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Jovens – Lição 10 – João Batista: Prepare o Caminho do Senhor

INTRODUÇÃO

Na aula desta semana vamos aprender um pouco sobre João Batista que foi o precursor de Jesus Cristo.

João Batista era um homem simples que se vestia de pele de ovelha e se alimentava de gafanhoto com mel silvestre. Este era a “voz que clama no deserto”, como disse o nosso Senhor, e veio preparar o coração dos homens para receber o evangelho do Reino e a Salvação já anunciada.

Mas, antes que João Batista se tornasse o maior de todos os profetas, Deus operou de maneira gloriosa em seu nascimento. Lucas relata que o pai de João, o sacerdote Zacarias, havia recebido a visita de um anjo que lhe prometera a paternidade.

Zacarias ficou atônito com a visão, e como não acreditou que um milagre poderia acontecer devido à sua idade avançada, o anjo disse que ele ficaria mudo até o nascimento do menino.

João seria conhecido por sua forte confiança na inabalável Palavra de Deus, mesmo sofrendo ameaças de um monarca sem coração (Marcos 6:14-28).

I – UM NASCIMENTO SOBRENATURAL

1 – RESPOSTA DE ORAÇÃO

“… a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho. A oração à qual o anjo se refere deve ter sido feita em um período anterior da vida de Zacarias; a sua dificuldade em acreditar na promessa do anjo evidencia que há muito tempo ele já tinha deixado de orar por um filho, ou até mesmo de esperar por ele. Mas Deus não se esquece das orações passadas.

O que parece ser uma demora ou uma recusa da parte de Deus é somente a Sua perfeita sabedoria e o Seu perfeito planejamento.

Alguns estudiosos opinam que a oração mencionada aqui foi para a vinda do Messias ou para a libertação de Israel, mas isto não seria coerente com o contexto.

“Sem dúvida, Zacarias orava frequentemente pedindo essas coisas, mas a oração mencionada era aquela em que ele pedia um filho”. 

Isabel vivia o drama de muitas outras mulheres importantes na história de Israel que não podiam ter filhos; além disso, já estava avançada na idade (Lc 1.7).

Zacarias significa “Lembrado por Deus” e, Deus se lembrou deste fiel casal e lhe prometeu um filho (Lc 1.13), esse “lembrado” é provável que tenha sido resposta a uma oração feita por Zacarias, para que tivessem filhos em sua casa.

2 – SERÁ GRANDE DIANTE DO SENHOR

“A pergunta é: Qual seria o nível de grandeza de João? Há vários níveis de grandeza. Bem, a resposta vem no capítulo 7 de Lucas:

“E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele” (v.28). O mesmo texto está em Mateus 11:11. Jesus diz que Ele não era apenas o maior, mas o maior que já tinha vivido. Isso é um elogio incrível.

Vamos olhar para as três manifestações de sua grandeza que fluem no texto.

E não beberá vinho, nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe (v.15)

Seu caráter pessoal evidenciaria essas duas características.

1 – Uma tem a ver com a vida externa, pessoal: Ele não iria beber vinho ou bebida forte.

2 – Por outro lado, ele será cheio do Espírito Santo, ainda no ventre de sua mãe.

Não beber vinho nem bebida forte demonstrava um estilo de vida moderado e uma vida abnegada.

Aquele que usava pele de camelo, um cinto de c ouro e comia gafanhotos e mel silvestre, já havia demonstrado grande temperança e uma atitude indiferente em direção aos prazeres do mundo. Isto leva-nos ainda mais. Ele não vai beber vinho ou licor (traduzido como bebida forte) como um compromisso de vida.

Havia duas palavras do Antigo Testamento para o vinho.

Uma delas é “tirosh”.

É uma palavra hebraica para o vinho novo, fresco, que é o suco de uva não fermentado. Está associada à bênção no Antigo Testamento.

Você vê a palavra “tirosh” em Deuteronômio 7,11; II Reis 18, e alguns outros lugares, e é simplesmente o suco de uva. E isso era apreciado e associado com a maneira como Deus abençoa. Ele fornece vinhas, uvas, o suco fresco da uva. Isso é “tirosh”.

A outra palavra é “yayin”, que se refere ao vinho fermentado. Não havia refrigeradores naquela época. O clima de Israel é quente. Os verões são muito quentes. Obviamente tudo se fermentava. Esta palavra é usada em muitos lugares no Antigo Testamento.

