Jovens – Lição 12 – O Milagre que Salvou o Carcereiro
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Compreender como se deu as missões na Europa;
Analisar a postura de Paulo e Silas na prisão diante das dificuldades;
Evidenciar a conversão do carcereiro e de toda a sua casa.
Palavras-chave: Poder, cura e salvação.
Seguindo o propósito de demonstrar o avanço do evangelho por várias cidades, Lucas relata a segunda viagem missionária de Paulo.
Dessa vez, chegaram com Silas a uma cidade da Macedônia chamada Filipos, onde aconteceram conversões maravilhosas, mas que ocasionaram a prisão desses dois pregadores do evangelho.
Cada história de Atos dos Apóstolos possui características singulares; nesta, veremos mais uma vez a ação sobrenatural de uma forma diferente, bem como as transformações que a seguiram.
O capítulo 16 de Atos é repleto de coisas espetaculares como, por exemplo, a visão que tiveram, o início da Igreja na Europa, a libertação de uma jovem, um terremoto libertador e a conversão de um carcereiro.
Todas elas são fruto da ação sobrenatural do poder de Deus. O Senhor promove a paz, mas também causa a desgraça (Is 45.7), e ninguém lhe pode resistir (Jó 9.4).
Ele possui mão poderosa e braço forte (Sl 136.12), vivifica os pecadores (Ef 2.1), tem poder sobre a natureza (Mc 4.39) e preserva os condenados à morte (Sl 79.11).
Mudança de Planos
Paulo e Silas tentaram ir para a Ásia, mas os planos de Deus eram outros. Essa foi, sem dúvida, a região da Ásia Proconsular.
Também foi chamado de Ionia. Éfeso era a capital dessa região; e aqui também estavam situadas as cidades de Esmirna, Tiatira, Filadélfia, etc., dentro das quais foram estabelecidas as sete igrejas mencionadas em Apocalipse 13.
Cícero fala da Ásia Proconsular como contendo as províncias da Frígia, Mísia, Carla e Lídia. Em toda essa região, o evangelho foi posteriormente pregado com grande sucesso.
Agora, porém, um campo mais importante e mais amplo foi aberto perante Paulo e Barnabé no extenso país da Macedônia. Essa proibição foi o meio da primeira introdução do evangelho na Europa.
A Bíblia diz que os caminhos e pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos (Is 55.9). Portanto, impedidos pelo Espírito Santo de seguir para aquela região (At 16.6), seguiram à Trôade, uma colônia portuária romana.
“E Paulo teve, de noite, uma visão em que se apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos!” (At 16.9).
O apóstolo concluiu que Deus estava chamando-o, e confiaram na direção que o Espírito Santo estava dando. Então, eles partiram e chegaram a Filipos, na Macedônia. Sobre essa confiança no Espírito, Richards traz uma valiosa contribuição:
Quando Hudson Taylor, o grande pioneiro missionário e fundador da missão no interior da China, veio ao Canadá para um roteiro de palestras, a primeira pessoa que o hospedou estava emocionada.
Finalmente ele iria conhecer um verdadeiro gigante da fé! E também estava curioso. Como esse crente liderado pelo Espírito iria planejar o seu itinerário?
Na tarde seguinte, ele ficou chocado, quando Taylor pediu os horários de trens e simplesmente se sentou na cozinha para planejar seu cronograma.
Onde estava a oração e o jejum que o anfitrião esperava? Hudson ficou surpreso. Deus já tinha providenciado as ferrovias do Canadá e os horários dos trens. O que mais havia para pedir?
A abordagem de Paulo a suas missões era similar. Ele tinha uma estratégia que usava para escolher as cidades-chave, e para ministrar quando chegasse a essas cidades.
Como Hudson Taylor, Paulo realizava o ministério de uma maneira prática. Mas a vida desses dois homens me mostra que eles também permaneciam sensíveis à liderança do Espírito, prontos a mudar de planos ou de direção, segundo o chamado do Espírito, e confiavam plenamente no Espírito.
