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JUVENIS – LIÇÃO Nº 8 – O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO

O sofrimento sempre fez parte da existência humana e o seu propósito principal é nos aproximar do Senhor. A que se refere o propósito?

À motivação, ao que nos impulsiona, à razão da existência, ao que nos conduz a tomar certas decisões na vida. As Escrituras nos ensinam acerca da vontade de Deus que é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12.2).

É imperativo que o cristão conheça esta vontade para que se conduza prudentemente, de forma segura, ciente de que o Senhor está dirigindo os seus passos, tal como na canção nº 141, da Harpa Cristã:

“Guia-me me sempre meu Senhor! / Guia meus passos Salvador / Tu me compraste sobre a cruz / Rege-me em tudo meu Jesus.”

O Salmista também refere-se ao Senhor como seu Pastor que o guia pelas veredas da justiça e o protege em toda a trajetória, mesmo que tenha que andar pelo vale da sombra da morte (Sl 23. 3,4).

O apóstolo Pedro, em I Pe 4.1, afirma que Cristo por nós padeceu em Sua carne, sofrendo todas as mais excruciantes dores, o maior martírio já visto em toda a história da humanidade.

Aconselha que devemos refletir sobre a validade do padecimento na carne, a qual resultou em abandono completo do pecado.

Isto, também, coincide com o pensamento paulino que nos recomenda a crucificar a carne com as suas paixões

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gl 2:20)

E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. (Gl 5:24). Quando o cristão decide sacrificar-se para viver com Cristo e para Cristo, ele abandona todos os costumes profanos e ímpios que adotava antes, para viver segundo a vontade de Deus. O Senhor Jesus Cristo nos alertou: “   

E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. “ (Mc 8.34)

A vontade humana deixa de ser evidenciada para dar o destaque à vontade divina. A carne é crucificada, Cristo é exaltado, o sacrifício é feito e, se for necessário padecer perseguições por amor a Ele, não há por que temer, nem se lamentar, mas prosseguir exaltando-o.

O que faz diferença na vida do cristão é estar no centro da vontade de Deus, o que Deus quer o que o cristão seja, o que o cristão faça, não importa o que aconteça:

Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações.

Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. (Atos 20:23-25)

Uma forte linha de pensamento judeu acredita que o sofrimento purifica a alma, segundo Barclay (2023). Vamos citar um trecho de II Macabeus para ilustrar o pensamento judeu:

Suplico aos que lerem este livro, que não se deixem abater por esses tristes acontecimentos, mas que considerem que esses castigos tiveram em mira não a ruína, mas a correção de nossa raça.É sinal de grande benevolência a seu respeito o fato de não suportar por muito tempo os maus e de, ao contrário, castigá-los imediatamente.

Quanto às outras nações, o Senhor espera pacientemente, antes de puni-las, que tenham enchido a medida de suas iniquidades.

A nós, porém, ele prefere não nos tratar assim, com receio de ter que nos punir mais tarde, quando tivermos pecado demasiadamente. Assim, não nos retire ele jamais a sua misericórdia e não abandone seu povo, no momento em que o corrige pela adversidade! (II Mc 6.12-16)

Mas este pensamento não está revelado apenas no trecho do livro apócrifo, onde aponta, de acordo com Barclay (2023) que “o sofrimento santifica e que o não ser castigado é a maior penalidade e castigo que Deus pode impor ao homem”; esta concepção também se encontra no Sl 94.12:

“Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei;” (Sl 94.12); Elifaz, o amigo de Jó, ademais opina sobre o sofrimento:

“Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.” (Jó 5:17) O escritor da carta aos Hebreus, no Novo Testamento, prossegue reforçando o mesmo conceito:

Porque o Senhor corrige o que ama. E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.

Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? (Hb 12:6-9)

Éfactível que as dolorosas experiências da vida permitem diversas aprendizagens e nos capacitam a ver o significado que estão por trás delas, bem como agradecer ao Senhor por tudo que se aprendia/apreendia com o Pai Celestial.