Os rabinos preocupados com os efeitos nocivos do “yayin”, exigiam que o vinho fermentado deveria ser misturado com água. Esta mistura era feita na proporção de até oito partes de água e uma parte do vinho, a fim de que ele pudesse ser diluído.

 Também a introdução de vinho fermentado na água servia como um purificador. Então os rabinos misturavam e normalmente bebiam esta mistura de água e vinho.

O Antigo Testamento reconhece o consumo comum dessas bebidas, tanto o suco de suco de uva como o vinho misturado na água. Ele apela à moderação em ambos. E rejeita a embriaguez e um desejo para beber.

Isto é em todo o Antigo Testamento. Eu não tenho tempo para entrar neste assunto com mais detalhes. Mas em Provérbios você tem uma declaração geral: “O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (20:1).

Quando você vem para o Novo Testamento há uma palavra comum para o vinho: “oinos” e que basicamente mostra a mesma coisa. 

Em João 2, Jesus foi a um casamento. Ali Jesus operou um milagre e transformou água em vinho. Ele criou vinho sem a terra, a videira e a uva. Um vinho novo, não fermentado.

Mas o vinho fermentado tinha um papel a desempenhar. Paulo disse a Timóteo: “Tome um pouco de vinho, por causa do seu estômago” (I Timóteo 5:23). Indicando que Timóteo não tomava vinho. A ação purificante do vinho sobre a água o ajudaria em suas enfermidades.

Então, o vinho é tratado nesses termos. O vinho novo (o suco da uva) é visto como bênção. O que foi fermentado era sabiamente misturado à água, diluindo seus efeitos ou purificando a água.

Não há qualquer fundamento para se respaldar biblicamente o uso de bebidas fortes. Tanto no grego como no hebraico esta palavra expressa uma bebida viciante que pode prejudicar o autocontrole da pessoa, para gerar um prazer.

A bebida forte tinha um uso anestésico para o que estava em padecimento (Provérbios 31:6) ou apresenta-a como uma característica da vida que Deus proveu (Deuteronômio 14:26).

Mas a Escritura adverte contra bebida forte em todo o Antigo Testamento e certamente implícito é qualquer aviso no Novo Testamento, como Efésios 5:18 ou I Pedro 4:3 contra a embriaguez que a bebida forte produz.

Sobre serviço sacerdotal, Deus disse a Arão: “Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações” (Deuteronômio 10:9).

No livro de Provérbios diz: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte” (31:4).

Tal como foi a colocação de Paulo a Timóteo: “Tome um pouco de vinho, por causa do seu estômago”. Provavelmente Timóteo não usava o vinho, daí o conselho de Paulo: “Tome um pouco”, como um uso medicinal.

João deveria ser um modelo da virtude. Ele não iria usar qualquer coisa que pudesse corrompê-lo.

Ele ficou longe da despensa do mundo. João não seria oficialmente um sacerdote, embora ele fosse de uma linhagem sacerdotal. Ele certamente não seria um rei. Mas o abster-se de todas estas bebidas seria parte de sua própria autonegação pessoal.

Alguns sugerem que João Batista por ter sido um “nazireu” por toda a vida. “Nazireu” é uma palavra hebraica que significa “separado”.

Um judeu podia decidir separar-se de tudo, por um tempo, para se dedicar somente a Deus, tal como Sansão (Juízes 16) e Samuel (I Samuel 1). Vemos os aspectos do “voto nazireu” em Números 6:

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar ao Senhor, De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.

Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas. Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se separou ao Senhor, santo será, deixando crescer livremente o cabelo da sua cabeça (v.2-5).

Seja o que for, o ponto é este: Ele tomou consagração no mais alto nível. Um homem exteriormente consagrado, separado. (https://reieterno.com.br/a-grandeza-de-joao-batista/ – Acesso em 04/12/2020 – às 22:09)

3 – CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

Mas como foi falado acima, não somente exteriormente, mas cheio do Espírito Santo em seu interior, desde que foi concebido no ventre de sua mãe.

A ideia de ser cheio do Espírito significa simplesmente que ele estaria sob o controle e poder do Espírito Santo. Sua vida seria dominada pela vontade do Espírito desde seu nascimento”. (https://reieterno.com.br/a-grandeza-de-joao-batista/ – Acesso em 04/12/2020 – às 22:09)

«…cheio do Espírito Santo…» No Antigo Testamento., o Espírito Santo aparece como dom temporário, dado exclusivamente a poucos homens seletos. Mas João haveria de iniciar um novo ciclo de experiências com o Espírito Santo, o que foi plenamente confirmado no dia de Pentecoste.

