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LIÇÃO Nº 8 – UMA ALIANÇA SUPERIOR

A nova aliança no sangue de Cristo é superior à aliança estabelecida no monte Sinai.

INTRODUÇÃO

Na sequência do estudo da Carta aos Hebreus, analisaremos o capítulo 8.

– A aliança no sangue de Cristo é superior à aliança estabelecida no monte Sinai.

 

I – A ALIANÇA FIRMADA NO MONTE SINAI

– Na sequência do estudo da Carta aos Hebreus, analisaremos o capítulo 8, ocasião em que o autor procura mostrar que o pacto firmado por Cristo Jesus, a aliança estribada no sangue de Cristo é superior à aliança firmada no monte Sinai, a lei de Moisés.

– Antes, porém, de estudarmos a argumentação trazida pelo escritor, faz-se preciso rememorar quando e em que circunstâncias se firmou o pacto, a aliança entre Deus e Israel no monte Sinai.

– Depois que a comunidade única pós-diluviana, sob o comando de Ninrode, rebelou-se contra Deus no episódio da torre de Babel (Gn.11:1-9), fez-se necessário que o Senhor criasse uma nova nação, de onde pudesse vir o Salvador, já que todas as demais, surgidas da confusão das línguas, haviam escolhido viver em rebeldia contra Deus.

– Por isso, chamou Abrão em Ur dos caldeus e lhe prometeu fazer uma grande nação, na qual seriam benditas todas as famílias da Terra (Gn.12:1-3).

Esta nação efetivamente foi uma obra divina, já que, a começar do próprio Abrão, era impossível que ele tivesse filhos, diante da esterilidade de Sarai, sua mulher (Gn.11:30), o que se repetiu, depois, com seu filho Isaque, cuja mulher, Rebeca, também era estéril (Gn.25:21).] e, em parte, com Jacó, já que uma de suas mulheres, Raquel, estéril também era (Gn.29:31).

– Depois que esta nação foi formada, após ter passado 215 anos no Egito, onde se multiplicou grandemente (Ex.1:6,7), o Senhor tirou-o de lá, pelas mãos de Moisés, que tinha a missão de levar toda aquela população até o monte Sinai (também chamado de Horebe), onde, aliás, tinha o Senhor chamado a Moisés (Ex.3:12), pois ali eles serviriam a Deus.

– Note-se, portanto, que Deus havia escolhido Israel para servi-l’O e este era o objetivo da sua libertação do Egito.

Ao chegar ao monte Sinai, cinquenta dias após a Páscoa, o Senhor faz uma proposta aos israelitas para que eles fossem Sua propriedade peculiar dentre todos os povos, Seu reino sacerdotal e povo santo (Ex.19:5,6).

O Senhor, então, propõe uma aliança, um pacto com os israelitas e eles, prontamente, aceitam se tornar o povo de Deus (Ex.19:8).

Diante da aceitação da oferta divina, o Senhor mandou que o povo se santificasse por três dias, pois Ele viria numa nuvem espessa para que o povo ouvisse, falando o Senhor com Moisés e para que também cressem eternamente em Deus.

O povo não poderia tocar no monte e, quando se ouvisse um sonido longo de buzina, deveriam subir ao monte (Ex.19:9-13).

– O povo se santificou e, ao terceiro dia, o Senhor, como prometera, desceu ao monte, tendo a Sua aparição sido acompanhada de estremecimento de terra, trovões, relâmpagos, um sonido de buzina muito forte, que ia crescendo de grande maneira,

tendo o Senhor começado a falar com Moisés, que orientou o povo a que não traspassasse o limite do monte, passando, então, Deus a proferir as “dez palavras” (Ex.19:18-20:17).

– No entanto, diante de tamanhas manifestações, o povo não esperou o “sonido longo da buzina” para subir ao monte.

Pelo contrário, com medo, os israelitas se afastaram do monte, ainda que sob o protesto de Moisés, não querendo ter maior intimidade com o Senhor, dizendo que somente Moisés deveria subir ao monte e que ele transmitisse o que Deus queria falar ao povo, pois estavam com medo de morrer (Ex.20:18-21).

Esta aliança firmada no monte Sinai, portanto, foi uma aliança onde o povo não entrou em verdadeira comunhão com o Senhor, pois se manteve de longe.

Não foi uma aliança firmada com base na fé do povo de Israel, pois Israel não creu em Deus, na medida em que achou que o Senhor, que os haviam escolhido para ser Sua propriedade peculiar dentre os povos, queria matá-los, o que seria totalmente incongruente, pois como Deus poderia matar aqueles que havia escolhido para ser reino sacerdotal e povo santo?

– Tal aliança, ademais, já era firmada no monte Sinai após sete demonstrações de incredulidade por parte dos israelitas desde sua libertação no Egito até a chegada ao monte, visto que foram provados em sete oportunidades, falhando em todas elas.

– Com efeito, na saída do Mar Vermelho, o povo de Israel é provado em sua fé quando Faraó sai atrás dos israelitas com seu exército, ocasião em que o povo, em vez de confiar em Deus, passa a murmurar (Ex.14:10-12).

