LIÇÃO Nº 3 – A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A MOISÉS
Jesus é maior que Moisés.
INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo da Carta aos hebreus, analisaremos o capítulo 3.
– Jesus é maior que Moisés.
I – A POSIÇÃO DE MOISÉS
– Na sequência do estudo da Carta aos Hebreus, analisaremos o capítulo 3, oportunidade em que o escritor aos hebreus mostra a superioridade de Jesus em relação a Moisés, o legislador e o grande profeta de Israel.
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– Antes, porém, de adentrarmos na análise do capítulo 3, é importante vermos qual a posição que Moisés ocupava entre os judeus, posição, aliás, que é ocupada ainda hoje entre eles.
– Em Dt.34:10-12, vemos que “nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecer cara a cara, nem semelhante em todos os sinais e maravilhas que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó e a todos os seus servos, e a toda a sua terra, e em toda a mão forte, e em todo o espanto grande, que obrou Moisés aos olhos de todo o Israel”.
– Em Nm.12:6,7, o próprio Senhor disse:
“Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele.
Não é assim com o Meu servo Moisés, que é fiel em toda a Minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras, pois ele vê a semelhança do Senhor.…”
– Há, portanto, um testemunho claro das Escrituras de que Moisés era o maior profeta que havia se levantado até então, ocupando, pois, uma posição singular entre os profetas, meio pelos quais o Senhor falava aos pais, como diz o escritor aos hebreus logo no introito de sua carta (Hb.1:1).
– Moisés apresenta-se, pois, como o maior profeta de Israel e o texto sagrado nos informa as razões pelas quais ele está nesta posição de preeminência.
– Por primeiro, é um profeta que falava com Deus cara a cara, que tinha uma revelação direta do Senhor, não sendo, pois, nem por visão, nem por sonho, como ocorreu com todos os demais profetas levantados pelo Senhor. O Senhor falou diretamente com Moisés, de forma que ninguém teve tanta intimidade com o Eterno como ele.
– É importante observar que esta intimidade e esta revelação direta não significa que Moisés tenha “visto” Deus.
Alguns se confundem e acham haver contradição entre elas afirmação de que Moisés conheceu Deus “cara a cara”, com o fato de que as próprias Escrituras dizem que “ninguém jamais viu a Deus” (I Jo.4:2).
– Ora, tal dificuldade se resolve com a leitura de Ex.33:18-23, onde fica claro que Moisés nunca pôde ver a face de Deus, tendo-O visto apenas pelas costas, e, mesmo assim, porque o próprio Moisés pediu que lhe fosse mostrada a glória divina, numa prova de que nunca havia visto o Senhor.
– Este conhecimento “cara a cara” não significou o vislumbre da glória divina, nem a vista da face de Deus, mas era um diálogo direto, sem intermediação de sonhos e visões, como o Senhor deixou bem claro em Sua mensagem de reprovação a Arão e Miriã, quando firmou que “boca a boca falava” (Nm.12:8), vendo apenas “a semelhança do Senhor” e não o próprio Deus.
– Por segundo, Moisés se notabilizou por ser um profeta que fez sinais e maravilhas. Com efeito, além de Moisés, apenas Elias e Eliseu realizaram sinais e maravilhas entre os profetas, mas, mesmo assim, Elias fez apenas sete sinais e Eliseu, quatorze, sendo que Moisés realizou muito mais sinais do que estes dois.
– Moisés, quando retornou ao Egito, já realizou sinais entre os israelitas (Ex.4:30), tendo, depois, realizado sinais a Faraó e ao Egito, nove das dez pragas (já que, na última praga, a dos primogênitos, quem agiu foi um anjo e não o próprio Moisés).
Como se isto fosse, por diversas vezes, na jornada no deserto, Moisés realizou sinais e maravilhas, o que o torna um profeta diferenciado dentre os demais.
– Por terceiro, Moisés agiu com “mão forte”, ou seja, além de ser profeta, dirigiu o povo durante quarenta anos, sempre sendo assistido pelo Senhor.
Moisés governava debaixo da direta orientação do Senhor, sempre indo consultá-l’O, recebendo, assim, o poder do Senhor para poder conduzir o povo na jornada do deserto.
Nenhum outro profeta teve tal proceder, mesmo os que chegaram a também governar o povo, como era o caso de Davi.
Se Davi buscou a orientação de Deus, tinha de guerrear e derramar sangue para vencer os inimigos, enquanto que Moisés, só pelo fato de levantar as suas mãos em oração, propiciava a vitória para Israel, cujo exército estava sob comando de Josué (Ex.17:11,12).
