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Jovens – Lição 02- Adão e Eva: Querendo ser como Deus

Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Alexandre Coelho, comentarista do trimestre.

INTRODUÇÃO

O assunto tentação é apresentado nas Sagradas Escrituras em diver­sos momentos e com diversas pessoas. Nem mesmo os primeiros seres humanos, criados em um estado de perfeição, escaparam de ser tentados e de ceder à tentação, e a sua história está relatada no livro de Gênesis, que narra o começo de todas as coisas, inclusive da Queda da humanidade.

Neste capítulo, veremos de que forma o primeiro casal, ainda que orientado por Deus, decidiu romper princípios de confiança e obediência ao Eterno, e os resultados advindos dessa decisão, que perdu­raram até os nossos dias.

I-UMA ORIENTAÇÃO DADA PELO PRÓPRIO CRIADOR

A Criação
A Palavra de Deus nos informa que o Eterno criou o primeiro casal em um mundo que antes era sem forma e vazio. Deus não apenas trouxe ordem ao caos existente, mas também preparou um local devidamente adequado para que o homem e a mulher pudessem existir sem padecer quaisquer necessidades.

Moisés nos ensina que Deus plantou um jardim no Éden e ali colocou o homem. Naquela localidade, Ele fez brotar árvores agradáveis à vista, cujos frutos eram bons para servir de alimento (Gn 2.8,9). A terra não era infértil nem padecia de estiagem, pois dela fluía um rio que se dividia em quatro afluentes.

Pelo texto sagrado, o homem não foi criado no jardim, mas foi ali colocado por Deus não apenas para manter o ambiente cuidado, como para o guardar (Gn 2.15).

A natureza criada por Deus não se confundia com o Criador. Tudo o que veio a existir é fruto da palavra de Deus, pois partiu do Eterno a ordem de que as coisas viessem a existir, e assim elas foram cria­das. A natureza não é Deus, nem as árvores, ou rios, ou os astros, pois esses foram criados.

O homem pode até, por cegueira espiritual, dar crédito aos elementos criados e fazer deles “criadores” ou objetos de veneração, mas isso não vai mudar o fato de que Deus criou todas as coisas e que somente Ele deve ser adorado e receber a glória pela sua criação.

O cenário da primeira tentação descrita na Palavra de Deus estava pronto. Não que Deus tenha feito o jardim e nele colocado o homem para o tentar, mas, sim, que Satanás se aproveitou da possibilidade de corromper o primeiro casal no ambiente mais propício para que eles fossem fiéis.

Criados sem Pecado

O primeiro casal foi criado sem pecado, no estado de inocência. Deus lhes deu tudo o que era necessário para subsistirem no ambiente mais agra­dável conhecido.

Eles foram criados para não morrer. Tinham trabalho, residência, comida, a companhia um do outro e, o mais importante, a co­munhão e a bênção de Deus. A Escritura nos mostra que, desde o princípio, Deus preparou o melhor para a humanidade ter seu desenvolvimento, com a proteção e a presença dEle.

De forma equivocada, há quem diga que o trabalho é o resultado da Queda. Ocorre que Deus não deixou o homem ocioso ou desocupado dian­te da criação. O trabalho já existia no paraíso, antes da Queda, pois Deus e deu um propósito na vida do homem e da mulher.

Como diz Matthew Henry, “o próprio paraíso não era um lugar para dispensa do trabalho. […] nenhum de nós foi enviado ao mundo para estar ocioso” (HENRY, 2010a, p. 14). A atividade laborativa honra a Deus. Deus criou o homem, e da sua costela fez a mulher. Ela foi um presente de Deus para Adão.

Uma Única Restrição
Como em todo ambiente há regras de convivência, era necessário que o homem soubesse quais eram os limites que lhe seriam impostos.

Uma pessoa que não conhece limites acaba usurpando espaços que não lhe pertencem, e as restrições existem para que haja um respeito mútuo e a continuidade sadia das relações.

