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Jovens – Lição 13 – O discípulo de Jesus e a verdadeira esperança

INTRODUÇÃO

A analogia da vinda do Senhor como a chegada de um ladrão é muito didática e de uma compreensão universal (1 Ts 5.2).

Por meio dessa imagem, devemos entender que, assim como a aparição de um ladrão é um evento inesperado e não tem nenhuma correlação com qualquer tipo de cuidado que possamos ter; assim também a manifestação do Senhor para julgar os moradores da terra será de maneira repentina e independente de qualquer ação nossa.

Essa imagem demonstra-nos que a vinda do Senhor é uma decisão pró­pria e soberana do Altíssimo. Jesus voltará! Essa é uma verdade que necessitamos crer e pregar continuamente.

A segunda parte dessa passagem diz respeito a nossa condição diante da iminência da vinda de Jesus.

Estamos preparados? Temos purificado nossas vestes, isto é, nossa interioridade? Mais que isso, estamos pelo menos vestidos adequadamente?

Ou será que estamos como o homem da parábola da Grande Ceia, isto é, sequer temos condições mínimas de atender o convite do Rei?

A salvação é uma dádiva graciosa da parte do Eterno, e nada podemos fazer para merecê-la; todavia, uma vida profana e impiedosa pode separar-nos desse maravilhoso privilégio.

Tudo terá um fim! Essa é a novidade que uma visão cristã de história trouxe para a humanidade. O Universo, diferentemente daquilo que acreditavam outros povos antigos, não terá uma existência cíclica, isto é, não haverá ciclos sucessivos de criação-desenvolvimento-cri­se-destruição de universos.

Na perspectiva de Jesus, tudo o que hoje há terá um único fim, com o julgamento final advindo depois dos eventos apocalípticos.

Isso é o que se define como perspectiva linear da história, ou seja, o Universo terá apenas um processo de CO­MEÇO-MEIO-FIM, tendo o juízo de Deus sobre os desobedientes como o marco final desta determinação divina.

Sobre a questão do juízo final, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus afirma: “[…] onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos.

E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).”1 

Apesar da polê­mica que esse tema possa produzir em nossos dias, era uma questão pacífica tanto na tradição judaica (Is 54.17; Dn 12.9,10) como na Igreja Primitiva, algo que o escritor aos Hebreus classifica como uma doutrina basilar da fé cristã (Hb 6.1-2).

1 Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 23.

O juízo final como ato determinante para a eternidade dos de­sobedientes
Os santos não têm qualquer temor com relação ao Juízo Final, pois temos nossa segurança no Criador (1 Jo 4.17).

O julgamento que está pronunciado aos ímpios é resultado das escolhas pessoais deles. Ainda que estes possam ter uma vida luxuosa e de ostentação, tudo 147

isso não passa de vaidade e trará um fim trágico a estes (Sl 73; 2 Pe 2.9). O ódio daqueles que se atolam numa existência de pecados e iniquidade contra nós não pode mudar o maravilhoso amor do Senhor por nós (Rm 2.16).

A sensação de impunidade que teste­munhamos na sociedade atual não passa de mais uma ilusão que o Maligno estabelece. Os perversos receberão a devida paga por causa da sua vida inconsequente e irresponsável.

Por isso, não devemos ficar desesperados diante do avanço do mal em algumas áreas de nosso mundo; a condenação deles não tarda (Pv 12.2; Ap 20.10; 21.8), pois o cetro de justiça e o poder de juízo estão exclusivamente nas mãos do soberano Deus (1 Pe 4.5).

O juízo final como marco final da atual existência terrena

No cronograma divino, o Juízo Final é o evento que finaliza toda uma era não apenas da humanidade, mas de todo o Universo (Mt 24.14).

A consciência deste calendário celeste é um privilégio para todos nós, pois nos concede a compreensão de que não somos vítimas do caos, não somos reféns da aleatoriedade.

Garantindo nossa liberdade individual, Deus age para realizar o seu soberano plano. Saber previamente o plano geral divino é uma bênção tão maravilhosa que nos garante a esperança de esperar com alegria o futuro (1 Co 15.24).

Dito de outra forma, a clássica canção que aponta para a felicidade de acreditar no amanhã em virtude do amor eterno que estava prometido de ser expresso no Calvário faz-nos ansiar pelo futuro, superando, assim, toda incredulidade da sociedade em que vivemos hoje.