– Por quarto, Moisés agiu com “espanto grande”, ou seja, o miraculoso, o maravilhoso era algo até certo ponto corriqueiro no ministério deste grande homem de Deus, como, por exemplo, no episódio da rebelião de Coré, Datã e Abirão, quando Moisés pediu algo extraordinário para demonstrar que era ele o legítimo líder do povo, ocasião em que a terra abriu e engoliu os rebeldes e seus familiares (Nm.16:28-33).
– Não resta dúvida, portanto, que, entre os israelitas, não poderia haver alguém maior que Moisés.
No entanto, o próprio Moisés anunciou ao povo que surgiria “um profeta como ele”, a quem os israelitas deveriam ouvir (Dt.18:19,18), de modo que o próprio ministério de Moisés tinha de ser visto como uma figura de alguém que viria e que deveria ser recebido pelo povo sob pena de consequências que viriam diretamente da parte do Senhor.
II – A SUPERIORIDADE DE CRISTO EM RELAÇÃO A MOISÉS
– Feitas estas sucintas observações a respeito da singular posição de Moisés dentre os profetas de Israel, adentremos no capítulo 3 de Hebreus.
– O escritor aos hebreus começa chamando seus destinatários de “irmãos santos”, fazendo-os, logicamente, lembrar do que havia acabado de dizer, ou seja, de que eles ostentavam a condição de “irmãos de Jesus Cristo” e que haviam sido santificados n’Ele, condição que não se poderia perder sem a devida retribuição.
– Muitos não aquilatam a grande relevância de sermos chamados de “irmãos santos”. Somos irmãos, mas isto não significa dizer apenas que somos irmãos uns dos outros, mas que todos nós somos “irmãos de Jesus Cristo”, o que nos faz lembrar de nossa filiação divina, filiação esta que nos adveio pela nossa fé em Cristo (Jo.1:12).
– Isto precisa ser extremamente valorizado entre nós, pois já não são poucos os que, tendo “títulos eclesiásticos”, não aceitam mais ser chamados de “irmãos”, querendo ser chamados de “pastor, “apóstolo”, “bispo”, “presbítero” e tantas outras coisas mais.
No entanto, o importante é sermos “irmãos”, pois só os “irmãos” entrarão nos céus, pois é pelo fato de nos tornarmos “irmãos de Jesus Cristo” que somos salvos.
– Além disso, os verdadeiros e genuínos “irmãos” são “santos”, porque são dotados do “mesmo DNA” divino, que é a santidade, característica que não cessa de ser proclamada pelos serafins que se encontram diante do trono do Senhor (Is.6:1-3).
Não se pode ser “irmão de Jesus Cristo” se não for santo. Temos compreendido isto?
– Mas além de chamar os crentes judeus de “irmãos santos”, o escritor também os denomina de “participantes da vocação celestial”, fazendo-os lembrar de que, pela “paixão da morte”, Jesus os fizera participantes do chamado para a salvação, chamado este que veio diretamente do céu.
Jesus deixou os céus para vir à terra precisamente para que pudéssemos participar desta “vocação celestial”.
Na casa do Pai havia muitas moradas, mas não havia lugar algum para nós. Foi Jesus quem nos fez “participantes da vocação celestial”. Por isso, equivocam-se aqueles que acham que Deus não chamou todos à salvação, pois o chamado é universal, mas somente se torna participante dele quem crer em Jesus.
OBS: “…”participantes da vocação celestial”, o que pode ser entendido de duas maneiras, a saber: seja por causa do fim ou por causa do princípio. Por causa do fim, porque eles foram chamados não para coisas terrenas, como no Antigo Testamento, mas para o reino celestial (I Ts. 2; I Pe. 2).
Por causa do princípio, porque não por nossos méritos ou pela indústria humana, mas somente pela graça celestial (Sl. 1; Rm. 8, Is. 46). E diz “participantes”, porque não só os judeus, mas também os gentios, foram chamados à graça da fé e ao Novo Testamento (Cl. 1).
Portanto, uma vez que você vive em caridade, e você é santo e convocado para as coisas celestiais, você deve se alegrar de ouvir sobre Ele, por meio de quem esses bens chegam a você.…” (AQUINO, Tomás de. Comentário aos Hebreus. Trad. J.I.M. n.12. Cit. Hb.3:1-6. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 13 nov. 2017) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).
– Após estas duas denominações dadas aos salvos, o escritor aos hebreus diz que os destinatários da carta deveriam considerar Jesus como “apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb.3:2). “…0 verbo considerar, no início, é importante.
Significa que Cristo deve receber particular atenção, já que não pode ser desconsiderado impunemente, e ao mesmo tempo significa que o genuíno conhecimento de Cristo é suficiente para dispersar as trevas de todo e qualquer erro.…” (CALVINO, João. Hebreus. Trad. de Válter Gracian Martins, p.78).