A persistência mantinha os discípulos centrados no propósito, porque o foco, o alvo, que buscavam, importava mais que todo o processo pelo qual estavam passando

Os discípulos não temeram a perseguição, tinham plena convicção de que tudo aquilo haveria de ocorrer, mas não desanimavam diante da adversidade:

“E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.

Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.” (At 5.40,41)

Mantiveram-se firmes na fé, provando, com seu caráter, que a tentação de desistir, de cair e de olhar para trás, são uma possibilidade remota.

A confiança em Jesus Cristo, o exemplo de abnegação deixado pelo Mestre os impulsionou à entrega, ao enfrentamento, à resistência ao inimigo e prontidão para oferecer sua vida em prol do Reino de Deus.

Paulo e Silas, na prisão, também não demonstraram nenhuma forma de desânimo diante da perseguição sobre eles infligida.

Enquanto estavam na prisão, com os pés presos no tronco, cantavam hinos de louvores a Deus: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.” (At 16:25)

Compartilha seus sofrimentos e até sua morte, mas participa também de seu poder vivificador e, por conseguinte, é vencedor do pecado. Quando isso sucede, o homem deu um adeus definitivo à sua antiga maneira de viver.

O domínio do prazer, do orgulho e da paixão desapareceram e começou o reinado de Deus. Os antigos companheiros dessa pessoa poderão sorrir ironicamente em face deste novo “puritanismo”.

Entretanto, o cristão sabe muito bem que o juízo de Deus tem que chegar e que então os juízos terrestres serão reconsiderados e revogados, e os Prazeres eternos compensarão mil vezes os prazeres daninhos e transitivos que terá que abandonar nesta vida. (Barclay, 2023)

O apóstolo Paulo tinha, assentado no seu coração, o propósito de fazer a vontade do Senhor, não importando as consequências. A mensagem do Evangelho tinha que ser pregada, mesmo que acarretasse algum sofrimento:

“Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” (At 20.24)

Jesus Cristo é a razão de sua vida e até a morte pela causa da pregação, era lucro: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Fp 1.21)

Tais situações mencionadas, testemunhos destes homens de Deus nos estimulam a viver de forma inusitada, a buscar o significado que está oculto nestas experiências e assimilar as lições espirituais que elas nos trazem. A convicção do chamado é o que mantém estes homens firmes.

Ao falar sobre a casa edificada na rocha, em Mt 7.24-27, o Senhor Jesus falar sobre as diversas formas de sofrimentos/dificuldades que vêm retirar-nos de nossa “zona de conforto”, estimulando-nos a buscar ao Senhor e exercitar a nossa fé.

Quando se refere à chuva, fala acerca de um fenômeno meteorológico que vem dos céus: a chuva. É a figura das dificuldades que o Senhor coloca diante de nós, são as lutas, cuja origem são de Deus.

Como exemplo temos Abraão: o Senhor solicitou-lhe, como sacrifício, o seu único filho (Gn 22.1,2). Todos podem imaginar o quanto o servo do Senhor sofreu para atender o pedido; no entanto, a fé estava em evidência e fez toda a diferença. Ele foi assistido e recebeu a provisão de Deus.

Os ventos que sopram são a figura das dificuldades que temos em nossos relacionamentos, dos problemas que surgem por causa de nossas distrações/falhas em nossas falas, no cumprimento de promessas, no pagamento de dívidas etc.

Podemos exemplificar Sara, esposa de Abraão, que trouxe Agar para o seio da família, permitindo que ela tivesse um filho de seu esposo.

Sua incredulidade momentânea foi a causa de seus problemas, situações complicadas que ela mesma procurou e teve que resolver de forma não diplomática (Gn 21.9-12).

Por último, o texto fala sobre o transbordamento dos rios, da enchente, que vem pelas partes inferiores da casa, destruindo tudo.

Esta situação nos faz recordar as dificuldades / extremo sofrimento que Jó passou. Isto aponta exatamente para a menção do texto bíblico: são as adversidades enviadas por Satanás, com o fim de derrotar completamente o cristão (Jó 1.12-20).

Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.

Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”. (Mt 7.24-27)

O crente deve estar firmado na Rocha, que é Cristo. A Sua Palavra nos sustenta e firma nossos passos (II Co 1.7).

