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INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE – O CREMOS DA DECLARAÇÃO DE FÉ DA CGADB

DECLARAÇÃO DE FÉ DA CGADB

Caramuru Afonso Francisco*

Neste texto, estaremos a estudar, ainda que de forma mui sucinta, os pontos principais de nossa fé, um trimestre extremamente importante porque haveremos de esmiuçar os principais pontos de nosso “Cremos”, de nossa “Declaração de Fé”, recentemente aprovada na 43ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), em 27 de abril de 2017, um marco histórico de nossa denominação, que carecia de um documento que sintetizasse todas as doutrinas do chamado segmento evangélico pentecostal da Cristandade.

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Em meio a dias tão difíceis, de proliferação de falsas doutrinas, dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja, torna-se, mesmo, necessário termos um documento que apresente, de uma forma concisa mas bem explicada, todos os pontos da doutrina bíblica, a fim de que possamos aprender o conteúdo das Escrituras de forma sistemática e ordenada.

Durante muito tempo houve certa resistência à elaboração de uma “declaração de fé”, pois, equivocadamente, se entendia que um documento desta natureza estaria nos afastando da Bíblia Sagrada.

O fato é que a “declaração de fé” nada mais é que uma exposição ordenada daquilo que se encontra na Bíblia Sagrada, a nossa única regra de fé e prática.

Não há qualquer “inovação” ou “dogmatização humana”, como entendiam alguns, mas uma forma sistemática de apresentação das verdades bíblicas.

Tanto assim é que, no “Cremos”, que é a síntese das doutrinas bíblicas, sempre há a menção de passagens bíblicas em que se baseiam os enunciados, a demonstrar, portanto, que não se está a substituir a Bíblia, mas apenas a organizar o conteúdo bíblico de uma forma lógica, que permita uma mais fácil apreensão por parte dos salvos.

A prática de se fazerem “confissões de fé” ou pequenos resumos das crenças ensinadas pela sã doutrina vem desde os primeiros séculos da história da Igreja, havendo, mesmo, quem defenda a sua prática ainda nos tempos apostólicos, pois seriam estes os objetivos dos hinos vez ou outra mencionados em o Novo Testamento, como, por exemplo, I Tm.3:16, onde vemos um resumo poético de toda a obra messiânica de Cristo Jesus.

No século II, surge o chamado “Credo dos Apóstolos” e, no século IV, por ocasião do Concílio de Niceia, que definiu a questão da divindade de Jesus, foi elaborado o chamado Credo Niceno (325), que foi, posteriormente, completado no Concílio de Constantinopla, dando origem ao chamado “Credo Niceno-Constantinopolitano” (381), ambos contendo as verdades básicas da fé cristã.

Além destes dois credos, também oram elaborados dois outros credos, um por ocasião do Concílio de Calcedônia (451) e, por fim, um denominado de Credo de Atanásio, atribuído ao bipo Atanásio (296-373) mas que teria sido elaborado por volta do ano 500 com base nos ensinos daquele homem de Deus, que se notabilizou por sua defesa da autêntica doutrina de Cristo.

Todos estes quatro documentos trazem a síntese da doutrina cristã e, por isso mesmo, foram colocados como um apêndice em nossa Declaração de Fé, não fazendo parte dela mas apenas para nos mostrar que nossas crenças são as mesmas dos cristãos desde os primeiros séculos..

Foram fórmulas feitas para sintetizar a doutrina cristã, tornando-a de mais fácil memorização, sendo também uma orientação para o discipulado dos novos convertidos, máxime diante de populações que não tinham fácil acesso às Escrituras nem sabiam ler.

Com a Reforma Protestante, que completa este ano 500 anos, tivemos uma nova proliferação de “confissões de fé”, tendo em vista a necessidade de se esclarecer quais as doutrinas que tinham base bíblica e que não eram deformações contra as quais se insurgiam os Reformadores. Assim, nos séculos XV a XVII, tivemos uma série de “confissões de fé”.

