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APÊNDICE Nº 1 – A EDUCAÇÃO ANTICRISTÃ – (CLASSE ADULTA)

O mundo quer educar as futuras gerações e a Igreja de Cristo precisa impedi-lo, pois lhe cabe “ensinar as nações”.

TEXTO ÁUREO

“Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência;” (I Tm.6:20)

INTRODUÇÃO

-Em apêndice ao trimestre, analisaremos a questão educacional, um dos principais pontos em que o mundo procura anular a presença da Igreja.

-O mundo quer educar as futuras gerações e a Igreja de Cristo precisa impedi-lo, pois lhe cabe “ensinar as nações”.

I – O QUE É E A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

-“Educar” é a “ação de nutrir, cultivar, criar, amamentar”, tendo a mesma raiz –duc-, que significa

“transportar, levar, puxar sem descontinuidade”. O homem precisa ser educado a fim de que possa sobreviver.

-Com efeito, exatamente por ser um animal racional, o homem precisa ser ensinado, não “nasce sabendo”, pois, ao contrário dos demais seres terrenos, é mais do que puro instinto, daí porque necessite de “instrução”, tendo o significado de equipar, de ajustar; ação de ordenar, ordem;

ação de construir, a inserção de uma estrutura”, palavra que vem da raiz -stru-, que, por sua vez, significa “dispor em pilhas, empilhar (materiais), reunir, ajuntar, amontoar, criar, construir, erguer”.

-Em Pv.22:6, vemos que é utilizada a palavra “instruir” para indicar o ensino que se deve dar à criança. Em hebraico, o verbo utilizado é “chanak” (ונה), que vem de uma raiz, “chek” (וה), que significa “palato, céu da boca, gengiva”, dando a ideia de “esfregar algo na boca para permitir a criança sugar”, ou seja, fazer com que a criança recém-nascida se alimente, possa sobreviver e conviver.

-Nota-se, portanto, que se tem a clara concepção de que o homem não nasce sabendo, precisa ser ensinado, necessita aprender como sobreviver sobre a face da Terra.

O próprio Jesus, por ter Se humanizado, passou por este processo, tanto que as Escrituras afirmam que Ele “crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc.2:52).

-A educação é necessária para que o homem se forme e, deste modo, possa cumprir o seu propósito diante de Deus e dos homens.

-Bem se vê, portanto, que a educação é elemento primordial para que o ser humano atinja o seu pleno desenvolvimento e é a educação que forjará não só o caráter, mas a própria personalidade de cada indivíduo.

-O primeiro ambiente onde se deve ter a educação é a família. No processo educacional do Senhor Jesus vemos o papel relevante que teve Seus pais, pois o texto já aludido do crescimento vem em seguida à afirmação de que Cristo era sujeito a Seus pais e com eles convivia em Nazaré (Lc.2:51).

-O processo educacional deve se desenvolver, por primeiro, na família, sendo os pais os primeiros educadores, aqueles que devem dar os primeiros ensinos aos filhos, “instruindo a criança no caminho em que deve andar”.

-Este é o modelo estabelecido por Deus, tanto que, não só determinou em Israel que os pais dessem o devido ensino a seus filhos, inclusive e especialmente em relação à própria lei do Senhor (Dt.6:6-9; 11:18-20), como também para a Igreja, conforme nos ensina o apóstolo Paulo em Ef.6:4, inclusive louvando e aprovando a educação que havia sido dada a Timóteo (II Tm.1:5; 3:15).

-A educação em família traz os rudimentos, as bases, os fundamentos para que se tenha o ingresso do indivíduo na sociedade, fazendo com que sejam transmitidas as tradições, ou seja, todo o conhecimento adquirido até a presente geração. É no lar que aprendemos “a maneira de viver” (I Pe.1:18).

-Certo é que, em virtude da natureza pecaminosa que temos, esta educação não nos conseguirá livrar do pecado e, em certo ponto, estará um tanto quanto contaminada com elementos pecaminosos, tanto que, com a salvação, somos resgatados desta “maneira de viver”, como nos diz o apóstolo Pedro.

