Jovens – Lição 12- Zacarias: O Messias, a Pedra Angular
O livro de Zacarias reforça a promessa messiânica ao povo de Israel após o retorno do cativeiro da Babilônia.
INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos o livro de Zacarias, o décimo primeiro livro no cânon do Antigo Testamento, o segundo profeta pós-exílico.
– No livro de Zacarias, a promessa messiânica ao povo de Israel é renovada.
I – O LIVRO DE ZACARIAS
– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos hoje o livro de Zacarias, o décimo primeiro livro do cânon.
– Pouco depois de Deus ter levantado Ageu, também aprouve ao Senhor levantar outro profeta para reanimar o povo a reconstruir o templo e a não enveredar pelo perigosíssimo caminho do indiferentismo e do formalismo religioso.
Este outro profeta foi Zacarias, cujo ministério se iniciou no oitavo mês do segundo ano do rei Dario I (Zc.1:1), ou seja, dois meses depois do início das mensagens de Ageu. R.N. Champlin, por isso, chama os livros destes profetas de “livros companheiros”.
– Zacarias é chamado de profeta no seu livro e é apontado como filho de Baraquias, filho de Ido(Zc.1:1).
Estas informações permitem-nos observar que Zacarias era da linhagem sacerdotal, pois é neto de Ido, um sacerdote que regressou do cativeiro da Babilônia (Ne.12:1,4).
Em Ed. 5:1 e 6:14, a propósito, o profeta é chamado simplesmente de “filho de Ido”, a indicar uma proximidade sua com seu avô ou o próprio prestígio que gozava o seu avô no meio do povo.
– O livro do profeta Zacarias, praticamente tão pormenorizadamente quanto Ageu, também nos dá a sua datação.
Sua primeira mensagem foi proferida no oitavo mês do segundo ano de Dario I (Zc.1:1), ou seja, segundo Edward Reese, no mês de novembro de 521 a.C.
Já as oito visões do profeta ocorreram aos vinte e quatro dias do mês undécimo, ainda no segundo ano de Dario I, ou seja, segundo Edward Reese, em 24 de fevereiro de 521 a.C. (Zc.1:7)
– Após quase dois anos de silêncio, o Senhor deu nova mensagem ao profeta, no quarto ano do reinado de Dario I, no quarto dia do nono mês, ou seja, segundo Edward Reese, em 4 de dezembro de 519 a.C. (Zc.7:1).
Edward Reese e Frank Klassen datam o restante do livro, a partir do capítulo 9, que contém a parte apocalíptica da obra por volta de 494 a.C.
– Zacarias é um nome muito comum entre os judeus (as Escrituras registram, pelo menos, trinta pessoas com este nome) e, em hebraico, “Zachar-Yah” (הירכז) significa “Jeová se lembrou”.
Uma vez mais, apesar de se tratar de nome muito comum, aqui temos mais uma perfeita adequação entre o nome e o propósito do ministério do profeta.
Assim como Ageu, Zacarias foi levantado por Deus para que o povo tivesse a certeza de que, apesar das dificuldades presentes e da situação de penúria que se vivia, Deus não havia Se esquecido, mas, bem ao contrário, havia Se lembrado de Seu povo e estava com ele nesta dura tarefa de reerguimento das bases da nação judaica depois do retorno do cativeiro da Babilônia.
– O livro do profeta Zacarias tem duas partes bem delineadas: a primeira diz respeito a oito visões que o profeta teve da parte de Deus, visões onde se encontravam mensagens relativas ao atual estado espiritual do povo, uma corroboração da mensagem dada, na mesma época, pelo profeta Ageu, na qual se conclama o povo a reconstruir o templo e a dar prioridade a Deus e à Sua obra.
Já a segunda parte do livro, que se inicia no capítulo 9, o profeta traz diversas mensagens a respeito do futuro de Israel e do final dos tempos, numa renovação das promessas messiânicas dos profetas anteriores ao exílio, numa clara afirmação de que Deus não havia Se esquecido, mas, antes, estava bem recordado das promessas que haviam sido proferidas ao Seu povo antes e durante o cativeiro.
Zacarias é, mesmo, depois de Isaías, o profeta que mais referências faz ao Messias, o que deve ser bem levado em conta diante do caráter diminuto de seu livro.
