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LIÇÃO Nº 13 – O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

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Paulo dava exemplo de relacionamento com os irmãos.


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INTRODUÇÃO

– Encerrando o estudo da carta aos Romanos, analisaremos hoje o seu último capítulo, o capítulo 16.

– Nas saudações finais da epístola, o apóstolo mostra que era um exemplo de relacionamento com os irmãos.

I – PAULO TINHA UMA VIDA DE RELACIONAMENTOS COM OS IRMÃOS NA FÉ

– Estamos a encerrar o estudo da carta do apóstolo Paulo aos Romanos e analisaremos o seu último capítulo, o capítulo 16, que são as saudações finais do apóstolo, um texto que, à primeira vista, não nos teria lições a ensinar, mas, como diz o próprio apóstolo nesta mesma carta, “tudo o que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito” (Rm.15:4).

– Depois de ter revelado aos romanos o motivo principal pelo qual escrevera a epístola, ou seja, o desejo de ser enviado pela igreja de Roma para a Espanha, o apóstolo, em suas saudações finais, mostra, uma vez mais, a sua autoridade espiritual, visto que, após ter ensinado a necessidade de o que crente ter uma vida de relacionamentos, seja com Deus, seja com os irmãos na fé, seja com os demais homens, revela que, ele mesmo, vivia aquilo que estava a ensinar e a orientar os crentes da capital do mundo.

– Quando lemos o capítulo 16 da epístola aos Romanos, verificamos que, ao longo de seu profícuo ministério, o apóstolo Paulo angariara muitos amigos, tinha diversos relacionamentos, a nos fazer entender porque era tão exitoso na realização da obra de Deus, porque se tornara um gigante espiritual.

Conforme temos visto ao longo deste trimestre, é indispensável para o crescimento espiritual que vivamos em comunidade, que estejamos nos relacionando com os irmãos em Cristo, porquanto a igreja é o corpo de Cristo e nós, seus membros em particular (I Co.12:27).

– O próprio apóstolo dos gentios redigira, nesta carta aos romanos, que somos membros uns dos outros (Rm.12:5) e que, como temos diferentes dons, é necessário que estejamos sempre em relacionamentos uns com os outros, para que, assim como em um organismo vivo, cada membro depende do outro para poder sobreviver, também nós possamos sobreviver de modo a que, juntamente com os demais membros, cresçamos e sejamos edificados em amor (Ef.4:11-16).

– Paulo era um gigante espiritual, talvez o que mais perto tenha se aproximado da estatura completa de Cristo, de varão perfeito, o grande responsável pela evangelização do Império Romano, aquele que deu à Igreja o caráter universal que fora preconizado pelo Senhor Jesus e que não tinha sido bem compreendido pelos primeiros discípulos, mas isto somente foi possível porque o apóstolo desenvolveu relacionamentos, pôde entender que, sozinho, jamais poderia progredir espiritualmente e, por isso, fez questão de se tornar tão somente um membro do corpo de Cristo que, exercendo o papel que lhe foi dado pelo Senhor, pudesse haurir do convívio com os demais irmãos, o necessário para “como a luz da aurora, ir brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Cf. Pv.4:18).

– Por isso, apesar de toda a “sua folha de serviços prestados”, que faz questão de rememorar aos romanos, o apóstolo, de modo sincero, dizia da necessidade que tinha de ser consolado pelos crentes romanos como também de comunicar a eles algum dom espiritual, numa fé mútua (Rm.1:11,12), também não deixando de pedir que os romanos orassem por ele para que ele tivesse êxito em sua empreitada na Judeia (Rm.15:30-33).

– Precisamos estar conscientes de que somos membros em particular do corpo de Cristo e, deste modo, se, de um lado, temos um papel, uma função, uma tarefa a realizar, que ninguém poderá realizar em nosso lugar, assim como cada célula do corpo humano tem um trabalho específico e insubstituível a desempenhar; de outro, é imperioso que saibamos da dependência que temos dos outros irmãos para que a obra se realize, como um todo, conforme a vontade do Senhor e para que tenhamos a edificação em amor.

– Não é por outro motivo que, na liturgia da ceia do Senhor, o pão deva ser partido antes de ser consumido (observância bíblica, aliás, que tem sido deixada de lado, contra a Palavra de Deus, em muitos lugares…).

Jesus partiu o pão antes de entregá-lo aos Seus discípulos (I Co.11:24), para lembrar que a comunhão entre os salvos (que é o que representa o pão) somente se faz quando cada membro do corpo de Cristo (representado pelo pão) sabe que é apenas uma “parte”, que precisa dos demais para que o corpo se forme e possa crescer.

– Infelizmente, nos dias de individualismo e egoísmo que caracterizam estes últimos dias da dispensação da graça, há todo um comportamento e doutrina que procura negar esta realidade bíblica.

 Muitos acham que podem servir a Deus solitariamente, sem depender dos outros. Acham-se O corpo de Cristo e não apenas um membro em particular dele.

Entendem que não dependem dos outros, pois, afinal de contas, “a salvação é individual”, esquecendo-se de que, se a salvação é individual, e o é, quando somos incluídos no corpo de Cristo, passamos a ser um membro em particular e a depender dos demais para que possamos crescer.

Esta é a filosofia dos “desigrejados”, movimento que tem crescido assustadoramente e que tem levado muitos a fracassar na fé.

– Outros nem são “desigrejados”, mas, embora formalmente pertençam a uma igreja local, mantêm-se completamente alheios à vida em comunidade.