Logo após a passagem do Mar Vermelho, os israelitas, uma vez mais, mostram a sua incredulidade, pois foram se certificar que os egípcios realmente haviam morrido afogado no mar, apesar de Moisés já lhes ter dito, antes da abertura do mar, que haveria tal destruição (Ex.14:30).

– Na peregrinação no deserto, Israel foi provado, por duas vezes, com a sede, em Mara e em Massá e Meribá, e, em ambas as oportunidades, em vez de confiarem em Deus, murmuraram e chegaram, mesmo, a tentar a Deus (Ex.16:15:23,24; 17:1-7).

 – Com relação à fome, não foi diferente.

 Por três oportunidades, os israelitas também não creram no Senhor, murmurando e desobedecendo. Por primeiro, ao terem fome, murmuraram, ocasião em que Deus lhes prometeu o maná (Ex.16:1-3).

Quando receberam o maná, desobedeceram a Deus no tocante à colheita diária, deixando maná para o dia seguinte (Ex.16:19,20) e, por fim, desobedecendo ao Senhor no tocante à não colheita do maná no dia de sábado (Ex.16:22-28).

A aliança firmada no monte Sinai, portanto, estava enfraquecida, desde o início, pela incredulidade do povo de Israel, bem como foi firmada sem que se tivesse podido eliminar o pecado, tanto que Deus apareceu numa “nuvem espessa”, ou seja, não pôde se mostrar com clareza e transparência ao povo, povo que não podia sequer ultrapassar os termos do monte, já que ainda havia divisão entre Deus e o homem, divisão esta que é o pecado (Is.59:2).

A aliança, também, estava impregnada pelo medo, pois foi o medo que fez com que os israelitas não aguardassem o “sonido longo da buzina”, para que pudessem subir ao monte e, onde há medo, não há o perfeito amor, pois o amor lança fora o medo (I Jo.4:18) e como os dois grandes mandamentos da lei dizem respeito ao amor (Mt.22:36-40), tem-se,

de pronto, que o povo de Israel não tinha, mesmo, condição alguma de poder cumprir a lei, já que no próprio firmar da aliança se demonstrava a ausência do perfeito amor, que é a base, a essência da aliança que se estava a pactuar.

Não é, portanto, à toa que, no mesmo instante em que Moisés sobe ao monte, a pedido do povo, para, em nome dele, firmar o pacto, ante a recusa dos israelitas de aguardarem o sonido longo da buzina e subirem ao monte,

que o próprio Deus diz ao medianeiro que teria de surgir um outro profeta como Moisés a quem o povo ouvisse, a indicar, portanto, logo no momento mesmo em que se firmava a aliança, que outra aliança era necessária (Dt.18:15-19), circunstância que Moisés somente revelará ao povo em um de seus discursos de despedida.

– Não bastasse isso, quarenta dias depois que a lei é promulgada, Israel quebra os dois primeiros mandamentos com o episódio do bezerro de ouro(Ex.32), o que gerou, inclusive, a quebra das tábuas da lei que Moisés trazia do monte para Israel, tudo a indicar a necessidade de que uma nova aliança se fizesse para a redenção da humanidade.

II – O PACTO INSTITUÍDO POR CRISTO É SUPERIOR AO PACTO DO SINAI

– Verificadas as circunstâncias em que se firmou a aliança entre Deus e Israel no monte Sinai, analisemos, então, a argumentação do escritor aos hebreus que, depois de ter mostrado que Jesus era superior a Moisés e a Arão e que o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio de Arão, vai fazer um estudo a respeito da superioridade do pacto firmado por Cristo e do pacto firmado no monte Sinai.

OBS: “…O apóstolo provou a excelência do sacerdócio de Cristo em comparação com o levítico, por parte da pessoa; aqui prova o mesmo por parte do próprio sacerdócio, mostrando a excelência desse sacerdócio, em geral e especialmente, em relação ao sacerdócio da antiga lei…” (AQUINO, Tomás de. Comentário da Epístola aos Hebreus. Trad. J.L.M. n. 28; Cit. Hb.8:1-13. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 28 nov. 2017) (tradução Google de texto em espanhol).

– A argumentação a respeito da superioridade do pacto firmado por Cristo em relação ao pacto firmado no monte Sinai era de vital importância para que se atingissem os propósitos do escritor, que era evitar que os crentes judeus abandonassem a fé em Cristo e retornassem à prática do judaísmo, todo ele fundado na aliança mosaica.

– Concluindo sua explicação a respeito do sacerdócio de Cristo, sacerdócio eterno segundo a ordem de Melquisedeque, o autor diz que o resumo de tudo quanto havia falado é que os salvos têm um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade (Hb.8:1).

– Tomás de Aquino bem explica esta expressão “um sumo sacerdote tal”: “…- “Temos um tal sumo sacerdote”. Adianta o que vai dizer: primeiro, a dignidade deste sacerdócio; segundo, seu ofício. Sua dignidade é ter “um sumo sacerdote, que está sentado à direita do trono da majestade de Deus no céu”.

