OS EFEITOS DANOSOS DA SEPARAÇÃO DOS PAIS |
Pr. Elinaldo Renovato de Lima |
Trata-se de um inimigo cruel, capaz de marcar os componentes da família por toda a vida. Normalmente, ele só ataca depois de alguns anos de vida conjugal, podendo, no entanto, ocorrer até poucos meses depois do casamento. As causas da separação dos casais são muitas. O espaço deste trabalho não comportaria sua análise. Entretanto, cremos que a causa principal é a falta do verdadeiro amor num lar que deixou de guiar-se pelos princípios estabelecidos pelo Criador, o instituidor da família. Para combater esse inimigo, o melhor é evitar suas causas. Já vimos que se deve convidar Deus para fazer parte da união do casal, mesmo muito antes das núpcias, ainda no namoro, ou até, antes. Temos certeza de que um casal, unido pelo amor, sob a direção segura e sábia do Senhor Jesus, jamais será vítima de separação, seja pelo desquite, pelo divórcio ou por qualquer outra quebra do vínculo conjugal. Muito se tem discutido sobre o assunto no meio evan-gélico. Uns, são a favor do divórcio; outros, são contra; outros, não sabem o que dizer a respeito. Jesus, respondendo a uma pergunta dos fariseus, que indagavam se "é lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo", disse que, no principio, Deus os fez macho e fêmea, e que os dois seriam "uma só carne", não sendo mais dois, "mas uma só carne". Concluindo, o Senhor sentenciou: "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mt 19.6). A seguir, o Mestre nos dá a entender que, como recurso extremo para o problema criado por um ato de infidelidade por um dos cônjuges, o divórcio só poderia ser admitido como remédio amargo, e somente nesse caso (Mt 19.9). Tal permissibilidade se afigurava tão extrema, que os discípulos acharam que não seria interessante casar(Mt 19.10). De qualquer maneira, a separação do casal é um inimigo mortal do lar. De maneira nenhuma procede de Deus. Pelo contrário, estamos certos de que a separação do casal, seja qual for sua natureza, é de origem diabólica, promovi-da pelo príncipe das trevas, atuando sobre a natureza carnal de um ou dos dois cônjuges. É interessante que cada esposo, que cada esposa que professa o nome de Cristo, tenha em mente essa constatação com base na Bíblia. Aque-le que dá causa à separação de um casal torna-se, sem dú-vida, instrumento do Diabo para a destruição do lar. As conseqüências da separação são danos irreparáveis para os membros da família, especialmente para os filhos, que, sem ter nenhuma culpa, tornam-se vitimas de uma trama arquitetada por Satanás. Os filhos pequenos ou mesmo os de maior idade, ao invés de verem em seus pais um exemplo para suas vidas, passam a ver neles a tristeza da desunião; ao invés de se sentirem seguros vendo os pais unidos no amor verdadeiro, passam a sentir-se inseguros emocional e psicologicamente, vendo se desfazerem os alicerces da construção do lar; ao invés de verem os pais se unirem para defender os inte-resses da família, vêem com tristeza que se separam por interesses egoístas; ao invés de se sentirem como "plantas de oliveira" à roda da mesa, sentem-se como plantas agre-didas pela sequidão da falta de amor. Por causa da separação, todos sofrem. O cônjuge que dá origem ao problema sofre porque não consegue manter-se por muito tempo equilibrado interiormente: seu espírito acaba sentindo as dores da falta de comunhão com Deus, o cônjuge fiel sofre por ver que o Diabo conseguiu desfazer o lar construído com muito amor, à custa de anos e anos de sacrifício. Os filhos sofrem sem culpa, por um crime que não cometeram. A separação é o resultado das obras da carne. 1~ gerada pela "inimizade, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, invejas, e coisas semelhantes a estas" (Gl 5.20-21). Desse modo, para se evitarem as causas e as conseqüências da separação no lar, deixamos o conselho da Bíblia: "Digo, porém, andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito de Deus, não estais debaixo da lei" (Gl 5.16-18). "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros" (Gl 5.22-26). O fruto do Espíritoo - amor - anula a ação do inimigo da separação. (extraído do livro A Família Cristã Nos Dias Atuais, do autor). |