São apenas “visitantes do domingo à noite” e, por vezes, por entregarem sua contribuição financeira, acham que, com isto, já fazem o bastante para cumprirem a exigência de pertença a uma igreja local.

No entanto, não se relacionam com os demais servos do Senhor, não têm qualquer envolvimento ou compartilhamento com eles, de forma que, a exemplo dos “desigrejados”, são individualistas e soberbos e têm igual destino de naufrágio na vida espiritual, visto que, se não há relacionamento, se não há convívio, não há como se sobreviver espiritualmente em nossa peregrinação terrena.

– Quando vemos a igreja-mãe de Jerusalém, notamos ali que um dos pontos primordiais era a “comunhão” (At.2:42), sendo esta a segunda nota marcante daquela primeira igreja local, logo depois da doutrina dos apóstolos, comunhão esta que era seguida do “partir do pão” e das orações.

Ora, o “partir do pão” é uma consequência da comunhão, seja entendido o “partir do pão” como a mútua assistência material, seja como a própria celebração da ceia do Senhor, que, como já vimos, nada mais é que a representação e a comemoração da vida de relacionamentos que devemos manter com nossos irmãos.

– Esta comunhão era efetiva, tanto que Lucas faz questão de ressaltar que “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At.2:44).

Havia uma comunidade de vida, ou seja, todos compartilhavam o seu viver com os irmãos, todos viviam uns em função dos outros, permitindo assim que se cumprissem todas as exigências que a Palavra de Deus impõe aos irmãos na fé, que devem:

 “lavar os pés uns aos outros” (Jo.13:14),

“amar uns aos outros” (Jo.13:34,35;15:17; Rm.12:10;13:8; I Ts.4:9; I Pe.1:22; I Jo.3:11,23; 4:7,11,12; II Jo.5),

“preferir em honra uns aos outros” (Rm.12:10),

 “não nos julgar uns aos outros” (Rm.14:13);

“receber uns aos outros” (Rm.15:7),

“admoestar uns aos outros” (Rm.15:14; Cl.3:16; Hb.10:25),

 “saudar uns aos outros” (II Co.13:12; I Pe.5:14),

 “servir uns aos outros” (Gl.5:13),

 “não morder ou devorar nem consumir uns aos outros” (Gl.5:15),

“não se irritar uns aos outros” (Gl.5:26),

 “não invejar uns aos outros” (Gl.5:26),

 “suportar uns aos outros” (Ef.4:2; Cl.3:13),

 “perdoar uns aos outros” (Ef.4:32; Cl.3:13),

“sujeitar uns aos outros” (Ef.5:21; I Pe.5:5),

 “não mentir uns aos outros” (Cl.3:9),

“ensinar uns aos outros” (Cl.3:16),

“consolar uns aos outros” (I Ts.4:18),

 “exortar uns aos outros” (I Ts.5:11; Hb.3:13),  

“edificar uns aos outros” (I Ts.5:11),”

considerar uns aos outros” (Hb.10:24),

“confessar as culpas uns aos outros” (Tg.5:16),

“ser membros uns dos outros” (Rm.12:5; Ef.4:25),

“ter cuidado uns dos outros” (I Co.12:25),

“levar as cargas uns dos outros” (Gl.6:2),

 “deixar a mentira e falar a verdade a cada um” (Ef.4:25),

 “não falar mal uns dos outros” (Tg.4:11).

– A salvação em Cristo Jesus traz-nos a possibilidade não só de restabelecermos o relacionamento com Deus, mas, também, de estabelecermos relacionamentos com os homens, a começar dos irmãos em Cristo Jesus mas também com os incrédulos, visto que somos chamados para sermos sacerdotes nesta Terra e, como tal, mediadores entre Deus e os homens que ainda não pertencem ao corpo de Cristo.

– Não pode, pois, o salvo em Cristo Jesus ser pessoa isolada, egoísta e soberba, fechada ao próximo, porquanto nós necessitamos do outro para crescermos espiritualmente e para nos mostrarmos como instrumento de glorificação do nome de Deus perante os homens.

– Neste capítulo 16 da epístola aos romanos, quando está a fazer as saudações finais, o apóstolo Paulo mostra que era um verdadeiro e genuíno cristão, pois seu ministério estava marcado pelos relacionamentos, de modo que podia, mesmo, exigir dos crentes de Roma um tal comportamento, porque ele vivia assim. Podemos dizer o mesmo?

Temos demonstrado nossa salvação pelos relacionamentos que mantemos com as demais pessoas? Pensemos nisto!

II – AS PESSOAS MAIS PRÓXIMAS DO APÓSTOLO PAULO: FEBE, PRISCILA E ÁQUILA

– Em primeiro lugar, o apóstolo Paulo recomenda Febe, que ele chama de “nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar, porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo” (Rm.16:1,2).

– Paulo recomenda a irmã Febe, que morava em Cencreia, que era um porto situado a cerca de onze quilômetros a leste de Corinto, porto este que ficava no golfo Sarônico, que permitia o acesso ao Mar Egeu e ao Mediterrâneo Oriental, um dos dois portos de Corinto, pois o outro, situado no lado ocidental, dava acesso ao Mar Adriático e ao Mar Mediterrâneo Ocidental.

– Por esta saudação, sabemos que o apóstolo escreveu a carta aos romanos em Corinto ou em Cencreia (o que é mais provável, vez que diz que fora hospedado por Febe e estava de partida para Jerusalém) e que, portanto, seria Febe quem seria a portadora da carta para os romanos.