-Entretanto, não se pode deixar de observar que a educação doméstica é extremamente importante, porque se tem, apesar dos pesares, o ambiente criado pelo próprio Deus para que se tenha a devida formação, para que se estabeleçam as bases para que cada ser humano desenvolva as suas relações com o próximo e com Deus, por intermédio do amor, amor este que em nenhum outro lugar senão na família se apresenta de modo genuíno e autêntico.

-A família é o ambiente onde se desenvolve o afeto, a sensibilidade, o emocional, a socialização, enfim, os valores fundamentais para que o ser humano possa ter um crescimento de acordo com os princípios queridos por Deus.

-Não é por outro motivo que, ao longo da história da humanidade, toda e qualquer civilização tenha subsistido enquanto a família se manteve firme e estabilizada. Geração após geração, as famílias puderam sustentar a sociedade e o modo de viver peculiar daquele segmento da humanidade.

-Entretanto, quando as famílias começaram a se desestruturar e a se desmanchar, as respectivas sociedades desmoronaram, fazendo com que a civilização desaparecesse e cedesse seu lugar a outro grupo, a outro modo de vida.

-O povo de Israel, mesmo, somente se manteve incólume e não perdeu a sua identidade porque, ao longo da história, o Senhor sempre tratou de impedir que as famílias fossem desestruturadas, sempre tomando providências para que, em meio a tantos ataques, os pais mantivessem ensinando seus filhos, mantendo assim não só o conhecimento da lei e dos profetas mas das tradições judaicas ao longo dos séculos.

-Neste sentido, decisiva foi a atuação de Esdras e de Neemias, depois do cativeiro, que, com a repressão aos casamentos mistos impediu que os israelitas se misturassem com os povos vizinhos e perdesse a sua identidade (Ed.9,10; Ne.13:23-31).

-Não é de hoje, pois, que o inimigo de nossas almas tem procurado sempre minar a educação familiar, buscando, assim, retirar este importante ambiente em que se forjam os valores do ser humano, onde, apesar da pecaminosidade humana, é ensinado “o caminho que se deve andar”, são dados os princípios basilares da convivência e, ainda que de modo insuficiente, é transmitida a cultura da vida e do amor.

-O filósofo grego Platão (428/7 a.C. – 348/7 a.C.) foi um dos primeiros pensadores a defender a retirada das crianças do convívio com seus pais, para que se lhes pudesse dar uma educação por parte da “cidade”, a fim de que se pudesse ter o completo domínio do governo sobre os indivíduos, pois entendia este filósofo que a existência de um poder familiar contribuía para a fraqueza da “cidade” e, portanto, para que se tivesse uma única direção na sociedade, que deveria ser proporcionada pelos “sábios”, que deveriam assumir o comando da “República”.

-A partir de Platão, não foram poucos os que defenderam a retirada da família do papel educacional, sendo que todos estes têm em comum a ideia de que se deve criar uma sociedade com um pensamento único, uma sociedade controlada, em todos os aspectos, o que caracteriza o que se denomina de “totalitarismo”, ou seja, a ideia de que tudo deve ser controlado pelo governo, pelo Estado.

-Retirando-se a educação das famílias e as passando para o Estado, tem-se, então, a oportunidade de criar gerações que se amoldem aos valores e propósitos que estejam de acordo com o governo, com a elite governante.

-Ora, sabido que, desde Babel, construiu-se um sistema político à margem da vontade divina, que se contrapõe mesmo ao Senhor, um poder político formado pelos “reinos deste mundo”, que tem a Satanás como seu príncipe, um sistema rebelde, que foi figurado naquela estátua do sonho dado por Deus a Nabucodonosor (Dn.2:31-34).

-Um sistema educacional controlado pelo governo, portanto, será sempre um sistema em que se forjarão os valores do espírito da Babilônia, do império do mal, para que se utilizar das expressões cunhadas pela CPAD neste nosso trimestre letivo.

-Assim, neste embate contra o império do mal, a Igreja de Cristo deve lutar para que se tenha uma educação que forme nos indivíduos um caráter que agrada a Deus, que gere fé que produza boas obras (Ef.2:8-10; Tg.2:14-26).