As Assembleias de Deus nos Estados Unidos, em 1916, elaborou a sua “declaração de fé”, sintetizando, assim, as crenças do movimento pentecostal, iniciado mais vigorosamente no início do século XX, mas as Assembleias de Deus no Brasil não se animaram a fazê-lo, considerando que a adoção de uma “confissão de fé” seria algo próprio de “católicos” ou “crentes tradicionais”.

No entanto, a partir de 1969, por iniciativa do pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos, começou a ser publicado no jornal “O Mensageiro da Paz”, um “Cremos”, com 14 itens, onde havia uma síntese da doutrina evangélica pentecostal.

Em 2012, a União dos Ministros das Assembleias de Deus do Nordeste (UMADENE) fez uma revisão neste “Cremos”, aprovando um novo “Cremos”, circunscrito à Região Nordeste.

Somente agora, em 2017, as Assembleias de Deus oficializam uma “declaração de fé”, baseada no tradicional “Cremos”, ao qual foram acrescentados dois novos itens, onde há uma explicação mais ampla das nossas crenças, algo que se fazia necessário, notadamente diante das múltiplas heresias de nossos dias e da ausência de um documento que contenha o resumo da nossa fé.

Diante da aprovação desta “declaração de fé”, nada mais razoável que dediquemos um espaço nos eventos de estudo das igrejas locais ao seu estudo mais detido, como se fez num trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, que é a principal agência de ensino bíblico da Igreja, para estudarmos as razões da nossa fé, a base de nossas crenças, até porque é mister que possamos responder, com mansidão e temor, a quem nos perguntar a respeito delas (I Pe.3:15).

Aliás, uma “declaração de fé” nada mais é que uma exposição racional a respeito daquilo que nos é revelado por /Deus nas Escrituras e, por isso mesmo, não há motivo algum para não desejarmos ter uma “declaração de fé” que é apenas um pensamento humano a respeito daquilo que nos foi revelado pelo Espírito Santo e que, como pensamento humano, embora embasado na Bíblia Sagrada, pode sofrer revisões e alterações, sempre com o fim de melhor se adequar ao que diz as Escrituras, estas, sim, a nossa única regra de fé e prática.

A Declaração de Fé possui uma introdução, o “Cremos” e vinte e quatro capítulos, em que os itens dos “Cremos” são minudenciados, algo que, naturalmente, não pode ser enfrentado em apenas um texto ou em uma exposição.

Nada mais interessante que, para tal estudo mais detido, reproduzamos o “Cremos” atual, bem assim os “Cremos” de 1969 e o da UMADENE, como também um “Cremos Maior”, que são sentenças introdutórias de cada um dos vinte e quatro capítulos da Declaração de Fé.

CREMOS – JORNAL “O MENSAGEIRO DA PAZ”

1- Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Deuteronômio 6.4; Mateus 28.9; Marcos 12.29).

2- Cremos na inspiração verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2 Timóteo 3.14-17).

3- Cremos no nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Isaias 7.14; Romanos 8.34; Atos 1.9).

4- Cremos na pecaminosidade do homem que o destituiu da gloria de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus(romanos 3.23; atos 3.19).

5- Cremos na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus(João 3.3-8).

6- Cremos no perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em Nosso favor(Atos 10.43; 7. Romanos 10.13; 3.24-26; hebreus 7.25;5.9).

7- Na Igreja, coluna e firmeza da verdade, uma, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar ( Jo.4:23; I Tm.3:15; Hb.12:23; Ap.22:17).

8- Cremos no batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez m águas, em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo, conforme determinou o senhor Jesus Cristo (Mateus 28.19; Romanos 6.1-6; Colossenses 2.12).

9- Cremos na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hebreus 9.14; 1 Pedro 1.15).

10- Cremos no batismo Bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidencia inicial de falar em noutras línguas, conforme a sua vontade ( Atos 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

11- Cremos na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1 Coríntios 12.1-12).

12- Cremos na segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira invisível ao mundo, para arrebatar a sua igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; segunda – visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Tessalonicesses 4.16,17; 1 Coríntios 15.51-54; Apocalipse 20.4; Zacarias 14.5; Judas 14).

13- Cremos que todos os cristão comparecerão ante ao tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2 Coríntios 5.10).

14- Cremos no juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Apocalipse 20.11-15).