O trono é um símbolo do poder judicial, que para alguns vem a medir como ministros de Deus, por exemplo, para todos os reis, porque o adorarão prostrados, como é dito no Salmo 72; e a todos os prelados (I Co 4).

Assim, o trono de majestade significa o poder extremamente grande para julgar. Da mesma forma, porque a mão direita é a parte mais poderosa do animal, significa bens espirituais.

Assim, como Cristo tem o poder judicial, Ele é dito estar sentado, “porque o Pai deu ao Filho todo o poder de julgar” (Jo.5:22); e, uma vez que, após o Pai, Ele tem esse poder em um grau extremamente grande, sentar-se à mão direita de Sua majestade no alto, isto é, aquele que ocupa o primeiro lugar nos bens de maior quilate (Ele).

E que sentar juntos podem ser aplicados, como Deus, a Cristo; e assim fica com Ele, porque tem a mesma autoridade para julgar que o Pai, embora seja diferente em pessoa. Então, o “de majestade” deve tomar o lugar da pessoa do Pai.

Ou se referir a Cristo, considerado um homem, e isso está mais de acordo com a intenção do Apóstolo, porque fala do sumo sacerdócio de Cristo, que é sumo sacerdote como homem; e é assim que a sessão conjunta é explicada, porque a humanidade que ele tomou tem uma certa sociedade com a deidade e se senta com ela para julgar:

“Ele lhe deu o poder de julgar, na medida em que ele é um filho do homem” (Jo.5:27, Salmo 8).

Assim, a dignidade sacerdotal é revelada. Portanto, dizendo: “e Ele é o ministro ou sacerdote do santuário celestial”, ele declara a dignidade de Seu ofício.

E é dito “ministro das coisas sagradas”, isto é, de casas sagradas ou santuários; já que, anteriormente, os ministros receberam o ministério para manter as coisas sagradas e servir no tabernáculo; e nisto de uma maneira mais notável é Cristo, que é um ministro,

não pelo caminho como Deus, quem Deus é autor, mas como homem (Lc. 12); uma vez que a humanidade de Cristo é como o órgão da divindade, Ele é, portanto, “ministro das coisas sagradas”, porque atualmente administra os sacramentos da graça e, no futuro, os da glória.…” (op.cit. end. cit.) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).

A sublimidade do sacerdócio de Cristo está no fato de que Ele está sentado à direita do Pai, que se encontra na presença de Deus, nos céus, ou, como ele já dissera antes, mais sublime que os céus (Hb.7:26).

– Ao contrário dos sumo sacerdotes da ordem de Arão, que são terrenos e somente podem ingressar na presença de Deus, no lugar santíssimo, uma vez ao ano, e, mesmo assim, depois de ter oferecido sacrifícios por si mesmos, entrando ali não sem antes de lançar incenso no compartimento e de pôr o sangue do sacrifício que fez pelo povo no propiciatório, ou seja, na tampa da arca (Lv.16),

Jesus Cristo está permanentemente na presença de Deus, assentado no trono do Pai (Ap.3:21), vitorioso, sem pecado, pronto a nos atender, tendo todo o poder em Suas mãos (Mt.28:18).

– Temos, irmãos, de ter esta convicção. Não há o que possa nos deter de servir ao Senhor, não há quem possa enfrentar Cristo Jesus, pois Ele é vitorioso, está já reinando, aguardando nos céus o tempo da restauração de todas as coisas (At.3:21).

Não temos, pois o que temer, mas, tão somente, ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (Jo.16:33). Aleluia!

O sacerdócio de Cristo é celestial, enquanto o de Arão, terreno. “…Ele já estabelecera que Cristo é o Sumo Sacerdote. Agora argumenta que seu sacerdócio é celestial. Daqui se segue que, com sua vinda, o que Moisés estabeleceu sob a lei desapareceu, porquanto não era celestial.

Posto que Cristo sofreu na humilde condição humana, e, ao assumir a forma de servo, abriu mão de sua reputação perante o mundo [Fp 2.7], o apóstolo se volta para sua ascensão, pela qual não só se removeu o escândalo da cruz, mas também aquela humilhante e inglória condição que ele assumira para si juntamente com nossa carne.

Foi pelo poder do Espírito, o qual manifestou-se na ressurreição e ascensão de Cristo, que há de se conhecer a dignidade de seu sacerdócio. Eis seu argumento:

Posto que Cristo ascendeu à destra de Deus com o fim de reinar gloriosamente no céu, ele é o Ministro, não de nosso santuário terreno, e sim do celestial…” (CALVINO, João. Comentário de Hebreus. Trad. de Válter Graciano Martins, p.194).

– Estando nos céus, o Senhor Jesus é o ministro do santuário e verdadeiro tabernáculo, pois, na verdade, o tabernáculo que Moisés edificou (mais tarde substituído pelo templo) era apenas cópia do santuário celestial.

O autor aos hebreus chama a atenção para esta peculiaridade, porquanto, quando Moisés estava no monte, consta do texto sagrado, o Senhor mandou que Ele fizesse o tabernáculo conforme o modelo que lhe fora mostrado (Ex.25:9,40; 26:30; Nm.8:4).