– O fato de Paulo enviar sua carta aos romanos por meio de Febe, uma mulher, mostra que o apóstolo queria, com tal gesto, que Febe fosse bem recebida pelos crentes de Roma.

Assim, não só Paulo pedia um favor para Febe como retribuía este favor com uma recomendação e o fato de a própria Febe portar a carta do apóstolo, demonstrando, assim, sua proximidade com o apóstolo e sua idoneidade.

– É desta passagem que surgiu o salutar e indispensável costume das “cartas de recomendação”, que, infelizmente, muitos têm deixado de lado em nossos dias, onde, aliás, este elemento é de primordial importância, ante a malignidade que temos em nossos tempos e a necessidade que temos de impedir que aventureiros e falsos irmãos venham a participar de nossas igrejas locais e causar transtornos e prejuízos para a membresia.

– Pelo fato de vivermos em comunhão, de compartilharmos e entrelaçarmos nossas vidas com os que, juntamente conosco, servem a Cristo Jesus e caminham para o céu, é indispensável que os crentes, quando chegarem a outros locais, portem as suas “cartas de recomendação”, para que sejam bem recebidos pelos irmãos de outras plagas.

 Não podemos negligenciar quanto a isto, e muitos problemas a que temos assistido serão evitados.

– Mas a recomendação não é apenas por intermédio de documentos escritos, mas também temos de verificar, máxime no que tange a pregadores e ministros, qual é o seu histórico, por onde passou e o que praticou.

É cada vez mais comum vermos pessoas ocupando os púlpitos das igrejas locais e até se envolvendo nas suas atividades sem que se saiba quem são estas pessoas, qual a história de vida que possuem, o que tem gerado enormes males para a vida espiritual dos crentes.

– Paulo entregou a carta a Febe, recomendou-a no próprio conteúdo da epístola, mas fez questão de dizer o que Febe fazia, de trazer um histórico, ainda que sucinto, sobre aquela irmã, tomando, assim, as devidas precauções para que fosse devidamente recebida pela igreja de Roma.

– Febe poderia ser recebida e ajudada em todas as necessidades que tivesse porque, em Cencreia, ela sempre havia hospedado os irmãos, acolhido os visitantes, ajudando-os em todas as necessidades que tinham.

 Como dizia o saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012), Febe hospedava os irmãos, dava-lhes o que comer e beber, lavava e passava as suas roupas, atendia a todas as necessidades que tinham, como, aliás, estava a fazer com o próprio apóstolo Paulo.

Assim, como fazia bem aos outros, merecia também ser ajudada em Roma na qualidade de visitante.

– Esta passagem, aliás, mostra, claramente, que, ao contrário do que andam ensinando por aí, o texto bíblico, em momento algum, diz que Febe fosse uma “diaconisa”.

O texto diz que ela “servia na igreja”, ou seja, trabalhava na igreja de Cencreia, hospedando os irmãos.

Não há fundamento algum para deste texto dizer que é possível ter “diaconisas”, como, lamentavelmente, temos visto em algumas igrejas locais. Os diáconos devem ser “varões”, como fica claríssimo nos textos de At.6:3 e I Tm.3:12.

– Febe não era “diaconisa”, mas, nem por isso, deixava de cooperar na obra do Senhor, As mulheres têm, sim, espaço nas igrejas locais para trabalhar em prol do Senhor Jesus, não sendo inferiores nem discriminadas (tanto que Paulo escolhe uma mulher para portar a carta para a igreja da capital do mundo), mas o ministério não lhes foi reservado.

– A propósito de Febe, reproduzimos aqui trecho de entrevista dada pelo pastor Antonio Gilberto à Seara News, em que bem se explica esta passagem das Escrituras: “Seara News – Um assunto polêmico, cujo debate já dura por décadas, é o ministério pastoral feminino. Hoje algumas Assembleias de Deus já reconhecem a ordenação de mulheres.

Existe respaldo bíblico-doutrinário para isso? Pr. Antônio Gilberto – Não, não e outra vez não!

Não existe! Ordenação… Mulheres no Santo Ministério, tanto venham. Inclusive muitas vezes elas fazem o trabalho melhor do que os homens. Mas ordenar para o Santo Ministério, não tem base nas Escrituras.

 E como é que isso está acontecendo? É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres.

O apóstolo Paulo que é um paradigma, não separou, nunca ordenou mulheres. Agora, mulheres trabalharem no Santo Ministério, tanto venham. Cantoras, professoras de escola dominical e etc.

Mas irmão Gilberto, e diaconisa? Lá no livro de Romanos o apóstolo Paulo disse que aquela irmã era diaconisa na igreja de Cencreia. Onde está isso no original? Não existe! Sim, mas o comentário que eu li diz que era diaconisa. Conversa!

No grego está na forma masculina, ou seja, Paulo deixou aquela mulher ali provisoriamente, ou então o trabalho era novinho e não tinha homem nenhum para exercer o diaconato, ele disse vem cá “fulana” (Febe), faz o trabalho aqui, a obra de Deus não pode parar por causa de problema humano. Está no masculino.

Uma vez um pastor presidente de uma grande e renomada convenção, nós estávamos juntos em Goiânia ministrando, e ele no hotel conversando comigo, disse: “estou agora na presidência, vou incentivar, irmão Gilberto, o diaconato das mulheres que está praticamente parado.

