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JOVENS – LIÇÃO 11 – REVELAÇÕES SOBRE O TEMPO DO FIM

TEXTO PRINCIPAL

E aconteceu que, havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entendê-la e eis que se me apresentou diante uma como semelhança de homem.” (Dn 8.15)

Entenda o Texto Principal:

– como aparência de homem. A palavra usada para homem, que significa “um homem poderoso” é uma estrutura linguística para “Gabriel”, que significa “o poderoso de Deus”. Essa é a primeira menção a um anjo pelo seu nome na Bíblia.

RESUMO DA LIÇÃO

O conhecimento das coisas futuras nos dá esperança e a certeza de que Deus está no controle de todas as coisas.

 Essa visão prova que Deus é quem dirige a história. Ele está no comando.

*******

Daniel ficou amedrontado e prostrado diante da visão de Gabriel, o agente de Deus, que lhe revelou a interpretação da visão (v. 17). Ele caiu sem sentidos, rosto em terra, quando Gabriel falou com ele. Aqui não se trata do esplendor do anjo, mas do conteúdo da revelação divina acerca da queda da Babilônia. Daniel ficou fraco e enfermo diante dos fatos futuros que haveriam de vir.”

TEXTO BÍBLICO

Daniel 8.1-6

  1. No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.

– 8.1 No ano terceiro. C. 551 a .C , dois anos depois do sonho do cap. 7, mas antes do cap. 3. a princípio. Olha de volta para o cap. 7

  1. E vi na visão (acontecendo, quando vi, que eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão), vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai.

– Susã. Chamada de Susâ pelos gregos, essa era a principal cidade do império Medo-Persa, c. 400 km a leste da Babilônia. Urna vez que Daniel viu a si mesmo numa visão, ele não teria estado lá fisicamente (cf. as visões de Ezequiel, que estava em Jerusalém em sua visão, embora ainda estivesse corporalmente com os anciãos na Babilônia (Ez 8—11).

3. E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último.

– 8.3-9 Essa cena aconteceu historicamente. O carneiro retrata o Império Medo-Persa, como um todo, sendo que os dois chifres representavam as duas entidades (os medos e os persas) que se tornaram um só povo.

A história desse império está brevemente anotada no v. 4, quando ela é descrita conquistando tudo do leste ao norte e ao sul, sob o comando de Ciro, como já havia sido predito também por Isaías 150 anos antes (ls 45.1-7).

O chifre maior, que surgiu por último, representa a Pérsia. O bode (v. 5) representa a Grécia, com o seu grande chifre, Alexandre que, com seus exércitos de mais de 35 mil homens movia-se com tanta rapidez que é descrito como nem mesmo tocando o chão.

O chifre que foi quebrado é Alexandre em sua morte; os quatro chifres são os generais que se tornaram reis de quatro regiões do império grego depois da morte de Alexandre {cf. 7.6).

O pequeno chifre é Antfoco Epífanes, que surgiu do terceiro império, para governar a divisão síria em 175-164 a.C. e c mesmo rei que está dominando em 11.21-35. Cf. 7.8,24-26, onde um “pequeno chifre” muito semelhante aparece e claramente, representa o último Anticristo. A razão pela qual ambos são descritos como o “pequeno chifre” é que um prefigura o outro.

4. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia; e nenhum animal podiam estar diante de[e, nem havia quem pudesse Livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia.

– o carneiro dava marradas para o ocidente – Pérsia conquistou o oeste Babilônia, Mesopotâmia, Síria, Ásia Menor. para o norte – Cólquida, Armênia, Ibéria e os habitantes do mar Cáspio. para o sul – Judéia, Egito, Etiópia, Líbia; também a Índia, sob Dario. Ele não diz para o leste, pois os próprios persas vieram do leste (Isaías 46:11). fez de acordo com a sua vontade – (Daniel 11:3,16; compare Daniel 5:19). [Fausset, aguardando revisão]

5. E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os outros.

– chifre muito visível – Alexander. “Tocado não… chão”, implica a incrível rapidez de suas conquistas; ele invadiu o mundo e m menos de doze anos. O bode responde ao leopardo (Daniel 7:6).