– Jesus é chamado de “apóstolo”, pois Ele foi “enviado pelo Pai”. A palavra “apóstolo” significa “enviado” e, por diversas vezes, o Senhor Jesus deixou claro que tinha sido enviado pelo Pai para realizar a obra salvífica (Mt.10:40; Mc.9:37; Lc.9:48; 10:16; Jo.3:17,34; 4:34; 5:23,24,30,36-38; 6:29,38-40,44,57; 7:16,18,28,29,33; 8:16,18,26,29,42; 9:4; 10:36, 12:44,45,49; 13:20; 14:24; 15:21; 16:5; 20:21).
Como bem diz o pastor Antonio Sebastião da Silva, diretor da Faculdade Teológica de Santo André (FATESA), Jesus é o “apóstolo do Pai”.
– Mas Moisés também não pode ser considerado “apóstolo”, já que também foi enviado? Certamente, pois é dito que Moisés foi enviado por Deus para ser “príncipe e libertador, pela mão do anjo que aparecera no sarçal” (At.7:35).
Mas este “apóstolo” é menor que Cristo, pois,
por primeiro, foi enviado “pela mão do anjo”, enquanto que Deus enviou Jesus diretamente, pois o próprio Jesus disse ter vindo e saído de Deus (Jo.8:42).
– Por segundo, Moisés, como já vimos, não pôde nunca ver a face de Deus, mas Jesus, ao revés, disse conhecer o Pai e d’Ele ser (Jo.7:29).de onde tinha saído e para onde iria (Jo.8:42).
– Por terceiro, Moisés foi enviado, mas ele próprio reconheceu a sua indignidade para tanto (Ex.4:10-16), enquanto que o Filho prontamente atendo ao chamado do Pai, aceitando vir ao mundo, pois era digno para tanto (Hb.10:5-9).
OBS: “…Mas Cristo foi enviado (apóstolo) com uma embaixada de uma posição muito superior à de Moisés, que disse: “Peço-lhe, Senhor, envie o que você tem que enviar” (Ex. 4), como se dissesse: você enviará um de maior dignidade que também é pontífice e sacerdote “para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 109).
Como se ele a estivesse salvando em sua condição principal, dizendo: “De onde, portanto, são irmãos, ponha os olhos no Apóstolo”, como se dissesse: não deixe seus olhos ir para aquele apóstolo ou enviado, Moisés e ao seu irmão, o pontífice Aarão, mas conserte-os, pare de mentir naquele que é o apóstolo e o Pontífice da nossa profissão, isto é, em que nos confessamos; porque é necessário para a salvação que nós o confessemos (Rm.10).
Ou interprete-se a confissão para o sacrifício espiritual, pois todos os sacerdotes são obrigados a oferecer sacrifícios.
De dois tipos são os sacrifícios, ou seja, corporais ou temporários, para os quais foi instituído o sacerdócio de Arão, e outro espiritual, que consiste na confissão de fé (Sl. 49), para a qual o sacerdócio foi instituído. Cristo, para não oferecer bezerros ou cabras (Is.1).…” (AQUINO, Tomás. ibid.).
– Jesus é, ademais, chamado de “sumo sacerdote da nossa confissão”, posição superior a que foi obtida por Moisés.
Não resta dúvida de que Moisés foi sacerdote, visto que ofereceu sacrifícios e, inclusive, foi o responsável pela oferta dos sacrifícios na própria cerimônia de consagração dos primeiros sacerdotes israelitas, seu irmão Arão e seus sobrinhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (Lv.8:13-30).
Como se não bastasse isso, intercedeu pelo povo diversas vezes, evitando que Deus destruísse Israel por causa da sua desobediência (Ex.32:30-35; Nm.14:11-20).
– Entretanto, Jesus não é apenas um sacerdote, como foi Moisés, mas, sim, o “sumo sacerdote”, ou seja, Ele ostenta uma condição que Moisés não ostentou, pois o sumo sacerdote escolhido foi Arão e não Moisés, não podendo, por exemplo, Moisés praticar os atos privativos do sumo sacerdote, como o de realizar os sacrifícios do dia da expiação (Lv.23-26-32).
Cristo, entretanto, é chamado de “sumo sacerdote”, porque não há sacerdote acima dele e, como veremos futuramente, produziu uma expiação muito mais valiosa do que a do dia da expiação, pois, naquele dia, o sumo sacerdote apenas adiava a punição do pecado, enquanto que Cristo Jesus retirou o pecado do mundo com Seu sacrifício.