– Por causa desta diversidade de mensagens, não faltaram entre os “críticos bíblicos”, quem dissesse que somente a primeira parte do livro seria do profeta Zacarias e que a segunda parte teria sido acrescida posteriormente por algum “autor apocalíptico”, teorias que, como costuma ocorrer com os “críticos bíblicos”, não têm qualquer evidência histórica.
O certo é que o livro de Zacarias sempre foi reconhecido e tido como uma única obra e completa com 14 capítulos, e isto pelos judeus que, como sabemos, não aceitam a Jesus como sendo o Messias, o que é bastante para crermos na sua integridade e autenticidade na forma como se encontra no cânon judaico.
Ademais, como dissemos, o fato de Zacarias ter apresentado mensagens messiânicas é uma consequência natural do plano divino para com a humanidade, pois uma das principais funções dos profetas era, como nos ensina Paulo, manter viva a promessa messiânica entre os judeus (cf. Rm.1:2).
– O livro de Zacarias, que possui 14 capítulos, pode ser dividido em duas partes, a saber:
a) 1ª parte – as oito visões do profeta para o povo de seu tempo – Zc.1-8
b) 2ª parte – as profecias para o futuro de Israel – Zc.9-14
– Em Zacarias, além do clamor para que o povo servisse a Deus fielmente e com absoluta prioridade, também encontramos diversas profecias a respeito do Messias e do final dos tempos, inclusive a afirmação de que seriam tempos em que atuaria de forma singular o Espírito do Senhor.
Neste livro, temos a promessa do “homem cujo nome é Renovo, que brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor”(Zc.6:12).
OBS: “O Livro de Zacarias ante o Novo Testamento – Há uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta.
Além disso, Zacarias profetizou a respeito expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, levá-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10-13.9; Rm.11.25-27).
Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo.
Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas, estão:
(1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9.; 13.7; Mt.21.5; 26.31,56);
(2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc.14.24);
(3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt.9.36);
(4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt.26.15; 27.9,10);
(5) será traspassado e abatido (12.10; 13.7; Mt.24.30; 26.31,56);
(6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt.25.31; Ap.19.15);
(7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm.14.17; Ap.11.15) ; e
(8) estabelecerá Seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap.11.15; 21.24-26, 22.1-5). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1352-3).
“Cristo Revelado – Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de todos os livros do ATE. Os caps. 9-14 são as seções mais citadas dos Profetas nas narrativas dos Evangelhos.
No Apocalipse, Zacarias é citado mais do que qualquer profeta, exceto Ezequiel.
Zacarias profetiza que o Messias virá como o Servo do Senhor, o Renovo (3.8), como o homem cujo nome é Renovo (6.12);
tanto como Rei como sacerdote (6.13), e como o verdadeiro Pastor (11.4-11).
Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata (11.12-13),
Sua crucifixão (12.10),
Seus sofrimentos (13.7) e
Sua segunda vinda (14.4).
Duas referências a Cristo são de profundo significado.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é descrita em detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mt.21.5; Mc.11.7-10).
Um dos versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando, na maioria dos manuscritos a primeira pessoa é usada: ‘E olharão para Mim, a Quem traspassaram.’ Jesus Cristo, pessoalmente, profetizou Sua definitiva recepção pela casa de Davi.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.918).
– Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Zacarias tem
14 capítulos,
211 versículos,
27 perguntas,
35 ordenanças,
4 promessas,
226 predições,
122 versículos de profecias,
31 versículos de profecias cumpridas,
91 versículos de profecias não cumpridas e
59 mensagens distintas de Deus (Zc.1:1,3,4,7,9,12,13,14,16,17,19,21;2:2,4,5,8;3:2,4,7,8;4:2,5,6,8,12;5:2,3,4,5,6,8,11;
6:5,7,8,9,12;7:1,4,8;8:1,3,4,6,7,9,11,14,17,18,20,23:9:1;11:4,1 3,15;12:1,4;13:8).
– Segundo alguns estudiosos da Bíblia, o livro de Zacarias, o 38º livro da Bíblia, está relacionado com a décima sexta letra do alfabeto hebraico, “ayin” (ע), cujo significado é “olho”, “fonte”, a mostrar que o livro do profeta, onde, aliás, há o maior número de ocorrência da palavra “olho” em todos os profetas menores, tem a ver com a “visão” de Deus, que jamais esquece as Suas promessas e revela o seu cumprimento ao Seu povo.