– Tem-se, aqui, aliás, um tipo de argumento que faz com que alguns estudiosos entendam que o autor da epístola seja alguém que tenha tido influência da filosofia platônica, que tem como característica principal a de entender que, neste mundo terreno, temos apenas pálida cópia da realidade verdadeira, que é o que se encontra no “mundo das ideias”,

concepção que, inclusive, terá grande influência no início da história da Igreja que associará o “mundo das ideias” de Platão ao mundo celestial, às coisas espirituais, às coisas de Deus, em contraponto a este mundo terreno, contaminado e distorcido pelo pecado.

– “…Os sacerdotes terrenos haviam sido agraciados por Deus com uma grande honra, a de serem ministros do santuário terrestre — originalmente erigido no deserto e depois transferido para o templo construído por Salomão.

Mas a honra de ser ministro do santuário celestial, no Reino eterno de Deus, somente foi conferida a nosso Senhor Jesus Cristo. Moisés foi comissionado por Deus para construir o Tabernáculo no deserto, quando recebeu de Deus o modelo de cada peça e a orientação divina acerca de cada detalhe.

Deus ainda lhe advertiu dizendo: “Atenta, pois, que o faças conforme o seü modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). Nele, Arão e seus filhos foram ministros. Porém, este não era o verdadeiro Tabernáculo que estava nos céus, cujo arquiteto foi Deus, e não o homem.

Nele, somente Jesus teve o privilégio de entrar e nele ministrar!…” (SILVA, Severino Pedro da. Hebreus: as coisas grandes e novas que Deus preparou para você, p.140).

– Jesus é o ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, que se encontra nos céus. Seu sacerdócio é celestial. Se estivesse na Terra, bem afirma o escritor, nem sequer poderia oferecer sacrifícios, pois não era da tribo de Levi e, sim, da tribo de Judá, e, portanto, jamais poderia oferecer sacrifícios.

– Mas, precisamente porque tais sacrifícios são feitos na Terra e os sacerdotes que os oferecem são terrenos, tais sacrifícios são apenas “figuras”, “símbolos”, “sinais”, “tipos” do verdadeiro sacrifício que adentraria aos céus, tirando o pecado do mundo e proporcionando a redenção da humanidade.

– “…O sumo sacerdote da linhagem de Arão tinha de ser um homem competente para manter seu povo no centro da vontade de Deus. Por isso vemos que ‘a iniquidade do santuário’ era posta sobre ele (Nm.18.1).

Era, portanto, necessário que o sumo sacerdote e os sacerdotes inferiores oferecessem “dons [ofertas] e sacrifícios” todos os dias — por si mesmos e pelos outros.…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.141).

– O argumento da terrenalidade dos sacrifícios efetuados pela lei e que, por conta disso, eram eles apenas figuras do verdadeiro sacrifício, já indica que a lei estabelecida no monte Sinai era apenas um paliativo, um remédio para a verdadeira aliança que se estabeleceria entre Deus e os homens, a mostrar que não era a lei, como imaginavam os judeus, o pacto pleno entre Deus e a humanidade.

– O apóstolo Paulo, quando escreve aos gálatas, crentes que também estavam adotando a lei após terem sido salvos por Cristo Jesus, diante da influência que estavam tendo dos judaizantes que para a Galácia haviam ido depois que Paulo os deixara, também mostra como a aliança mosaica era apenas um aio que serviu única e exclusivamente para guiar até Cristo (Gl.3:24,25).

– Os israelitas não estavam preparados para desfrutar da promessa de Deus a Abraão, não tinham condições de firmar, pela fé, um pacto com o Senhor e, por isso, receberam a lei, a fim de que ela os conduzisse até Cristo, a fim de que eles aguardassem a posteridade de Abraão, que era Jesus, para que, então, tivessem vida plena com o Senhor, por meio da fé em Cristo Jesus.

– As cerimônias da lei, todos os rituais de sacrifícios e dons eram apenas “exemplar e sombra das coisas celestiais”, tanto que o próprio tabernáculo, onde tais rituais deveriam ser realizados, nada mais era que uma cópia do modelo que havia sido mostrado a Moisés no monte Sinai (Hb.8:5).

– Mas há aqui uma dificuldade. Jesus Cristo está no céu, disto não há a menor dúvida. O santuário está no céu, disto também não há a menor dúvida. Mas Jesus veio a Terra, nela morreu e nela ressuscitou. Por que se enfatiza este aspecto celestial se a redenção se fez na Terra?

– Com a palavra João Calvino: “…Qual era a intenção do apóstolo ao dizer que o sacerdócio de Cristo está situado no céu? Por certo que ele sofreu na terra e fez expiação por nossos pecados com sangue terreno (visto que ele derivou sua origem da semente de Abraão);

o sacrifício de sua morte foi visível; aliás, para oferecer-se ao Pai, ele teve que descer do céu à terra e viver em sujeição, como homem, às lutas da vida mortal, e por fim à morte.