Caranus, o primeiro rei da Macedônia, foi dito ter sido levado por cabras para Edessa, que ele fez a sede do seu reino, e chamou Aege, isto é, “cabra-cidade”. [Fausset, aguardando revisão]

6. Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio: e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força.

– de pé diante do rio – Ulai. Foi no “rio” Granicus que Alexandre lutou sua primeira batalha vitoriosa contra Dario, 334 b.c. [Fausset, aguardando revisão]

– OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o capítulo 8 do livro de Daniel Esta visão, narrada por Daniel, descreve um conflito entre um carneiro e um bode, numa alusão aos impérios Medo-Persa e Grego. Ao mesmo tempo, a passagem descreve uma revelação sobre Antíoco Epifânio e a sua representação do Anticristo, nos tempos do fim.

– A visão fala do surgimento de um rei que é o protótipo do anticristo escatológico (o pequeno chifre). Esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente do pequeno chifre do capítulo 7. O capítulo 7 fala do anticristo escatológico que emerge do quarto reino (o império romano). O pequeno chifre do capítulo 8 emerge dos quatro reis oriundos da queda do grande rei grego, Alexandre Magno. Este pequeno chifre é o maior protótipo do anticristo escatológico.

I. A VISÃO DE UM CARNEIRO E UM BODE

1. Características da visão.

A visão do capítulo 8 ocorre no terceiro ano do reinado de Belsazar, por volta de 550/549 a.C. Não se tratava de uma visão pelos olhos físicos e nem imaginação da mente humana, mas uma revelação celestial concedida pelo Senhor ao seu servo. Em seu vislumbre profético, Daniel se vê na cidadela de Susã, na província de Elão, localizada a cerca de 300 quilômetros a leste da Babilônia.

A expressão “cidadela” alude a um local específico, referindo-se a uma fortaleza situada em lugar estratégico, que domina e protege uma cidade.

Segundo historiadores, Susã servia como residência de inverno dos reis persas. É importante perceber que grande parte da visão é explicada pelo anjo Gabriel, a quem Deus enviou com o propósito de dar a interpretação a Daniel.

– O profeta Daniel nos proporciona o marco histórico em que ocorreu a visão: no terceiro ano do rei Belsazar; em Susã, capital do reino da província de Elão e junto ao rio Ulai. Daniel não esteve fisicamente em Susã, mas foi apenas transportado em espírito nessa visão.

Susã era uma cidade importante mesmo depois da queda da Babilônia, em que os reis medo-persas residiam por três meses ao ano. A visão se refere ao tempo do fim (v. 17), ao tempo determinado do fim (v. 19), e a dias ainda muito distantes (v. 26). A visão é profética. É recebida no período da grande Babilônia e aponta para o surgimento e queda de dois grandes impérios: medo-persa e grego.

2. O carneiro.

O primeiro animal da visão do profeta é um carneiro que possuía duas pontas (chifres), simbolizando o império Medo-Persa (v. 20).

Os dois chifres compridos do animal, sendo um maior que o outro, representam a história destes dois impérios que se unem após a conquista da Média por volta de 55o a,C, dando origem ao Império Aquemênida. O chifre mais a[to (v. 3) aponta para a Pérsia, que apesar de ser posterior ao reino Medo, tornou-se proeminente.

– Daniel descreve o carneiro de três maneiras distintas. Primeiro ele fala que o carneiro tem dois chifres (Dn 8.3,20). Essa é uma descrição do império medo-persa que se levantaria para conquistar a Babilônia.

Na mesma noite em que o rei Belsazar fazia uma festa e zombava dos vasos do templo, a Babilônia caiu nas mãos dos medo-persas. O carneiro persa derrotou o império babilônico e tornou-se o senhor do mundo.