Em sua conduta, o salvo observa os princípios da Palavra de Deus e, no compromisso de obedecê-la e praticá-la, seus passos são firmados, o Senhor confirma seus passos, dando-lhes condições de permanecerem nos Seus caminhos:

“ Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; os meus pés não escorregaram.” (Sl 17.5);” Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o justo permanece firme para sempre.” (Pv 10:25)

Após o temporal, a passagem dos ventos, a invasão das enchentes, podemos reconhecer quem serve a Deus e quem não serve, porque o justo permanece firme, constante, abundante.

A Bíblia diz que “os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano.” (Sl 92.12)

Esta figura nos faz contemplar a palmeira do Oriente Médio, a região inspirou o salmista que se refere à palmeira mais comum, a tamareira (uma árvore que floresce no deserto e dá seus frutos mesmo sob grandes dificuldades).

Mesmo que enfrente situações de sofrimento, o justo prossegue produzindo fruto, fazendo a diferença, dando testemunho.

Se a palmeira permanecer em seu lugar de origem, como a casa que se firma na rocha, poderá alcançar até 30 m de altura. Se for transportada de local, seu crescimento será comprometido.

Além disto, podemos citar a flexibilidade desta árvore que, diante dos ventos (de até 150 Km/h que suportam) e tempestades, não se abala, resistem e retornam à posição inicial sem sofrer danos à sua composição.

Tsunami que devastou a Indonésia em 2004, quando milhares de pessoas morreram, pode-se observar diversas palmeiras em pé.

Uma outra ilustração do salmo citado é o cedro do Líbano. Cris Beloni, em suas pesquisas, sobre o texto bíblico nos informa:

No livro de Salmos, o cedro do Líbano é o símbolo do crescimento dos justos. E dentro desse contexto, significa também: nobreza, beleza, resistência e longevidade.

Nobreza e beleza – o cedro é uma árvore majestosa que cresce nas alturas, nas montanhas da Turquia e do Líbano. Sua madeira é considerada nobre por não se deteriorar facilmente, além de ter uma bela cor avermelhada e um perfume agradável. (Beloni, 2020)

A beleza desta árvore, a preciosidade nela contida, destaca o crescimento do justo, cuja nobreza, beleza, resistência e longevidade, também lhe concedem lugar de destaque.

O crescimento do cedro é uma ocorrência singular: suas raízes alcançam 1.50 a 2.00 m, enquanto a parte externa não passa de 5 cm.

Esta ilustração fala do auto-conhecimento, da firmeza (semelhante à palmeira), dos momentos nos quais o justo faz um auto-exame. Conhecer as próprias limitações é fundamental para enfrentar situações de sofrimento, avaliar-se para verificar a intensidade de suas forças e buscar o reforço que vem do Alto (Ez 17.22-24).

Crescimento e Resistência – não tem como falar de crescimento sem compreender o real significado da raiz.

O cedro tem raízes profundas, e esse é um dos motivos da sua resistência. Seu sistema radicular é pivotante ou axial, ou seja, tem o tipo de raiz que se alonga em profundidade porque possui um eixo principal que sustenta a árvore, no sentido de possibilitar sua firmeza ou sua fixação ao solo.

A raiz cresce até 1 metro e meio de profundidade nos três primeiros anos de vida, enquanto o broto tem apenas 5 cm. Espiritualmente, isso indica que uma pessoa pode estar crescendo na fé e firmando suas raízes em Deus, mesmo que ninguém perceba isso.

O cedro só começa a crescer a partir do quarto ano de idade e pode chegar até 50 metros e a circunferência do caule pode chegar até 14 metros em média. Seu crescimento é lento, porém constante, por volta de 20 cm por ano. (Beloni, 2020)

A vida cristã, cujo crescimento é semelhante ao cedro do Líbano, apresenta sua própria solidão, segundo Barclay (2023), pois traz consigo a impopularidade, problemas, sacrifícios e perseguições.