O que o irmão diz?” – Eu prefiro primeiro que o senhor que é o chefe, me dê alguma coisa. Ele disse: “eu me baseio lá em Rm 16, Febe, aquela irmã que era um tesouro na igreja de Cencreia (inclusive quando os irmãos forem a Grécia visitem as ruínas de Cencreia.

 Eu fui lá visitar, só tem ruínas, e eu fiquei pensando onde é que ficaria aqui a casa dela, porque tudo indica que era uma mulher de muito dinheiro.

 Paulo disse: “ela me hospedou muitas vezes, e hospedou a muitos”), que era diaconisa, a Bíblia em português diz: que serve ao Senhor na igreja de Cencreia, outra versão que eu tenho diz que ela servia como diaconisa”.

Eu me calei, e ele disse: “uma segunda passagem, irmão Gilberto, que eu tenho em mente é lá em Timóteo quando a Bíblia diz: e as mulheres…” Eu disse: Pastor, a passagem de Romanos no original está no masculino, pode pegar qualquer manuscrito bíblico.

 Ou seja, ou o trabalho era novinho e não tinha homens habilitados, e o apóstolo Paulo um homem cheio do Espírito Santo, a obra de Deus não ia parar por causa de problema humano. Vem cá, Febe, exerce aqui enquanto não se prepara um homem, ou então não sei a razão, a Bíblia não explica, mas está no masculino. “E lá em Timóteo?”

Pode pegar o termo original que a oração no grego pára, e quando diz as mulheres, são as esposas dos obreiros. Ele parou, e parou até hoje.

Voltando a pergunta, o que o irmão diz disso? É antibíblico. E o que fazer? Quem estiver fazendo vai prestar conta a Deus. Mas infelizmente não é só ordenação de mulheres, é muita coisa que a igreja decide por ela.

Eu podia fazer menção aqui, não vou, não há necessidade. Para ninguém pensar que é só esse fato: São várias coisas que a igreja faz sem ter… Por exemplo, há igrejas que só separam (consagram) obreiros para o diaconato se forem casados, não estou criticando a igreja local, há igreja que só separa (consagra) casados, porque o escândalo está sendo grande de obreiros solteiros.

Enfim, a igreja que tomou a decisão, não é a Bíblia.…” (Disponível em: http://www.searanews.com.br/pr-antonio-gilberto-a-importancia-da-doutrina-biblica-para-a-igreja/#sthash.YUfw2Wvl.dpuf Acesso em 11 mar. 2016).

– Depois de ter recomendado Febe, o apóstolo começa a sua saudação por Priscila e Áquila, um casal de crentes da igreja de Roma que, tendo sido expulsos daquela capital no tempo do imperador Cláudio (At.18:2), haviam se unido a Paulo em Corinto e participado de parte da sua vida missionária, tendo, ademais, sido os responsáveis pela conversão de Apolo em Éfeso (At.18:26), como também ido com ele para a Síria (At.18:18).

– A lembrança, em primeiro lugar, daquele casal, mostra que Paulo era profundamente agradecido a eles e tinha boa recordação do tempo em que fizeram juntos a obra do Senhor, inclusive trabalhando com as próprias mãos para se sustentarem (At.18:3).

Paulo não se esquecia do que já havia vivido e continuava agradecido a tantos quantos haviam cooperado na obra do Senhor com ele ao longo da sua vida ministerial.

– Como é belo sermos agradecidos e não nos esquecermos daqueles que conosco labutaram na obra de Deus.

Muitos, no entanto, quando “crescem” no ministério, quando adquirem posições eclesiásticas relevantes, esquecem-se ou fingem esquecer-se daqueles que com ele conviviam e labutavam quando ele ainda não tinha projeção nem fama nem poder eclesiástico.

 Paulo podia muito bem “esquecer” de Priscila e de Áquila, afinal de contas eles sabiam dos tempos difíceis em que o apóstolo tinha de fazer tendas com eles para sobreviver… Mas, não, não e não!

 Paulo sabia que nada era, que era menos do que nada, que sua posição era única e exclusivamente pela graça e misericórdia de Deus e que continuava a ser um membro que precisava dos outros e, ao saudar Priscila e Áquila, em primeiro lugar, demonstrava toda a sua gratidão e reconhecimento pelos sofrimentos passados juntamente no passado.

– Priscila é nomeada em primeiro lugar, na frente do seu marido Áquila, o que nos mostra que Paulo começou recomendando uma mulher, que fez portadora da epístola, e, depois, saudando primeiramente uma mulher, no caso, Priscila.

 Como dizer, então, como muitos que Paulo era machista?

Trata-se, de um rotundo absurdo que deve ser repudiado por todo salvo em Cristo Jesus e que se trata de uma das mentiras que têm sido divulgadas no seio da igreja local, com o intuito satânico de fazer exsurgir entre as irmãs um indevido feminismo.

– Priscila e Áquila são reconhecidos pelo apóstolo como “seus cooperadores em Cristo Jesus”. Como é honroso sermos “cooperadores” em Cristo Jesus.

No corpo de Cristo, na Igreja, todos devemos ser “cooperadores”, ou seja, pessoas que “trabalham com alguém”, que “sabem trabalhar com o outro”, que “trabalham e não atrapalham”.

Todos temos de ser cooperadores, todos temos de saber trabalhar em conjunto, pois, como já dissemos, somos membros uns dos outros, somos membros em particular do corpo de Cristo.

– Priscila e Áquila eram exemplos do verdadeiro amor que devemos ter com o próximo. Diz o apóstolo que eles expuseram as suas cabeças pela vida do apóstolo, ou seja, puseram em risco as suas próprias vidas em favor do apóstolo.