-A educação conforme os padrões divinos exige santidade, pois a mistura com o pecado a faz fracassar (Gn.6:1-5,11,12; Jz.2:10-13). É bem por isso que, ao determinar a educação doméstica, o Senhor disse que, por primeiro, deveriam os pais ter em seus corações as palavras da lei para só então ensinar-lhas aos filhos (Dt.6:6,7; 11:18,19).

-Precisamos incentivar e estimular a educação doméstica, mostrar a todos que a educação se faz na família, a partir dos pais, que devem ser devidamente orientados e ensinados a exercer tal tarefa.

-Lamentavelmente, porém, nos dias hodiernos, o que vemos é a ideia cada vez mais frequente de que

“educação é tarefa do Estado, do Poder Público”. Há uma confusão entre “formação” e “informação” e se cria um pensamento de que a escola é o local onde se faz a educação de um povo, o que é nada mais, nada menos que entregar ao Estado a tarefa educacional.

-Hoje, em nosso país, por exemplo, já há a obrigatoriedade de se mandar as crianças para as escolas aos quatro anos de idade, quando ainda estão a completar a sua formação de caráter, com o nítido propósito de incutir na mente e coração das crianças valores alheios aos padrões divinos, como também os princípios da prevalência do afeto e da própria estrutura familiar.

-Ao lado desta compulsória ida das crianças para as escolas, há toda uma política de incentivo e estímulo à entrega das crianças, desde a mais tenra idade, aos cuidados do Estado, por intermédio das creches, tendo em vista a necessidade, cada vez maior, de os pais trabalharem, reduzindo drasticamente, quando não eliminando, a convivência entre pais e filhos, o que serve aos propósitos totalitários já indicados.

-A urbanização da sociedade, ou seja, a saída das populações do campo para as cidades, ocorrida notadamente a partir do século XVIII, fez com que se criasse esta nova realidade de cessação da convivência entre pais e filhos, tão comum no meio rural.

-O Senhor, então, na Inglaterra que era o primeiro país a sofrer esta mudança social, por meio do que se denominou de “Revolução Industrial”, foi o local onde a Divina Providência atuou para que a educação, com as modificações ocorridas, não deixasse de ter o seu papel de ensino conforme os padrões divinos, os princípios estabelecidos pela Palavra de Deus.

-É, então, na Inglaterra, que surge a Escola Dominical, a estratégia criada pelo Espírito Santo para dar conta desta profunda alteração no modo de viver das pessoas, fazendo com que a Igreja ocupasse esta lacuna criada pela sociedade na formação das crianças e adolescentes, gerando um espaço onde, além de terem o devido ensinamento da Palavra de Deus, pudessem também ter o mínimo de informação que lhes permitisse ter o conhecimento básico das coisas terrenas.

-A Escola Dominical, na verdade, cumpria o papel que, em Israel, havia sido instituído pelo Senhor seja pela leitura da lei a cada sete anos (Dt.31:9-13), seja pelas escolas dos profetas (I Sm.18:18-24; I Rs.18:13; II Rs.2:3,5; 4:38), seja pelos levitas e sacerdotes (II Cr.17:7-9; Ne.8:5-9), de suprir a omissão dos pais e das famílias no ensino da lei de Moisés, a fim de que ninguém ficasse sem a devida educação religiosa e doutrinária.

-A proliferação da Escola Dominical não só na Inglaterra como nos Estados Unidos e em diversos países serviu de alento para que se mantivesse a educação em meio à industrialização e urbanização do planeta.

-Entretanto, poucos anos depois, a começar da própria Inglaterra, esta estrutura da Escola Dominical acabou sendo a base para a criação do sistema público de ensino e, com a educação formalmente nas mãos do Estado, e a nível universal, se criaram as condições para que o sistema educacional viesse a ser sequestrado pelo império do mal.

-Sob o pretexto da laicidade do Estado, princípio adotado a partir da Revolução Francesa, pouco a pouco se foi proibindo o ensino religioso nas escolas e a própria utilização de elementos da doutrina cristã nos estabelecimentos de ensino, não só públicos, mas também particulares, e mesmo os que se disseram confessionais, ou seja, que deliberadamente assumiam uma confissão religiosa e se propunham a realizar a educação sob este prisma, uma vez que, cada vez mais, a legislação veio diminuindo a autonomia das escolas.