Ele seria cheio do Espírito Santo não temporariamente apenas, mas desde antes do seu nascimento. João Batista era um instrumento especial, e não temos quaisquer indicações aqui quanto à natureza do exercício de seu livre-arbítrio, aceitando esse privilégio.

O texto sagrado simplesmente não aborda o problema da interação da predestinação com o livre-arbítrio, o que, a despeito de tudo quanto se tem dito sobre o assunto, contra e a favor, ainda permanece um—denso mistério—nas mentes dos homens.

Que Deus pode fazer o que aqui é descrito, e que realmente assim age, dessa maneira preparando um instrumento de «glória» para si mesmo. 

II – UM MINISTÉRIO SOBRENATURAL

1 – PREGANDO NO DESERTO

O arrependimento é o primeiro passo para o homem se tornar um cidadão do Reino de Deus. O arrependimento é a mensagem inicial do Novo Testamento.

João Batista foi levantado por Deus para interromper o silêncio profético de cerca de 400 anos e ecoou a sua voz no deserto da Judeia, dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2).

“Arrependei-vos… O significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é voltar-se ao contrário ; dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6).

(1) A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar a Cristo não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve um  troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26.18).

(2) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21).

(3) A definição da fé salvífica como mera confiança em Cristo como Salvador é totalmente inadequada, ante a exigência do tipo de arrependimento feita por Cristo. Definir a fé salvífica sem incluir um rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o conceito bíblico da redenção.

A fé que inclui o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (cf. Mc 1.15; Lc 13.3,5; At 2.38; 3.19; 11.21).

(4) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos profetas do AT (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de João Batista (3.2), de Jesus Cristo (Mt 4.17; 18.3; Lc 5.32) e dos cristãos no NT (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do arrependimento sempre deve acompanhar a mensagem do evangelho (Lc 24.47).

João Batista pregava àqueles que iam até ele para ouvir a Palavra de Deus dizendo que abandonassem os seus pecados e que produzissem frutos dignos de arrependimento.

E dois dos mais proeminentes grupos religiosos judaicos eram os fariseus e os saduceus.

(1) Os fariseus eram um grupo religioso que procurava observar todo o AT, e ao mesmo tempo suas interpretações puramente humanas. Para eles, a salvação consistia na obediência à letra dessas leis e regras.

A sua religião era exterior na sua forma, e sem qualquer piedade interior, no coração (23.25). Estavam em constante oposição a Jesus e à sua mensagem, o qual ensinava que a religião deve ter sua sede no coração e no espírito, indo além da obediência legalista do homem aos mandamentos das Escrituras (cf. Mt 9.14; 23.2-4; Lc 18.9-14).

(2) Os saduceus eram os liberais da época. Não criam no sobrenatural. Externamente demonstravam obediência à lei de Deus, mas na prática negavam os seus ensinamentos. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, dos anjos, dos milagres, da imortalidade e do juízo vindouro. Tinham uma vida mundana e moralmente relaxada. 

2 – IMPORTA QUE ELE CRESÇA

João, embora fosse um homem corajoso, intrépido, ousado, sem medo de falar a verdade, não importando para quem fosse (Lc. 3:7), pregava a Palavra de Deus para toda a multidão (Lc. 3:10), e nessa multidão havia pessoas de todas as classes sociais tais como, publicanos, fariseus, saduceus, soldados (Lc. 3:12,14), mas também a alta corte como Herodes (Mc. 6:14-29), lembrando que um verdadeiro servo de Deus deve pregar a todos os homens (Mc.16:15), inclusive aos da alta sociedade sem se envergonhar disso (Sl. 119:46).

Mas diante de tudo isso João Batista não se deixava dominar pela soberba, pela arrogância, pela presunção (Sl.19:12,13). Ele não era vaidoso, mas humilde, sabia que era somente uma voz que clama no deserto (Jo. 1:23) e que toda glória e honra pertence a Deus (Jo.3:30).

“João Batista teve um ministério poderoso. E isso mesmo sendo um homem de hábitos estranhos, pois escolheu o deserto para exercer seu ministério.