Não precisamos ser místicos para confiar no Espírito Santo. Nós podemos confiar nele usando o que Deus nos forneceu — desde horários de trens até a nossa capacidade de planejar e desenvolver estratégias.
Mas confiar no Espírito também significa permanecer totalmente aberto a Deus, pronto a mudar qualquer plano quando ele disser “Não” ou “Vá em frente”.1
Como é bom ser sensível ao Espírito Santo de Deus e seguir as suas orientações para nossas ações! Jesus mesmo disse que seríamos guiados pelo Espírito (Jo 16.13).
Paulo e Silas tinham um plano todo esquematizado, mas o Espírito sopra onde quer e como quer (Jo 3.8). Que possamos, assim como Paulo, estar sempre sensíveis à voz do Espírito Santo e mudarmos nossos planos se necessário para fazer a vontade de Deus.
A Conversão de Lídia e o Início da Missão na Europa
E a missão na Europa começa com Paulo e Silas na cidade de Filipos falando a algumas mulheres que se juntaram à oração (At 16.13).
O evangelho de Cristo elevou as mulheres do lugar inferiorizado que tinham no judaísmo. Em Cristo, não há diferença entre homem e mulher, pois todos são remidos pelo mesmo sangue (Gl 3.28).
Jesus já havia conversado e transformado a vida de uma mulher samaritana (Jo 4);
tinha duas amigas, que eram Marta e Maria (Jo 11.5);
perdoou e restaurou uma mulher adúltera (Jo 8.1-11);
quando ressuscitou, apareceu primeiramente a uma mulher, Maria Madalena (Mt 28.5-7).
Entre outros relatos, percebe-se claramente que a mulher tem o seu lugar de valor devido. É interessante observar que, quando Paulo e Silas chegam a Filipos, foram justamente as mulheres que se juntaram para ouvir as Boas Novas dos missionários em um lugar de oração junto ao rio (At 16.13).
E Lídia, vendedora de púrpura, estava entre essas mulheres. Sua ocupação indica que era uma mulher bem-sucedida financeiramente, mas nenhum sucesso profissional jamais suprirá a necessidade da alma das pessoas que somente Jesus pode suprir.
E o versículo 14 diz que o “Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”. Ela foi tocada pela graça de Deus e, dando um passo de fé, converteu-se, foi batizada, como toda a sua casa.
Um dos pais da Igreja chamado Crisóstomo bem observou: “O abrir vem da parte de Deus, e a atenção veio da parte da mulher”.2
O texto declara que Lídia constrangeu Paulo e Silas a ficar em sua casa se a julgasse fiel (v. 15). Isso era muito contrário aos costumes da época, mas o imediato batismo marcou sua identificação com Cristo.
E foi a partir dessa casa que toda a missão no velho continente começou. E, mais ainda, na carta de Paulo aos filipenses, ele agradece a ajuda que recebera dos irmãos dessa igreja que havia começado na residência da irmã Lídia.
Imagine se Paulo e Silas não tivessem seguido a orientação do Espírito Santo e seguissem o itinerário que eles mesmos possuíam. Mas a obra e o tempo são de Deus, e tudo contribui “para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).
A Libertação de uma Jovem
Depois da maravilhosa conversão de Lídia e sua casa, diz-nos o texto que uma jovem possessa com espírito de adivinhação começou a seguir a Paulo e Silas.
Essa “adivinhação” era literalmente “pela fala inspirada” — por demônio. Essa não seria a única que vez que aconteceria casos como esse no livro de Atos.
Outras situações semelhantes aconteceram com Simão, o mago (At 8.9-24); com Elimas ou Barjesus (At 13.6ss) e com os filhos de Ceva (At 19.14-16).3 Sobre adivinhação e predição do futuro, Beers coloca:
Você consegue imaginar alguém que pensa que poderia predizer o seu futuro olhando para o fígado de um animal?