Então Deus determinou ao casal uma série de permissões e uma única restrição. Eles poderiam transitar pelo jardim e comer dos frutos que quisessem.

A única restrição que Deus determinou ao casal foi não comer do fruto que procedia da árvore que Ele chamou de “árvore da ciência do bem e do mal”.

Não nos é dito por Moisés o formato, aparência ou tamanho desse fruto nem dessa árvore, mas entendemos que o primeiro casal sabia onde essa árvore estava, como ela era e como era a aparência do seu fruto.

Deus foi bem específico para com eles, de tal forma que jamais poderiam dizer que não tinham o perfeito entendimento das orientações que o Eterno lhes havia passado.

II – SERÁS COMO DEUS

Para que possamos avançar no estudo da tentação do primeiro casal, é interessante observar qual era a referência que eles tinham sobre Deus.

Hoje temos o entendimento bíblico e teológico, fruto de mais de dois mil anos de história do pensamento cristão, e a Palavra de Deus, completa e de fácil acesso (pelo menos em países onde a liberdade religiosa permite que cristãos circulem livremente portando suas bíblias e usufruindo delas em sua vida diária).

De forma extremamente resumida, podemos destacar os atributos de Deus, seu amor, seus planos para a salvação dos perdidos e o que aguarda os santos na eternidade. Entretanto, essa certamente não era a referência que o casal tinha sobre Deus, e não nos é dito de forma estrita que esse conhecimento lhes havia sido passado.

A Dúvida

Um dos maiores problemas no tocante à tentação é o fato de que ela não apenas serve de isca para o pecado, mas coloca em xeque o que pensamos sobre Deus, se confiamos nEle realmente para suprir as nossas necessidades e se, aos nossos olhos, Ele nos é suficiente.

Não são poucas as tentativas de Satanás no sentido de nos fazer questionar o que Deus disse e nos levar a duvidar da veracidade das palavras divinas.

O Inimigo escolhe um alvo, e a estratégia mais comum dele é se aproximar sem ser notado. Satanás se aproxima de forma sorrateira da mulher, e começa a conversar com ela por meio da serpente.

Esse animal certamente já era conhecido do primeiro casal e, por isso, não deve ter despertado espanto quando se aproximou e iniciou a conversa. Não seria surpresa ter por perto mais um dos muitos animais do jardim. A surpresa foi o animal falar.

Nas palavras da serpente, parece que o ser humano tinha o direito de conhecer a diferença entre o bem e o mal, e Deus estava agindo de forma egoísta ao privar o casal desse “saber”.

Deus, nessa perspectiva, era o Criador, poderoso, e até dialogava com o casal, mas lhes negava um “presente” que os colocaria numa posição acima da que eles, em tese, ocupavam.
Saber a diferença entre o bem e o mal tornaria a pessoa “divina”, mas a que preço?

“Se Abrirão os vossos Olhos”

Satanás dá a entender, como diz Livingston, que a morte não seria a consequência da desobediência, e sim “uma vida completa e rica para o homem”.

A fala da serpente não foi por meio de gritos ou manifestações assustadoras. Satanás precisava da atenção da mulher, não da repulsa dela, e, por isso, iniciou o diálogo que traria a morte para toda a raça humana.

Ele precisava demonstrar confiança, e não medo. Dessa forma, sua tática de aproximação deu certo. A tática de levar a mulher a enxergar de forma errada uma perspectiva teve sucesso.Se a aproximação de Satanás foi sorrateira, a mensagem deveria ser no mesmo nível da aproximação.

A serpente conseguiu manter o foco de Eva na possibilidade de ter mais conhecimento do que realmente era necessário. Uma pessoa que tem “olhos fechados” não enxerga, em tese, como convém.

Saber mais do que era preciso, no caso do primeiro casal, não estava atrelado a possuir um conhecimento diferenciado para a vida, e sim ao ato de desobedecer ao que Deus havia determinado.

Não é pecado buscar o conhecimento. A Palavra de Deus nos convida a buscar a sabedoria e o conhecimento. Entretanto, a mesma Palavra de Deus nos adverte a que não nos apoiemos somente na nossa própria experiência, mas que aprendamos a confiar no Senhor: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).