Respondo que tudo o que surge superficialmente como sendo terreno em Cristo deve ser visualizado com os olhos da fé, deve ser visto como sendo espiritual. Daí sua carne, que veio da semente de Abraão, era o templo de Deus, e, portanto, poder vivificante.

Aliás, a morte de Cristo foi vida para o mundo todo, e tal coisa seguramente é de caráter supernatural. O apóstolo está se referindo não tanto às propriedades particulares da natureza humana, mas, antes, ao poder secreto do Espírito.

Por isso é que a morte de Cristo não possui nada de mundano. Ao tratarmos de Cristo, aprendamos a elevar todos os nossos pensamentos ao nível do reino de Deus. E assim não nos ficará dúvida alguma.…” (op.cit., p.195).

– “…O tabernáculo que foi armado pelo homem, de acordo com o desígnio de Deus. Havia uma parte externa, em que estava o altar em que deveriam ser oferecidos os seus sacrifícios, que tipificavam a morte de Cristo; e havia uma parte interior dentro do véu, que tipificava Cristo intercedendo pelo povo no céu.

Agora, nesse tabernáculo Cristo nunca entrou; mas, tendo concluído a obra da expiação no verdadeiro tabernáculo do seu próprio corpo, Ele é agora um ministro do tabernáculo, do Santo dos Santos, do verdadeiro tabernáculo no céu, ali tratando das questões do seu povo,

intercedendo diante de Deus por eles, para que os pecados deles sejam perdoados e suas pessoas e serviços sejam aceitos, por meio do mérito do sacrifício dele. Ele não está somente desfrutando de grande domínio e dignidade no céu, mas,

como o sumo sacerdote da sua igreja, exercendo o seu ofício por eles todos em geral, e por todo membro da igreja em particular.…” (HENRY, Matthew. Comentário bíblico – Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Trad. de Luís Aron, Valdemar Kroker e Haroldo Janzen, p.785).

– Esta circunstância de estar Jesus no verdadeiro tabernáculo, diuturnamente na presença de Deus, mostra que Seu sacerdócio é superior ao de Arão e que o pacto que Ele firmou é superior ao da lei, pois, consoante já vimos, na aliança firmada no Sinai não se teve contato com Deus, pois o povo não subiu ao monte, não ingressou no “santo dos santos”, isto é, na presença de Deus.

– Neste ponto, é importante aqui ver lição do pastor Aldery Nelson Rocha, que vê no monte Sinai um “tabernáculo natural”, onde o cume do monte seria o “santo dos santos”, aonde os israelitas não entraram, falhando, assim, na sua consagração sacerdotal.

Para lá foi Moisés, mas de modo temporário, em duas jornadas de quarenta dias, sendo que, na segunda, ao retornar, estava com o seu rosto brilhante, o que, também, foi algo temporário, ao passo que Jesus nele adentrou triunfante, ao subir aos céus,

ali permanecendo diuturnamente e quem o ouvir, como disse o Senhor a Moisés quando ele se chegou à presença de Deus no cume do monte, também desfrutará desta participação na natureza divina, desta presença constante do Senhor. Aleluia!

– É bom aqui observar que Jesus entrou no “santo dos santos” celestial quando subiu aos céus. Não tem qualquer sentido a alegação dos adventistas do sétimo dia de que o ingresso no “santo dos santos” somente se deu em 1844, como ensinou Ellen White, querendo, com isto, “salvar” a pregação de William Miller a respeito da suposta volta de Cristo para aquele ano.

Jesus, diz o escritor aos hebreus, alcançou ministério mais excelente, é mediador de um novo concerto desde quando expirou na cruz do Calvário, tanto que, imediatamente após isto, levou cativo o cativeiro, subindo até o terceiro céu,

onde levou os justos que estavam no seio de Abraão (Ef.4:8-10), tendo sido recebido com triunfo na glória celestial (Sl.24:7,8), tanto que já foi visto nesta situação por Estêvão (At.7:56), pois, desde Sua morte na cruz já resolvera o problema do pecado, que dividia o homem e Deus, sendo prova disto o rasgo do véu do templo terreno de alto a baixo (Mt.27:52; Mc.15:38; Lc.23:47).

OBS: “…Simplificando, a heresia acerca da purificação do Santuário Celestial nasceu assim: Um pregador batista, interpretando erradamente Dn. 8.14, concluiu que a Terra,

qual santuário profanado desde a queda de nossos primeiros pais (Adão e Eva) no Jardim do Éden, seria purificada dentro de 2.300 anos, a contar do ano 457 a.C.; esta matemática leva ao 1.844 d.C.. Assim: Do ano 457 a.C. ao ano 1 a.C. temos 456 anos.

Do ano 1 a.C. ao ano 1.844 temos 1.844 anos. E a soma destes valores corresponde a 2.300 anos. Também, se subtrairmos 456 de 2300, obtemos 1.844.

O referido Miller concluiu então que Jesus voltaria à Terra em 1.844 para purificá-la e transformá-la em paraíso como no princípio; chegou e se foi o aprazado ano, mas Jesus não veio conforme o esperado. Miller reconheceu o seu erro e, arrependido, reconciliou-se com sua ex-igreja, onde permaneceu fiel e humilde até a morte.