Talvez não, mas esse método de determinar o futuro de um indivíduo já foi tão popular quanto o horóscopo é hoje — igualmente tolo!
A jovem escrava que ganhava dinheiro para seus senhores adivinhando o futuro é um exemplo dessa antiga superstição de que, por meio de sinais naturais ou sobrenaturais, podemos saber de fatos específicos sobre o nosso futuro.
O texto grego disse que ela tinha “espírito de píton”. Os senhores da escrava a consideravam instrumento de Píton, acreditando que o seu espírito vivesse no ventre da jovem.
Qualquer que fosse o seu nome, havia um espírito maligno nela. Havia muitos outros métodos supersticiosos no mundo antigo, pelos quais as pessoas pensavam que podiam predizer eventos.
Os adivinhos usavam presságios da natureza, como terremotos, um espirro e o voo de pássaros; e sinais como sonhos, padrões de estrelas e o lançar de sortes.
Os adivinhos se comunicavam com os deuses por intermédio de oráculos. Os médiuns consultavam os espíritos dos mortos.
A razão por que os babilônios consultavam fígados de animais era sua crença de que o fígado era a sede da vida. Sempre que Deus é abandonado, como aconteceu na antiga Roma, a astrologia parece tornar-se popular. A Bíblia se opõe a tais práticas (Lv 19.26,31; Dt 18.9-14).4
Nesta situação particular em Filipos, a jovem seguia Paulo e Silas enaltecendo os apóstolos dizendo: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo” (At 16.17). O uso das palavras “Deus Altíssimo” era corrente entre judeus e gregos.
Mas o que a jovem dizia poderia, na verdade, desacreditá-los, pois os gentios pensariam que o espírito da moça e o dos servos de Deus seriam o mesmo; logo, não teriam nada novo para ouvir e aprender.
Assim, a única coisa a fazer era expulsar aquele demônio da menina. E Paulo assim o fez: “[…] voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu” (v. 18).
Ainda hoje, há muitos jovens e pessoas de todas as faixas etárias que precisam ser libertos, pois estão sendo oprimidos por demônios que os levam às drogas, sexo ilícito, ocultismo, espírito suicida, rebeldia. Mas há poder no Nome de Jesus, que possui autoridade sobre espíritos malignos! (Lc 8.28; Mt 28.18).
Lembro-me de quando era líder de jovens na Assembleia de Deus em Curitiba. Na igreja, havia um jovem oprimido por espírito de imoralidade. Por mais que desejasse, ele vivia uma vida promíscua.
Mas o nome de Jesus tem poder. E, com muito amor, porém certos de que aquele rapaz precisava de uma libertação, a opressão foi desfeita, o rapaz casou e hoje é um diácono na casa de Deus.
A libertação pode ser instantânea, assim como foi com esta jovem em Filipos, mas também pode ser um processo que levará um tempo.
A questão é que precisamos usar a autoridade e o poder que nos têm sido dados por Deus e, com muito amor, poder e sabedoria, libertar pessoas das mãos do inimigo (Is 61.1).
Sofrendo por Cristo
Nem sempre fazer a coisa certa traz as consequências que esperamos. Os amigos de Daniel, na Babilônia, foram parar na fornalha por não se dobrarem diante da estátua de ouro (Dn 3.21-23).
O próprio Daniel, por não seguir o decreto do rei de não orar a outro deus que não fosse ele, foi lançado na cova dos leões (Dn 6.16). Por pregar a Jesus Cristo ressuscitado, Pedro e João foram presos pelos judeus (At 4.3), entre outros casos na Bíblia.
Nesse relato, a jovem liberta trouxe prejuízos aos seus senhores, o que acarretou em Paulo e Silas açoitados e levados ao cárcere. Jesus disse que teríamos inimigos e que seríamos perseguidos (Mt 24.9).