– Como se não bastasse isso, diz o escritor aos hebreus que Jesus é o “sumo sacerdote da nossa confissão”.
“…A palavra ‘confissão’, usada no texto em foco, exprime duas ideias importantes para o cristianismo.
1º — Ela traz o sentido da formalidade de um voto, de um acordo legal, indicando, no vocabulário cristão, a solene lealdade que os homens devem a Cristo como seu Senhor e Salvador.
Doravante, sempre envolverá mais do que mera aceitação de um credo, de uma confissão de determinadas doutrinas ou decretos preestabelecidos.
Em sentido elementar, mas espiritual, é a entrega da alma a Cristo, naquela atitude dominada pela fé: ‘A saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo’ (Rm 10.9).
2º — Em sentido litúrgico, isso traz em si a ideia de um confessionário, onde o pecador arrependido busca perdão para seus pecados. No caso dos santos, esse confessionário são os pés de nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus foi constituído por Deus como “… apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão”. Diante d’Ele: ‘Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça’ (I Jo 1.9).…” (SILVA, Severino Pedro da. Hebreus: as coisas novas e grandes que Deus preparou para você, pp.49-50).
OBS: “…“Confissão”, aqui, é tomada no sentido de “fé”, como se quisesse dizer que a fé que professamos é vã e fútil, a menos que ela seja direcionada para Cristo como seu objeto…” (CALVINO, João., op.cit., p.79).
– Moisés é apresentado como “servo fiel em toda a sua casa”, expressão que o escritor aos hebreus retirou das próprias palavras do Senhor proferidas a Arão e Miriã quando estes dois irmãos de Moisés questionaram a liderança de Moisés sobre o povo (Nm.12:7).
Sem dúvida, este testemunho divino é um momento de auge no ministério de Moisés.
– Ocorre que Jesus também foi fiel, fazendo a vontade d’Aquele que O enviara, com tanta intensidade que chegou mesmo a dizer que fazer a vontade do Pai era a “Sua comida”, ou seja, a Sua própria razão de ser sobre a face da Terra (Jo.4:34) e uma fidelidade superior a de Moisés que, em menos uma oportunidade, não santificou o nome do Senhor e, por isso mesmo, foi impedido de entrar na Terra Prometida (Nm.20:12,13), ao passo que Jesus, fazendo-Se servo, foi obediente até a morte (Fp.2:7,8).
OBS: “…E Ele [Cristo, observação nossa] era fiel a Deus Pai, primeiro não atribuindo o que tinha, mas ao Pai (Jo. 5); segundo, porque buscou a glória do Pai, não a dele (Jo. 8: 7); em terceiro lugar, porque obedecia perfeitamente ao Pai (Fp. 2)…” (AQUINO, Tomás de. ibid.) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).
– Todavia, mesmo neste momento sublime da vida de Moisés, temos inferioridade em relação a Cristo Jesus, pois, se Moisés é tido como servo fiel em toda a casa de Deus, o certo é que maior honra do que a casa tem aquele que a edificou e o escritor aos hebreus mostra que quem edifica todas as coisas é Deus, mas Moisés foi fiel em uma casa já edificada,
onde atuou como servo para testemunho das coisas que se haviam de anunciar (Hb.3:4,5), enquanto que Cristo, na condição de Filho, que é superior a de servo, edificou a própria casa, casa esta que somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb.3:6).
– Moisés bem cuidou da casa que lhe foi confiada, ou seja, agiu com fidelidade como “príncipe e libertador” do povo de Israel, mas Cristo, Ele próprio, foi quem edificou esta casa, a nação de Israel, a nação santa, o povo sacerdotal, povo este que se estendeu aos gentios com a Sua morte na cruz do Calvário.
Portanto, mais do que Moisés, que era um servo fiel na casa de Deus, Cristo é o próprio edificador da casa e, portanto, superior a Moisés também neste ponto.
– “…Para não parecer que fazia Cristo igual a Moisés, ele mostra quão mais excelente é Cristo. E ostenta isso fazendo uso de dois argumentos: primeiro, embora Moisés presidisse a Igreja, ele era parte e membro dela; Cristo, porém, sendo seu construtor, é superior a todo o edifício.
Segundo, Moisés, ao governar outros, estava ao mesmo tempo sob autoridade, como um servo; Cristo, porém, já que é o Filho, possui o supremo poder.…” (CALVINO, João. op.cit., p.80).
– “…Qualquer tributo feito a uma casa é uma honra concedida a seu edificador. Aqui, a casa é claramente ‘a família de Deus’ (Ef. 3.14,15).
Por inferência, Moisés fazia parte dessa família. Mas o construtor (cf. Hb. 1.2) é Deus, que opera por meio do Filho. Cristo é o Senhor da Igreja, que é a sua casa, mas é também seu ‘fundador e edificador’.