Não só venceu seus vizinhos, mas conquistou seus territórios, formando um novo império mundial. O chifre mais alto é uma descrição do poder prevalecente dos persas na liderança do império. Ciro, o persa, tomou o lugar de Dario, o medo. Em 550 a.C., Ciro tomou o controle da Média.

Assim, se cumpriu a profecia. O carneiro persa derrotou a Babilônia e, por algum tempo, tornou-se senhor do mundo. Mas Daniel viu sua ascensão e queda 210 anos antes do fato acontecer.

Segundo, Daniel diz que tal carneiro é irresistível (Dn 8.3,4). A união dos medos e persas em um só império criou um exército poderoso que conquistou territórios para o oeste (Babilônia, Síria e Ásia Menor), ao norte (Armênia) e ao sul (Egito e Etiópia).

Nenhum exército existente naqueles tempos tinha a força ou a capacidade necessárias para deter o avanço dos medo-persas. Terceiro, Daniel diz que o carneiro engrandeceu-se (Dn 8.4).

Nenhum exército naqueles dias podia resistir ou deter o avanço do reino medo-persa. Isso levou esse reino a tornar-se opulento, poderoso e cheio de soberba. Por isso, engrandeceu-se, e aí estava a gênese de sua queda.

3. Ciro, o Grande.

Este foi o Líder persa responsável por essa unificação e, posteriormente, pela tomada da Babilônia. Trata-se do mesmo Ciro mencionado pelo profeta Isaías (ls 44.28: 45.1) que Deus levantou para colocar fim ao período de exílio dos judeus na Babilônia (Ed 1.1).

Isso porque Deus é soberano e usa quem Ele quer para cumprir os seus desígnios sobre o seu povo e sobre o mundo. De acordo com o relato de Daniel (vv. 4,5). Ciro era um conquistador implacável, sendo invencível em suas campanhas militares, o que o tornou um líder poderoso.

Filho do rei persa, Cambises, Ciro conseguiu conquistar os territórios da Mesopotâmia, de toda a Ásia Menor (atual Turquia) e de territórios a leste da Pérsia (parte ocidental da índia). Também é conhecido por sua atitude respeitosa em relação aos inimigos derrotados, tratando os povos conquistados com tolerância.

– Ciro, o Grande, rei da Pérsia entre 559 a. C, ano em que sobe ao trono, e 529 a. C., ano da sua morte. É designado como o fundador do Império Persa, sobretudo a partir da vitória que conseguiu em 550 a.C. sobre o seu avô materno Astiages, rei dos medos.

A história do rei Ciro ficou conhecida na Bíblia por ele ter sido o instrumento que Deus usou para libertar o povo judeu do cativeiro babilônico. Por esse motivo seu reinado foi profetizado muito antes pelo profeta Isaías.

Na história, Ciro é conhecido como Ciro, o Grande, e como Ciro II. Então é importante não confundi-lo com Ciro I que reinou na região da Pérsia antes dele. Na verdade Ciro I foi o pai de Cambises I e, portanto, avô de Ciro II.

“Razões para estudar o fim dos tempos.

A questão não é se devemos estudar o fim dos tempos, Os cristãos têm de considerar o fim dos tempos Veja porquê:

1) Os apóstolos de Jesus mandaram que o povo de Deus pesquisasse as Escrituras ( 2Tm 3.14-17; 2Pe 1.19,20), e as Escrituras testificam que Deus dará um fim ao mundo como o Conhecemos (ls 65.17-25)

2) Jesus, repetidamente, lembrou os discípulos sobre sua futura chegada (Mt 24,42; veja também Mt 25.13; Mc 13.35-37; Lc 12.37)

3) Paulo disse aos seus leitores: “Mas vós, irmãos , já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão, […] Vigiemos e sejamos sóbrios” (1 Ts 5.4,6)

4) No Apocalipse, João registrou esta bênção dita pelos próprios lábios de Jesus; -Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia’ (Ap 16.15)

Portanto, a questão não é se devemos pensar sobre o fim dos tempos, Deus é claro em querer que consideremos, cuidadosamente, sobre o fim dos tempos. A questão é: “Como podemos ‘controlar os pés’ em nosso estudo sobre o fim dos tempos?