II – AS OITO VISÕES DO PROFETA ZACARIAS PARA O POVO DE SEU TEMPO
– O Senhor levanta o profeta Zacarias no oitavo mês do segundo ano do rei Dario I (Zc.1:1), ou seja, dois meses depois de ter levantado a Ageu.
A primeira mensagem de Zacarias foi um preâmbulo à terceira mensagem de Ageu, pois era uma exortação à santidade, que foi o tema da mencionada terceira mensagem, como estudamos na lição anterior.
– Quando o povo judeu se esforçava em reconstruir o templo, Deus levanta Zacarias para que exortasse o povo à conversão, a fim de que não repetissem os erros de seus pais: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tornai para mim, diz o Senhor dos Exércitos, e Eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc.1:3).
– O Senhor conclamava o povo ao arrependimento, para que não se desviassem dos caminhos do Senhor e recebessem a devida retribuição pela sua desobediência, como havia ocorrido com os pais daquela geração que, pelos seus pecados, haviam sofrido os horrores do cativeiro. “Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me escutaram, diz o Senhor” (Zc.1:4).
– Deus não queria que o povo, uma vez mais estabelecido na Terra Prometida, viesse a cometer os mesmos erros de seus antepassados e, para tanto, precisavam se converter, necessitavam viver em santidade. Mais uma vez, vemos que a santificação é o caminho pelo qual poderemos agradar a Deus, desfrutar das Suas bênçãos.
– A exortação de Zacarias foi complementada pela mensagem de Ageu e, pelo que já vimos na lição anterior, o povo correspondeu a este chamamento e o templo foi reconstruído por um povo que se arrependeu de seus pecados.
– Diante de tal arrependimento, Deus deu a Ageu uma mensagem a Zorobabel onde reafirmava a promessa messiânica e passou, então, a usar somente a Zacarias para concluir este trabalho de “lembrança” de Suas promessas, de renovação do pacto firmado no monte Sinai.
Não apenas o templo seria reerguido, mas o próprio compromisso divino com Judá é renovado e isto se dará através de visões e palavras que seriam proferidas pelo profeta Zacarias.
– Dois meses após a reafirmação da promessa messiânica a Zorobabel por intermédio de Ageu, o Senhor dá oito visões ao profeta Zacarias, que ocupam a maior parte do livro (Zc.1:7-6:8), visões que o Senhor deu ao profeta e que eram explicadas por um anjo especialmente enviado para tanto, o que faz com que haja uma certa semelhança com a revelação do Apocalipse ao apóstolo João (Ap.1:1).
– A primeira visão, que veio no período noturno, foi a de um homem montado num cavalo vermelho, que parava entre as murtas que estavam na profundeza e atrás dele estavam cavalos vermelhos, morenos e brancos (Zc.1:8).
– Aquele homem e os cavalos foram explicados ao profeta tratarem-se de seres que o Senhor tem enviado para andarem sobre a Terra, uma espécie de “espias do Senhor”, os quais foram vistos clamando em favor de Jerusalém e de Judá por causa dos setenta anos do cativeiro.
Zacarias, então, recebe a mensagem de que havia cessado o tempo do opróbrio do povo judeu, que o Senhor daria o pago às nações que haviam feito mal aos judeus e que eles seriam restaurados, a começar da reedificação do templo em Jerusalém.
– Esta primeira visão, portanto, confirmava o propósito divino de restaurar a nação judaica, embora não tivesse falado em recuperação de independência política. Deus dava uma nova chance aos judeus, restituindo-os à Terra, a fim de que aguardassem a vinda do Messias e a sua redenção, como, aliás, já tinha profetizado por intermédio de Daniel (Dn.9:24-27).
– Assim como os judeus dos dias de Zacarias, os gentios, que se rebelaram contra Deus no episódio da torre de Babel (Gn.11:7-9), também tiveram da parte do Senhor uma nova oportunidade, através da pessoa bendita de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, ante a rejeição de Israel.
Por isso, devemos aproveitar esta oportunidade que se nos deu, crendo em Cristo como nosso Senhor e Salvador, não desperdiçando a graça de Deus.
– A segunda visão foi a de quatro cornos (Zc.1:18) e quatro ferreiros (Zc.1:20), que o anjo explicou a Zacarias tratarem-se os cornos dos poderes que haviam dispersado a Judá, a Israel e a Jerusalém que seriam derrubados pelos ferreiros.