Mesmo usando roupas estranhas, porque vestia peles de camelo, e mesmo adotando um cardápio estranho, pois comia gafanhotos e mel silvestre, as multidões afluíam dos centros urbanos para ouvi-lo.

João Batista era um homem cheio do Espírito; era cheio de coragem e ao mesmo tempo humilde. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um portento e seu ministério foi vitorioso.

Não era um caniço, mas homem de estrutura granítica; não era um eco para apenas reproduzir um som incerto, mas uma voz. Não era um profeta da conveniência, mas um arauto do altíssimo.

João Batista exerceu seu ministério com um propósito claro. Foi chamado para ser o precursor do Messias. Jamais se deixou seduzir pelo orgulho a ponto de querer atrair a atenção para si mesmo. Sabia que seu papel era preparar o caminho do Senhor e apontar para Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O evangelista João registra o ministério de Jesus na Judeia, região na qual João batizava. João Batista e Jesus estiveram atuando por certo tempo lado a lado como enviados de Deus, se bem que em locais distintos.

O ministério de batismo de João e Jesus (Jo 3.22,23)

O batismo de João era um batismo de arrependimento. Era um batismo preparatório. Seu propósito era conduzir as pessoas ao arrependimento e preparar o caminho para o Senhor.

Os vales eram aterrados; os montes, nivelados; os caminhos tortos, endireitados; e os caminhos escabrosos, aplanados. Jesus estava na mesma região batizando. E bem verdade que Jesus mesmo não batizava, e sim os seus discípulos (Jo 4.1,2).

O precursor e o Messias agora exercem o ministério paralelamente, tanto geográfica como temporalmente. Esse fato provocou uma espécie de ciúmes por parte dos discípulos de João. Eles pensaram estar competindo.

E, nesse dilema, foram buscar uma orientação de João. Concordo com John MacArthur quando ele enfatiza que João Batista era um profeta sob a antiga aliança (Lc 16.16); Jesus veio como o mediador da nova aliança (Hb 8.6; 12.24), que foi ratificada por sua morte sacrificial (Lc 22.20; 1Co 11.25).

João começa seu ministério com grande popularidade (Mt 3.4-6), enquanto Jesus estava na obscuridade. Contudo, depois que Jesus começou seu ministério, João se retirou da linha de frente e se alegrou com o crescimento de Jesus.

O crescimento expressivo do ministério de Jesus e a diminuição do ministério de João (Jo 3.24-26).

Ao verem pessoas saindo de suas fileiras para engrossar o grupo liderado por Jesus, e movidos ainda pelo questionamento acerca da purificação, os seguidores de João Batista buscam o profeta, preocupados com o esvaziamento de suas fileiras. Warren Wiersbe mostra que quatro dos maiores homens da Bíblia enfrentaram esse problema de comparação e competição: Moisés (Nm 11.26-30), João Batista (Jo 3.26-30), Jesus (Lc 9.46-50) e Paulo (Fp 1.15-18).

Muitas vezes, um líder sofre mais com seus discípulos zelosos do que com seus inimigos. João Batista não ficou aborrecido com a queda de sua popularidade. Isso porque, a despeito de sua tremenda influência, ele sempre esteve focado no propósito precípuo de seu ministério, que era preparar o caminho do Senhor e testificar acerca de Cristo (Jo 1.27,30).

Portanto, João Batista não vê o decréscimo de seu ministério e o crescimento do ministério de Jesus como um fracasso, mas como o cumprimento de seu ministério. Longe de ficar triste, ele se regozija copiosamente.

Concordo com a observação de John MacArthur: “A medida do sucesso de qualquer ministro não é quantas pessoas o seguem, mas quantas pessoas seguem a Cristo por seu intermédio”.

O crescimento expressivo do ministério de Jesus e a diminuição do ministério de João (Jo 3.24-26).

João Batista tinha plena consciência de que tanto seu ministério de precursor do Messias quanto o ministério de Jesus como o Messias vinha de Deus. Logo, eles náo estavam numa arena de luta, disputando espaço e prestígio, mas cada um cumpria cabalmente o mandato recebido de Deus.

João Batista mostra consistência em seu ministério ao não aceitar ser mais do que Deus o nomeou para ser (Jo 3.28).

Muitos líderes, ao perceberem o próprio sucesso, enchem-se de soberba e querem ir além daquilo que receberam. João Batista já havia falado isso a seus discípulos, e agora, quando eles se sentiram enciumados por verem os discípulos de João deixando as fileiras para seguir Jesus, João reafirmou que tudo estava saindo de acordo com o propósito original.