Como estudar a segunda vinda de Jesus sem nos desviar do curso e entrar em território doutrinal perigoso? Como explorar o fim dos tempos de forma a focarmos em Jesus?”

Há um fato que você precisa saber para manter-se na direção certa quando se trata de estudar o fim dos tempos: Só é perigoso quando você foca na direção errada,” (JONES, Timothy Paul, Guia Profético para o Fim dos Tempos, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.7)

II. O BODE E O PEQUENO CHIFRE

1. O bode.

O bode peludo que surge na visão de Daniel e derrota o carneiro e o rei da Grécia (v.21). Na história, ele é identificado como Alexandre, o Grande (356-323 a.C), rei da Macedônia.

Amplamente reconhecido como um dos maiores líderes militares da história, graças às suas conquistas expansivas pelo mundo conhecido na época. Educado pelo filósofo Aristóteles, também difundiu a cultura grega por meio de uma política chamada ‘helenização‘.

O fato do animal surgir “sem tocar no chão” (v.5) mostra a velocidade da sua expansão. Em doze anos de reinado, Alexandre tinha um vasto império que se estendia da Grécia até a Índia.

– O bode é uma descrição profética acerca de um dos maiores líderes políticos da história, Alexandre Magno. Daniel elenca quatro fatos a seu respeito. Primeiro, fala da rapidez de suas conquistas (Dn 8.5, 21). Esse bode representa o império grego (v. 21).

As conquistas de Alexandre foram extensas e rápidas. Em apenas treze anos Alexandre conquistou todo o mundo conhecido de sua época. O império medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego. Em 334 a.C., Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas.

Pouco tempo depois, venceu Dario III na batalha de Issos (333 a.C.). Em 331, venceu o grosso das forças medo-persas na famosa batalha de Gaugamela. Segundo, Daniel fala do poder desse líder (Dn 8.5). Alexandre é descrito como o chifre notável.

Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem irresistível, um líder carismático, com punho de aço. Terceiro, Daniel fala dos triunfos de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn 8.6,7). O poderio e a força de Alexandre são descritos na maneira como enfrentou o carneiro: 1) fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3) derruba-o na terra; e 4) pisoteia-o.

2. Os quatro chifres.

Alexandre morreu com apenas 33 anos de idade sem sucessor familiar, cumprindo-se a profecia de que o seu reino seria quebrado e repartido, mas não para a sua posteridade (cf, Dn 11.8).

Os quatro chifres que surgem referem-se à divisão do reino depois da sua morte (v.22), que desencadeou uma série de lutas entre os seus generais: Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco.

O império foi então dividido em quatro partes, cada uma governada por um dos generais. Cassandro reinou na Macedônia; Lisímaco reinou na Trácia e Ásia Menor: Ptolomeu reinou no Egito e Seleuco reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio. Este último reino incluía a Judeia naquela ocasião e será ele o palco da sequência da profecia.

– O versículo 8 profetiza a morte inesperada de Alexandre Magno na Babilônia, em 323 a.C., exatamente quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. Com sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Casandro couberam a Macedônia e a Grécia, no ocidente. Lisímaco governou a Trácia e a Bitínia, no norte.

Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul. Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente. Após a morte de Alexandre e a divisão de seu reino entre esses quatro generais (v. 8,22), o grande império grego desintegrou-se e enfraqueceu-se. A profecia acerca de Alexandre cumpriu-se literalmente, duzentos anos depois da profecia dada a Daniel.