Esta casa é chamada de ‘casa de Deus’, porque do ponto de vista divino, ela é a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade, de acordo com aquilo que declara Paulo e também outras declarações similares do Novo Testamento (cf. I Tm 3.15).…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., pp.51-2).
– João Crisóstomo (347-407), pai da Igreja, bem conclui esta comparação entre Jesus e Moisés, “in verbis”:
“…E ele mesmo diz: estava em casa. Ele não disse: um era o escravo, o outro era o mestre; Mas ele fez ouvir isso em voz baixa.
Se casa significa aqui pessoas e, se Jesus fosse do povo, Ele era da casa. Nós também estamos acostumados a dizer: Aqui está um homem que está em casa. Ele diz aqui “casa” e não “templo” porque o templo foi construído não pelo próprio Deus, mas pelos homens.
Enquanto aquela quem estabeleceu é Deus, este, Moisés. Veja como é indicada a superioridade de Deus.
Ele era fiel, ele disse, em toda a sua casa, e ele era daquela casa, isto é, do povo. Agora o trabalhador é mais estimável do que o trabalho, e o arquiteto do que a casa. “E o arquiteto de todas as coisas é Deus”.
Você vê que estamos falando aqui sobre todo o povo; e não sobre o templo. “Quanto a Moisés, ele era fiel em toda a casa de Deus, como um servo enviado para anunciar ao povo tudo o que lhe foi dito para dizer”.
Aqui está outra diferença que resulta do estado do filho e do servo. Você vê como, por este nome de Filho, ele faz entender que o título de Filho de Deus pertence a Jesus em toda a bondade? “Mas Cristo, como Filho, tem autoridade na Sua casa”.
Você vê como ele distingue e separa o trabalho do trabalhador, o servo do Filho? Ele entra no bem de Seu Pai, como Filho da casa, Moisés, porém, como servo.
“E somos nós que somos a sua casa, desde que mantenhamos até o fim uma firme confiança e a gloriosa esperança dos bens que nos aguardam”.…” (Sobre Hebreus. n. 500. Citr. Hb.3:1-6. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 13 nov. 2017) (tradução Google adaptada por nós de texto em francês).
– Mais do que Moisés, que era servo fiel em toda a casa de Deus, Cristo nos faz ser casa de Deus, até porque o Seu corpo é templo (Jo.2:21) e a Igreja é o corpo de Cristo.
Moisés, apesar de toda a sua fidelidade, jamais pôde transformar os israelitas em “templo de Deus”, algo que o Senhor Jesus pôde fazer, uma vez que, uma vez glorificado, em virtude do sacrifício perfeito que efetuou, pôde fazer com que passássemos a ser morada de Deus em Espírito (Jo.7:39; 14:17,21; Ef.22:22).
OBS: “…E a razão pela qual se funda o Apóstolo é que a maior glória é devida àquele que fez a casa do que a quem a habita.
Agora, Cristo fez a casa (Sl 73; Pv. 9), isto é, a Igreja; uma vez que, como legislador – e criador da graça e da verdade – levantou a construção da Igreja.
Moisés, por outro lado, teve sua glória devida única e exclusivamente por ter sido o promulgador da lei. Por isso, seu rosto brilhava com tanta força que os filhos de Israel não podiam fixar seu olhar nele (Ex. 34, II Co. 3).…” (AQUINO, Tomás de. ibid.).
– Esta superioridade de Cristo em relação a Moisés é o mote para mais uma exortação aos crentes hebreus para que não desanimassem, pois, em conclusão a este argumento, pede que esses irmãos ouvissem a voz do Espírito Santo e não endurecessem os seus corações, como haviam feito os israelitas que haviam saído do Egito com mais de vinte anos, inclusive o próprio Moisés, endurecimento que os levou a perecer no deserto sem entrar na Terra Prometida.
– Quando não ouvimos a voz do Espírito Santo, impedimos que Ele possa fazer morada em nós, deixamos de ser “casa de Deus” e o resultado disso é o fracasso espiritual inevitável, pois, assim fazendo, estaremos a tentar a Deus, a provocar o Senhor.
– Somente seremos “casa de Deus”, diz o escritor aos hebreus, se conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb.3:6).
– Esta afirmação do tratadista é muitíssimo importante, pois revela que a salvação é um processo, um avançar diário e contínuo, que depende da conservação firme da confiança e da glória da esperança, o que põe por terra a afirmação de que “uma vez salvo, salvo para sempre”.
– Bem ao contrário, torna-se mister que haja a “conservação da confiança” e isto nada mais é que a manutenção da fé.