-Como disse muito propriamente Anne Graham Lotz (1948- ), filha do pastor Billy Graham (1918-2018), em uma entrevista à televisão americana há alguns anos atrás, o movimento de afastamento de Deus que tomou conta dos Estados Unidos da América começou precisamente quando a ativista ateísta Madalyn Murray O’Hair (1919-1995) conseguiu, em 1963, na Suprema Corte, a proibição da leitura oficial da Bíblia nas escolas públicas americanas.

Ao se impedir que, no sistema educacional norte-americano, se pudesse dar noção às novas gerações da Palavra de Deus, estavam montadas as bases para o surgimento de uma sociedade alheia às “coisas de Deus” e se desmontar toda a estrutura cristã que deu nascimento aos Estados Unidos e que foi a grande responsável pelo grande desenvolvimento e supremacia que alcançou na história.

-O domínio do sistema educacional é fundamental para que se tenha a formação de um povo. Quem tem o controle da educação molda as mentes das novas gerações e traz a sociedade para o comportamento desejado.

É dito que o líder comunista russo Lênin (1870-1924), principal nome da Revolução Russa de 1917, teria afirmado o seguinte: “Deem-me quatro anos para ensinar às crianças e as sementes que eu plantar jamais serão extirpadas”.

-Este pensamento do primeiro governante comunista da Rússia tem respaldo bíblico, pois está de acordo com o que disse Salomão, ao afirmar que devemos instruir o menino no caminho que deve andar e que, quando envelhecer, não terá esquecido dele (Pv.22:6).

-Portanto, no embate entre a Igreja de Cristo e o império do mal, temos de estar conscientes de que o controle do sistema educacional se constitui em poderosa arma, seja para um lado, seja para o outro, nesta batalha que se trava enquanto estamos neste mundo.

-É hora aqui de lembrarmos que “ensino” é palavra que vem do latim “in signare”, que significa “marcar, assinalar, designar ou mostrar alguma coisa”. Em sendo assim, logo percebemos que ao ensinarmos alguém, estamos a pôr marcas nesta pessoa, a moldar a mente de alguém, marcas estas que ficarão para sempre com a pessoa.

-No grego, a palavra ensinar é “manthano” e, “ensino”, “mathesis”, palavra que era utilizada tanto para ensino quanto para aprendizagem, ou seja, “ensinar” era “ensinar e aprender”, ou seja, as “marcas” eram como que “transmitidas” de um para o outro, havia aqui, então, uma “entrega”, a tradição, a “maneira de viver” de que já falamos supra.

-Não é por outro motivo que o Senhor Jesus manda que aprendamos d’Ele (Mt.11:29), pois, ao fazermos isso, estaremos tendo implementadas em nosso ser as marcas da Sua mansidão e humildade de coração, podendo, deste modo, sermos “cristãos”, ou seja, “pequenos Cristos” (At.11:26), filhos de Deus cada vez mais conformes à imagem do Filho Unigênito (Rm.8:29).

-Esta complementaridade entre ensino e aprendizagem que se verifica no grego, também se revela no hebraico, onde a palavra “lamad” tem o significado de “aprender, acostumar-se” (Is.2:4; Jr.2:24), na sua forma normal, mas, na forma intensiva, já adquire o sentido de ensinar, um aprendizado ou adestramento que exige esforço intelectual do aprendizado (Dt.31:19).

Segundo o teólogo e filósofo Tércio Machado Siqueira, “lamad” aparece 23 vezes nas Escrituras como “aprender” e 47 vezes como “ensinar”.1

-A outra palavra utilizada com o significado de “ensinar” é “yarah”, da mesma raiz de “Torah”, cujo significado não é propriamente “lei”, mas, sim, “ensino”. Conforme o já aludido estudioso, esta palavra, que aparece 45 vezes nas Escrituras, está sempre ligada ao ensino da lei, tanto que é aplicada aos pais, aos legisladores e aos sacerdotes, que são os responsáveis pela transmissão da lei ao povo de Israel.