Ele não veio para ser o Messias, mas para ser seu precursor. O precursor abre o caminho e se retira. O precursor aponta para o Messias e sai de cena. O precursor não tenta ofuscar aquele que veio proclamar.

João Batista anseia por ver Jesus crescendo e ele mesmo diminuindo (Jo 3.30).

João Batista tinha plena consciência de que o seu papel era mostrar o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e sair de cena. Seu ministério era apenas preparar o caminho e deixar o noivo se manifestar. Seu prazer era ver Cristo crescendo e ele mesmo diminuindo.

Werner de Boor diz que João, o poderoso cabeça do movimento de avivamento, desaparecerá no cárcere solitário e perderá a vida por causa do ódio de uma mulher e da dança sensual de uma moça. Jesus, porém, há de ‘ crescer” para ser Kyrios, Senhor e Salvador, o cabeça da nova igreja dos renascidos, que agora já podem ter a vida da era vindoura”.

Um pastor presbiteriano de Melbourne, na Austrália, apresentou Hudson Taylor usando uma porção de superlativos e, especialmente, a palavra “grande”. Taylor foi até o púlpito e disse calmamente: “Queridos amigos, sou um pequeno servo de um mestre ilustre”. Se João Batista estivesse na plateia, provavelmente teria gritado: “Aleluia”. 

3 –ELE VOS BATIZARA COM O ESPÍRITO SANTO E COM FOGO

João batizava às pessoas como sinal de que tinham pedido a Deus o perdão de seus pecados e se decidiram a viver como o queria que o fizessem. O batismo é um sinal exterior.

Mas o sinal indisputável do arrependimento é a vida trocada para bem. Não é a água do batismo o que troca vistas, a não ser a atitude do coração.

João disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo e fogo. Isto predizia o Pentecostes, quando Jesus enviaria ao Espírito Santo em forma de línguas de fogo a dotar de poder a seus seguidores para que pregassem o evangelho.

Também simboliza a obra do Espírito Santo trazendo julgamento de Deus sobre aqueles que recusam arrepender-se. Todos serão batizados um dia: agora pelo Espírito Santo ou mais tarde pelo fogo do julgamento. 

III – FIEL ATÉ O FIM

1 – “ES TU AQUELE QUE ESPERÁVAMOS?”

“João tinha imaginado que Jesus assumiria o papel do Messias, destruindo o opressor estrangeiro (Roma) e libertando o Seu povo da escravidão. Mas Jesus não estava fazendo nada disso.

A pergunta que João fez, por meio dos seus discípulos, foi, literalmente: “És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?” (Mt. 3:11).

Em outras palavras: “Você é realmente o Messias?”

Ao invés de dar uma resposta categórica, Jesus mandou que os discípulos voltassem até João e lhe contassem o que tinham visto e ouvido.

A cura dos cegos e dos coxos (5) era um cumprimento do papel messiânico, conforme descrito em Isaías 35.5-6.

Mas o clímax era a pregação do evangelho aos pobres (cf. Is 61.1). A versão em grego diz: “Os pobres estão sendo evangelizados” (evangelizontai). Esta foi a sua principal credencial.

Uma ligeira alusão ao problema de João está sugerida no versículo 6 — E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim.

O verbo é skandalizo, que já observamos (veja o comentário sobre 5.29). Parece que João tropeçava no fato de Jesus aparentemente não estar fazendo nenhum esforço para estabelecer o seu reino messiânico. João Batista havia proclamado: “É chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.2).

Será que ele estava enganado? Ele tinha avisado que o machado estava pronto para cortar a árvore que não produzisse bons frutos (Mateus 3.10). O Juízo estava pronto para desferir o golpe.

Ele havia pregado sobre Aquele que viria para “limpar a sua eira”, recolhendo no celeiro o seu trigo, mas queimando a palha com fogo que “nunca se apagará” (Mateus 3.12).

João sabia que a nação de Israel estava pronta para o julgamento, e ele esperava que o Messias julgasse o seu povo. O que ele não pôde perceber foi que a primeira vinda de Cristo era na graça e misericórdia. O Juízo teria que esperar pela sua segunda vinda.

Muitos estudiosos sugerem que a dúvida foi dos discípulos de João, e não dele. Mas Lenski discorda:

 “Este ponto de vista coloca em dúvida a integridade de João, como se ele estivesse fazendo uma pergunta que, na realidade, estava sendo feita pelos seus discípu­los”.