A fé salvadora vem-nos pela Palavra de Deus (Rm.10:17), mas é necessário que, depois que nos apropriamos da fé, desenvolvamo-la, pois ela vem até nós como grão de mostarda, a menor das sementes, mas tem de se tornar a maior das hortaliças (Mt.17:20; Mc.4:31,32; Lc.17:6).
– A semente da mostarda só se torna uma grande árvore se, uma vez plantada, for devidamente cultivada e cuidada. Para tanto, precisa ter caído numa boa terra e ter um crescimento tal que a faça dar fruto.
– É exatamente isto que se exige de cada um dos salvos. Temos de cuidar da nossa fé, alimentando-a continuadamente, a cada dia, cada instante, tendo um constante diálogo com o Senhor, seja por meio da oração, reforçada com o jejum, seja por meio da meditação, leitura e estudo das Escrituras, buscando o seu conhecimento bem como o poder de Deus, para não errar e prosseguir no caminho para o céu.
Precisamos ter o mesmo sentimento que tiveram os discípulos ao pedir ao Senhor: “Acrescenta-nos a fé” (Lc.17:5).
– Ter fé não é apenas ouvir a Palavra de Deus, mas praticá-la, cumpri-la (Mt.7:24-27; Tg.1:22-25).
Foi exatamente isto que não fizeram os israelitas, como atesta o próprio apóstolo Paulo, ao mostrar que muitos de Israel não creram na pregação do Senhor (Rm.10:16), numa atitude que foi descrita pelo próprio Moisés, que, no seu último cântico, profeticamente, mostrou que Israel se esqueceria do Senhor e provocaria a Deus com suas vaidades, levando a sofrer a própria ira divina (Dt.32:18-21; Rm.10:19), tornando-se, assim, um povo rebelde e contradizente (Rm.10:21).
– Mas, além de “conservar a confiança”, é preciso também “conservar a glória da esperança”, ou seja, precisamos ter a consciência de que a salvação se encerra apenas na glorificação e que esta glorificação virá quando o Senhor Jesus vier arrebatar a Sua Igreja e, por isso, temos de viver esperando a vinda do Senhor.
“Nossa esperança é Sua vinda, o Rei dos reis vem nos buscar; nós aguardamos Jesus, ainda, té a luz da manhã raiar” (estrofe do hino 300 da Harpa Cristã). Estas palavras do poeta sacro Almeida Sobrinho devem ser o lema de todo aquele que serve a Jesus.
– Paulo dá o seu próprio testemunho de que só é possível combater o bom combate, acabar a carreira e guardar a fé se amarmos a vinda do Senhor (II Tm.4:7,8).
Não há como conseguirmos agradar a Deus e perseverarmos se não estivermos esperando a “bem-aventurança esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt.2:13), pois é somente esta “glória da esperança” que nos dará forças para renunciarmos à impiedade e às concupiscências mundanas e vivermos, neste presente século, sóbria, justa e piamente (Tt.2:12).
– Esta dupla conservação somente se fará possível se formos atentos à voz do Espírito Santo e não endurecermos os nossos corações, como fizeram os israelitas e o próprio Moisés nas águas de Massá e Meribá (Ex.17:1-7; Nm.20:7-13).
– “Massá” significa “tentação”. Na sétima prova de fé que o Senhor submeteu Israel no deserto antes da chegada ao monte Sinai, Israel superou-se em incredulidade.
Não só não creu em Deus diante da segunda vez em que passavam sede no deserto, como também duvidaram da própria presença de Deus no seu meio, visto terem indagado: “Está o Senhor no meio de nós ou não?”
– Não se pode tentar o Senhor (Mt.7:4; Dt.6:16), ou seja, não se pode pôr a Deus sob prova, sob teste, como se o Senhor estivesse à disposição dos seres humanos, tivesse que dar satisfações às Suas criaturas, como, aliás, vemos hoje nos ensinos seja da teologia da confissão positiva, seja da teologia da prosperidade, prima-irmã daquela.
Deus não deve satisfações ao homem, não é servo dos seres humanos, mas, sim, o Senhor e, por isso, não pode ser tentado em hipótese alguma.
– Somente se passa a tentar a Deus quando se deixa de fazer a vontade d’Ele, quando há um retorno ao ego, algo completamente alheio à vida cristã, que é uma entrega total e incondicional ao Senhor.
– “Meribá” significa “contenda”. Quando pomos o ego como referencial, levando-nos até a tentar o Senhor, entramos em uma “contenda”, a típica luta entre a nossa vontade e a vontade de Deus, um efeito da atitude de independência em relação a Deus que foi a mentira satânica que foi acolhida pelo primeiro casal quando da queda. Como diz o proverbista, o efeito da soberba é a contenda (Pv.13:10).