-Temos aqui, então, também a ideia de transmissão, mas da transmissão dos mandamentos do Senhor às pessoas, um ensino-aprendizado feito entre os incumbidos de ensinar e os que estão a aprender, mas num sentido diverso, já que se transmite o que foi entregue pelo Senhor, e Este nada tem que aprender, só a ensinar.

-É o que ocorre, também, no ensino dado por Jesus, tanto que Seus seguidores são chamados de “discípulos”, enquanto Ele é o Mestre, cujo exemplo devemos seguir (Jo.13:13-15), só Ele podendo propriamente ser assim chamado, enquanto nós, nesta interação de ensino-aprendizagem que é sempre aprendizagem, somos irmãos (Mt.23:8). 1SIQUEIRA, Tércio Machado. Ensinar e aprender na Bíblia. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/Caminhando/article/download/2493/2646#:~:text=No%20hebraico%20b%C3%ADblico%2C%20o%20aprendizado ,para%20a%20pr%C3%A1tica%20da%20vida. Acesso em 18 maio 2023.

-O verdadeiro ensino, portanto, é a transmissão das marcas de Cristo em nós, para que sejamos Seus imitadores. O propósito divino, portanto, é que nos moldemos ao caráter de Jesus, sejamos conformes à Sua imagem e, deste modo, vivamos neste século e façamos com que as gerações vindouras assim também vivam.

-O apóstolo Paulo, mesmo, mostra-nos que a graça de Deus nos ensina que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, devemos viver, neste presente século, sóbria, justa e piamente, ou seja, amando a Deus e ao próximo como a nós mesmos (Mt.22:36-40), amando-nos uns aos outros como Jesus nos amou (Jo.15:12).

II – O ENSINO PROGRESSISTA

-Tendo visto o que é a educação e o que é o ensino, precisamos, então, observar o que é o “ensino progressista” que é apontado no título da lição como um perigo.

-Já mostramos que há todo um movimento orquestrado pelo príncipe deste mundo para que a educação esteja sob o controle do sistema rebelde de poder que controla o poder político.

-Denomina-se “ensino progressista” ou “educação progressista” aquela que “…considera o indivíduo como ser que constrói a sua própria história. Sua metodologia consiste no desenvolvimento de atividades de ensino que consideram o aluno como o centro do processo ensino-aprendizagem…”2.

-Já se verifica, aqui, de pronto, que a ideia da “educação progressista” está em que o homem é “o centro de tudo” e o “construtor da sua história”, uma postura que anula a figura divina e que também despreza toda a tradição.

-No Brasil, esta metodologia da “educação progressista” é dita fundamentada em três vertentes, a saber: “…pedagogia libertadora de Paulo Freire, pedagogia libertária de defensores da autogestão educacional e a pedagogia critico-social que analisa o fundamento dos conteúdos através do confronto com as práticas sociais…” (SILVA SOBRINHO, Ivan Pereira. op.cit.).

-Já se percebe, de pronto, que este “ensino progressista” é baseado no “materialismo dialético”, ou seja, na filosofia desenvolvida inicialmente por Karl Marx (1818-1883) e que deu nascimento ao socialismo e ao comunismo, onde uma das principais características é o ateísmo.

-Só por este fato já se verifica que se trata de um ensino diametralmente oposto ao que se deve ao homem, na medida em que elimina a própria existência de Deus, que deve ser o parâmetro, a fonte de toda verdadeira educação, como já vimos nesta lição.

-O ensino progressista, portanto, já parte do pressuposto de que Deus não existe, de que “a religião é o ópio do povo”, não se devendo, a propósito, esquecer que Karl Marx teve como uma das pessoas que mais o influenciou o filósofo alemão Ludwig Feuerbach (1804-1872), que se notabilizou precisamente por defender que o centro da religião deve ser o homem e não Deus.

-A “pedagogia libertadora de Paulo Freire (1921-1997)” entende que “…a “missão” do professor é ensinar seu aluno a “pensar certo”. E “pensar certo” significa ter “(…) disponibilidade ao risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério para a recusa do velho.”…” (ibid.)

