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Jovens – Lição 11- Uma herança conquistada pela fé

Introdução 

Depois de anunciar que há tempo para todo o propósito debaixo do sol, Salomão descreveu os diversos tempos que incidem, na ocasião propícia, sobre toda a humanidade, começando pelos mais elementares deles: tempo de nascer e tempo de morrer (Ec 3.1,2). 


O primeiro deles é essencial para o início de qualquer narrativa e acontece sem qualquer interferência ou resistência do nascente, sendo que, diversas circunstâncias do nascimento (família, local do nascimento, tipo de parto, etc.), acontecem em decorrência das escolhas dos pais.

Por exemplo, o nascimento de Jesus em Belém da Judeia aconteceu porque seus pais, José e Maria, foram se alistar naquele lugar.

Outras questões, porém, são escolhas de Deus (DNA, sexo do bebê, cor dos olhos… apesar de, às vezes, existirem tentativas antiéticas de manipulações genéticas).

O segundo desses tempos primordiais e inexoráveis a todo ser vivo, o dia da morte, entretanto, possui características bem distintas.

Via de regra, ninguém o planeja e dá-se de maneira imprevisível, daí o ditado de que “a morte chega sem mandar aviso”.

Ao invés do contentamento e sorrisos, próprios dos nascimentos, em face da fagulha de esperança pela vinda de um novo ser, quando chega a morte, tristeza e choro são as marcas distintivas desse momento.

O nascimento é episódio para ser lembrado; já a morte, por seu turno, evento para ser esquecido. Diante disso, normalmente as pessoas comentam, com alegria, sobre os nascimentos de entes queridos, mas preferem não falar sobre suas mortes.

De qualquer jeito, queiramos ou não, vida e morte são faces de uma mesma moeda. E Deus, em sua Palavra, recomenda que aprendamos a reconhecer o tempo da nossa partida deste mundo:

“Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil” (Sl 39.4).

O Senhor auxilia nessa tarefa, dando aos homens todos os sinais de que o “dia da transição” se aproxima. A pessoa começa a ficar com os cabelos grisalhos, a pele enruga, as forças gradativamente diminuem, a visão fica turva, os dentes caem da boca… (A descrição poética disto tudo também foi feita por Salomão, Ec 12).

O maior pregador do século XX, Billy Graham, do alto dos seus 93 anos, observando as dificuldades da velhice, disse que ela “não é para os fracos”.1 

Ele, sem dúvida, foi a prova dessa afirmação, pois mesmo sentindo os severos efeitos do Mal de Parkinson, doença que lhe afligia, esforçou-se grandemente para manter sua produção intelectual e evangelística quando o corpo não queria obedecer aos comandos da sua mente.

Mesmo assim, continuou dando frutos na senilidade (ele morreu um pouco mais novo do que Josué).

Reconhecer que o tempo da partida se aproxima, assim, não é uma tarefa tão difícil, pois as manifestações no corpo físico são evidentes e a morte, no fim da estrada, termina se tornando uma necessidade.

Aliás, o maior apologista do século XX, C.S. Lewis, compreendia que a morte era uma necessidade da humanidade, não por questões fisiológicas, mas por aspectos espirituais, pois se o homem fosse imortal, diante do seu orgulho e lascívia cada vez mais aumentados, com o passar do tempo, “ele progrediria de simples homem decaído para a categoria de demônio, possivelmente além de qualquer possibilidade de redenção”.2  Assim, com a morte, esse perigo foi evitado.

Destarte se, por um lado, o nascimento de uma criança traz a mensagem que se renova a esperança para o mundo, por outro, a morte propaga uma comunicação ainda mais importante:

faça as escolhas corretas, antes que seja tarde demais! Por isso mesmo está escrito que é melhor ir para uma casa onde há luto do que para uma festa (Ec 7.2).

Essa regra vale para todos os homens, por esse motivo disse Deus a Josué: “Já estás velho, entrado em dias…” (Js 13.1).

O grande general, de tantas batalhas, que havia presenciado as pragas no Egito, transposto o Mar Vermelho, caminhado 40 anos pelo deserto, atravessado o Rio Jordão e conquistado 31 cidades-estados ou reinos, agora, com mais de 100 anos, recebia o anúncio do seu Comandante, que estava chegando a hora de partir e, portanto, deveria ultimar as providências.

Esse conselho, aliás, Deus o daria em outras ocasiões. Ezequias, por exemplo, recebeu a informação divina: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (Is 38.1).