Este tema que Pedro destaca, ao tratar da perseguição aos cristãos, também precisa ser tratado no diálogo com os adolescentes porque muitos deles enfrentam situações parecidas no seu cotidiano entre os seus pares.

Vale a pena falar sobre tais situações com os jovens e conduzi-los a compartilhar algumas experiências. Este seria o momento adequado para algumas palavras de estímulo.

Pedro, de acordo com Barclay (2023), enfatizou que a perseguição fazia parte da herança dos cristãos, não era fácil compartilhar esta crença:

1.A perseguição é inevitável. “O cristão leva ao mundo as normas de Cristo. Esta é outra forma de dizer que inevitavelmente o seguidor de Cristo é como uma espécie de consciência para qualquer grupo ou sociedade na qual atue;” (Barclay, 2023) Diante disto, os homens querem nos eliminar, remover das relações, com o fim de abolir os remorsos, o peso de consciência que incomoda.

2.A perseguição é uma provação no duplo sentido. A perseguição é a prova de fé do indivíduo.

3.Ser perseguidos é participar dos padecimentos de Cristo. Quando alguém tem que sofrer e sacrificar-se por seu cristianismo, é que está transitando pelo caminho que já seguiu seu próprio Mestre, é que está compartilhando a cruz que seu Mestre já carregou. (Barclay, 2023).

Se sofremos com Ele, também seremos glorificados com Ele (Rm 8.17). O desejo de Paulo é entrar na participação em seus sofrimentos, tornando-me como Ele em sua morte (Fp 3.10).

Se sofremos com Ele, também reinaremos com Ele (2 Tm 3:11). “Se lembramos isto, então qualquer coisa que tenhamos que sofrer pela causa de Cristo será um privilégio e não um castigo.”(Barclay, 2023)

4.O momento do ápice do ministério de Cristo, a coroa de sua trajetória se concretiza na cruz do Calvário quando lhe tecem uma coroa de espinhos e vemos o nosso Mestre no ápice de Seu sofrimento: “ Vestiram-no com um manto de púrpura, depois fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram nele.” (Mc 15.17). Por isto, Barclay (2023) afirma que “A perseguição é o caminho à glória. A cruz é o caminho à coroa.”

5.A shekinah, a glória do Senhor, o resplendor desta glória estão sobre aqueles que se dedicam à causa de Cristo.

Estêvão foi apedrejado quando pregava o Evangelho, mas os seus opositores tiveram uma surpresa enquanto estavam “ Olhando para ele, todos os que estavam sentados no Sinédrio viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo. “ (At 6.15)

6.O cristão deve sofrer como cristão e não como malfeitor. É preciso estar claro que se o cristão cometer erros e for criticado pelos mesmos, por estar desobedecendo a Palavra de Deus, por sua corrupção, não está sendo perseguido por ser cristão, mas se tratam de perseguições que ele mesmo provocou.

Se buscarmos o significado deste vocábulo seguindo esta linha allotriepiskopos significaria então olhar aquilo que é alheio ou estranho a si mesmo.

Com relação a um cristão isto significaria ser culpado de má conduta, culpado de misturar-se em assuntos que não correspondem a um cristão, coisas que não concordam com a vida cristã.

Teríamos aqui, então, uma advertência para que nunca nos comprometamos em nenhum assunto ou iniciemos algo que seja incompatível com a vida que deve levar um seguidor de Cristo.

Ainda que os três significados são possíveis e as três advertências são pertinentes, cremos que a terceira é a correta.

O preceito de Pedro é que se o cristão tiver que sofrer por Cristo, que sofra de tal maneira que seu sofrimento dê glória a Deus e ao nome que leva.

Sua vida e sua conduta têm que ser o melhor argumento probatório de que não merece o sofrimento que está padecendo. Mediante sua forma de viver e mediante sua atitude em face do sofrimento que tem que suportar, o seguidor de Cristo tem que exaltar o nome que leva. (Barclay, 2023)

O cristão precisa fazer o bem, colocar a Palavra de Deus em prática, porque o juízo começa pela Casa de Deus.