Além disso, Jesus disse aos discípulos que voltassem e dessem uma resposta a João. Certamente não é de surpreender que o profeta, encerrado na prisão, estivesse se debatendo em meio a sérias questões.

2 – O MAIOR DOS PROFETAS

João foi maior do que os profetas do Antigo Testamento, porque ele viu com seus próprios olhos e pessoalmente envolvido no cumprimento de profecia que anterior (vs. 10, 13; veja 1.Pedro 1:10, 11). 

Mas todos os crentes depois da cruz são ainda maiores, porque eles participaram da compreensão e experiência completa algo que só João previu obscuramente, a verdadeira obra de expiação.

João Batista foi:

Maior que Enoque que andou com Deus e Deus o levou (Gênesis 5:24).

Maior que Noé, que foi poupado do dilúvio (Gênesis 7:1).

Maior que Melquisedeque, o grande rei de Salém (cidade que viria a ser Jerusalém), sacerdote do Deus Altíssimo, a quem Abraão pagou dízimos (Gênesis 14:18-20; Hebreus 7).

Maior do que Abraão, o pai de Israel, o amigo de Deus (Gênesis 18:17).

Maior do que Isaque, Jacó, José.

Maior que Moisés, Samuel, Sansão, Gideão e Davi.

Maior do que Elias que foi levado para o céu em uma carruagem de fogo (II Reis 2:11).

Maior que Eliseu, o grande profeta.

Superior a Isaías, Jeremias e Daniel e todos os outros profetas.

Ele foi maior do que todos os citados no capítulo 11 de Hebreus como os heróis monumentais da fé. Ele foi a maior pessoa do Velho Testamento.

Sua grandeza não estava em seus atributos pessoais, mas na missão que lhe estava confiada: A de precursor do Messias, do Cristo, do Filho de Deus, do Rei. Sua grandeza não foi medida por nenhum método humano. Ele foi grande aos olhos divinos e não dos homens.

“Aos olhos do Senhor” é uma frase usada muitas vezes na Escritura. E significa, simplesmente, aprovação divina, o favor divino. Ele vai ter a aprovação divina”. (https://reieterno.com.br/a-grandeza-de-joao-batista/ – Acesso em 04/12/2020 – às 22:09)

3 – PREPARE O CAMINHO (Lc. 3:4)

“João preparou a chegada do Messias, ensinando que a religiosidade mórbida e a fé cristã nominal, não resistirão o juízo de Deus no tempo do fim.

Essa é a mensagem de João: No tempo do fim, que já começou, aquilo que não é legítimo, que não tem alicerce, peso, consistência, conteúdo, será desmascarado e ficará sob o juízo de Deus (V10,12). Jesus vai peneirar o trigo para separá-lo da palha.

O fogo do juízo estará esperando a palha para queimá-la, enquanto o celeiro estará preparado para receber o trigo. 

Ou seja, o que for autêntico será posto no lugar certo, na presença de Deus; o que for contrário à verdade será jogado fora, como lixo para ser queimado.

Por isso, irmãos é muito temerário seguir no autoengano da religião sem consistência, sem peso, sem raiz”. (https://www.igrejabatistaagape.org.br/post/como-jo%C3%A3o-preparou-o-caminho-do-messias – Acesso em 05/12/2020  às 11:20).

CONCLUSÃO

Devemos como João Batista, sermos cheio do Espírito Santo para que sejamos instrumentos nas mãos de Deus para que quando Ele vier, encontre um povo que não se cansou  em deixar tudo preparado para que, naquele grande dia, o propósito divino se cumpra que é de salvar aqueles que deram crédito a Sua Palavra.

Ev. Adauto Mattos


REFERÊNCIAS E CITAÇÕES

Comentário Bíblico Beacon

Comentário Champlin

Comen. Expo. H. D. Lopes

Comentários da Bíblia Diário Vivir (ESP)

Comentário Bíblico  BEACON –  Antigo e Novo Testamentos

Bíblia de Estudo Pentencostal -BEP

Bíblia de Estudo do Pregador Pentecostal

https://reieterno.com.br/a-grandeza-de-joao-batista/.

https://www.igrejabatistaagape.org.br/post/como-jo%C3%A3o-preparou-o-caminho-do-messias.

Vídeo: https://youtu.be/G7XlhCzwuRg

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