O próprio Jesus sabia que o tempo de sua morte era chegado (Jo 13.1, 3, 18.4, 19.28) e, por isso, deu as últimas instruções aos discípulos, concluindo, com êxito, sua missão.

Josué, da mesma forma, recebendo a orientação celestial, concluiu a divisão da Palestina, que tinha começado na Transjordânia, sob Moisés, quando as tribos de Rúben, Gade e metade de Manassés receberam como herança as terras a leste do Jordão.

Agora, no lado oeste do rio, na terra de Canaã propriamente dita, no arraial em Gilgal, Judá recebeu herança no Sul e Efraim, e a meia tribo de Manassés receberam herança no Norte, mas não somente isso:

os territórios inconquistados na periferia de Canaã (Js 13.2-6, 18.1-10) também seriam distribuídos entre todas as demais tribos. Dessa forma, os hebreus manteriam a postura vigilante da guerra, sem “tirarem a armadura”, até que toda terra fosse possuída. 

I – A Divisão do Sul de Canaã

1. A partilha da terra conquistada

Assim, Josué, no arraial em Gilgal, começou dividindo os reinos do Sul (Js 10), os quais ficaram com Judá. Em seguida, distribuiu o território conquistado no Norte de Canaã (Js 11) aos filhos de José, Efraim e Manassés, que tiveram prioridade em face da primogenitura outorgada a José (1 Cr 5.1).

A partilha foi feita por meio de sorteio, o que “era aceito como um decreto procedente de Deus”,3 nos termos das regras daquela dispensação:

“A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a disposição” (Pv 16.33). Nos últimos dias, porém, Deus nos tem falado pelo Filho (Hb 1.1).

Estava chegando ao fim a carreira do grande estadista Josué, mas ainda com a ocupação inacabada. Deus havia prometido uma faixa territorial bem maior, mas muito não foi conquistado e, por isso, o quinhão se tornou pequeno para tanta gente, razão pela qual Josué precisou fiscalizar tudo de perto, inclusive porque a região já estava mais ou menos ocupada.4

2. A herança de Judá e de Calebe

Os hebreus que entraram em Canaã eram pessoas doutrinadas e, por conseguinte, reconheciam a ordem de prioridades estabelecidas por Deus nos escritos proféticos.

Eles, por isso, não fizeram nenhuma rebelião quando a tribo de Judá ficou com a melhor e maior parte da herança.

Afinal, reconheciam que Judá tinha a primazia, porque era poderoso entre os irmãos e dele viria o Soberano (1 Cr 5.2), recebendo assim os territórios ao Sul (Js 10).

Dos filhos de Judá, sem sombra de dúvida, havia uma espécie de herói nacional, Calebe. Não só porque era um dos homens mais idosos do arraial, mas, sobretudo, por sua fé inabalável em Deus, a tal ponto que se pode afirmar, como dizia C.S. Lewis, que ele tinha familiaridade com o Criador, conhecia-o como a uma pessoa, um amigo, acreditando totalmente nas suas palavras, possuindo uma verdadeira obstinação na fé.

Assim, Calebe deu mostras sobejas de que confiava nEle “além das evidências, mesmo contra muitas evidências”,5  por ocasião do evento histórico em Cades Barneia, quando, 45 anos antes, incentivou o povo a crer nas promessas de Deus (Js 14.10-12) e, por isso, quase foi morto, porque suas ideias confrontavam as evidências trazidas por 10 dos seus 11 companheiros de expedição, os espias.

Calebe nunca deixou que sua felicidade dependesse de algo que poderia morrer. Dessa forma, mesmo passado décadas, e com a morte de milhares de companheiros, amigos de infância, irmãos, etc., todo o seu amor continuava intenso pelo Eterno, pois era o único Amado de sua alma.6 

Caso não fosse, a revolta por incontáveis perdas poderia tê-lo contaminado, levando-o à falência espiritual. Ele, porém, no fim dos dias, estava firme e forte.

Em face dessa intimidade com o Altíssimo, antes da distribuição da terra, esse grande homem disse a Josué que se sentia com a força e disposição de um guerreiro, reivindicando o Monte Hebrom, que tinha sido a herança prometida por Deus, ainda no tempo de Moisés.

Josué, por conhecer bem o amigo, assim como se lembrando da profecia, concedeu o pedido do decano de Judá.