Onde o privilégio for maior, o juízo pode ser mais severo: “[…] Comecem no meu santuário”. Então eles começaram com as autoridades que estavam em frente do templo.” (Ez 9.6)

Se o juízo começa no santuário, o que se deve fazer com aqueles que foram negligentes e desobedientes aos preceitos do Senhor?

Vejamos o que diz o proverbista: “Se os justos recebem a punição que merecem na terra, quanto mais o ímpio e o pecador! “ (Pv 11.31) Portanto, Deus não faz acepção: o juízo alcança o justo e o pecador. A vida do cristão deve ser confiada ao Senhor que é nosso amigo fiel.

Na antiguidade não havia bancos e poucos eram os lugares seguros nos quais depositar dinheiro. Sendo assim as coisas, quando alguém saía de viagem frequentemente deixava seu dinheiro aos cuidados de um amigo.

Tal amostra de confiança era considerada como um dos atos mais sagrados. O amigo estava absolutamente obrigado, tanto por sua honra como por sua religião, a reintegrar intacto o dinheiro. Heródoto (6:86) tem um relato a respeito desse tipo de confiança.

Certo cidadão de Mileto chegou a Esparta porque tinha ouvido a respeito da rigorosa venerabilidade dos espartanos e confiou seu dinheiro a um tal Glauco.

Disse-lhe que, a seu devido tempo, seus filhos reclamariam esse dinheiro e, para estabelecer sua identidade em forma inequívoca, levariam uma contra-senha.

Passou o tempo e chegaram a Esparta os filhos do miletano. Astutamente Glauco afirmou que ele não lembrava que lhe tivesse sido confiada soma alguma de dinheiro, e adicionou que desejava quatro meses para pensar nesse assunto.

Os miletanos se retiraram tristes e preocupados. Glauco consultou com os deuses o que devia fazer e eles lhe advertiram que tinha que reintegrar aquele dinheiro. Assim o fez, mas pouco depois morreu e, junto com ele, toda sua família.

Na época de Heródoto não ficava vivo nem um só membro dessa família devido ao fato de que os deuses se zangaram porque aquele homem se atreveu a pensar numa possível ruptura de seu compromisso. Até o fato de pensar em evitar tal compromisso era um pecado mortal. (Barclay, 2023)

Cristo entregou-se ao Pai: “Jesus bradou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. (Lc 23.46) Tendo dito isso, expirou. O Filho depositou Sua vida nas mãos do Pai sem reservas, dando-nos o exemplo de que devemos confiar em Deus e, mesmo nas situações de maior sofrimento, não ficaremos sem o consolo, sem o acolhimento do Pai Celestial.

Sugestão de Atividade:

➢Professor, converse com seus alunos sobre a sofrimento no trabalho e na escola. Quais são os tipos de sofrimento que enfrentamos em nosso cotidiano? (Peça para os alunos compartilharem suas limitações e dificuldades pessoais no seu dia-a-dia, aquilo que os faz sofrer)

 

REFERÊNCIAS:

BARCLAY, James William. O Novo Testamento Comentado. I Pedro. Disponível em: https://files.comunidades.net/pastorpatrick/1Pedro_Barclay.pdf. Acesso em 16 jul. 2023.

BELONI, Cris. O que significa “os justos florescerão como a palmeira”? Disponível em: https://www.gospelprime.com.br/significa-os-justos-florescerao-como-a-palmeira/. Acesso em: 13 ago.2023.

BELONI, Cris. O que significa “crescerão como o cedro do Líbano”? Disponível

em: https://www.gospelprime.com.br/significa-crescerao-como-o-cedro-do-

libano/. Acesso em: 13 ago.2023.

MARQUES, Maria Antônia. Reavivar a caminhada. Uma leitura da Primeira Carta

de Pedro. Vida Pastoral, n.231, p.03-11. Disponível em: https://www.vidapastoral.com.br/artigos/temas-biblicos/reavivar-a-caminhada-uma-leitura-da-primeira-carta-de-pedro/. Acesso em: 30 ago.2023.

 

 Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/9611-licao-8-o-proposito-do-sofrimento-i

Vídeo: https://youtu.be/s-IthijPM7M

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