3. O pequeno chifre.

Enquanto Daniel observava, viu surgir de um dos quatro chifres um pequeno chifre, que cresceu rapidamente e se lançou contra o exército do céu (v.10), profanando o santuário. Historicamente, esse pequeno chifre simboliza Antíoco lV (215-162 a.C), pertencente à dinastia selêucida, Embora não fosse herdeiro direto do trono, Antíoco assumiu o poder após o assassinato de Seleuco IV Filopátor, em meio a intrigas e disputas.

Ao assumir o trono sírio, mudou o título para Antíoco Epifânio, isto é, “Deus manifestado”, reinando de 175 a 164 a.C. Dotado de um temperamento cruel e sanguinário, esse homem cometeu diversas atrocidades contra o povo judeu, buscando o seu extermínio.

Em uma de suas campanhas militares, invadiu Jerusalém e profanou o Templo, conforme a visão de Daniel (vv.10,11). Posteriormente, proibiu as práticas religiosas judaicas. Isto deu lugar a Revolta dos Macabeus, liderada por Judas Macabeus.

– Daniel passa a falar sobre um pequeno chifre diferente daquele descrito no capítulo 7. Esse é apenas um protótipo daquele. Daniel fala sobre sua procedência (Dn 8.8,9,22).

O pequeno chifre do capítulo 8 não deve ser confundido com o pequeno chifre do capítulo 7.8. A origem do 7.8 é o q uarto império (o império romano). A origem do 8.9 é o bode, o terceiro reino: o império grego.

O pequeno chifre do capítulo 8 é um personagem futuro e profético para Daniel, mas para nós, um personagem do passado, enquanto o pequeno chifre do capítulo 7.8 é um personagem escatológico para Daniel e para nós.

O pequeno chifre de Daniel 8.9 é o principal precursor do anticristo escatológico. Principal porque muitos anticristos precursores do anticristo escatológico já passaram pelo mundo (1Jo 2.18), mas nenhum reuniu em si tantas características como esse de Daniel 8.9. Antíoco fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o templo.

Em 169 a.C., ele saqueou o templo e proibiu os sacrifícios (Ap 13.5). Por ordem de Antíoco, o templo foi profanado da maneira mais vil, indecente e imoral.

O santuário de Jerusalém foi chamado de Templo de Júpiter Olímpico. Ele profanou o templo ainda quando colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue e o excremento pelo santuário, obrigando os judeus a comerem a carne do porco, dentro do templo, sob ameaça de morte.

Mandou ainda edificar altares e templos dedicados aos ídolos, sacrificando em seus altares porcos e reses imundas.

O livro de Macabeus descreve a soberba e a perversidade de Antíoco na profanação do templo de Jerusalém:

“E entrou cheio de soberba no santuário, e tom ou o altar de ouro, e o candeeiro dos lumes, e todos os seus vasos, e a mesa da propiciação, e as bacias, e os copos, e os grais de ouro, e o véu, e as coroas, e o ornamento de ouro, que estava na fachada do templo: e quebrou tudo […] E fez grande matança de homens, e falou com grande soberba”

SUBSÍDIO 2

‘O carneiro medo-persa (8.3-4) Na primeira visão de Daniel no capítulo 7 os animais que simbolizavam o poder mundial eram animais selvagens.

Agora a disposição da visão muda e dois desses mesmos poderes mundiais aparecem como animais domesticados – um carneiro e um bode. Será que é possível que o Espírito de Deus esteja retratando aqui mais uma importante fase da vida humana e da história, ou seja, o aspecto cultural?

Enquanto o capítulo 7 ressalta o poder político das nações, o capítulo 7 destaca as influências culturais, Se concordarmos com essa hipótese, é possível imaginar que esses dois aspectos, provenientes de dois reinos diferentes, convirjam em dado momento em uma manifestação culminante do ma[, ou seja, no surgimento do Anticristo,” (SWIN, Ray E Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p, 529.)

III. O TEMPO DO FIM

1. Um protótipo do Anticristo.

Em razão de suas características e descrições bíblicas, Antíoco é tido por muitos intérpretes das Escrituras como um tipo de Anticristo, um líder no fim dos tempos que se levantará contra o povo de Deus e fará coisas semelhantes (vv.23-24).