 Paulo sofreu perseguições em Corinto, onde passou a conviver com aquele casal, a ponto de o apóstolo ter sido levado ao tribunal (At.18:4-17), situação em que Priscila e Áquila não se acovardaram, tendo ficado ao lado do apóstolo em meio a esta tão grande aflição, apesar de serem pessoas que estavam, também, em situação delicada diante das autoridades romanas, já que haviam sido expulsas de Roma por ordem do imperador Cláudio.

– Temos nós esta mesma disposição de dar a vida pelos nossos irmãos? Foi este o sentimento que teve o Senhor Jesus a nosso respeito (Mt.20:28; Mc.10:45) e que nós, que estamos em comunhão com Ele, também devemos ter.

Alguém poderá objetar, dizendo que só Jesus é o Salvador e que, portanto, não há necessidade alguma de corrermos este risco, pois Jesus já morreu por nós, mas isto não tem respaldo bíblico, pois o Senhor foi bem claro ao dizer que, embora Sua obra seja única, pois Ele morreu por nós quando ainda éramos pecadores (Rm.5:8), é possível sim que alguém morra por um justo, pelo bom (Rm.5:7) e sabemos que os nossos irmãos em Cristo Jesus são justos, são bons, já que foram justificados pela fé no Senhor Jesus, de sorte que temos, sim, de estar dispostos, como Priscila e Áquila estiveram, de expor nossas cabeças pela vida dos irmãos.

– O gesto de Priscila e Áquila era objeto não só de gratidão do apóstolo mas de todas as igrejas dos gentios (Rm.16:4), porquanto, com esta disposição, aquele casal encorajou o próprio Paulo e o resultado foi que o apóstolo pôde continuar a sua obra em Corinto e, juntamente com Priscila e Áquila, ali fundar uma importante igreja e prosseguir na sua vida ministerial.

– Priscila e Áquila, ademais, estavam a dirigir uma igreja em sua casa (Rm.16:5), prova de que, por não haver permissão para ereção de templos naquela época, os cristãos se reuniam em casas e, em cada uma destas casas, havia uma igreja local

Muitos procuram usar este texto para defender a ideia das “células” e dos “pequenos grupos”, como também para execrar e dizer que é anticristão a existência de templos, ideias, entretanto, que não têm qualquer fundamento bíblico e que devem ser repudiadas.

– Os cristãos eram perseguidos nesta época, porque não aceitavam o culto ao imperador.

A própria comunidade judaica de Roma era discriminada, tanto que havia sido expulsa de Roma na época do imperador Cláudio, poucos anos antes em que foi escrita esta epístola (o imperador agora era Nero), e, portanto, não podiam eles erigir templos ou casas de oração para cultuar ao Senhor, o que, aliás, somente foi permitido ocorrer no reinado de Alexandre Severo, que reinou de 222 a 235.

Por isso, os cristãos se reuniam em casas, casas onde havia uma igreja local e não uma “célula” ou um “pequeno grupo”.

Priscila e Áquila tinham uma “igreja” em sua casa, não algo esfacelado e caracterizado pela indevida submissão de crentes em relação a um líder que é um “mediador” por ter recebido uma “nova unção”, como se vê, lamentavelmente, nos “movimentos celulares” hoje existentes.

– Com relação à “proibição de construção de templos”, trata-se de outra ideia totalmente antibíblica.

É verdade que, na nova aliança em Cristo, cada um de nós é templo do Espírito Santo (I Co.6:19), é casa de Deus 9Hb.3:6) e que, portanto, não faz sentido que busquemos a presença de Deus num lugar, que Deus esteja presente num determinado local, como acontecia na dispensação da lei e não negamos que muitos sedizentes crentes ainda acreditam que estamos nesta fase da história da salvação, a ponto de haver pessoas a construir templos e dizer que lá é que Deus Se manifesta, que Deus Se faz presente.

– No entanto, isto não impede que haja um lugar onde o povo se ajunte, pois, como já temos dito, o crescimento espiritual depende da convivência e da comunhão.

Paulo diz que os salvos deveriam se ajuntar (I Co.14:26) e ele mesmo, em Éfeso, tinha um lugar onde se reunia com os irmãos, um “salão”, na escola de Tirano (At.19:9), prova de que não há qualquer objeção bíblica para a construção de templos ou para ocupação de espaços especificamente destinados à adoração ao Senhor e ao desempenho das atividades da igreja local.

III – DEMAIS SAUDAÇÕES

– Depois de falar de Priscila e Áquila, Paulo saúda Epéneto, que chama de “meu amado, que é as primícias da Ásia em Cristo” (Rm.16:5).

Tratava-se de um filho na fé, um dos primeiros crentes que o apóstolo havia ganhado para Cristo na sua primeira viagem missionária, quando esteve na região da Ásia.

Com este gesto, Paulo mostra como não se esquecia daqueles que havia evangelizado, mantendo com eles uma relação de afeto apesar de todas as suas múltiplas e diversas atividades na obra do Senhor.

 Se Paulo, tendo um ministério itinerante e que o levava de um lugar para o outro, não descuidava do afeto para com seus filhos na fé, como podemos ser descuidados com aqueles que ganhamos para Cristo e de quem cuidamos, tendo, muitas vezes, um ministério sedentário? Sejamos mais cuidadosos, amados irmãos!

– Paulo também saudou a Maria (Rm.16:6), reconhecendo que ela havia trabalhado muito pelo apóstolo.