Estão pregando um evangelho muito light por aí dizendo que crente não sofre, que é só vitória, que todos vão gostar de nós.
Agora mesmo, há milhares de irmãos nossos sendo perseguidos, agredidos, e muitos estão sendo mortos por causa do nome de Jesus em diversos países.
Todavia, mesmo em lugares com tolerância religiosa, como no Brasil ou nos Estados Unidos, não estaremos isentos do ódio do mundo, pois não pertencemos a este mundo (Jo 15.18,19). Como servos de Cristo, precisamos estar cientes de que podemos sofrer por Ele.
Alegrando-se em Cristo
Embora sofrendo por Cristo, isso não impediu de Paulo e Silas alegrarem-se no Senhor. Eles provavelmente se lembraram das palavras de Jesus para alegrarem-se quando o mundo injuriá-los, mentir sobre eles e persegui-los, pois grande seria o galardão deles nos céus (Mt 5.10,11).
E, por volta da meia-noite, já presos, a dupla orava e cantava, e eles eram ouvidos por todos os demais prisioneiros. Imagine aqueles presos naquele local terrível, onde só se ouviam palavrões, gemidos, xingamentos e, de repente, passam a ouvir preces e cânticos ao Senhor por dois injustiçados.
Em geral as prisões eram imundas. Os prisioneiros corriam o risco de infecção em suas feridas. Os carcereiros eram notórios por sua brutalidade — e às vezes eram escolhidos por causa dela. As mulheres presas não ficavam em instalações separadas, mas os homens eram a maioria nas celas.
[…] A “prisão interna” costumava ser a parte mais desagradável, menos ventilada e mais degradante da cadeia. Os carcereiros às vezes prendiam todos os prisioneiros ali à noite por segurança, levando, sem dúvida, à superlotação (condições como essa resultavam em calor excessivo e desidratação, bem como na disseminação de doenças).
O “tronco”, fixado no chão, era muitas vezes usado para tortura e detenção, com vários buracos para que as pernas dos prisioneiros fossem obrigadas a ficar em posições dolorosas.
Deve ter sido um espanto e tanto para os internos ver e ouvir a alegria dos apóstolos, que conseguiam cantar mesmo após serem açoitados. Essa é a alegria que somente o verdadeiro cristão pode ter — que, mesmo em meio à luta, sua alma volta-se a Deus e adora-o por quem Ele é.
A história do hino “Sou Feliz com Jesus” exemplifica esse sentimento. Ele foi escrito durante um momento muito difícil na vida do autor Horatio Gates Spafford (1828–1888).
O grande incêndio de Chicago de 1871 já o havia devastado financeiramente. Porém, o pior estava para acontecer em sua vida quando, em uma viagem por um transatlântico, as quatro filhas de Horatio morreram durante uma colisão com outro navio.
Semanas mais tarde, ele passa pelo mesmo local da tragédia e acaba sendo inspirado pelo Espírito Santo a escrever a letra desse hino.
A canção fala que, apesar daquilo que pudesse passar nesta vida, ele é feliz com Jesus. A alegria do crente vai além das circunstâncias, pois está enraizada no caráter e obra de Deus por nós (Jo 3.16).
Trata-se da certeza de que Ele ainda é soberano sobre todas as coisas (Sl 103.19) e que nada pode tirar a presença e a alegria do Espírito Santo de nós (Rm 15.13).
Experimentando o Sobrenatural de Cristo
É maravilhoso saber que, quando as circunstâncias são-nos demasiadamente desfavoráveis e estão além de nossa capacidade de vencê-las, Deus estende sua mão de uma forma especial. Nesse caso, Paulo e Silas estavam totalmente “vencidos” pelas correntes e prisão.
Entretanto, a oração e o louvor deles não foram vencidos e chegaram até os céus. Um terremoto, então, acontece, abrindo todas as portas e soltando as correntes de todos. Somente algo sobrenatural poderia ter acontecido para soltar aquelas cadeias.