15- Cremos na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mateus 25.46).

CREMOS DA UMADENE

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (II Tm 3.14-17).

3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).

4) Que Deus criou os céus, a terra e estabeleceu os tempos e as estações, mantendo o funcionamento de toda a criação por sua própria palavra e poder, sendo Jesus Cristo, seu unigênito Filho, o primado de toda a criação (Gn 1.1-26; Jo 1.1-3; At 17.24-29; Cl 1.15-17, 19; Hb 11.3).

5) Que Deus, pela força da sua Palavra, criou o ser humano para habitar na terra, macho e fêmea, sendo da responsabilidade deste o povoamento do mundo, através da relação sexual entre o homem e a mulher, pelo casamento heterossexual (Gn 1.26-28; 2.18,24).

5-A) Que o casamento heterossexual é uma instituição criada por Deus, visando as reproduções humanas, devendo ser respeitada e repudiada qualquer atitude que leve ao seu desmerecimento, constituindo-se pecado práticas sexuais extraconjugais (Gn 2.18-24; Mt 19.4-9; I Co 6.12-20; Hb 13.4).

5-B) Que, biblicamente, qualquer prática sexual entre pessoas do mesmo sexo é antinatural e é abominada por Deus, bem como as práticas decorrentes da homossexualidade, tais como bissexualidade, travestismo e transexualismo (Gn 1.26-28; Lv 18.22-24; Dt 23.17.18; I Tm 1.10).

5-C) Que o ser humano é formado, no ventre materno, na união entre os gametas masculino e feminino, no momento da concepção; que, nessa formação, já existe uma pessoa, com espírito, alma e corpo, em seu estágio inicial, não sendo permitida a destruição do embrião ou do feto, para quaisquer fins, em todas as fases de seu desenvolvimento intrauterino (Sl 139.13-16; Zc 12.1b).

6) Que todas as autoridades legalmente constituídas provêm de Deus e que as leis humanas devem ser respeitadas e cumpridas por todos os cidadãos, desde que tais ordenações legais e humanas não contrariem as normas de conduta e de culto a Deus exaradas na Bíblia Sagrada para que seja possível a vida em uma sociedade livre e democrática, constituindo-se estas últimas em princípios de crença e consciência do cristão que devem ser protegidas legalmente (At 4.19-20; Rm 13.1-7; I Pe 2.13-17,19,20; CF art. 5º, inciso VI).

7) Que a verdadeira adoração a Deus se dá através da submissão do crente à sua Palavra, por uma vida santa e irrepreensível na sociedade e pela celebração de atos espirituais em forma de cultos através de uma liturgia organizada, sendo os templos legalmente instituídos os locais mais adequados para tal fim, pela crença na afirmação bíblica da presença do próprio Jesus Cristo durante sua realização, devendo todos os praticantes do culto e demais pessoas que nele comparecerem ter comportamento digno e respeitoso, e ser evitada qualquer conduta que produza escândalo ou fira os princípios de santidade e fé (Ec 5.1; Jo 2.16; I Co 14.26,40).

8) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).

9) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8).

10) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma, recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).

11- No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12).

12- Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15).

13- No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

14- Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a Sua soberana vontade (1 Co 12.1-12).

15- Na Segunda Vinda Premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira – invisível ao mundo, para arrebatar a Sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda – visível e corporal, com Sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14).

16- Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).

17- No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis, e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

CREMOS DA DECLARAÇÃO DE FÉ DA CGADB

1- Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);

2- Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);

3- No Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);

4- No Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);

5- Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus (Rm 3.23; At 3.19);

6- Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);

7- No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);

8- Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);

9- No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);

10- Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

11- No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

12- Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);

13 Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);

14- No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de Cristo na Terra (2 Co 5.10);

15- No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).

16 Cremos, também, que o casamento foi instituído por Deus e ratificado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

“CREMOS MAIOR”

Cap. I – Sobre as Sagradas Escrituras

Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo, escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”; que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2 Tm 3.16– ARA).

Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou soprada por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis.

As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do Espírito Santo:

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21).

Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto.

Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento.

A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática,4 a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus:

“A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA).

