Jovens – Lição 12 – A Prioridade Missionária dos Pentecostais
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Analisar a salvação dentro de uma perspectiva pentecostal e bíblica;
Refletir a respeito da obra missionária no Novo Testamento.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
O propósito da revelação de Deus ao homem vai além do simples conhecimento. Ele se mostra como Criador na origem de todas as coisas; como um Deus de promessas a Abraão, como um Deus de justiça por ocasião da apresentação da sua Lei a Moisés; e como um Deus que deseja ser conhecido por todas as nações.
Pentecostais são conhecidos por seu fervor missionário. Da mesma forma que os discípulos foram cheios do Espírito para testemunhar do Senhor Jesus, os pentecostais do século XX foram muito usados por Deus para alcançar pessoas que antes não conheciam a Jesus.
Com a mensagem da Salvação, anunciaram também o batismo no Espírito Santo, a contemporaneidade dos dons, a cura divina e a volta de Jesus, e Deus confirmou a mensagem pentecostal. Veremos um pouco dessa obra nesta lição.
I – A SALVAÇÃO NA PERSPECTIVA PENTECOSTAL E BÍBLICA
Deus Amou o Mundo
Os pentecostais têm sido muito atuantes tanto no evangelismo quanto em missões. Esse ímpeto se baseia na certeza de que Jesus morreu por todos os pecadores, e não apenas por um grupo de pecadores.
Quando define o amor, na 1 Carta aos Coríntios, Paulo diz que o amor é benigno (1 Co 13.4). Benignidade é uma característica que relembra clemência, de quem transmite bondade e generosidade.
Não há um decreto que determine que alguns homens são mais dignos da salvação do que outros. No tocante ao amor de Deus, ou esse amor é amplo para alcançar todos os homens, ou não é o amor de Deus.
A falta de compromisso com a interpretação bíblica impede que tais defensores da chamada expiação limitada, ou seja, que Deus reservou o sacrifício de Jesus somente para os eleitos, examine os textos bíblicos. Deus amou Caim tanto quanto amou Abel.
Se não fosse assim, o Eterno não teria falado com Caim para que procedesse de forma correta em seus caminhos, para que fosse aceito (Gn 4.6,7).
Judas é outro exemplo. João 13.1 diz de Jesus que “[…] como havia amado os seus que estavam no mundo, amo-os até o fim”.
Nessa mesma passagem, Jesus lava os pés dos discípulos, e João não registra que Judas estava fora daquela reunião ou que não teve os seus pés lavados. A declaração de Gower, para ser verdadeira, precisa enquadrar Jesus como um homem dissimulado, e João, o escritor, como quem produziu um texto não inspirado.
Como pentecostais não veem dessa forma, ou seja, cremos que Deus amou a Caim e a Judas, tanto quanto amou a todos os homens, não temos que distorcer a Palavra de Deus para justificar uma teologia cuja crença se baseia em um “decreto horrível” da parte de Deus.
Pentecostais evangelizam e enviam missionários porque acreditam que a salvação realizada por Deus em Jesus é um ato de amor. Deus estende seu amor e misericórdia a todos os homens.
De acordo com Paulo, Deus “[…] encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32). Não há privilegiados quando se trata de homens pecadores. Todos pecaram. Todos precisam da graça de Deus.
O apóstolo Pedro diz que “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).
Diferentemente de diversos teólogos de nossos dias, que reduzem o amor de Deus ao alcance de uns poucos escolhidos, Pedro, um pescador que andou com Jesus e viu tudo que o Senhor fez, diz que Deus não deseja que alguns se percam, mas que todos sejam salvos.
E o próprio Senhor Jesus Cristo disse que “[…] Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Esses textos mostram que a salvação é ofertada a todos indistintamente, e que o alcance do sacrifício de Jesus Cristo não se restringe a algumas pessoas escolhidas por uma soberania divina determinista.
Não pregamos aos perdidos simplesmente para saber quais deles foi previamente escolhido por Deus para escapar da condenação.
Pregamos porque entendemos que todos podem ser alcançados pela salvação, embora tenhamos a consciência de que realmente nem todos aceitarão a mensagem de Jesus.
As pessoas precisam ouvir acerca de Jesus para crer, e de acordo com a premissa paulina, “[…] todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.13-15). Por isso, pentecostais evangelizam tanto e fazem missões.
A Salvação pela Graça
Desde que Adão e Eva decidiram desobedecer a Deus, receberam não apenas o estado pecaminoso, mas também a capacidade de transmitir aos seus descendentes a tendência ao pecado. O homem nasce com a semente do pecado dentro de si.
Ao longo da vida essa semente irá germinar e dar seus frutos, e como consequências haverá o afastamento de Deus, a ausência do perdão dos pecados e a condenação para o inferno.
A salvação é justamente a mudança no estado da pessoa do pecador, que de condenado eternamente passará a ser uma pessoa perdoada de seus pecados, amiga de Deus e futura participante da vida eterna.
O homem experimenta a salvação no momento em que se arrepende de seus pecados e aceita a Jesus como seu salvador e Senhor, e essa salvação não vem por meio de boas obras, mas pela fé:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
A experiência de salvação pode ser vista nas atitudes das pessoas que foram transformadas pelo evangelho. A fé cristã não é somente intelectual, mas também experimental.
É Oferecida a todos
Todos podem ser alcançados pelo evangelho e pela salvação. Ela é ofertada a todos os homens, indistintamente. Jesus é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O Espírito Santo vem para convencer o “mundo” do pecado, da justiça e do juízo, e não somente os escolhidos.
Pentecostais fazem missões porque entendem que a graça não é limitada. Acreditam que a provisão da salvação é para todos, universal, ainda que nem todos se apropriem dela. Visto que “[…] Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19), um cristão pentecostal não pode restringir o que Deus planejou que fosse de alcance amplo.