Calebe preferiu se antecipar e fazer o pedido a Josué para demonstrar aos seus irmãos que o mais importante não era a providência, aquela ou outra terra, mas a promessa de Deus. Todo aquele que serve ao Senhor na juventude não será por Ele esquecido na velhice.

Israel já tinha conquistado a cidade de Hebrom (Js 10.37), mas não o monte que era guarnecido por gigantes, os filhos de Anaque, guerreiros grandemente temidos, os quais, segundo os estudiosos, eram ascendentes de Golias e que teriam sido eles quem espancaram a esperança da conquista de Canaã dos 10 espias (Nm 13.33).

Destarte, o território prometido a Calebe, um dos mais protegidos e perigosos da Terra Prometida, seria conquistado por um ancião de 85 anos. Deus estava humilhando a falta de fé dos homens incrédulos e tardos de coração.

O verbo hebraico usado ao se referir àquela batalha foi yarash (Js 15.14; Jz 1.20, ARA) traduzido como expulsar, mas que também traz a conotação de desapropriar ou fazer perder a herança, dando a entender que quando os gigantes viram o velho Calebe e seus guerreiros subirem à peleja deixaram suas posições fortificadas e abandonaram Hebrom.

Calebe foi à luta pela sua herança, mas, após a desapossar, entregou-a aos levitas e também se tornou uma cidade de refúgio.

3. A herança de Acsa

Os pais geram impressões indeléveis na vida dos filhos. Sempre. Seja para o bem ou para o mal. Nas celebrações dos 90 anos de fundação da Igreja Assembleia de Deus, em Belém do Pará, no ano de 2001, estavam presentes Ivar Vingren, filho de Gunnar Vingren, e Débora, filha do missionário Daniel Berg.

Em certo culto, quando Ivar tomou a palavra, fizeram-lhe a seguinte pergunta: “Quais são as lembranças que você tem de seu pai?”. Ele respondeu:

“Não me lembro de muita coisa sobre meu pai, pois quando ele morreu eu era bem pequeno, mas me recordo muito bem de vê-lo, de joelhos, orando em seu quarto.

Lembro-me de que ele era um homem de oração”. Ivar Vingren seguiu os passos do seu pai e também se tornou um missionário.

No caso da filha de Calebe, Acsa, o exemplo de seu pai lhe deixou marcas profundas. Diante disso, houve um episódio tão marcante, que o Senhor fez questão de registrá-lo em duas oportunidades (Js 15.16-19; Jz 1.12-15).

Assim como Calebe, Acsa mostrou a importância de se lutar por seus ideais. Deus selecionou esse fato para mostrar que as pessoas deveriam agir com essa mesma tenacidade. 

Acsa foi dada como esposa do jovem Otniel, que viria a ser juiz em Israel após a morte de Josué, recebendo como dote uma terra seca, mas pleiteou território que tivesse água, tendo recebido uma terra excelente, que tinha fontes superiores e inferiores, ou seja, brotava água dos montes e das planícies.

A insatisfação de Acsa, portanto, gerou determinação para ela ir em busca de sua bênção. Se ela não tomasse uma iniciativa teria, certamente, ficado frustrada e sua família sofreria as consequências de uma vida difícil, com pouca água, mas Acsa não se acomodou, fez algo para mudar a situação, e recebeu copiosas bênçãos.7 

Nossas bênçãos espirituais e materiais (nessa ordem) devem ser buscadas com afinco (Mt 7.7). Os que ficam indiferentes, olhando para as nuvens (Ec 11.4), nunca conquistarão a Terra Prometida.

II – A Divisão do Norte de Canaã

1. A herança de José

Os filhos de José, Efraim e Manassés, cujas tribos tornaram-se poderosas, adquiriram o direito à herança de Jacó juntamente com seus tios.

Então, quando Josué dividiu o Norte, mais a parte central de Jericó e Ai, as duas tribos foram logo contempladas (Js 14.4, 16.4), tendo recebido os territórios “mais belos e férteis da Terra Prometida”.8 

O investimento que José fez, abençoando sua família, bem como no Reino de Deus, trouxe resultado a curto, médio e longo prazo, como sempre acontece quando são lançadas sementes de amor e fé no solo da sua Augusta presença.

A conduta fiel, generosa e justa de José foi recompensada com favores singulares da parte de Deus, colhidos quando em vida, ainda, mas que também recaíram sobre sua descendência, séculos adiante. 