– A atitude pecaminosa leva-nos a contender com Deus (Gn.6:3; Jr.25:31; Os.4:1; Mq.6:2) e a contenda nunca pode ser o caminho a ser traçado pelo homem, visto que, se Deus é contra nós, quem poderá ser por nós?
– Os destinatários da carta deveriam ser conscientizados de que deixar Jesus era tentar a Deus, era iniciar uma contenda com o Senhor e o fim deles seria o mesmo que tinham tido os que haviam feito isto em Massá e Meribá, ou seja, perderiam a Terra Prometida, que agora não era mais a Canaã terrena, mas, sim, a Canaã celestial, onde Cristo já está.
– Os que tentam a Deus e contendem com Ele geram indignação divina, porque sempre erram em seus corações e não conhecem os caminhos do Senhor, razão pela qual não encontrarão o descanso com o Senhor. Quem assim procede, tem um coração mau e infiel para se apartar do Deus vivo (Hb.3:8-12).
– Agir como em Massá e Meribá é “endurecer o coração”. Como afirma Tomás de Aquino:
“…O coração duro é ruim. Duro é aquele que não cede, mas resiste ao que o dirige e não se deixa selar; e assim se diz o coração duro do homem, quando ele não cede ao mandado divino nem se deixa facilmente selar com as impressões divinas.
“O coração duro terá um mau momento no final da vida” (Eclo. 3:27); ” Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus,” (Rm. 2:5).
A partir de duas causas, esse endurecimento prossegue: de uma, por assim dizer, negativa, isto é, de Deus que não oferece a Sua graça (Rm. 9); e, por outro lado, positiva, pelo qual o pecador se endurece, não obedece a Deus e não abre o coração à graça.
” Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, para que não ouvissem.
Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas precedentes; donde veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos” (Zc.7:11,12), “não queiram endurecer seus corações”, isto é, não se fechem à influência do Espírito Santo (At.7).…” (AQUINO, Tomás de. ibid.).
– “…Nesta argumentação, o escritor sagrado relembra aos crentes hebreus o perigo em que caíram aqueles que provocaram a Deus, ao invés de tê-l’O reverenciado.
A desobediência de Israel no deserto trouxe a Deus um enorme desgosto — retardando assim a entrada do povo na Terra Prometida. Após este incidente, a marcha do povo parou e se inicia o período chamado de “vagueações”.
Desse ponto, voltaram de Cades para o deserto, vaguearam ali por 38 anos, fora do círculo da vontade divina. Ora, é vital distinguir entre as duas viagens: uma dentro da vontade divina e outra fora dela.
Em face a tudo isso, vem aqui também a advertência divina: “… ninguém [nenhum de nós] caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11), porque a Palavra de Deus nos adverte que:
“… a espada tanto consome este como aquele” (cf. 2 Sm 11.25; Lc 13.5).…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.56).
– Caso os destinatários da carta tomassem a decisão de deixar a Cristo e voltar às práticas judaicas, estariam repetindo o fatídico erro de seus ancestrais e passariam a vaguear por este mundo, aguardando tão somente a morte, que não seria apenas a morte física, temida por alguns, mas, o que é mais grave, a morte eterna, visto que não entrariam no repouso reservado para os salvos para toda a eternidade.
– É a escolha, lamentavelmente, que muitos têm feito em nossos dias de apostasia espiritual. Iniciaram uma contenda e tentação, o caminho da provocação no deserto, e, por causa disso, vaguearão por este mundo, dizendo-se parte do povo de Deus, mas tendo como inevitável e inexorável a morte, a perdição eterna. Que Deus nos guarde disto, amados irmãos!
– Quando passamos a “vaguear” pelo deserto desta vida, apartando-nos do Deus vivo, passamos a ter um coração mau e infiel.
Este coração mau, conforme o próprio texto grego original, é um “coração de incredulidade” e a incredulidade foi o motivo pelo qual não pôde a geração do êxodo ingressar em Canaã (Hb.3:19).
Também será a incredulidade que fará muitos sedizentes cristãos ficar do lado de fora da Jerusalém celestial.
– Para evitar este triste e lamentável estado, o escritor aos hebreus conclama seus leitores, no tempo chamado “hoje” para que ninguém se endureça pelo engano do pecado, o que somente se fará se retivermos o princípio da confiança até o fim, ou seja, se mantivermos e desenvolvermos a fé, como acima já dissemos (Hb.3:13,14).
– “…O tempo é hoje, isto é, a hora do dia; a hora da lei antiga era chamada de noite, porque era um tempo de sombra (Hb.10); mas o tempo do Novo Testamento, porque rejeita a sombra noturna da lei, chama-o de dia (Rm.13).