O Juízo Final como ato de justiça divina, nunca de justiçamento

É importantíssimo lembrarmo-nos de que nosso Deus tem o seu poder manifesto sempre em atos de justiça (Sl 89.14; Is 9.7; 2 Ts 1.5) e promoção do bem (Sl 136; Ef 2.7).

O Senhor não é injusto nem age de formas que desencadeiem a maldade. Mesmo ao conduzir os desobedientes à condenação, isso não é uma ação de perversidade, mas de justa retribuição àqueles que negaram a graça (Rm 3.8; 1 Co 11.29,32).

Deus não age por revanchismo, e sim por seu amor — que traz no seu interior a justiça e retidão. O Senhor cumprirá a sua palavra amplamente anunciada sobre o juízo, que já é evidente, sobre todos aqueles que são infiéis (Mc 16.16); por isso, jamais ou­semos tentar fazer justiça com os próprios méritos ou seguindo a própria lógica (Hb 13.4). Assim como o Senhor age e julga, também devemos viver (Am 15.5).

Uma das questões mais marcantes do pentecostalismo brasileiro é a sua associação com a temática da escatologia, isto é, a doutrina das últimas coisas.

Partindo de uma visão sistemática das Escrituras, nós assembleianos fazemos uma leitura bem específica dos aconte­cimentos futuros, partindo sempre de uma compreensão bíblica e de um conjunto de interpretações dos textos sagrados que podem ser articuladas logicamente.

Em nossa Declaração de Fé, registra-se que cremos: “Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14)”.2

2 Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 23.

Quatro ques­tões centrais são apresentadas nesta afirmação:

1) Constatamos em nossa leitura das Escrituras o fato de que, assim como foi prometido pelo Cristo durante todo o seu ministério (Jo 14.3), como também após a sua ressurreição (At 1.11), Ele retornará para estabelecer o profético Reino que está anunciado desde os profetas (Is 9.7; Dn 2.34,35) e foi revelado a João (Ap 1.7).

Ou seja, toda a maravilhosa obra realizada por Jesus Cristo durante o seu ministério terreno foi apenas um vislumbre de tudo aquilo que aguarda a humanidade no governo eterno de Cristo do qual os salvos e redimidos participarão (Ap 22.1-5).

2) Um dos pontos mais acentuados da pregação pen­tecostal assembleiana sempre foi o censo de urgência com relação à conversão, santidade e serviço ministerial.

Em nossa perspectiva assembleiana, nada que se deve fazer para Deus pode ficar para o amanhã, pois o arrebatamento, que é o surpreendente, porém desejado acontecimento para onde convergem todas as expectativas evangélicas, pode acontecer a qualquer momento (1 Ts 4.13-18). O rapto da Igreja é tema do discurso escatológico de Jesus já em Lucas 17.34-36.

3) Nossa leitura pentecostal assembleiana ainda aponta para o fato de que, antes do estabelecimento do Reino Eternal do Criador, haverá um processo de tratamento da humanidade.

Nossa tradição teológica convencionou denominar esse período de Grande Tribulação, tomando como referência textos como Mateus 24.15-28 e Apocalipse 7.14.

4) Também cremos que, após os fatos pertinentes à Grande Tribulação, o Altíssimo estabelecerá um tempo de plena prosperidade e paz sobre toda a terra.

Ainda não serão o novo céu e a nova terra prometidos e que certamente virão (Is 65.17; 66.22; 2 Pe 3.13; Ap 21.1), mas, sim, um momento histórico de governo do Cristo sobre a atual estrutura terrena. Esse momento histórico é compreendido por nós como o Milênio (Ap 20.2-7).

Estas três afirmações podem ser compreendidas como o cerne da doutrina assembleiana sobre os últimos dias.

Alguns livros/textos da Bíblia são a base escriturística para as conclusões escatológicas que arti­culamos teologicamente: Apocalipse, Daniel 10–12, Mateus 24, 1 Coríntios 15, 1 Tessalonicenses 4, 2 Tessalonicenses 2.

É partindo da hermenêutica assembleiana aplicada a esses textos que se promove uma leitura articulada das várias informações e/ou conclusões e que chegamos na base bíblica dessa opção escatológica.