Mister lembrar que metade de Manassés, além das tribos de Rúben e Gade, receberam antecipadamente suas heranças na Transjordânia (Pv 20.21), a leste do Jordão, território não pertencente à Canaã. Os hebreus transjordânicos, 20 anos antes do cativeiro geral das 10 tribos pelo rei da Assíria (1 Cr 5.26), foram levados cativos e nunca mais retornaram.

2. A passividade dos filhos de José

As tribos dos filhos de José, Efraim e Manassés, tinham muita pujança em Israel, mas não possuíam grande arrojo para a guerra.

Assim, ficaram passivas diante dos desafios. A tribo de Efraim recebeu, por exemplo, dentre as cidades, Gezer como herança, mas não expulsou os cananeus que ali habitavam (Js 16.10) e a tribo de Manassés, de igual modo, suportou a presença de alguns inimigos (Js 17.12,13), os quais, mais tarde, foram para ambos um laço (Js 23.13). 

Ademais, eram murmuradores: foram reclamar contra Josué pela terra recebida, na verdade, reclamando contra o Senhor (Pv 16.33), alegando que era pequena (Js 17.14-18). Josué, então, disse: “Se tão grande povo és, sobe ao bosque, e ali corta, para ti, lugar na terra […]” (Js 17.15) e completou:

“expelirás os cananeus, ainda que tenham carros de ferrados, ainda que sejam fortes” (Js 17.18).

Ou seja, Josué estava dizendo, em outras palavras: Não murmurem, mas sejam fortes e corajosos, e ampliem os seus marcos territoriais.

3. A herança de Josué 

A coragem foi a virtude mais reiterada por Deus ao mais destacado efraimita de todos os tempos: Josué. O imperativo de “sê forte e corajoso” (Js 1.9, ARA) guiou todas as suas ações bélicas, deixando um extraordinário legado aos hebreus.

O Senhor sempre o instruiu dessa forma porque sabia que “onde não existe coragem, nenhuma outra virtude pode sobreviver senão por acidente”.9 

Lastreado nessa constatação, percebe-se claramente que Josué não apenas foi corajoso, mas também desenvolveu inúmeras virtudes, a ponto de ser considerado por alguns como o “Jesus” do Antigo Testamento.

Nesse diapasão, concluída a partilha da terra para as tribos, foi entregue a Josué a cidade de Timnate-Sera, na montanha de Efraim, segundo o mandado do Senhor (Js 19.49,50), mas essa não era uma linda e adornada cidade.

Josué teve que reedificá-la e, só então, habitou nela, fazendo emergir a verdade de que os servos de Deus não são recompensados necessariamente nesta vida por suas atividades em prol do Reino.

O Galardão Real, o mais precioso, o mais desejado, não se recebe nesta vida, mas está guardado no Céu. 

III – A Divisão das Terras não Conquistadas

1. O tabernáculo em Siló 

Depois de dividir as terras subjugadas, algumas tribos que ficavam ao redor do tabernáculo saíram de Gilgal e, com isso, Israel armou o tabernáculo em Siló (Js 18.1-6), cidade de Efraim, tendo permanecido lá por cerca de 300 anos, até que, na época do sacerdócio de Eli, a Arca foi tomada pelos filisteus (1 Sm 4.4; Jr 7.12; Sl 78.60).

Em Siló, Josué criticou as sete tribos pela negligência em possuir o restante da terra (Js 18.3) e, como entendia oportuno que os guerreiros das tribos transjordânicas voltassem às suas famílias, nomeou “homens de probidade comprovada que fossem constatar com exatidão a grande fertilidade de todo o país de Canaã, retornando com uma descrição fiel” 10.

Por fim, ordenou que dividissem a terra remanescente em sete partes, as quais seriam sorteadas à porta da tenda da congregação (Js 19.51). Tudo seria repartido diante de Deus!

2. Sete tribos recebem o “título de propriedade” da terra

Uma vez realizado o estudo agrimensor, Josué sorteou os territórios de Benjamin, Simeão e Dã, os quais ficaram ligados ao Sul — Judá, e as terras de Issacar, Zebulom, Naftali e Aser fariam fronteira com a herança de Efraim e Manassés, ao Norte. Nada lhes tinha sido entregue, mas eles ficaram satisfeitos.

A divisão da terra da parte inconquistada, do ponto de vista humano, era mais ficção do que realidade, tratando-se apenas de um título de propriedade para o futuro.