2SILVA SOBRINHO, Ivan Pereira da .”Filosofia da Educação: Uma Abordagem sobre Fundamentos da Educação Progressista no Brasil” em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2023. Consultado em 19/05/2023 às 10:29. Disponível na Internet
em http://www.pedagogia.com.br/artigos/filosofiaeducacaoprogressista/index.php?pagina=1

-Notemos, assim, que o ensino-aprendizagem, segundo esta pedagogia, não é a transmissão do que já foi obtido pelas gerações anteriores, nem tampouco desenvolver o que foi revelado por Deus aos homens, mas, sim, fazer com que o aprendiz “construa” o “seu certo”, ou seja, parte-se do pressuposto de que é o homem quem diz o que é o certo e o errado, é cada pessoa quem escolhe o “seu certo”, e, vemos aqui, como há a transmissão daquilo que a serpente disse a Eva no Éden.

-A pedagogia é dita “libertadora” porque quer levar o aprendiz a recusar o “velho”, ou seja, a tradição, a construir uma mente que deseje apenas o “novo”, o que nada mais é que o fomento da rebeldia, da insubmissão como se o “velho” fosse sempre mau e o “novo”, sempre bom…

-Temos nitidamente aqui a direção imprimida pelo diabo para tentar o primeiro casal, a apologia da rebelião, da desobediência e da independência.

-A segunda vertente da “educação progressista” é a “pedagogia libertária”, que tem seus fundamentos em outra filosofia política totalmente contrária às Escrituras, o anarquismo, que defende a supressão do poder político e de toda ideia de autoridade.

-O anarquismo defende a “formação de homens livres e conscientes, capazes de revolucionar a sociedade” e, portanto, vemos que o objetivo da “pedagogia libertária” é muito similar ao da “pedagogia libertadora de Paulo Freire”, ou seja, gerar pessoas que se rebelem contra a ordem existente na sociedade.

-Diz Ivan Pereira da Silva Sobrinho que “…a luta contra o autoritarismo, contra a obediência extremamente severa e contra as relações opressivas são o seio da Pedagogia Libertária. Os libertários questionam todas as relações de opressão, expressão das relações de dominação que envolvem todas as esferas sociais: família, escola, trabalho, religião etc.…”.

-Sabemos todos que toda autoridade foi constituída por Deus (Rm.13:1) e que resistir à autoridade é resistir a Deus (Rm.13:2), de modo que toda educação baseada nesta teoria é simplesmente educar alguém para resistir a Deus, para se rebelar contra Ele, assim como o adversário de nossas almas procedeu.

-Tanto assim é que esta pedagogia libertária defende a “autogestão”, ou seja, a inexistência de qualquer autoridade, a recusa a que haja qualquer espécie de autoridade, de mando de alguém sobre outrem.

-O terceiro elemento fundante desta “educação progressista” é a “pedagogia crítica”, que nada mais é que o desenvolvimento das ideias da chamada “Escola de Frankfurt”, um grupo de pensadores marxistas que, buscando “aprimorar” o pensamento socialista-comunista, passou a defender a “dialética negativa”, que nada mais que é a destruição dos valores culturais que, entendiam eles, ainda resistiam à “revolução” defendida pelo materialismo dialético.

-Esta “pedagogia crítica” vê a escola como “um processo político” cujo objetivo é “…incentivar os estudantes a se tornarem pensadores críticos, capazes de interferir positivamente na sociedade, isto é, pessoas capazes de refletir sobre princípios éticos, solidários, resgatando o sonho de reconstruir a história, com a consciência que a realidade social, com todas as suas desigualdades, também educa.…” (op.cit.).

-Mais uma vez, temos uma “educação revolucionária”, criada para “trazer o novo”, “para mudar tudo que está aí”, para a destruição dos valores existentes, entendidos aqui como aquilo que é revelado por Deus na natureza e na consciência dos homens (Rm.1:19,20; 2:1,14,15) e que já se encontra, por causa do maligno, sensivelmente prejudicado em sua apreensão pelos seres humanos.

-Entretanto, com a pregação do Evangelho pela Igreja de Cristo, que é o reflexo da glória de Deus sobre a face da Terra (II Co.3:18), a coluna e firmeza da verdade (I Tm.3:15), a luz do mundo (Mt.5:14), cria-se uma oportunidade para a salvação dos homens que façam com que eles cheguem ao conhecimento da verdade e que haja a transmissão do verdadeiro ensino às gerações vindouras.