Todavia, Deus move os céus para abençoar um de seus filhos. A Bíblia é a obra que nos traz muitos exemplos de como Deus age de forma sobrenatural para com os seus.
Mesmo na velhice, o Senhor concede um filho para Abraão e Sara (Gn 21.2);
com Moisés, o Senhor abre o Mar Vermelho para o povo passar (Êx 14.21,22);
com Josué, o Senhor derriba as muralhas de Jericó ao som de louvores, gritos e instrumentos (Js 6.6-21);
com Sansão, o Senhor concede a ele uma força descomunal para vencer os filisteus (Jz 15.5);
com Elias, o Senhor manda fogo do Céu consumindo o altar (1 Rs 18);
com Davi, o Senhor faz com que ele vença um gigante (1 Sm 17);
com Maria, o Senhor faz com que ela gere, pelo seu Espírito, nosso Jesus amado (Lc 1.31; 2.7).
Enquanto a oração e o louvor dos missionários subiam, correntes eram quebradas aqui embaixo. E essa combinação ainda é válida para os dias de hoje.
Quando elevamos nosso clamor e louvor ao Senhor, Ele move as coisas nesta terra a nosso favor. A Palavra diz que a oração de um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16).
Quando louvamos, muralhas caem (Js 6.20). Você já experimentou o sobrenatural do Senhor em sua vida? Se já aceitou Jesus como seu salvador, então já experimentou, pois a salvação de uma pessoa é o maior milagre que há (Jo 3.3-6).
Se já foi batizado com o Espírito Santo, então também já experimentou (Mt 3.11). Você já recebeu alguma cura ou uma porta aberta que só o Senhor pode abrir? Deus ainda quer realizar outros milagres em sua vida. Peça e, com fé, creia no poder do nome de Jesus. Aleluia!
A Caminho da Morte
Com o terremoto, o carcereiro responsável acordou e, vendo que as portas estavam abertas, tirou a espada para suicidar-se, pois pensava ele que todos tinham fugido (v. 27).
Naquele tempo, se um carcereiro deixasse presos escaparem, ele tinha que pagar com a própria vida. Seu raciocínio foi de não haver mais esperança para o ocorrido. Logo, a única saída era tirar sua vida.
Quando o carcereiro viu a porta aberta, seu primeiro impulso foi tirar a própria vida. Assim, evitaria a degradação pública seguida pela pena de morte (ver At 12.6-10,18,19).
Esta imediata tendência ao suicídio era típica na civilização romana daqueles tempos. Havia um senso desesperado de que a vida nada valia e total ignorância de qualquer esperança além dela.
Na realidade, alguns filósofos contemporâneos recomendavam o suicídio àqueles que achavam intoleráveis os fardos da vida diária.5
Infelizmente, são muitos os que se encontram nessa situação hoje e querem tirar suas próprias vidas. A Unicef6 adverte que o suicídio é a segunda causa de morte para menores.
Na Argentina, por exemplo, o suicídio entre adolescentes triplicou em apenas 30 anos, e muitos que não pensam em tirar suas vidas fisicamente já não possuem mais esperança para suas situações.
O inimigo causou tanto estrago que eles pensam não haver mais jeito. Jovens que foram abatidos pelas circunstâncias difíceis que passaram começam a pensar que não têm mais solução para seus problemas.
A Bíblia também relata alguns casos de suicídio. Ao todo, são seis pessoas específicas que cometeram suicídio:
Abimeleque (Jz 9.54);
Saul (1 Sm 31.4);
o escudeiro de Saul (1 Sm 31.4-6);
Aitofel (2 Sm 17.23);
Zinri (1 Rs 16.18) e
Judas (Mt 27.5).
Cinco dessas pessoas eram pecadoras e perversas. Sobre o escudeiro de Saul, não sabemos o suficiente para fazer um juízo de valor sobre seu caráter.