Tudo isso, porém, pela direção de Deus. Nesse passo, Deus se comprometia, de um lado, em conceder vitória, e Israel aceitava entrar numa longa luta que se seguiria, até adquirir toda a Terra Prometida. Os hebreus, apesar de suas fraquezas, aprenderam a confiar no Senhor.

Eles avançaram para o futuro cheios de esperança, mesmo não tendo recebido tudo o que esperavam naquela geração, o que veio a acontecer integralmente somente no auge da monarquia hebraica, durante o reinado de Davi.11

 Na verdade, desde sempre, as promessas de Deus estavam de pé, mas eles não se arriscaram em guerrear contra todos os inimigos, em todos os lugares, e, por causa dessa inércia, Josué repreendeu-os severamente.

Os descendentes de Dã, por outro lado, herdaram uma pequena porção de terra, mas não se acovardaram ou murmuraram: subiram e conquistaram Lesém, uma cidade a oeste do monte Hermom, a qual a chamaram de Dã e ali estabeleceram sua capital.

Eles foram vizinhos dos filisteus, os quais tiveram muitos problemas com um nobre danita: Sansão (Jz 13–16). O cristão, como os danitas, deve aprender a transformar dificuldades em oportunidades.

3. A herança da tribo de Levi

Desde que a tribo de Levi aceitou o seu chamado, por causa de um ato de obediência (Êx 32.26-28), entendeu que a vida dos seus membros seria diferente da vida dos integrantes das outras tribos.

Eles não guerreariam, nem receberiam herança, todavia o Senhor garantiu o sustento deles por intermédio das ofertas que chegassem ao tabernáculo/templo, para que pudessem se dedicar integralmente à obra do ministério.

Deus nunca prometeu riquezas materiais para quem exercesse o santo sacerdócio, apenas disse que Ele mesmo seria a herança dos levitas.

Assim, quando da repartição da terra a leste do Rio Jordão, o Senhor determinou que 48 cidades fossem destinadas para os levitas (Js 21.41) dentro da herança das tribos, de maneira que o “bom cheiro” ministerial fosse espalhado em toda Canaã, mas o título de propriedade de cada cidade permaneceria com a tribo respectiva. Os levitas, portanto, eram peregrinos em terra estranha.

Conclusão

Para quem vive pela fé, entender o que Deus tem destinado como herança constitui-se na visão mais importante da vida, o que foi importantíssimo para todo o povo de Israel, pois sem esse entendimento as pessoas não se moveriam juntas para alcançarem os objetivos comuns. 

Destarte, finda a distribuição da terra e há um sentimento misto de alegria e frustração, conquista e negligência, porquanto eles estavam no lugar em que os seus ancestrais tanto almejavam (José, por exemplo, pediu que seus ossos fossem enterrados lá) e tinham recebido o inimaginável para qualquer observador humano, porém isso era bem menos do que o planejamento divino.

O líder Josué concluiu sua trajetória ministerial como um homem feliz, não plenamente realizado, uma vez que ainda havia muita terra a conquistar, mas completamente satisfeito em ter sido instrumento do Senhor na Terra.

Na vida e na guerra nem tudo ocorre como se planeja, mas é certo que Deus nunca perde o controle dos fatos da história.


1 GRAHAM, Billy. A Caminho de Casa: vida, fé e como terminar bem [tradução Melina dos Santos Revuelta]. São Paulo: Editora Europa, 2012, pp. 24,25.
LEWIS, C. S. Milagres. São Paulo: Vida, 2001, pp. 197, 198. 
3 LIVINGSTON, George Herbert; COX, Leo G.; KINLAW, Dennis F.; BOIS, Lauriston J. Du; FORD, Jack; DEASLEY, A.R.G.. Comentário Bíblico Beacon. 1. ed., vol. 1,  Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 58 
4 BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Vida, 2008, p. 405. 
5 LEWIS, C. S. A Última Noite do Mundo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018, p. 35. 
6 LEWIS, C. S. Os Quatro Amores. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 166.
7 ADEYEMO, Tokunboh (editor geral). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Mundo Cristão, 2010,  p. 289. 
8 CHAMPLIN, R. N.. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 2. ed., vol. 2, São Paulo: Hagnos, 2001,  p. 960.
9 LEWIS, C. S. Surpreendido pela Alegria. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, p. 167. 
10 JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 131. 
11 MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida, 1982, p. 84.

Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/2079-li%C3%A7%C3%A3o-11-uma-heran%C3%A7a-conquistada-pela-f%C3%A9.html

Video 02: https://youtu.be/fjmnllOoamY

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