Cap. II – Sobre Deus

CREMOS, professamos e ensinamos que Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra:

“Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu” (Is 45.18); que Ele é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: “[…] para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31); que Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida:

“O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33.4); que Ele é o único Deus verdadeiro: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3) e não há outro além d’Ele:

“Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus […] que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro” (Is 45.5,6).

Ele é identificado na Bíblia como Deus: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai” (Gn 46.3), Deus Altíssimo e Deus Todo-poderoso, Jeová e Senhor, além de outros nomes.

Deus é um ser pessoal, que possui atributos naturais, morais e de poder, qualidades e virtudes que lhe são próprias.

Cap. III – Sobre a Trindade

CREMOS, professamos e ensinamos o monoteísmo bíblico, que Deus é uno em essência ou substância, indivisível em natureza e que subsiste eternamente em três pessoas — o Pai, o Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e majestade e distintas em função, manifestação e aspecto:

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). As Escrituras Sagradas claramente revelam que a Trindade é real e verdadeira.

Uma só essência, substância, em três pessoas. Cada pessoa da santíssima Trindade possui todos os atributos divinos — onipotência, onisciência, onipresença, soberania e eternidade.

A Bíblia chama textualmente de Deus cada uma delas; as Escrituras Sagradas, no entanto, afirmam que há um só Deus e que Deus é um:

“Todavia para nós há um só Deus” (1 Co 8.6); “mas Deus é um” (Gl 3.20); “um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.6).

Cap. IV – Sobre a identidade do Senhor Jesus Cristo

CREMOS, professamos e ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e o único mediador entre Deus e os seres humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5).

Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria.

Gerado do Espírito Santo no ventre dela, nasceu e viveu sem pecado: “como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15); que foi entregue nas mãos dos pecadores para ser crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre os mortos ao terceiro dia e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de onde intercede por nós e voltará para buscar a sua Igreja.

Cap. V – Sobre as obras de Cristo

CREMOS, professamos e ensinamos que a morte e a ressurreição corporal de Cristo são a viga mestra e o pilar da fé cristã.

Esses eventos distinguem o cristianismo de todas as religiões do mundo, pois o seu fundador continua vivo e vive para sempre: “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre” (Ap 1.17,18).

Sem a sua morte, não haveria redenção: “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.9). Sem a ressurreição, não haveria esperança para a humanidade:

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Co 15.17,18).

As obras de Cristo são amplas, mas aqui focamos em sua morte, ressurreição, ascensão ao céu e também nas implicações teológicas de sua morte expiatória e vicária em favor de todos os pecadores.

Cap. VI – Sobre o Espírito Santo

CREMOS, professamos e ensinamos que o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e ao Filho: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

O Espírito Santo é da mesma substância, da mesma espécie, de mesmo poder e glória do Pai e do Filho, pois é chamado de outro Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).

O Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e absolutamente autônomo: “o Espírito que provém de Deus” (1 Co 2.12), como havia declarado o Credo de Atanásio:

“Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho incriado, e o Espírito Santo incriado… não há três incriados,… mas um só incriado”. Ele é o Espírito eterno e existe por si mesmo.

1 Ele pertence à mesma essência e substância indivisível e eterna do Pai e do Filho. Os homens e os anjos foram criados e dependem do Criador, mas Ele, o Espírito Santo, não depende de nada, pois Ele é o Senhor: “o Senhor é o Espírito” (2 Co 3.17 – ARA).

Cap. VII – Sobre o homem

CREMOS, professamos e ensinamos que o homem é uma criação de Deus: “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7).

A palavra “homem” no relato da criação em Gênesis 1 e 2 é adam, que aparece depois como nome próprio do primeiro homem.

O ser humano foi criado macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Trata-se de um ser inteligente e que foi capaz de dar nome aos animais; feito à semelhança de Deus: “os

homens, feitos à semelhança de Deus” (Tg 3.9); um pouco menor do que os anjos; coroado de honra e de glória e dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal.

Mediante a graça, essa escolha continua mesmo depois da queda no Éden: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17).

Mais de uma vez, Israel teve a liberdade de escolha quando foi chamado por Deus. Podemos afirmar que nenhuma outra criatura foi feita como o homem, que é considerado a coroa da criação.