E temos o caso de Sansão, que alguns consideram um exemplo de suicídio, mas o seu objetivo era matar os filisteus, e não a si mesmo (Jz 16.26-31). O Diabo veio para roubar, matar e destruir, mas Jesus veio para dar-nos vida em abundância (Jo 10.10).
O Encontro com a Vida
Como Atos dos Apóstolos é um livro de milagres, vemos mais um além do terremoto sobrenatural que aconteceu. E esse é o maior de todos — a salvação de uma pessoa.
A caminho da morte, o carcereiro encontra-se com a vida, pois é interrompido por Paulo de cometer a atrocidade de matar a si mesmo.
Mais um susto para aquele pobre homem, que se surpreendeu ao ver que os prisioneiros não haviam fugido (vv. 28,29).
A única saída agora é a de prostrar-se diante dos missionários e ouvi-los. Um soldado romano, acostumado à brutalidade e à violência para com os prisioneiros, tem sua alma abalada por tudo o que ocorreu e só lhe resta uma pergunta: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.30).
“É possível que a pergunta mesmo não tivesse todas as dimensões teológicas que as pregações posteriores lhe atribuíram”.8
Isso, porém, não é o mais importante agora, e sim a resposta dos homens de Deus. E a resposta é curta, porém com efeito para toda a eternidade: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (v. 32).
O ensino nítido de Atos dos Apóstolos é a fé — chave que abre a porta da salvação (cf. 4.12; 10.43; 13.39).9
O fato de que Lucas nos informa que Paulo e Silas dizem isso é uma indicação de que essa não é uma mera fórmula que ambos repetem em uníssono. Antes, quer dizer que, em resposta à pergunta do carcereiro, os missionários falam a ele sobre o evangelho.10
Que sejamos como raios de luz na escuridão na vida das pessoas, levando a elas essa mensagem maravilhosa de salvação em Jesus Cristo (Mt 18.11).
Muitos estão a caminho da morte, como diz Provérbios 24.11: “Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar”.
Muitas pessoas estão nas trevas, mas Deus quer usar a cada um de nós, como luz que somos, para livrá-las e dar a elas uma esperança de vida (Mt 5.14).
Uma Família Salva
O coração aberto do carcereiro fez com que ele levasse a mensagem de salvação à sua família. Obviamente que ele não podia apenas transferir sua fé aos membros da sua casa, pois a salvação é individual, e não comunitária. O texto, porém, diz que todos creram e foram batizados (At 16.32-34).
Só Jesus pode interromper o caminho de morte de uma pessoa, trazer-lhe salvação e vida e ainda salvar sua família. Aquele carcereiro mudou de um homem cruel a um novo homem que leva os “presos” para a sua casa, cuida de seus machucados e alimenta-os (vv. 33,34).
Deus é poderoso para transformar o mais terrível e desesperançoso pecador em uma pessoa feliz e amável. Seu comportamento muda, sua linguagem muda; enfim, todo o seu estilo de vida, pois quem “está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Precisamos ser como esse carcereiro e levar a mensagem de salvação aos membros de nossa casa, crendo que Deus tem poder para salvar todos de nossa família.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
1 RICHARDS, 2016, pp. 744, 745.
2 https://biblehub.com/acts/16-14.htm
3 COLEMAN, William L. Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, 2017, pp. 304,305.
4 BEERS, 2013, pp. 376, 377.
5 PEARLMAN, 2018, p. 178.
6 Fundo das Nações Unidas para a Infância.
7 Jornal El País. https://elpais.com/elpais/2019/05/31/planeta_futuro/1559339527_948105.html. Acesso em 05 de junho de 2019.
8 GONZÁLEZ, 2011, p. 233.
9 SHEDD, 1997, p. 1558.
10 GONZÁLEZ, 2011, p. 233.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/1831-li%C3%A7%C3%A3o-12-o-milagre-que-salvou-o-carcereiro.html