Conforme o ensino do saudoso Pr. Antônio Gilberto, Antíoco seria o cumprimento parcial desta visão’ o Anticristo, o cumprimento cabal. Suas características são as de um ditador mundial.. Será o último grande governo mundial da história, identificado em Apocalipse como a besta que surge do mar (Ap 13.1) – é uma personagem que terá controle sobre dez reinos. Ela representa o Anticristo e o seu governo (Ap 17.13).

Contudo, assim como Antíoco, o Anticristo também será derrotado, mas não por algum rei humano, mas pelo próprio Cristo (v.25). O verso 25 retrata o Armagedom apocalíptico, quando o poder gentílico mundial sob o Anticristo será sobrenaturalmente destruído por Cristo na sua vinda.

– Esse pequeno chifre do capítulo 8 é o rei selêucida Antíoco IV, chamado de Antíoco Epifânio, que reinou na Síria entre 175 a 163 a.C. Daniel fala sobre sua megalomania (Dn 8.11,25). Em seu coração ele se engrandeceu.

Antíoco declarou ser deus. Mandou cunhar moedas que de um lado tinham sua efígie e do outro as palavras: “Do rei Antíoco, o deus tornado visível que traz a vitória”. Daniel fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10).

Alguns imperadores romanos identificaram-se com o anticristo escatológico, tais como Nero e Domiciano, por exigirem adoração de seus súditos.

Hitler foi identificado com ele por sua feroz perseguição aos judeus. Outros governadores antigos e contemporâneos por perseguirem os cristãos como nos regimes totalitários e comunistas. Mas ninguém se assemelhou tanto ao anticristo escatológico como Antíoco Epifânio.

Esse rei selêucida foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.24). Porque os fiéis judeus não se prostravam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele. Calcula-se que cem mil judeus foram mortos por ele.

O anticristo escatológico também será implacável em sua perseguição aos cristãos (Ap 13.15). Daniel fala acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23-25). Ele será um usurpador. Como o anticristo quererá usurpar o lugar de Cristo, Antíoco também foi um usurpador. No seu tempo, a Palestina pertencia ao Egito dos ptolomeus.

Mas ele, astuciosamente, aproveitou-se da divergência entre os judeus que estavam divididos em dois partidos, e levou-os a se aliarem a ele, rompendo com o Egito (Dn 8.23-25). Quando os judeus se aliaram a ele, logo os explorou e os perseguiu cruelmente até a morte.

O anticristo imporá uma única religião em seu reino e perseguirá e matará os que não se conformarem a ele (Ap 13.12,15). Antíoco fez isso em seu reino. A posse do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da lei de Deus eram punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fiéis a Deus. Ele se levantará em tempo de grande apostasia.

Como a apostasia do período do fim abrirá a porta para o anticristo (2Ts 2.3,4), também muitos judeus haviam se afastado da lei de Deus e adotado costumes dos gentios (Dn 8.12,23). Deus castigou Israel por causa de seus pecados. Quando no fim dos tempos a humanidade estiver suficientemente corrompida, ela estará pronta para receber o anticristo.

2. Uma visão atormentadora.

A visão foi tão terrível que Daniel ficou fragilizado, espantado (v.27) e adoeceu, Afinal, ele viu coisas angustiantes que se abateriam sobre o mundo e principalmente sobre o seu próprio povo. Por mais espirituais que possamos ser, existem momentos em que a fraqueza nos abate.

Contudo, diz a Bíblia que ele se levantou e voltou aos seus afazeres perante o rei. Mesmo sabendo que o rei seria destronado, Daniel não deixou de trabalhar e servir. Isso mostra que o conhecimento do porvir e a escatologia não podem nos levar a uma fuga da realidade e das nossas responsabilidades terrenas.

– Daniel ficou amedrontado e prostrado diante da visão de Gabriel, o agente de Deus, que lhe revelou a interpretação da visão (v. 17).