Adão é o primeiro homem, e dele e Eva veio toda a geração dos seres humanos que vivem sobre o planeta terra.

Cap. VIII – Sobre as criaturas espirituais

CREMOS, professamos e ensinamos que os anjos são uma ordem sobrenatural de seres celestiais criados por Deus antes da fundação do mundo.

Que eles são seres espirituais: “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).

O termo “anjo” significa “mensageiro”; nas línguas originais, hebraico e grego, era usado para designar seres celestiais, seres terrestres, como os humanos e também para designar os anjos maus.

Os anjos são organizados em milícias espirituais que povoam os céus: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo” (Lc 2.13).

Eles não são meras figuras de retórica, nem emanações cósmicas, mas são reais e habitam os céus. Jesus disse:

“os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18.10). De todas as criaturas, os anjos e os homens possuem uma natureza racional e espiritual que os torna superiores às demais criaturas irracionais.

Cap. IX – Sobre o pecado e as suas consequências

CREMOS, professamos e ensinamos que o pecado é a transgressão da Lei de Deus:

“porque o pecado é a transgressão da lei” (1 Jo 3.4 – ARA), ou seja, a quebra do relacionamento do ser humano com Deus.

Há diversos conceitos bíblicos tanto para designar o pecado, tais como rebelião e desobediência, como suas consequências, quais sejam: incapacidade espiritual, falta de conformidade com a vontade de Deus em estado, disposição ou conduta e corrupção inata dos seres humanos: “não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque” (Ec 7.20); “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

Atanásio, um dos pais da Igreja, dizia que o pecado é a introdução dentro da criação de um elemento desintegrador que conduz à destruição e que somente pode ser expelido por meio de uma nova criação.

Daí, a necessidade do novo nascimento. A universalidade do pecado é confirmada em toda a Bíblia e comprovada pela própria experiência humana.

Cap. X – Sobre a salvação

CREMOS, professamos e ensinamos que a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado, e a restituição do homem à plena comunhão com Deus, a todos os que confessam a Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal, precedidos do perdão divino:

“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).

Trata-se da restauração do relacionamento do ser humano com Deus por meio de Cristo: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co 5.19).

Somente a fé na morte expiatória de Jesus e o arrependimento podem remir o pecador e levá-lo ao Criador.

Essa salvação é um ato da graça soberana de Deus pelo mérito de Jesus Cristo e não vem das obras: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).

Cap. XI – Sobre a Igreja

CREMOS, professamos e ensinamos que a Igreja é a assembleia universal dos santos de todos os lugares e de todas as épocas, cujos nomes estão escritos nos céus:

 “À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23).

A Igreja foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Essa pedra é o próprio Cristo: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11), tendo a doutrina dos apóstolos por fundamento e Jesus a principal pedra de esquina: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20).

Ela, a Igreja, é a coluna e firmeza da verdade. É a comunidade do Senhor. Além de assembleia universal dos crentes em Jesus, o vocábulo “igreja” refere-se a um grupo de crentes em cada localidade geográfica.

Ensinamos que a Igreja é una e indivisível: um só corpo, um só Espírito, uma só fé e um só batismo. A Igreja envolve um mistério que não foi revelado no Antigo Testamento, mas que foi manifesto aos santos na nova aliança.

Cap. XII – Sobre o batismo em águas

CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para a sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

Reconhecemos esse ato como o testemunho público da experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição de Cristo:

“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2.12).

Cap. XIII – Sobre a ceia do Senhor

CREMOS, professamos e ensinamos que a Ceia do Senhor é o rito da comunhão e ilustra a continuação da vida espiritual.

Tal ordenança foi instituída diretamente pelo Senhor Jesus após a refeição da Páscoa na companhia de seus discípulos: “Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse:

Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos.

Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.26-28).

Desde então, a Igreja vem celebrando esse memorial e proclamando a Nova Aliança.

Esse “Novo Concerto” é cumprimento das promessas divinas desde o Antigo Testamento, sendo o próprio Jesus “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) e a nossa Páscoa: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7).