Também é dito dia do nascimento, o nascer do sol da justiça (Ml. 4.2); a este dia não se sucede a noite, mas um dia mais esplêndido, isto é, quando vemos o sol da justiça, sem véus, em sua roda, essencialmente.
E em tal dia se faz um benefício: “se você ouvir sua voz”, porque ouvimos isso, um benefício que eles não tinham no Antigo Testamento, no qual apenas as vozes dos profetas foram ouvidas…” (AQUINO, Tomás de. ibid.).
– “…o antídoto para que não se caia em tal perversidade é o exercício da exortação mútua. Como por natureza somos inclinados a ceder-nos ao mal, temos necessidade de múltiplos auxílios para conservar-nos no temor de Deus.
A menos que nossa fé se reanime reiteradamente, ela se entorpecerá. A menos que ela se aqueça, arrefecerá.
A menos que ela se mantenha de pé, se definhará. Ele, pois, deseja que se estimulem através de mútuo encorajamento, a fim de que Satanás não penetre sorrateiramente seus corações e com suas falsidades os afaste de Deus.
Deve-se notar essa sequência de considerações. Não é no primeiro assalto que nos precipitamos de vez nessa insanidade de digladiarmos contra Deus, senão que Satanás nos ataca paulatinamente, com astúcias indiretas, até nos ver enredados em suas imposturas.
Então somos embrutecidos e prorrompemos em franca rebelião. Devemos, pois, opor-nos a esse perigo enquanto é tempo. É um perigo que ronda a todos nós, já que não existe nada mais fácil do que nos deixarmos enganar.
E é da decepção que se desenvolve, em toda a extensão, a dureza do coração. Desse fato descobrimos quão necessário é que sejamos despertados pelo incessante excitamento do ânimo.
O apóstolo não só dirige uma instrução a todos para que se cuidassem, mas deseja também que todos se preocupem com a segurança de cada membro, para que não permitam que algum dos que foram chamados pereça em decorrência da negligência deles.
E aquele que sente ser seu dever preocupar-se com o bem-estar de todo o rebanho, sem que negligencie uma única ovelha, nesse caso desempenha a função de um bom pastor.…” (CALVINO, João. op.cit., pp.89-90).
– Eis, irmãos, o grande perigo da chamada “doutrina dos desigrejados”, que se apresenta, como podemos ver, como uma potentíssima arma satânica para levar ao fracasso milhares e milhares de sedizentes cristãos.
Se não houver a exortação mútua, a vida em comunidade numa igreja local, não teremos como resistir a este perigo de entrar em tentação e contenda contra Deus, de deixar de ouvir a voz do Espírito Santo e de, assim fazendo, apostatar da fé. Tomemos cuidado!
– O tempo desta exortação, deste companheirismo na jornada para o céu, é ‘hoje”. Costumamos dizer que este é o “dia de guarda do cristão”, pois é “hoje” que temos de ser fiéis, é “hoje” que devemos buscar a Deus, é “hoje” que devemos estar vigilantes, é “hoje” que devemos esperar o Senhor, é “hoje” que temos de estar preparados para o arrebatamento e para a nossa eventual passagem para a eternidade.
– Explica o escritor aos hebreus que houve um juramento divino para que os desobedientes não entrem no repouso.
“…o juramento divino, na passagem em foco, foi efetuado contra o povo, devido à sua rebeldia. Em sua ira, Deus jurou dizendo: ‘… não entrarão no meu repouso’.
Em sentido espiritual, isso também aponta para os dias atuais, quando o descuido tem trazido drásticas consequências às vidas de alguns cristãos.
Ao invés de desfrutarem do ‘descanso’ prometido por Jesus para suas almas, cumprem-se as palavras de Paulo, quando escreve aos romanos:
‘Tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego’ (Rm. 2.9,10).…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.57).
– Deus somente Se indigna com os que forem desobedientes e, portanto, o escritor aos hebreus alerta os seus destinatários que, por maiores dificuldades que estavam a sofrer, não havia qualquer indignação divina neste padecimento.
No entanto, se passassem a seguir, novamente, o judaísmo, a desobedecer a Deus, aí, sim, estariam em situação de apuros, porquanto Deus passaria a Se indignar contra eles e seu destino seria o mesmo da geração do êxodo, que não puderam entrar em Canaã, por causa da sua incredulidade.
– Não sejamos incrédulos, mas crentes, como disse o Senhor Jesus a Tomé, pois estes é que serão os bem-aventurados (Jo.20:27-29).
Ev. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/1595-licao-3-a-superioridade-de-jesus-em-relacao-a-moises-i