-O Senhor Jesus deu à Igreja esta tarefa ensinadora, que se constitui num dos dois principais pilares da missão do povo de Deus nesta dispensação da graça: pregar o Evangelho aos incrédulos e ensinar tanto a incrédulos quanto aos crentes (Mt.28:18,19).

-A propagação da fé cristã no Império Romano e, depois, entre os outros povos alterou profundamente as sociedades dos povos alcançados, gerando uma civilização cristã, que passou a se denominar de Cristandade, que trouxe inegável melhora nos relacionamentos humanos, a despeito da manutenção do sistema gentílico rebelde a Deus e da própria rejeição dos israelitas a Jesus.

-Por isso mesmo, há um movimento satânico para impedir que a Igreja de Cristo venha a ter instrumentos para prover a educação da humanidade, lutando renhidamente para que o sistema educacional jamais possa estar debaixo dos princípios divinos.

-Nesta luta para que a Igreja de Cristo não disponibilize a educação aos homens, o mundo tem, infelizmente, conseguido muitos trunfos.

-O primeiro deles é o próprio sequestro do sistema educacional por parte do Estado, que se encontra dominado pelo maligno, já que se trata do sistema gentílico surgido em Babel.

-O segundo é o engano de que a educação é tarefa do Estado. Esta mentira tem se disseminado entre todos, inclusive entre os que cristãos se dizem ser. Assim, os pais e a própria Igreja acabam entregando esta tarefa ao Poder Público, “dando lugar ao diabo” (Cf. Ef.4:27).

-Como cada vez mais ambos os pais trabalham fora de casa, não havendo quem possa conviver com os filhos em casa, ministrando-lhes a sã doutrina, ficam os rebentos sob os ensinos da “educação progressista” nas escolas e, nos demais momentos, são educados pela mídia, que também é dominada pelo maligno.

-Não há educação doutrinária em casa, e, quando os pais levam seus filhos à Escola Bíblica Dominical, podem ter eles acesso à verdade por, no máximo, duas horas semanais, o que pode chegar até a quatro horas semanais, se houver um culto infantil no domingo à noite na igreja local.

Que são, porém, quatro horas semanais de ensino verdadeiro, diante das outras 164 horas da semana, lembrando que as mensagens subliminares espalhadas na mídia também atuam no subsconsciente e inconsciente das crianças e adolescentes durante o período do sono?

-Não é, portanto, novidade ou surpresa alguma que as igrejas locais, cada vez mais, estejam a ver diminuída a sua população infanto-juvenil e que as novas gerações estejam sendo forjadas nesta mentalidade mundana, que, inclusive, tem predominado nas “igrejas que atraem jovens”, que, no mais das vezes, quando não professam claramente o mundanismo, estão envolvidas pela falsa ideia do “seeker sensitive”, “as igrejas sensíveis ao que busca”, cuja lógica básica era

“…que nós atrairíamos as pessoas tocando música contemporânea, cantando canções contemporâneas, falando o jargão contemporâneo e abordando questões contemporâneas. Então, em algum ponto não específico no futuro, faríamos a transição para coisas mais carnudas e substanciais.

Era uma operação básica de atrair para dentro para depois trocar a isca e, como você pode imaginar, nunca funcionou na prática.…” (MARINHO, Ruy. Porque abandonei a igreja sensível ao que busca. 17 set. 2018. Disponível em: https://bereianos.blogspot.com/2018/09/porque-abandonei-igreja-sensivel-ao-que.html Acesso em 20 maio 2023).

-Assim, aqueles que, na nova geração, diante de tamanha educação espiritualmente destrutiva, ainda sentem a necessidade de se chegar a Deus, são iludidos por uma falsa religiosidade que somente as mantêm no engano de que se pode agradar ao Senhor dentro de uma mentalidade voltada única e exclusivamente para as coisas desta vida.

-Mas não são os pais que negligenciam a tarefa educadora. A Igreja também tem se omitido quanto a este aspecto. No mais das vezes, e já não é a maioria, as igrejas locais entendem que seu papel ensinador está tão somente na Escola Bíblica Dominical.