Cap. XIV – Sobre a forma de governo da Igreja

CREMOS, professamos e ensinamos que existe hierarquia no céu e na terra e também na Igreja, pois todos nós estamos sob autoridade; todos nós prestamos contas a alguém, à autoridade.

O próprio Senhor Jesus Cristo disse: “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38). A forma de governo da Igreja é bíblica e define quem exerce autoridade no que diz respeito ao serviço do culto coletivo e às questões doutrinárias e administrativas.

Nossa estrutura constitui-se de pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos e cooperadores; estes últimos identificados também como auxiliares ou trabalhadores de acordo com a região.

O termo “obreiro” é genérico e usamos praticamente para todos os cargos e funções na Igreja. Nosso modelo de governo de igreja tem por base as Escrituras Sagradas.

Cap. XV – Sobre a verdadeira adoração

CREMOS, professamos e ensinamos que a adoração é serviço sagrado, culto, reverência a Deus por aquilo que Ele é e por suas obras: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10).

Seguimos o modelo bíblico da adoração cristã sem nenhuma representação visual: “Então, o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma” (Dt 4.12).

Aqui estão incluídas as coisas que estão nos céus e na terra, como manda o segundo mandamento do Decálogo.1 Isso se faz necessário considerando, ainda, a reverência a Deus: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).

Assim, prestamos nossa adoração e nosso louvor em termos espirituais e imateriais sem o uso de imagens de escultura ou de qualquer outro tipo de representação.2 Entendemos que a adoração é o nosso reconhecimento de que Deus é digno de ser adorado como resposta humana à natureza divina: “o meu coração te disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei” (Sl 27.8).

Cap. XVI – Sobre a Igreja e o Estado

CREMOS, professamos e ensinamos que Deus constituiu autoridades para administrarem a vida em comunidade e exercerem juízos nas sociedades, pelo bem da coletividade:

“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13.1).

Com esse ensino, a Bíblia elimina a possibilidade de a Igreja desconsiderar as autoridades constituídas. O Estado é o povo politicamente organizado exercendo a soberania em um território.

A Igreja do Senhor Jesus Cristo vive em sociedade e respeita o Estado, colaborando com as autoridades que o representam na preservação da ordem pública e na formação de cidadãos de caráter íntegro e honesto, produtivos e conscientes de que a autoridade “é ministro de Deus para teu bem” (Rm 13.4).

Por outro lado, esses mesmos cidadãos são também conscientes de que a verdadeira pátria de um cristão está nos céus: “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20), e de que são, por isso mesmo, cidadãos do Reino de Deus.

Cap. XVII – Sobre a lei

CREMOS, professamos e ensinamos que a Lei de Moisés ou Lei do Senhor é de origem divina. As expressões “Lei de Deus”, “Lei do Senhor” e “Lei de Moisés” dizem respeito a uma mesma coisa.

A Lei de Moisés é o mais importante código de leis da antiguidade por sua santidade, por seu caráter espiritual e por sua autoridade divina: “a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom […] a lei é espiritual” (Rm 7.12,14).

Ela foi dada por Deus aos israelitas por meio de Moisés, o grande legislador do povo hebreu: “Porque a lei foi dada por Moisés” (Jo 1.17).

 Sua grandeza, porém, vai além de tudo isso, pois nela, Deus esboça o plano da redenção humana em Cristo:

“Porque o fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). A Lei é constituída de cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Seus preceitos jurídicos e suas narrativas históricas são de natureza profética, com significados espirituais profundos e aplicações teológicas no Novo Testamento.

Cap. XVIII – Sobre os dez mandamentos

CREMOS, professamos e ensinamos que os Dez Mandamentos são preceitos dados por Deus a Moisés para orientar a vida do povo de Israel.

Os Dez Mandamentos são chamados também de “Decálogo”. São oito proibições e duas ordens que, em hebraico, recebem a denominação de “as dez palavras”.

A Septuaginta, antiga versão grega do Antigo Testamento, emprega o termo decálogo, “decálogo, dez palavras”.

A fórmula introdutória do Decálogo tem característica única: “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo […]” (Êx 20.1).