Porém, uma boa parte dos que haviam se unido a Miller começou a dizer que a interpretação de Miller, errada quanto ao local, estava certa quanto à data. Segundo eles, até 1.844, Cristo havia oficiado no primeiro compartimento celestial chamado santo; a partir daí, Ele passou para o compartimento chamado Santo dos Santos ou Santíssimo e se pôs a purificá-lo.

(…) A alegada purificação do santuário celestial que os adventistas teimam em dizer que começou em 1844, como já sabemos, é rotulada também por eles de Juízo Investigativo. Creem os adventistas que os pecados dos que morreram fazendo a vontade de Deus, embora perdoados, não estavam cancelados, pois permaneceram no livro de registros pelo menos até 1844.

A partir daí, Cristo está investigando caso a caso e, quando concluir esta investigação (a qual inclui todos os vivos [cristãos e não-cristãos]), Ele virá buscar a Sua Igreja. Logo, Jesus ainda não concluiu esse escrutínio, visto que, de outro modo, Ele já teria vindo.

Assim se vê que os adventistas têm uma ideia muito pequena da Augusta Pessoa de Jesus. Pense nestas perguntas:

1) Será que o onisciente e onipotente Jesus levaria tantos anos para examinar estes casos? Hoje são 11 de março de 2007, e, portanto, já faz 163 anos que tudo começou (2007-1844= 163);

2) Será que no Céu existe, literalmente, uma pilha de livros?

3) Será que quando a Bíblia diz que todas as ações dos homens estão sendo registradas em livros, livros estes que serão abertos no Dia do Juízo, não quer dizer apenas que Deus está atento a todos os nossos atos, que responderemos por todos os nossos feitos, e que o galardão será à base das obras?

Imaginar Deus de caderninhos na mão fazendo anotações (ou encarregando os anjos de fazê-lo, como o supõem os adventistas), é ter uma péssima ideia de Deus.

Aliás, esse negócio de pecado perdoado, mas não cancelado, pregado pelos adventistas em O Conflito dos Séculos, páginas 488-489, e Nisto Cremos, página 418, é doutrina estranha à fé cristã.…” (SANTANA, Joel. IASD: Que Seita é essa? apud A respeito do santuário celestial. Disponível em: http://www.cacp.org.br/a-respeito-do-santuario-celestial/ Acesso em 28 nov. 2017).

– Sempre buscando demonstrar, nas Escrituras hebraicas, a validade de seus argumentos, o escritor aos hebreus vai demonstrar que elas próprias dizem que o pacto firmado no Sinai era temporário e imperfeito, exigindo-se, assim, um novo pacto.

Para tanto, faz uso do texto de Jr.31:31, em que o Senhor fala, através do profeta, que haveria dias em que se estabeleceria um novo concerto com a casa de Israel e com a casa de Judá.

– Com efeito, o profeta Jeremias anunciou a vinda de um novo concerto, ou seja, de um novo pacto, que seria diferente daquele que o Senhor havia estabelecido com Israel no monte Sinai, quando os havia tomado da terra do Egito, uma vez que os israelitas o haviam invalidado, apesar de Deus os ter desposado (Jr.31:32).

Neste novo pacto, disse o profeta, a lei seria posta no interior de cada israelita e escrita no coração deles, e, então, eles seriam o Seu povo e Ele seria o seu Deus (Jr.31:33). Portanto, o próprio Senhor dissera ao povo judeu que seria necessário uma nova aliança que pudesse levar Israel ao cumprimento do desígnio divino para com ele.

OBS: “…Deus tirou Israel do Egito, mostrando-lhes muitos milagres e prodígios; então firmou um pacto com eles. Mas tal concerto se alicerçava sobre a Lei, escrita em tábuas de pedra e contendo ameaças àqueles que não cumprissem este pacto.

O novo concerto de Deus com Israel repousaria agora sobre condições espirituais que seriam mescladas com a misericórdia divina, tendo como mediador não mais Moisés, mas o próprio Filho de Deus.

Neste novo concerto não há distinção entre “… grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11).(…)

A Lei foi primeiramente dada a Israel como sendo a “lei oral”. Depois, Moisés recebeu de Deus a “lei escrita”. A lei oral foi gravada na mente do povo eleito, mas ao que parece não desceu ao seu coração.

“Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” (Is 29.13; Mt 15.8).

A Lei escrita, quando lida, relembrava ao povo o seu dever para com o Senhor, Deus de Israel. Porém, o novo concerto por Deus prometido trazia uma nova metodologia indutiva para cada coração.

‘Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração…’ (Jr 31.33)…”. (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.145).

– A lei não pudera ser escrita nos corações dos israelitas, pois eles não haviam ido até o cume do monte, como fora determinado pelo Senhor, não tinham adentrado ao “santo dos santos” e, por conta disso, a lei teve de ser escrita em pedra e, mesmo assim, foram as primeiras tábuas de pedra quebradas diante da desobediência do povo no episódio do bezerro de ouro, a comprovar que o pacto havia sido invalidado por Israel.