Ele caiu sem sentidos, rosto em terra, quando Gabriel falou com ele. Aqui não se trata do esplendor do anjo, mas do conteúdo da revelação divina acerca da queda da Babilônia. Daniel ficou fraco e enfermo diante dos fatos futuros que haveriam de vir. Essa visão prova que Deus é quem dirige a história. Ele está no comando.

3. Humildade e confiança diante do futuro.

Ao final, Daniel declara que ninguém podia entender aquela visão: estava além da compreensão humana. O profeta foi humilde em reconhecer que nem mesmo ele tinha todas as respostas. Atitude muito diferente daqueles em nossos dias que parecem saber tudo sobre os eventos escatológicos, inclusive detalhes irrelevantes baseados em especulações.

O estudo das últimas coisas exige seriedade e cautela (Dt 29.29; Rm 12.3). Assim como o profeta, precisamos confiar no Senhor. Olhando para o contexto social e político, era praticamente improvável conjecturar os fatos futuros, como por exemplo a ascensão da Grécia.

– A reação do profeta revela o profundo impacto espiritual e emocional que essa revelação tem sobre ele. E eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias (27). Em seu coração queimava o segredo que ele deve “trancar” para tempos futuros.

Mas esse servo de Deus tinha um chamado. Ele não se deixou esmorecer diante desses sonhos. Então, levantei-me e tratei do negócio do rei; e espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse (27). “preserva a visão” Uma vez que ele a contou aqui, isso não significa que deva mantê-la em segredo, mas preservá-la como verdadeira mesmo que leve um longo tempo para ser cumprida.

SUBSIDIO 3

‘O Anticristo será um homem personificando o Diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36; 2Ts 4.3,4). […] A Besta ou Anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecida até hoje Será o maior líder de toda a história; acima de qualquer famoso general ou governante mundial conhecido.

Será portador de uma personalidade irresistível, Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais. Além da ação diabólica direta- outros fatores contribuirão decisivamente para a implantação do governo do Anticristo, como poderio britânico, alta tecnologia e poder econômico. Será um grande demagogo. Influenciam decisivamente as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5).

A Bíblia diz que toda a terra se maravilhara após a Besta (Ap 13.13), Exercerá uma influência e um fascínio extraordinário sobre as massas. […]

O Anticristo será recebido ao aparecer como solução dos problemas e crises sociais e políticas que fustigam o mundo inteiro* para os quais os líderes mundiais mais capazes não encontram solução,’ (GILBERIO A. O Calendário da Profecia. 16.ed. Rio de Janeiro: CPAD.2003. pp.48,49)

CONCLUSÃO

Ao estudarmos os últimos eventos mundiais, de acordo com a revelação das Escrituras, somos tomados pela esperança e a certeza de que Deus está no controle de todas as coisas. Enquanto isso, vivendo nesse mundo, mantemos nossa responsabilidade social e afazeres.

– O capítulo 8 de Daniel é uma visão complexa que abrange eventos históricos e futuros, incluindo as conquistas dos impérios mundiais e as tribulações enfrentadas pelo povo de Deus. Ele oferece uma visão detalhada do futuro e da soberania de Deus sobre os reinos da terra.

Por fim, Daniel descreve sua derrota (Dn 8.25). Antíoco foi derrotado sem o auxílio de mãos humanas. Ele foi morto não em combate, mas por uma súbita doença quando tentava saquear o templo de Diana, em Elimaida, na Pérsia.

O segundo livro de Macabeus diz que sua morte foi das mais horrorosas. A queda do anticristo será assim também. Não será morto num combate humano, mas pela manifestação da vinda de Cristo (2Ts 2.8), o Cordeiro de Deus exaltado em todo o universo (Ap 5.12,13).

_______________

Francisco Barbosa (@Pbassis)

Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2024/09/ebd-jovens-licao-11-revelacoes-sobre-o.html

Vídeo: https://youtu.be/ZwHEv4hCQWE

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