“Sereis como Deus”

Satanás, ao tentar Eva, diz que ela e o marido seriam como Deus. Mas em que aspecto? Na glória que Deus manifestava ou no seu poder criador? Em nenhum dos atributos de Deus.

Satanás ofereceu a eles uma promessa falsa, a de saber a diferença entre o bem e o mal. O que receberam foi justamente o que Deus disse que aconteceria com eles: a morte. O pai da mentira iniciava, assim, o seu projeto para destruir a obra-prima de Deus.

III – O CUSTO DA DESOBEDIÊNCIA

O Afastamento de Deus

A primeira coisa que ocorreu com o primeiro casal foi se esconderem de Deus: “[…] escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus” (Gn 3.8). E quando isso ocorreu?

Ao ouvirem a voz de Deus, logo depois de lhe terem desobedecido. Em sua onisciência, Deus sabia do ocorrido, e não pergunta a Adão: “Por que você pecou?”. Deus pergunta: “Onde estás?”.

Deus já sabia do ocorrido. Ele desejava dar a Adão a oportunidade para que pudesse entender o que ele e sua mulher haviam feito: o “onde estás” representava uma posição de afastamento de Deus. E Ele não chama Eva, mas chama a Adão, pois ele era o responsável pelo jardim, por sua esposa e por obedecer, com ela, às orientações que havia recebido de Deus.

Problemas entre o Casal

Com a desobediência por parte do casal, também veio o primeiro de­sentendimento entre eles. Adão, questionado por Deus por sua desobediên­cia, aponta para sua esposa como a fonte que o induziu ao erro: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” (Gn 3.12).

É curioso como ele tentou transferir a culpa do seu erro para outra pessoa, sendo que ele mesmo não se opôs à proposta de desobedecer a Deus.

Não raro, temos a tendência de buscar um culpado para a nossa própria torpeza. Acabamos surpreendidos pelo confronto de nossa consciência e da voz de Deus, e a primeira coisa que fazemos é arrumar uma pessoa ou uma situação para justificar nossa falha.

A Morte como Consequência

A advertência divina permanece valendo: “[…] te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas” (Dt 30.19). Deus não apenas nos proporciona uma avaliação justa, como também nos permite a escolha que determinará a direção que teremos.

Pense em Deus como um professor que vai aplicar uma prova para você, com somente uma questão de múltipla escolha. Sem fórmulas matemáticas, sem necessidade de estudar dias seguidos para resolver grandes enigmas.

E Ele se põe ao seu lado e ainda o orienta a marcar a resposta certa. Mas Deus não vai fazer a prova por você. Costumo dizer que Ele é Deus do impossível, não do absurdo. O que depende de nós, nós devemos fazer.

CONCLUSÃO

O primeiro casal passou pela tentação e não conseguiu subsistir porque preferiu dar mais valor ao que Satanás disse do que ao que Deus havia orde­nado. Adão e Eva não somente descreram do que Deus disse, mas também creram que poderiam ser semelhantes a Ele, e que não morreriam.

Como vimos, o preço pago pela desobediência nunca compensa a perda da comu­nhão com Deus e as consequências que se seguirão.

Da mesma forma que o primeiro casal, estamos sujeitos à tentação, mas podemos escolher entre pecar contra Deus ou ser fiéis a Ele. Essa escolha certamente não se dá por meios próprios, mas, sim, com a ajuda do Espírito de Deus, por meio da observância da sua Palavra.

Desejar ser como Deus e ficar livre da consequência dessa escolha foi a chave usada por Satanás para tentar Adão e Eva, e eles se deixaram levar por essa palavra.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. O Perigo das Tentações: As Orientações da Palavra de Deus de Como Resistir e Ter uma Vida Vitoriosa. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2022/04/08/licao-2-adao-e-eva-querendo-ser-como-deus/

Vídeo: https://youtu.be/SgFJu4pNCCs

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