OBS: “…A Lei foi primeiramente dada a Israel como sendo a ‘lei oral’. Depois, Moisés recebeu de Deus a ‘lei escrita’.

A lei oral foi gravada na mente do povo eleito, mas ao que parece não desceu ao seu coração. ‘Porque o Senhor disse:

Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído’ (Is 29.13; Mt 15.8).

A Lei escrita, quando lida, relembrava ao povo o seu dever para com o Senhor, Deus de Israel. Porém, o novo concerto por Deus prometido trazia uma nova metodologia indutiva para cada coração.

 ‘Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração…’ (Jr 31.33).…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.146).

– “…Outrora Ele escreveu suas leis ao seu povo, agora vai escrevê-las neles, isto é, Ele vai lhes dar compreensão para conhecerem e crerem na sua lei. Ele vai lhes dar memória para retê-la; Ele vai lhes dar o coração para amá-la e consciência para reconhecê-la.

Ele vai lhes dar coragem para professá-la e poder para colocá-la em prática; todos os hábitos e a estrutura da alma deles serão uma tábua e uma transcrição da lei de Deus.

Esse é o fundamento do concerto; e, quando este estiver colocado, as responsabilidades serão cumpridas de forma sábia, sincera, pronta, fácil, resoluta, constante e confortavelmente.…” (HENRY, Matthew. op.cit., p.786).

– Tudo isto prova que o pacto firmado no Sinai era imperfeito, não da parte de Deus, logicamente, mas da parte do povo e que era necessário um novo pacto, uma nova aliança, em que se eliminasse o fator que separava o homem de Deus, qual seja, o pecado.

– É oportuno aqui observar que a promessa de Deus permanecia a mesma, que o Senhor não mudou o Seu propósito, mas que o homem não estava ainda em condições de desfrutar da promessa. Como afirma Calvino:

 “…Há certa dificuldade no que ele diz mais adiante sobre o pacto do evangelho que foi proclamado sobre melhores promessas.

É evidente que aos pais, que viveram sob o regime da lei, foi ministrada a mesma esperança de vida eterna, e de igual modo receberam a graça da adoção. Portanto, sua fé, indubitavelmente, repousou sobre as mesmas promessas.

A comparação do apóstolo, contudo, tem referência mais à forma do que à substância. Embora Deus lhes prometesse a mesma salvação que nos é prometida hoje, todavia, nem a natureza nem a forma da revelação são as mesmas que temos hoje…” (op.cit., p.200).

– “…De acordo com o Dr. C. I. Scofield, uma ‘dispensação’ é um período de tempo em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a alguma revelação especial da vontade tanto permissiva como diretiva de Deus.

Os teólogos dispensacionais ensinam que existem sete dispensações:

1a: A da inocência;

2a: A da consciência;

3a: A do governo humano;

4a: A da promessa (patriarcal);

5a: A da Lei;

6a: A da graça;

7a: A da plenitude dos tempos (Reino).

As Escrituras também nos informam que Deus estabeleceu 8 pactos, ou alianças, com os homens. São elas:

(I) Edênica;

 (2) Adâmica;

(3) Noélica;

(4) Abraâmica;

(5) Lei;

(6) Palestiniana;

(7) com Davi e

(8) a Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Cristo. Esta última é um legado da graça divina e entrou em vigor com a morte de Cristo (cf. Mt 26.28; I Pe 1.4).

Todas as alianças foram de alguma forma repreensíveis por causa da fraqueza humana. Mas o pacto feito por Deus e selado com a morte de seu Filho é eterno e irrepreensível em si mesmo e em sua forma de aplicação…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.144).

– Os israelitas não creram em Deus nem tiveram amor, por isso não puderam entrar em perfeita comunhão com o Senhor quando do pacto firmado no Sinai.

Tomás de Aquino, aliás, entende que esta escrita da lei no coração, de que fala o profeta Jeremias, é precisamente o amor, “in verbis”:

“…Do mesmo modo, inclina o afeto a agir bem, pois é gravado no coração; a cujo propósito diz:

“e escrevê-la sobre seus corações”, isto é, acima do conhecimento, vou escrever amor; “Mas acima de tudo mantenha o amor” (Cl. 3:14); “O amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm. 5).

 E esta é a carta de que ele acrescenta: “Não está escrita com tinta, mas com o espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são seus corações” (II Co.3).…” (op.cit. n.29. end.cit.).

– Diante disto, o próprio Deus disse que haveria de fazer um novo concerto, onde haveria esta plenitude de comunhão, onde não se necessitaria mais de ensino da lei, pois todos conheceriam a Deus, de modo direto.

Ora, uma das características do judaísmo era, precisamente, a existência de mestres, de ensinadores da lei, até porque, nos dias em que se escrevia esta carta, falavam os judeus a língua aramaica, nem mais conheciam a língua hebraica,

que era a língua em que estavam redigidas as Escrituras, sendo, pois, absolutamente necessário, que houvesse aqueles que ministrassem a Palavra.

– O escritor aos hebreus mostra aos crentes judeus que eles tinham tido esta intimidade com o Senhor, que, por meio de Cristo, tinham entendido o verdadeiro sentido das Escrituras e já estavam a desfrutar da vida eterna.

