O Testemunho Cristão
Anísio Renato de Andrade
Em Ur dos Caldeus, cidade da antiga Suméria, havia um homem chamado Abrão, que depois recebeu o nome de Abraão. Enquanto que os seus compatriotas e até mesmo parentes eram idólatras, Abraão adorava a um só Deus, o Criador dos céus e da terra. Um dia, Deus mandou que ele saísse da sua terra e do meio dos seus parentes e partisse para uma terra distante. Abraão foi o primeiro missionário. Ele precisava sair para levar o conhecimento de Deus até os confins da terra. Era o início da execução do plano de salvação para a humanidade. Abraão precisava sair. Caso contrário, a mensagem a respeito do verdadeiro Deus ficaria presa e o Senhor teria que levantar outro mensageiro. A Bíblia não diz que Abraão saiu para pregar, mas sabemos que foi aquele ato de obediência que iniciou todo o processo que fez com que o conhecimento de Deus se espalhasse e chegasse até nós. Muitas vezes, Deus promove mudanças em nossas vidas a fim de que levemos a sua mensagem a outros lugares. Podem ser mudanças de emprego, de escola, de residência, etc.
Abraão deu origem ao povo de Israel. No período do VT, Israel era o povo representante de Deus na terra. Um dos aspectos de sua missão era levar a conhecimento de Deus às outras nações. Deus havia dito a Abraão: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra."
Cada israelita representava Deus onde estivesse. Isso não significava receber adoração nem tomar decisões no lugar de Deus, mas levar a mensagem em nome de Deus. Para que essa missão fosse realizada, Deus colocava seus representantes em diversos lugares e, às vezes, até em situações desconfortáveis. Existem cristãos que moram em favelas e podem até estar questionando porquê Deus permite que eles estejam ali. O Senhor precisa de representantes em todos os lugares, exceto naqueles onde ele nos proíbe de ir.
Os embaixadores dos Estados Unidos nos países da África podem passar por situações desconfortáveis, mas precisam continuar desempenhando suas missões diplomáticas. Deus precisa de você onde você está até que ele lhe mande sair ou lhe retire através das circunstâncias.
Exemplos bíblicos: Daniel foi para a Babilônia como prisioneiro. Naquela nação, ele deu levou muitas pessoas a terem conhecimento a respeito do verdadeiro Deus. Um menina judia que foi levada como prisioneira para a Síria (II Rs.5.1-3), onde passou a trabalhar na casa de Naamã, o general dos exércitos do rei. Quando soube que seu senhor era leproso, logo lhe falou a respeito do profeta Eliseu, que em nome do Senhor poderia curá-lo, como, de fato, aconteceu. Em ambos os casos, vemos representantes de Deus em situações e lugares ruins, mas cumprindo com êxito seu papel.
Na era cristã, a Igreja é representante de Deus na terra. Jesus subiu aos céus, mas nós somos o seu corpo na terra. Ele continua agindo através de nós, mediante o poder do Espirito Santo. (Atos 1.8). Como representantes de Deus, estamos sempre dando um testemunho a respeito dele. Nosso testemunho é composto por palavra e vida. O testemunho do cristão não tem nada a ver com a riqueza material que ele
tenha ou deixe de ter. Riqueza material, o ímpio também tem. Nosso testemunho tem a ver com a palavra de Deus na nossa boca e com valores espirituais, riqueza espiritual, em nossa vida, manifestada através da paz, do amor, da fé, da esperança, da alegria, da justiça, etc. (Rom.14.17 Gál. 5.22).
Como representantes de Deus, precisamos tomar cuidado para não darmos o chamado "mau testemunho" nem provocarmos escândalos, como aqueles que acontecem quando crentes solteiros têm relações sexuais, ou quando crentes casados cometem adultério, ou ainda quando crentes se envolvem com desonestidade e corrupção. Entretanto, sabemos que esses casos são exceções e não caracterizam o povo de Deus. Contudo, é preciso que haja cuidado por parte de cada um para que isso não aconteça conosco. Como disse Paulo: "Aquele que cuida estar de pé, cuidado para que não caia." Somos representantes de Deus no mundo e não representantes do Diabo. O cristão que cai nesses erros, além de não estar conduzindo pessoas a Cristo, ainda se torna motivo para elas se afastem mais dele. Existem casos em que a pessoa tem título de crente, mas, no fundo não é. Contudo, não podemos julgar se um crente é falso ou verdadeiro com base nos pecados por ele cometidos.
O que importa é que cada um vigie a si mesmo. Precisamos refletir sobre a maneira como temos desempenhado nossa missão de embaixadores do Reino dos Céus. Precisamos sempre nos lembrar de que somos nobres e nobre deve ser nossa maneira de viver. Que Deus nos ajude. Amém.
Anísio Renato de Andrade
anisiora@mg.trt.gov.br
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