Mais uma mulher é nomeada pelo apóstolo e mais uma vez vemos que há lugar para as mulheres “trabalharem muito na obra de Deus”, sem que, para isto, tenham de assumir uma posição que o Senhor Jesus não lhas deu, qual seja, o ministério da Palavra.

Vê-se, pois, como é mentirosa a afirmação de que, “como as mulheres são maioria na igreja” (e a história diz que já o eram desde os tempos apostólicos), “é preciso que elas sejam guindadas ao ministério”.

Pura falácia, pura mentira de Satanás! Paulo mostra-nos, com absoluta clareza, que as mulheres podem, e devem, trabalhar muito na obra de Deus, mas naquilo para o que foram chamadas, pois foi assim que o Senhor Jesus, que é a cabeça da igreja, determinou.

– Paulo também saúda Andrônico e Júnia, que era seus parentes e companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e foram antes de Paulo em Cristo (Rm.16:7). Nesta saudação, temos importantes lições a aprender. Senão vejamos.

– A primeira é a de que o apóstolo Paulo não era adepto do “nepotismo”. Andrônico e Júnia eram seus parentes, mas nem por isso o apóstolo os levara consigo em seu ministério.

 Paulo sabia muito bem separar os laços familiares da posição de membros do corpo de Cristo. Não pode haver confusão entre estes papéis.

As pessoas, por serem nossos parentes, nem por isso devem ter a mesma função que a nossa, nem tampouco serem colocadas como nossas auxiliares única e exclusivamente pelos laços de sangue.

Na dispensação da graça, a chamada é espiritual, não hereditária. Não temos mais a situação de que somente os filhos de Arão podem exercer o sacerdócio, mas, sim, todos somos sacerdotes e é o Senhor quem dá os dons a cada um, independentemente dos laços de sangue.

– Lamentavelmente, em nossos dias, temos visto que há um “nepotismo” nas igrejas locais, como se a chamada fosse por laços familiares.

Isto, por óbvio, não significa que um familiar esteja, “a priori”, excluído de ter chamado ministerial, seja impedido de auxiliar ou até suceder alguém na obra de Deus, pelo simples fato de ser familiar e para evitar a aparência de “nepotismo”, tanto que Andrônico e Júnia tinham sido “companheiros na prisão”, a indicar, portanto, que, em algum momento, haviam estado com Paulo em sua vida ministerial, mas isto se deveu ao chamado do Senhor e não a escolhas pessoais do apóstolo.

– É oportuno aqui observar que Andrônico e Júnia são chamados de “apóstolos”, o que tem gerado duas ideias equivocadas.

A primeira é a de usar o texto para dizer que,há na igreja dos tempos apostólicos, havia “apóstolos” além dos doze e de Paulo, o que legitimaria os “apóstolos” existentes às pencas em nossos dias.

No entanto, Andrônico e Júnia eram “apóstolos” não no sentido dos doze ou de Paulo, mas, sim, “pessoas enviadas”, algo como são os nossos “missionários” na atualidade.

Eles haviam sido enviados por uma igreja (provavelmente Antioquia) para pregar o Evangelho em outros lugares, assim como Paulo e Barnabé haviam sido enviados, tanto que Andrônico e Júnia, em determinado momento, estiveram juntamente com Paulo nas viagens missionárias, inclusive sendo igualmente presos com ele.

 Isto, aliás, nos faz entender o sentido do dom ministerial de apóstolo (Ef.4:11), ou seja, desbravadores do Evangelho, pessoas que abrem trabalhos onde não os há, que dão início à evangelização de um determinado lugar.

– A outra ideia equivocada diz respeito ao ministério feminino, pois entendem que “Júnia” era uma “apóstola”.

 Entretanto, isto é pura ignorância, pois o nome Júnia é masculino, ou seja, Júnia não era uma mulher, mas, sim, um homem, de modo que o texto não serve para tentar emplacar a ideia de que pode haver “apóstolas”, como aliás, não pode haver nem existem “diaconisas”, “presbíteras”, “pastoras”, “episcopisas”  (chamadas erroneamente de “bispas”, pois “bispa” é uma espécie de manga) e coisas que hoje têm surgido antibiblicamente por aí.

– Andrônico e Júnia haviam de distinguido entre os missionários da igreja e Paulo não tinha nenhum receio de reconhecer que eles eram mais antigos na fé do que ele próprio.

Que humildade a de Paulo! Hoje em dia não faltam aqueles que querem se mostrar como os mais santos, os mais preparados, os maiorais no meio do povo de Deus e, por isso, muitas perseguem ou desprezam aqueles que são mais antigos na fé, para não “se menosprezarem”, mas o apóstolo era totalmente diferente, reconhecia a posição de cada um.

– Paulo saúda também Amplias, a quem chama de “meu amado no Senhor”, como também a Estaquis, que chama de “meu amado”, mostrando que cumpria o mandamento do amor. Saudou também Urbano, a quem chamou de “nosso cooperador em Cristo”, reconhecendo, assim, o serviço prestado por aquele irmão.

– Paulo também saúda a Apeles, a quem chama de “aprovado em Cristo”, a demonstrar que havia acompanhado a vida daquele irmão, não lhe fora indiferente, e que, apesar das aflições e provações passadas por ele, pôde testemunhar a vitória alcançada e o crescimento espiritual experimentado por aquele irmão.

Temos acompanhado a vida dos nossos irmãos? Podemos ser também considerados “aprovados em Cristo”?