-Não resta dúvida que a Escola Bíblica Dominical é a principal agência de educação cristã e que tem de ter prioridade em toda igreja local, até porque é a única atividade da igreja que, além de envolver toda a membresia, a um só tempo, atende às duas missões fundamentais de evangelização e de ensino.

-Entretanto, além de já não ser a maioria das igrejas locais que deem a necessária ênfase à Escola Bíblica Dominical, temos que a própria proposta desta atividade tem deixado a desejar, mesmo onde ela é ainda exercida com o devido cuidado e atenção.

-Por primeiro, temos que ela se tornou “Escola Bíblica Dominical”, deixando de ser a “Escola Dominical” dos seus primórdios no século XVIII. Quando Robert Raikes (1736-1811) a criou, ela não cuidava apenas da educação bíblica das crianças, mas, também, de lhes dar a mínima instrução secular.

-Como já dissemos, esta “instrução secular” foi assumida pelo Estado e as igrejas locais se conformaram em reduzir o ensino somente à Bíblia Sagrada, à doutrina cristã. Se isto até se justificava durante algum tempo, hoje já não podemos mais manter tal postura, já que temos visto o domínio do maligno sobre o sistema educacional.

-Urge, assim, que as igrejas locais se mobilizem para que criarem um sistema educacional próprio, que venha a trazer uma instrução secular condizente com os preceitos bíblicos, sem as ideologias anticristãs e materialistas deste “ensino progressista”.

-Por isso, em nossos dias, o sistema educacional é uma fonte de anticristianismo e se torna absolutamente necessário que a Igreja se organize no sentido de ensinar a Palavra de Deus primeiramente aos filhos dos membros das igrejas locais, a partir do lar, passando pela EBD.

-A Igreja deve conseguir espaço nas escolas para que isto se dê, por meio do ensino religioso confessional (até porque o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucional 4439, considerou constitucional o ensino religioso confessional nas escolas, inclusive as públicas, o que, ainda, não é observado em alguns Estados, como o Estado de São Paulo que, de forma inusitada proibiu recentemente em uma lei estadual flagrantemente contrária ao que decidiu o STF tal espécie de ensino nas escolas públicas da rede estadual de ensino, o que deve ser imediatamente derrubado).

-Verdade é que, em nossos dias, ante a realidade política presente e que dá sinais de irreversibilidade, muito provavelmente iniciativas deste naipe serão barradas. Mas temos de fazer a nossa parte tentando abrir este espaço.

-A Igreja deve organizar um sistema educacional confessional, onde possa utilizar a Bíblia Sagrada como base dos ensinos, deixando-o à disposição não só da membresia, como também de todos quantos se disponham a transmitir tais valores a seus filhos, uma rede de ensino.

-A Igreja deve, também, incentivar a criação de uma rede de ensino domiciliar, que promova os valores bíblicos, sem as “amarras” institucionais criadas na rede formal e que prestigiam a divulgação do que é contrário à sã doutrina, mesmo que, para tanto, tenha de criar novas catacumbas.

-Por segundo, deve a Igreja estimular e incentivar sua membresia a assumir a educação de seus filhos, a neutralizar a doutrinação mundana proveniente do sistema educacional e da mídia, dando o necessário aprimoramento doutrinário e de conhecimento secular para que isto seja possível, inclusive em atividades nas próprias igrejas locais que deem este suporte e que também colaborem com os pais nesta neutralização.

-Neste ponto, inclusive, devem as igrejas locais se utilizar de importantes iniciativas trazidas por pessoas preocupadas com este caos educacional, como as medidas tomadas pelo hoje já extinta Secretaria de Alfabetização do Ministério da Educação pelo sr. Carlos Nadalim, que desenvolveu importantes programas de alfabetização das crianças, inclusive por meio de aplicativos e de programas de leitura com a participação entre pais e filhos, como também as orientações dadas por pessoas como o procurador da República Guilherme Schelb, a senadora Damares Alves e tantos outros que dão preciosas informações a respeito de como combater os desmandos do sistema educacional maligno existente entre nós.

Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/9480-apendice-1-a-educacao-anticrista

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