causa que faz com que o ser se realize, com que o ser se constitua em matéria e forma, como, por exemplo, o artesão que faz com que um pedaço de madeira se torne uma cadeira, por exemplo.
– Pois bem, a evangelização integral deve ser feita mediante a ação do Espírito Santo na vida do evangelizador, pois, para evangelizar, é preciso que alguém seja, antes de mais nada, salvo, convencido pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo, que creia em Cristo Jesus e, mais do que isto, que, para que a eficácia da evangelização seja plena, haja o revestimento de poder, o batismo com o Espírito Santo.
– Não foi por outro motivo que o Senhor Jesus só mandou que se evangelizasse por todo mundo a toda criatura depois que havia ressuscitado e sido glorificado, pois o Espírito Santo não poderia habitar em Seus discípulos antes disso (Jo.7:39), o que, aliás, ocorreu logo na tarde do domingo da ressurreição (Jo.20:22).
Mais ainda, após ter dado a ordem para que o mundo fosse evangelizado, toda criatura fosse alcançada, o Senhor Jesus expressamente mandou que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc.24:49), o que ocorreu no dia de Pentecostes, que, não por coincidência, foi o primeiro momento de evangelização da história da Igreja (At.2:1-41).
– Tem-se, portanto, que a evangelização integral exige por parte da igreja local uma atitude de santificação, que permita que o Espírito Santo continue a habitar e a agir na vida de cada crente e da igreja local como um todo, santificação esta que se dá por meio da meditação diária nas Escrituras (Jo.17:17);
da oração, reforçada com jejum (I Tm.4:5; Mt.9:15; Mc.2:20; Lc.5:35);
do temor de Deus (II Co.7:1) e pela
digna participação na ceia do Senhor (I Co.11:27,28).
– Como se não bastasse isso, a evangelização integral exige, também, que se tenha o revestimento de poder, o batismo com o Espírito Santo, a busca do poder do Senhor, a fim de que se tenha, inclusive, a realização de sinais, prodígios e maravilhas em complemento à proclamação do Evangelho.
Sem o revestimento de poder, os efeitos da evangelização ficarão bem aquém daquilo que é querido pelo Senhor e que é necessário para o cumprimento da Grande Comissão.
– A evangelização integral exige, pois, esta comunhão do Espírito Santo, uma dedicação ao Senhor, um contínuo buscar do conhecimento das Escrituras e do poder de Deus, que faz com que diminuamos nossos erros, dando maior credibilidade a nosso testemunho e, com isso, levando as pessoas a serem atraídas pela mensagem do Evangelho (Mt.22:29; Mc.12:24).
– Por isso, a evangelização integral exige o avivamento, ou seja, que os evangelizadores estejam sempre com vida, isto é, em comunhão com o Espírito Santo, pois vida, nas Escrituras, nada mais é que comunhão com o Senhor.
Uma igreja local cuja membresia esteja avivada, certamente será uma agência evangelizadora, um grupo que ganhará muitas almas para o Senhor Jesus.
– Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizer que Jesus salva e cura, também afirmavam que “Jesus batiza com o Espírito Santo”.
– A evangelização integral exige, também, que se tenha um objetivo, uma finalidade, que outra não é, senão levar pessoas a Cristo Jesus, fazer com que alcancem a vida eterna e sejam glorificadas no dia do arrebatamento da Igreja.
O anúncio do Evangelho tem, por finalidade, fazer com que as demais pessoas tenham a mesma esperança da glória de Deus, a expectativa de adentrarem nas mansões celestiais.
– A evangelização deve ter por finalidade preparar as pessoas para a glória celestial, fazer-lhes enxergar que, além desta existência terrena, existe uma eternidade que pode ser vivida com Deus, nas mansões celestiais.
A evangelização integral não pode omitir a proclamação de que Jesus virá outra vez e que devemos estar preparados para sermos arrebatados com a Igreja, alcançando a glorificação, estágio final de nossa salvação.
– A salvação, como diz o apóstolo Pedro, é o fim da nossa fé (I Pe.1:9) e, por isso, a evangelização integral não pode deixar de lado esta conscientização escatológica, esta esperança no “mundo-além”, no “mundo vindouro”, o “Olam Habá”, como o denominam os judeus. Como disse o apóstolo Paulo:
“ Mas a nossa cidade está nos céus donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso, segundo o Seu eficaz poder de sujeitar também a Si todas as coisas” (Fp.3:20,21).
Ou, dirigindo-se aos romanos: “…conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm.13:11).
– O evangelismo integral não pode deixar de trazer como objetivo e finalidade a eternidade com Deus, não sendo, pois, comportamento admissível o que vemos, em nossos dias, “falsos evangelhos”, que reduzem a mensagem de Cristo Jesus somente para este vida, para “este mundo”, o “Olam HaZeh” dos judeus, algo que faz com que os “evangelizados” se tornem os mais miseráveis de todos os homens, visto que passam a esperar em Cristo somente nesta vida (I Co.15:19).
– Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizerem que Jesus salva, que Jesus cura e que Jesus batiza com o Espírito Santo, também não cessavam de afirmar que “Jesus brevemente voltará”.
– Por isso, aliás, o título de nossa lição, que fala da evangelização integral “nesta última hora”, expressão cunha pelo apóstolo João (I Jo.1:18) e que demonstra a percepção de que vivemos os “últimos tempos” (I Tm.4:1), os “tempos trabalhosos dos últimos dias” (II Tm.3:1; 4:3,4), o “princípio das dores” (Mt.24:4-8) e que, portanto, deve nos levar a nos esforçar ainda mais para ganharmos alma para o Senhor Jesus, já que sabemos que o dia está findando e breve virá a noite, quando ninguém poderá trabalhar (Jo.9:4).
– Esta é a evangelização integral. Estamos nós a efetuá-la? Temos correspondido ao ide do Senhor Jesus?
Pensemos nisto e que, após este profícuo trimestre em que vimos o desafio da evangelização, possamos melhorar os nossos caminhos a fim de que não sejamos reprovados no tribunal de Cristo. Amém!
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
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