O termo só aparece três vezes na Bíblia e é traduzido em nossas versões por “dez mandamentos”: “[…] e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos” (Êx 34.28);

“Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra” (Dt 4.13); “Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos” (Dt 10.4).

Somente a Versão Almeida Atualizada usa a expressão “as dez palavras”, mas apenas em Êxodo 34.28: “[…] e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, as dez palavras”.

O sentido de “palavra” na Bíblia é amplo; indica a comunicação de um conteúdo completo e também o portador linguístico de um significado.

O seu uso como “mandamento, discurso, pronunciamento, proposição” é legítimo, mas é só no Novo Testamento que cinco dessas palavras são chamadas de mandamentos e estão listadas fora da sequência canônica:

 “Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe” (Lc 18.20).

Após a Septuaginta, o termo “decálogo” só aparece no período da Patrística e, depois disso, o vocábulo tornou-se popular entre os cristãos.

Cap. XIX – Sobre o batismo no Espírito Santo

CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do alto:

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

É, também, uma promessa divina aos salvos: “e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias” (At 2.18).

Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas:

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).

Nessa passagem, ser “cheio do Espírito” indica ser batizado no Espírito Santo. O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e a manifestação dos dons. O batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário.

Cap. XX – Sobre os dons do Espírito Santo

CREMOS, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja.

O batismo no Espírito Santo é um dom: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38) e é para todos os crentes:

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39); mas os dons do Espírito Santo, ou “espirituais” na linguagem paulina: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Co 12.1) são restritos.

Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7).

São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles.

É por meio da Igreja que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais. Eles são dados à Igreja para sua edificação espiritual, seu conforto e seu crescimento espiritual.

Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo Testamento pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes sãos os dons espirituais”.

Em Romanos, aparece uma lista deles, mas não são os mesmos da lista dos nove dons, exceto o dom de profecia, que aparece em ambas as listas. Há outra lista que repete os dons de variedade de línguas e os dons de curar.

Cap. XXI – Sobre a cura divina

CREMOS, professamos e ensinamos que a cura divina é um ato da soberania, graça e misericórdia divina, que, através do poder do Espírito Santo, restaura física e/ou emocionalmente aqueles que demonstram fé em Jesus Cristo.

Deus fez o homem um ser integral, formado por uma parte material e outra imaterial. A parte material, o corpo, é tão importante quanto a imaterial, a alma e o espírito. A Bíblia mostra que a obra redentora de Cristo incluiu também o corpo:

“Gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

A vontade de Deus é, portanto, curar tanto a alma como o corpo: “É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades” (Sl 103.3).

Faz parte da natureza divina curar os enfermos, e Deus assim o faz para demonstrar o seu poder e amor pelos afligidos.

Cap. XXII – Sobre a Segunda Vinda de Cristo

CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases.

A primeira é o arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação,1 momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos:

“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7).

Nessa vinda gloriosa, Jesus retornará com os santos arrebatados da terra: “na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1 Ts 3.13).

Cap. XXIII – Sobre o mundo vindouro

CREMOS, professamos e ensinamos que existe um mundo vindouro para os salvos e para os condenados e que, depois do Milênio, virá o Juízo Final, conhecido como o Grande Trono Branco: “E vi um grande trono branco” (Ap 20.11). Após esse julgamento, virão o novo céu e a nova terra e a Nova Jerusalém.

Cap. XXIV – Sobre a família

CREMOS, professamos e ensinamos que a família é uma instituição criada por Deus, imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filho (s) — quando houver — pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).

Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e fê-los macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação heterossexual.

A diferenciação dos sexos visa à complementaridade mútua na união conjugal: “Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor” (1 Co 11.11); essa complementaridade mútua é necessária à formação do casal e à procriação.

Reconhecemos preservada a família quando, na ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os cuidados de parentes próximos.

Rejeitamos o comportamento pecaminoso da homossexualidade por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer configuração social que se denomina família, cuja existência é fundamentada em prática, união ou qualquer conduta que atenta contra a monogamia e a heterossexualidade, consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus.

Ev. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/505-introducao-ao-3-trimestre-de-2017-a-razao-da-nossa-fe-a-declaracao-de-fe-da-cgadb

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