Nossa proposta de compreensão dos textos bíblicos que tratam sobre o futuro — mais especificamente sobre o retorno glorioso do Senhor Jesus, a Grande Tribulação e o seu reinado milenial — subdivide-se em questões secundárias, tais como: a defesa de que o arrebatamento acontecerá antes da Grande Tribulação (Ap 3.10), demonstrando, assim, o bondoso coração do Senhor para com os seus fiéis, que são representados neste texto pela igreja de Filadélfia;

a compreensão de que o Milênio será um tempo específico, e não toda a era cristã, que se estabelecerá antes do fim de todas as coisas, e que se diferencia do governo eterno, e que ainda manterá parte da atual estrutura socioambiental (Is 11.1-10; 65.19-25);

e que o galardoamento dos filhos de Deus será em critérios e momentos diferentes daquele jul­gamento que se dará com a humanidade não redimida pelo sangue de Jesus (Rm 14.10; 2 Co 5.10).

A promessa da vinda do Senhor Jesus para buscar a sua Igreja antes de um colapso global é um dos pilares da fé assembleiana, conforme, inclusive, consta em nosso credo doutrinário.

A despeito da existência de outras abordagens escatológicas, nós, assembleianos brasileiros, na maioria das múltiplas “Assembleias” de Deus existen­tes, adotamos uma compreensão de que haverá um tempo de juízo e terror sobre a humanidade e que, antes destes tempos sombrios estabelecerem-se, Cristo Jesus voltará glorioso para poupar a sua Igreja do tempo de provação que haverá sobre a história humana.

Analisemos, então, três perspectivas bíblicas que fundamentam aquela que, sem dúvida alguma, é a mais célebre doutrina da escatologia associada à doutrina assembleiana: a ideia do arrebatamento.

Os argumentos presentes nos Evangelhos em favor do arrebatamento

Este primeiro ponto reveste-se de determinada centralidade, pois os evangelistas discutem a questão das últimas coisas a partir dos registros dos discursos de Jesus. Textos como Mateus 24.44 e 25.13 e Marcos 13.32-37 registram o caráter repentino e imprevisível da vinda do Senhor Jesus.

Estes dois componentes escatológicos perderiam todo o sentido se a ordem de desenvolvimento histórico fosse invertida; ou seja, que surpresa ou imprevisibilidade temporal poder-se-ia esperar se o arrebatamento acontecesse depois de tudo o que já está anunciado quanto às últimas coisas?

A fala de Jesus em João 14.2,3 constitui-se também uma das possíveis bases bíbli­cas extraídas dos Evangelhos que tratam do retorno de Jesus para buscar a sua comunidade de amigos.

A força desse texto encontra-se justamente no cumprimento inicial dessa promessa, uma vez que Jesus já ressuscitou e está junto ao Pai em intercessão por nós.

Os pressupostos paulinos em favor do arrebatamento

Os textos que mais falam sobre a questão do arrebatamento são aqueles associados à literatura paulina, sendo os dois mais relevantes 1 Tessalonicenses 4.13-17 e 1 Coríntios 15.51-54.

Em ambos os textos, está bem clara a imagem do encontro entre a Igreja e Jesus protagonizado pelo Mestre, e isso, sob o comando do Senhor, no momento em que Ele decidir, onde a Igreja é “tomada” de modo abrupto do mundo.

Em 1 Tessalonicenses 4.13-17, Paulo faz uso de uma imagem política muito comum na sua época.

A palavra parusía era um termo técnico do mundo político utilizado para definir as medidas cerimoniais adotadas quando uma cidade ro­mana recebia o imperador ou um senador.

Em resumo, a parusía acontecia da seguinte maneira:

os cidadãos preparavam os festejos de recepção.

Quando a autoridade — um senador ou o próprio César — chegava, a população saía ao seu encontro fora dos muros da cidade, recepcionava-o e, então, entrava para celebrar a visita real (esta parte realizada pela população quanto a recepção da personalidade visitante possuía um termo técnico, apántesis, e este é o termo que o apóstolo utiliza em1 Tessalonicenses 4.17 para falar sobre o “encontro” com o Senhor.

Desse modo, respeitados os limites da metáfora, na parusía de Cristo, seremos tomados para irmos ao encontro dEle nos céus e depois voltaremos para reinar gloriosamente com Ele.

