Autor: Paulo
Data : 50 ou 51 d.C.
Local de origem: Corinto
Tema principal: segunda vinda de Cristo.
Textos-chave (no final de cada capítulo): 1.10; 2.19-20; 3.13; 4.13-18; 5.23.
Classificação: escatologia.
Fundação
A igreja dos tessalonicenses foi fundada por Paulo em sua 2ª viagem missionária. Tendo se levantado grande perseguição contra Paulo, este fugiu para Corinto. Depois Timóteo voltou a Tessalônica para saber a situação da igreja afim de informar ao apóstolo. Alguns irmãos haviam morrido e isso preocupava a igreja. Será que os irmãos mortos ficariam para trás quando Jesus voltasse? Para esclarecer o assunto, Paulo escreveu a primeira epístola aos tessalonicenses.
Esboço
1 - Saudações, elogios e exortações - 1.1-10.
2 - O ministério de Paulo em Tessalônica – 2.1-20
3 - Alegria de Paulo com as notícias de Timóteo. 3.1-13
4 - Admoestações sobre questões morais - 4.1-12.
5 - A volta de Cristo, a ressurreição, o arrebatamento,
e a necessidade de vigilância. 4.13 a 5.24.
6 - Saudações finais - 5.25 -28.
Esboço comentado
1 - Saudações, elogios e exortações - 1.1-10.
Em sua introdução, Paulo elogia a igreja. Os motivos de elogio são: a fé, o serviço, a influência exemplar, o abandono da idolatria, a esperança, a paciência e receptividade à palavra. Observe o destaque dado a questões espirituais.
O serviço, ou trabalho, está em destaque. Vejamos os verbos empregados nos versículos 9 e 10 do capítulo 1: "Convertestes .... para servirdes ..... e esperardes ..." 1.9-10. A preposição "para" nos dá idéia de objetivo. Nós nos convertemos para servir e não para sermos servidos. Estamos neste mundo para fazer a vontade Deus e não para que ele faça a nossa. A igreja espera a segunda vinda de Cristo (v.10), mas, não espera ociosa. Esperamos trabalhando.
A questão do exemplo também está em destaque. Paulo seguia o exemplo de Cristo. Os tessalonicenses seguiam o exemplo de Paulo e tornavam-se exemplo para as outras igrejas (1.6-8). Vemos então uma seqüência de modelos que, assim como os tijolos de uma construção, se sobrepõem e se sustentam. Está aí a importância de nos mantermos em posição de firmeza espiritual. Se cairmos, poderemos causar a queda de outros que se inspiram em nosso exemplo.
2 - O ministério de Paulo em Tessalônica – 2.1-20
No capítulo 2, Paulo fala sobre seu ministério, irrepreensível e baseado em boas motivações. Em suas cartas, muitas vezes o apóstolo fala de seu trabalho nas igrejas. Embora pareça que o autor está muito envolvido com sua própria biografia, isso é de grande importância para nós pois, de outro modo, como teríamos acesso a essas informações? A auto-apresentação de Paulo nos fornece muitos parâmetros para os ministérios eclesiásticos da atualidade.
Sendo perseguido, o apóstolo não recuava, mas se tornava mais ousado ao evangelizar (2.2).
3 - Alegria de Paulo com as notícias de Timóteo. 3.1-13
Paulo saiu de Tessalônica em meio a uma grande perseguição. Ficou então preocupado com os novos convertidos daquela cidade. Será que eles iriam permanecer firmes diante de tanta oposição? Timóteo trouxe então notícias da firmeza espiritual dos tessalonicenses. Isso foi motivo de grande alegria para o apóstolo.
4 - Admoestações sobre questões morais - 4.1-12.