– Paulo saudou também os da família de Aristóbulo, irmão que sabia manter a sua família na presença de Deus, a exemplo de Narciso, cuja família também é saudada e cujos membros o apóstolo diz que estavam no Senhor.

O salvo em Cristo Jesus é alguém que também tem sadios relacionamentos familiares, que é luz do mundo e sal da terra também e principalmente em casa. Será que nossas famílias podem ser saudadas pelos nossos irmãos em Cristo?

Temos nos preocupado de inserir nossas famílias na obra de Deus? Nossas casas são altares de adoração ao Senhor, são verdadeiras escolas doutrinárias onde todos crescemos na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo? Pensemos nisto!

– Paulo também saudou a Herodião, outro parente seu, a nos mostrar também a separação que Paulo sabia fazer entre laços familiares e os laços da irmandade em Cristo Jesus.

– Paulo saudou também a Trifena, a Trifosa e a Pérsida, outras três mulheres que o apóstolo fez questão de dizer que trabalhavam no Senhor, em mais uma demonstração de que há, sim, lugar para as mulheres na obra de Deus.

– Paulo saudou também a Rufo, que chama de “eleito no Senhor”, bem como a sua mãe, que diz ser também sua.

Seria Rufo irmão biológico de Paulo? Parece-nos que não. Rufo era provavelmente o filho de Simão Cireneu (Mc.15:21), que foi constrangido a levar a cruz de Cristo e, portanto, um morador de Jerusalém.

Tudo indica que Paulo, quando foi para Jerusalém para estudar aos pés de Gamaliel, doutor da lei e membro do Sinédrio (At.5:34; 22:3), tenha morado na casa de Rufo e sido cuidado como verdadeiro filho por sua mãe ou, mesmo, quando voltou a Jerusalém depois de sua conversão (At.9:26-30), e agora, reconhecendo todo este cuidado, Paulo faz questão de chamar aquela mulher de sua mãe, em mais um importante trabalho feito por uma mulher na obra de Deus que aqui é nomeado.

– Paulo, por fim, faz menção de vários outros irmãos (Asíncrito, Flegonte, Hermas, Patrobas, Hermes, Filólogo, Júlia, Nereu e sua irmã, Olímpia), como a mostrar aos romanos de que ele era conhecido de muitos dos membros daquela igreja local e que, desde já, os crentes de Roma poderiam obter informações do apóstolo junto a estas pessoas, para que ele, legitimamente, pudesse ser enviado como missionário para a Espanha por aquela igreja local.

– Paulo recomenda que os irmãos se saudassem uns aos outros com o ósculo santo (Rm.16:16), expressão, aliás, que é repetida em outras epístolas do apóstolo (I Co.16:20; II Co.13:12; I Ts.5:26) e também mencionado por Pedro (I Pe.5:14).

 Deve, pois, ser uma atitude que os irmãos em Cristo ainda hoje devem seguir, como defendem alguns? É evidente que não estamos diante de um mandamento, mas de um costume cultural que, aliás, ainda existe hoje no Oriente.

Temos aqui, portanto, não um mandamento, mas um importante ensino, ou seja, de que devemos, dentro da cultura de cada país, demonstrar nossa fraternidade e comunhão através de gestos que façam com que todos reconheçam que somos irmãos, que temos relacionamentos firmes, que temos comunhão de vida, seja este gesto um ósculo, um aperto de mão, um abraço ou qualquer outro.

– Mas o apóstolo não se limitou a mandar saudações, mas fazia questão de dizer que também os irmãos que com ele estavam igualmente mandavam saudações.

 Paulo não lembrava apenas dos irmãos que com ele haviam se relacionado no passado, mas vivia um presente de relacionamentos.

Paulo, enquanto escrevia esta carta, se fazia acompanhar de Timóteo, que o apóstolo chama de seu cooperador, a mostrar que continuava a depender do auxílio de outros irmãos, como também de Lúcio, Jason, Sosípatro, que eram seus parentes, como também de Gaio, que era seu hospedeiro (quem sabe marido de Febe?), de Quarto e de Erasto, que era, aliás, o procurador da cidade, a nos mostrar que Paulo não fazia caso também da posição social ou política que tinham seus irmãos, tratando a todos igualmente, sem fazer a necessária distinção.

Tércio, que foi o que escreveu a carta, também saudava os irmãos de Roma. Que exemplo de pessoa que tinha bons relacionamentos nos dá o apóstolo Paulo!

IV – ORIENTAÇÕES FINAIS

– No entanto, em meio às saudações finais, o apóstolo Paulo não deixa de dar umas últimas orientações aos crentes de Roma, orientações, aliás, que se referem precisamente a esta vida de relacionamentos que devemos ter em nossa peregrinação terrena rumo ao céu.

– Após finalizar as saudações, o apóstolo faz um pedido aos crentes romanos, qual seja, a de que aqueles irmãos notassem os que promoviam dissensões e escândalos contra a doutrina que eles haviam aprendido e se desviassem deles (Rm.16:17).

– Assim como o apóstolo havia orientado os crentes de Roma a serem tolerantes com os fracos na fé, também mandava que eles se desviassem dos que causavam dissensões e escândalos contra a doutrina. Este ensino o apóstolo daria mais tarde também a seus cooperadores Timóteo e Tito (I Tm.6:1-5; Tt.3:10,11).

– A acolhida que devemos dar a todos não significa que permitamos que pessoas que demonstrarem rejeição ao Evangelho e que não tenham o Espírito Santo sejam mantidos em nossas igrejas locais, como agentes de Satanás a perturbar a vida da membresia e a pervertê-los.