Já em 1 Coríntios 15.51-54, temos a ênfa­se de Paulo na transformação das limitações através da glória de Cristo, bem como o destaque para a imprevisibilidade e rapidez dos acontecimentos no arrebatamento.

As teses joaninas em Apocalipse sobre o arrebatamento

Com relação à questão do arrebatamento no livro de Apocalipse, podemos citar Apocalipse 3.10, onde a questão da proteção daqueles que servem a Deus, diante do castigo e sofrimento que há de vir sobre toda a terra, é registrada.

A imagem do retorno glorioso da Igreja com Cristo (Ap 19.14) para a vitória sobre o Anticristo e o Falso Profeta também são uma evidência do arrebatamento, uma vez que só pode retornar para um lugar quem já saiu dele.

O que cantaremos na eternidade

O que exatamente é louvar a Deus? De que modo podemos ter certeza de que aquilo que cantamos não é apenas consequência de manipulação emocional e articulação artística? A Bíblia de modo maravilhoso ensina-nos muito sobre essa questão.

As obras do Senhor precisam ser cantadas e anunciadas. Num momento de epifania, isto é, durante a vivência de um vislumbre impactante da glória divina, dentre tantas outras visões e percepções,
João testemunha uma multidão de vitoriosos — daqueles cujas vidas não estão mais debaixo da opressão de nenhum monstro — que cantam e magnificam os atos inigualáveis de nosso bondoso Deus.

Este será o futuro de todos aqueles que resistirem aos ataques do Maligno e a violência dos perversos: um lugar junto ao trono de Deus para cantar eternamente a sua glória e o seu poder. E o que devemos louvar?

Em primeiro lugar, louvemos o modo surpreendente como o Eterno opera na história humana, agindo de maneira que sempre produz o bem e o melhor. Por isso, devemos manter a esperança em nosso coração, crendo que o Maligno nunca terá a vitória final, pois é do Rei dos reis e dos seus a vitória eterna.

Em segundo lugar, devemos adorar ao Criador pela sua sa­bedoria no trato de todas as coisas, já que aquilo que deriva das mãos do Senhor produz justiça e verdade. Todos os operadores de iniquidade e mentira serão eternamente vencidos pelo Cristo, que, assentado no trono celeste, governará o cosmos por um caminho de equidade e fidelidade.

O que cantam os habitantes do Céu? O que proclama o séquito de adoradores desde a eternidade?
Apocalipse 15 traz-nos o registro do maravilhoso cântico que os seres celestes cantam diante da majestosa glória divina.

Sim, diante de Deus não há pavor, pânico, desespero, mas, sim, uma profunda alegria que impulsiona todos os seres angelicais a proclamar cons­tantemente louvores ao Criador.

Que você, ao apresentar-se perante o Altíssimo, se sinta absoluta­mente livre, feliz e transbordante de contentamento vindos do Senhor.

A multidão dos habitantes do Céu adora declarando a sua fra­gilidade perante o grandioso Deus; o coração de toda a criação proclama o assombro diante do sublime.

Quando a humanidade está afundada no pecado, ela sente-se autosubsistente, arrogante, grande. Todavia, ao encontrarmo-nos com o Salvador, nosso cora­ção quebranta-se, enche-se de um zelo santo, um temor edificante.

Os anjos cantam e indagam: como não se sentir deslumbrado diante do Criador. Ele que é construtor do cosmos, dedicado e de­licado autor de cada detalhe da criação. O que fazer diante desse ser tão espetacular? Glorificá-lo, render-lhe honras e louvor!

Por fim, a coletividade celeste aponta a causa do merecimento de tanto louvor: a santidade e a justiça divinas. Num ambiente tão corrupto, num mundo tão decadente, Deus é nosso ponto de segurança, nossa âncora moral, nosso bem maior.

Que sua boca se encha de louvor, que seu coração seja humil­demente voltado ao bondoso Deus, que, apesar de fantástico, nos abraça, perdoa e salva.

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: Imitadores de Cristo: Ensinos Extraídos das Palavras de Jesus e dos Apóstolos. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

 

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2022/09/23/licao-13-o-discipulo-de-jesus-e-a-verdadeira-esperanca/

Vídeo: https://youtu.be/RwQMY5DB2nE

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