A epístola nos mostra que a igreja dos tessalonicenses estava bem. Contudo, Paulo diz que eles podiam alcançar um estado ainda melhor (4.1,9,10). Sempre existe um nível superior a ser alcançado. Além disso, o autor admoesta contra alguns riscos que poderiam ameaçar a estabilidade espiritual daqueles irmãos. Por isso, o capítulo 4 toca na questão moral. A admoestação que se destaca é a que se refere à prostituição. Entre tantos pecados que poderiam ser citados, por quê Paulo mencionou a prostituição? Esse pecado é mencionado de forma destacada em algumas partes das escrituras porque, juntamente com o adultério, tem se mostrado uma das principais causas de quedas e escândalos (Ap.2.14; I Cor.10.8; Jz.16.1,4; At.15.20; I Cor.7.2).
O capítulo 4 enfatiza a santificação (4.3) pela observância de alguns preceitos fundamentais.
- Abster-se da prostituição (4.3).
- Não enganar nem oprimir. (4.6).
- Amor fraternal (4.9).
- Cuidar dos próprios negócios (4.11).
- Trabalhar (4.11).
- Ser honesto (4.12).
Conseqüência: não ter necessidade (4.12).
Depois de apresentar mandamentos aos tessalonicenses, Paulo diz: "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes..." A parte dos mandamentos nos admoesta à obediência. O versículo 13 do capítulo 4 nos chama a atenção para o valor do conhecimento. Sejamos obedientes mas não ignorantes. Os tessalonicenses eram obedientes mas não se destacavam pelo exame das escrituras (At.17.11). Isso era um risco para aqueles irmãos. Quem é obediente e ao mesmo tempo ignorante pode acabar obedecendo ordens contrárias à palavra de Deus. Nesse texto específico, Paulo chama a atenção para o conhecimento a respeito da segunda vinda de Cristo e os fatos a ela relacionados. O objetivo era mostrar que os irmãos que haviam morrido não ficariam para trás no dia do Senhor.
5 - A volta de Cristo, a ressurreição, o arrebatamento, e a necessidade de vigilância. 4.13 a 5.24.
Nessa parte, temos um quadro escatológico resumido. Apesar de breve, constitui-se uma passagem obrigatória para os estudiosos do assunto. Paulo destaca a ordem cronológica dos fatos. A trombeta tocará anunciando a chegada de Cristo. Nesse instante, os justos mortos ressuscitarão. Em seguida, todos os salvos serão arrebatados para encontrarem com o Senhor nos ares.
Na seqüência, o apóstolo adverte a respeito da necessidade de vigilância enquanto Cristo não volta. Já que não se sabe o dia da sua vinda, é necessário que a igreja esteja em constante vigilância para que seja achada preparada no momento em que Jesus voltar. Assim, o autor prescreve um estilo de vida apropriado para quem está aguardando o Senhor.
Nós não estamos nas trevas (5.5). As trevas caracterizam a condição daquele que é cego ou de quem está dormindo. A cegueira representa a ignorância. O sono representa indiferença ou incredulidade. Se temos conhecimento sobre os últimos dias, não sejamos indiferentes ou incrédulos, pois assim, o conhecimento não nos seria útil.
De acordo com o texto de I Tessalonicenses 4.13, precisamos saber, precisamos do conhecimento. Porém, não saberemos tudo a respeito da segunda vinda de Cristo (5.2). Está então demonstrado o limite do nosso conhecimento e também o limite da nossa pregação e da nossa profecia. Jamais poderemos dizer algo sobre uma possível data da vinda de Cristo. Os que se atreveram a fazê-lo caíram em descrédito e vergonha.
Portanto, "quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição." (5.3). Muitos estão dizendo muitas coisas por aí a respeito da vinda de Cristo e do fim do mundo. Alguns marcam datas, outros negam que tais fatos venham ocorrer. Acreditaremos? Se temos conhecimento e conhecemos bem o limite do que podemos conhecer, então poderemos discernir o erro ou identificá-lo.
O versículo 3 do capítulo 5 nos mostra ainda a impossibilidade da paz mundial até que Cristo volte. Isso pode estar relacionado aos conflitos do Oriente Médio, principalmente a Israel, cuja menção é clara nas profecias dos combates escatológicos.
6 - Saudações finais - 5.25 -28.
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Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
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BIBLIOGRAFIA
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