A graça é para todos: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).
Diferente do que alegam certos credos, que chegam a ser contrários a textos das Escrituras, a graça de Deus se mostrou a todos os homens, e não apenas a alguns.
Cabe aqui uma observação. Não podemos confundir soberania com presciência divina. Em sua soberania, Deus, à luz da Palavra, decretou que a salvação é para todos os homens. Há aqueles que, ouvindo o evangelho, se arrependerão e receberão a Cristo.
Outros ouvirão o evangelho e não se arrependerão, e Deus, em sua presciência, sabe quem há de atender ao seu chamado e quem não irá atendê-lo.
Isso não significa que Ele predeterminou quem vai ou não para o céu, e sim que Ele sabe quem vai ou não. Pentecostais fazem missões porque creem que a graça de Deus se manifestou a todos os homens. Ela é oferecida a todos, e não apenas a uma parcela da humanidade.
II – MISSÕES NO NOVO TESTAMENTO
Os Discípulos de Jesus
Os discípulos de Jesus foram missionários. Alguns deles tiveram uma experiência missionária quando enviados por Jesus aos lugares aonde Ele deveria ir.
De dois em dois, foram comissionados a curar enfermos e a dizer que o Reino de Deus havia chegado.
Quando retornavam, vinham eufóricos, pois até os espíritos malignos se sujeitavam a eles (Lc 10.1-17).
Marcos menciona que os discípulos, “[…] tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando apalavra com sinais que se seguiram” (Mc 16.20).
Aqueles homens não tinham dúvidas de que Jesus é o Filho de Deus, que ressuscitou, que lhes enviou o Santo Espírito e que estaria com eles todos os dias. Foi esse ardor que os moveu para tornarem o nome de Jesus conhecido em sua época.
Eles sabiam que Jesus tinha sido recebido nos céus, e agora era Senhor e Cristo (At 3). Em sua mensagem, eles evocavam os profetas, que davam testemunho de Jesus (At 10.43), e não eram tímidos para dizer que “[…] em nenhum outro nome há salvação” (At 4.12).
Jerusalém, Judeia, Samaria e Confins da Terra
A ordem de Jesus era clara: que seus discípulos fossem suas testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra.
Da mesma forma que Ele ordenou que os discípulos estivessem esperando o cumprimento da promessa de revestimento de poder em Jerusalém — o que fizeram em oração e foram cheios do Espírito Santo — o Senhor ordenou que os discípulos se dirigissem a esses lugares para falarem ao seu respeito.
Essa orientação não significava que primeiro a mensagem teria que ser ouvida em Jerusalém, para depois ser conhecida na Judeia, Samaria e confins da terra.
Os discípulos deveriam falar do Senhor simultaneamente. Mesmo com as diferenças culturais existentes nesses lugares, os seguidores de Jesus deveriam alcançar a todos.
Infelizmente, os cristãos de Jerusalém demoraram a obedecer à ordem de ir a esses grupos, e Deus levantou uma perseguição para dispersá-los no dia em que Estêvão foi apedrejado:
“E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e Samaria, exceto os apóstolos” (At 8.1). Mesmo as adversidades podem ser instrumentos de Deus para fazer a sua obra.
Ensinando sobre o Batismo no Espírito Santo
Missões pentecostais não podem deixar de ensinar a respeito do batismo no Espírito Santo. Vejamos o caso da terceira viagem missionária de Paulo, quando esteve em Éfeso.
Essa cidade portuária era, no mundo antigo, um referencial de comércio, e recebeu a visita de Apolo, um judeu alexandrino “[…] instruído no caminho do Senhor; e fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João” (At 18.24, 25).
Esse evangelista creu em Jesus e foi salvo, mas não conhecia o batismo no Espírito Santo. Quando Apolo se dirigiu para Corinto, Paulo foi visitar Éfeso, e tendo encontrado lá discípulos de Jesus — com certeza fruto do trabalho de Apolo — perguntou-lhes: “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes”.
A resposta dos irmãos foi sincera: “Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo” (At 19.2). Aqueles homens já haviam recebido a Jesus, pois Lucas os chama de discípulos. Entretanto, ainda não haviam sido batizados em nome de Jesus, nem no Espírito Santo.
No verso 6, lemos que Paulo impôs as mãos sobre esses irmãos, uns doze servos de Deus, “e falavam línguas e profetizavam”.
Desse texto, tiraremos 3 lições:
a primeira, que eles já tinham sido convencidos pelo Espírito Santo de Deus para a salvação, mas não tinham sido revestidos de poder.
A segunda, que eles falaram em línguas e profetizaram quando Paulo lhes impôs as mãos, uma prática que nos parece comum na época. Se Paulo impôs as mãos para que aqueles crentes fossem cheios do Espírito, não existem motivos para haver críticas a essa prática.
E terceira lição: as profecias apresentadas por Lucas não são a pregação da Palavra de Deus, mas verdadeiras mensagens espontâneas de Deus à sua igreja.
CONCLUSÃO
Da mesma forma que a Igreja do Novo Testamento era pentecostal e missionária, cheia do Espírito Santo e desejosa de ver pessoas achegando-se a Cristo, devemos ser nós também. Que não nos falte o ardor missionário, e que Deus nos use para tornar seu nome conhecido.
Que Deus o(a) abençoe.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/1271-li%C3%A7%C3%A3o-12-a-prioridade-mission%C3%A1ria-dos-pentecostais.html
Video 01: https://www.youtube.com/watch?v=xufT4e_5IHQ
Video 02: https://www.youtube.com/watch?v=4kw9NtZ-9zY