Logicamente, como o apóstolo deixa claro em suas cartas pastorais, não pode haver uma exclusão imediata, sem que se dê chance de arrependimento e de conversão, mas, uma vez verificada a dureza de cerviz e a decisão em não servir ao Senhor, devem ser evitados, excluídos, pois, como diz Paulo, “um pouco de fermento leveda toda a massa” (I Co.5:6).

– Todos os que se dedicam a provocar divisões, dissensões e contendas entre os irmãos em Cristo não têm o Espírito Santo (Jd.19) e, portanto, não podem ser mantidos no interior das igrejas locais, pois os salvos são aqueles que têm o Espírito Santo.

A igreja local tem um só Espírito (Ef.4:4) e, portanto, não podemos tolerar que verdadeiros agentes de Satanás fiquem em nosso meio. Como bem disse o apóstolo: “não deis lugar ao diabo” (Ef.4:27).

– Paulo é explícito ao dizer que os que promovem dissensões não servem ao Senhor Jesus mas, sim, a si próprios, ao seu ventre, ou seja, são egoístas, individualistas, buscam apenas os seus próprios interesses e tais pessoas, avessas a um relacionamento dirigido por Deus, não podem mesmo compartilhar com os irmãos a comunhão.

Vemos, assim, que os que são de Cristo Jesus têm necessariamente de se relacionar, de manter relacionamentos com os irmãos.

– Os que servem ao próprio ventre são voltados para as coisas deste mundo, não valorizam as coisas espirituais (Fp.3:19), querendo tão somente usar as pessoas como meros instrumentos de sua vanglória e vaidade, e, para isso, a exemplo de Absalão (II Sm.15:1-6), usam de lisonjas e suaves palavras, querendo enganar os corações dos símplices, para fazê-los instrumentos de sua ganância e desejo de poder.

São verdadeiros “politiqueiros eclesiásticos”, que, infelizmente, têm conseguido galar posições não raras vezes, tumultuando e pervertendo a obra de Deus, fazendo com que os discípulos de Jesus se transformem em seus discípulos e deixando de ter a Cristo como centro para terem a si próprios como centro de todas as coisas, gerando um indevido culto à personalidade e , não raras vezes, uma verdadeira idolatria. Tomemos cuidado, amados irmãos!

– Paulo também orienta os crentes de Roma a que prosseguissem obedientes ao Senhor, obediência que conhecida de toda a Cristandade, e que muito agradava o apóstolo, que dizia que os romanos eram sábios no bem e símplices no mal (Rm.16:19).

O servo obediente ao Senhor Jesus é desta maneira: sabe fazer o bem, mas é incauto em fazer o mal, não tem qualquer habilidade para fazer o que é mau. Será que temos sido assim, ou ainda estamos a nos mostrar como “ex-traficantes”, “ex-ladrões”, “ex-criminosos”, “ex-mulherengos” e tantos outros “ex”, como a querer provar que ainda somos “experts” nas práticas malignas de toda vida pregressa?

 É muito triste vermos, ainda hoje, irmãos em Cristo se vangloriar do que eram no passado e até ameaçar alguns com este passado para serem respeitados… Somos, ou não, novas criaturas?

– Se formos obedientes, se prosseguirmos servindo ao Senhor, fazendo o bem e desviando-se do mal, brevemente testemunharemos a vitória final de Cristo sobre Satanás.

Atingiremos a glorificação e, já glorificados, ao lado do Senhor, presenciaremos o triunfo do bem sobre o mal quando ocorrem os eventos escatológicos.

É o que o apóstolo diz aos crentes de Roma: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm.16:20).

– O irresponsável triunfalismo, tão em voga em nossos dias, tem trazido uma interpretação distorcida desta afirmação do apóstolo, dizendo que nós iremos esmagar Satanás, que pisotearemos o inimigo. O apóstolo não disse isso de forma alguma!

Quem vai esmagar Satanás é o Senhor Jesus, a semente da mulher que esmaga a cabeça da serpente (Gn.3:15).

Nossa conduta em relação ao diabo não é de enfrentá-lo com as nossas forças, mas, sim, de resistir a ele e repreendê-lo em nome do Senhor Jesus, como, aliás, fez o arcanjo Miguel (Jd.9).

Satanás não tem domínio sobre nós, Satanás não pode nos vencer, mas quem “o põe para correr” é o nosso Deus, é o Senhor Jesus Cristo, “…porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (I Jo.4:4).

– Como bem disse o apóstolo, Jesus é o poderoso, Aquele que nos confirma na fé, através do Evangelho e da pregação, Evangelho e pregação que são a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto (Cf. Rm.16:25).

Somos salvos não por nossas próprias forças, já salvos não podemos nos manter por nossas próprias forças, mas única e exclusivamente por Cristo Jesus que, desde a eternidade passada, já estava destinado a nos dar a salvação, Jesus que Se manifestou pelas Escrituras dos profetas, Escrituras que d’Ele testifica e a quem nos devemos ater para prosseguirmos sendo obedientes, a chamada “obediência da fé”.

– Devemos tudo ao único Deus, sábio, a quem devemos dar glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.

É deste modo, reconhecendo nossa total dependência de Deus, por Cristo Jesus, que o apóstolo termina esta “exposição magna da fé cristã”, esta revelação do evangelho de Jesus Cristo. Temos esta consciência, amados irmãos? Que a nossa resposta seja positiva!

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Site: www.portalebd.org.br

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