Tinham o conhecimento de Deus e não poderiam, agora, querer voltar às práticas judaicas, onde não se tinha tal conhecimento, onde havia um véu que os impedia de ter a perfeita compreensão da lei, tal qual o próprio Cristo havia mostrado quando de Seus ensinamentos durante Seu ministério terreno.

– Os crentes judeus estavam querendo retornar à submissão aos doutores da lei, às “fábulas judaicas, aos mandamentos de homens” (Tt.2:14). Isso nada mais era que pura insensatez, visto que um só é o nosso Mestre: Cristo Jesus (Mt.23:8).

– Hoje, não são poucos os que estão a agir da mesma maneira. Estão a trocar a intimidade com o Senhor pela mediação de supostos mestres, estão a trocar o acesso direto ao trono da graça por ensinamentos de medianeiros, que se interpõem, indevida e ilegitimamente, entre nós e Cristo Jesus.

Por isso, muitos estão a querer seguir “visões” de “apóstolos”, “paipóstolos”, “patriarcas”, como se isto fosse possível. Não cometamos esse equívoco, amados irmãos!

– O novo concerto permite o conhecimento de Deus desde o nosso interior, pois, como diz Tomás de Aquino,

“…O interior é próprio de Deus, que trabalha de dentro (Jó 32); e assim o Novo Testamento foi dado, porque consiste na infusão do Espírito Santo, que instrui internamente.

Não é suficiente, então, saber, mas é necessário realizar o que é conhecido; pelo que ele primeiro ilumina o entendimento para saber; é por isso que ele diz:

“Vou imprimir minhas leis em sua mente”; e os coloca no plural pelos vários preceitos e conselhos; e esta é a obra do Espírito Santo (1Jo.2, Jo.14).…” (op.cit. n.29. end.cit.) (tradução Google de texto em espanhol).

O autor ainda diz que, neste novo concerto, há verdadeiro perdão dos pecados, o Senhor não mais se recorda das iniquidades, porque, em o novo concerto, há, sim, retirada dos pecados, e não apenas cobertura, como ocorria no pacto firmado no Sinai.

Com efeito, diariamente, dois cordeiros deviam ser imolados pelo pecado do povo, sacrifício instituído precisamente no monte Sinai (Nm.28:1-8), sem se falar no dia da expiação, quando, além de sacrifício específico em favor do povo,

era levado sangue para ser colocado sobre a tampa da arca para a propiciação dos pecados (Lv.16:15-34), numa comprovação de que os pecados estavam sempre diante de Deus, pois eram apenas cobertos e não tirados (Sl.32:1).

– É interessante observar que, entre os judeus, entende-se que a alegria e o júbilo pela entrega da lei não se deve celebrar em “Shavuot”, que é a festa das semanas, quando se celebra a entrega da lei, mas, sim, em “Simchat Torá“, que celebra a entrega das segundas tábuas da lei, pois

“…as segundas Tábuas foram talhadas por Moshé [Moisés] e recebidas após o Povo Judeu passar por um processo de arrependimento pelo pecado do bezerro de ouro…” (Simchat Torá e o Retorno a D’us. Morashá, edição 73, set. 2011. Disponível em: http://www.morasha.com.br/simcha-tora/simchat-tora-e-o-retorno-a-d-us.html Acesso em 28 nov. 2017).

– Na entrega das segundas tábuas da lei, o Senhor fala da Sua misericórdia para o povo (Ex.34:5-7), a indicar, portanto, que havia algo mais sublime do que a lei, algo que o povo deveria aguardar e que se concretizou com a vinda de Cristo Jesus e Sua nova aliança,

quando, então, os pecados seriam realmente retirados e se teria, então, o restabelecimento da amizade entre Deus e o homem, por meio da “semente da mulher” prometida desde o dia mesmo da queda do ser humano no Éden (Gn.3:15).

– Só o fato de Deus ter falado em “novo concerto” indicava que o pacto firmado no Sinai era considerado “velho” e, por isso mesmo, estava perto de se acabar (Hb.8:13), sendo, pois, completo desvario querer voltar a se abrigar sobre ele.

– Na verdade, o pacto já havia se expirado quando o escritor redigiu esta carta, mas os crentes judeus ainda viam, diante de si, o templo e os rituais judaicos, mas aquilo também, em breve, como dissera o Senhor Jesus, iria também acabar, com a destruição do templo pelos romanos.

– No entanto, o véu que está sobre o povo judeu (II Co.3:15), faz com que persistam, mesmo sem o templo, as práticas judaicas, o que somente terminará quando da conversão de Israel, ao término da Grande Tribulação (Rm.11:25-32; II Co.3:16)

– O pacto firmado pelo sangue de Cristo, a nova aliança, é superior ao pacto firmado no Sinai, portanto. Mas, para corroborar tal argumento, o escritor aos hebreus passa, então, a fazer um paralelo entre a adoração no antigo pacto e em o novo pacto, é o que veremos na próxima lição.

Ev. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/1779-licao-8-uma-alianca-superior-i

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