Com esta visão, portanto, o Senhor confirmava que neutralizaria os poderes que haviam dispersado os judeus, mantendo-os em sua Terra até que chegasse o tempo da oportunidade de sua redenção.
Com efeito, até o ano 70 d.C., por mais que houvesse inimigos que tentassem destruir a nação judaica, ela se manteve intacta em sua integridade.
– Assim como os judeus foram mantidos intactos até a vinda do Messias, também a Igreja é mantida em sua integridade durante a dispensação da graça.
O Senhor Jesus prometeu que “as portas do inferno não prevalecem” contra a Sua Igreja (Mt.16:18) e, por isso, ela segue vitoriosa apesar das inúmeras e cada vez mais intensas perseguições e oposições que se levantam contra ela.
Os poderes que querem dispersar a Igreja são impotentes diante do poder de Cristo Jesus e, por isso, o Espírito Santo resiste a todas as investidas das hostes malignas e, enquanto a Igreja estiver sobre a face da Terra, o mal não prevalecerá (II Ts.2:7,8).
– A terceira visão do profeta foi a de um homem em cuja mão estava um cordel de medir (Zc.2:1), que disse a Zacarias que mediria Jerusalém.
Em seguida, foi dada a mensagem ao profeta de que Jerusalém seria habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão que a habitaria, cidade que, porém, seria protegida pelo próprio Senhor que seria um muro de fogo ao seu redor, cidade que ajuntaria todas as nações, pois Judá seria a porção do Senhor na terra santa e Jerusalém, a cidade escolhida por Deus.
– Nesta visão, o Senhor promete a reedificação de Jerusalém, algo que havia já sido predito por Daniel (Dn.9:25), mas vai além:
promete que Jerusalém se tornaria a capital do mundo, havendo, pois, já aqui, uma primeira promessa messiânica, uma primeira promessa de que Judá reinaria sobre as nações tendo Jerusalém como capital.
Não só os poderes das nações seriam neutralizados, mas, também, seriam subordinados a Judá, que, assim, assumiria o seu papel de reino sacerdotal e povo santo.
– Lembremos que, nos dias de Zacarias, Jerusalém não foi reedificada. A profecia de Zacarias parecia uma loucura, pois, mesmo depois da reconstrução do templo, a cidade continuou desabitada e sem muros, pois somente com Neemias, cerca de 70 anos depois, reedificaria a cidade.
Todavia, isto nos mostra claramente que Deus é fiel e cumpre as Suas promessas. Aleluia! Jerusalém ainda será a capital do mundo e nós estaremos reinando com o Senhor quando isto ocorrer!
– Se maravilhosa já é a profecia com respeito à Jerusalém terrena, quanto maior júbilo devemos ter ao saber que a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo ((Fp.3:20). Temos condição de entrar lá?
– A quarta visão do profeta foi a do sumo sacerdote Josué, vestido de vestidos sujos, sofrendo a oposição de Satanás (Zc.3:1-3).
O Senhor, então, repreendeu a Satanás e mandou que fossem trocadas as vestes do sumo sacerdote, que foi exortado pelo anjo a que se mantivesse nos caminhos do Senhor.
Foi, então, prometida a vinda do “servo do Senhor”, o “Renovo”, tendo sido dito que seria posta “uma pedra única com sete olhos” diante de Josué, pedra que seria esculpida e que tiraria a iniquidade da terra num dia.
– Nesta visão, o Senhor está a conclamar os sacerdotes e, por extensão, a todo o povo judeu para que se purificasse, para que cumprisse a lei, guardasse os mandamentos, a fim de esperar o “Renovo”, a “pedra única com sete olhos”, que nada mais era que o Messias.
Somente a guarda dos caminhos do Senhor permitiria ao povo aguardar o Messias, Messias que retiraria a iniquidade do povo e que faria com que o povo ficasse para sempre na sua terra, pois é este o sentido da expressão do profeta quando diz: “naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada de um vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira” (Zc.3:10).
– Não há como alcançarmos a salvação a não ser através do perdão dos pecados mediante a fé em Cristo Jesus.
A visão de Zacarias mostra, claramente, que os judeus jamais se salvariam se não se arrependessem de seus pecados, se não fossem vestidos das vestes da salvação, algo que somente pode vir através do “Renovo”, da “pedra única com sete olhos”, ou seja, do Senhor Jesus, o “servo do Senhor”.
– Nós, também, temos de crer em Jesus Cristo e, assim, alcançar as vestes limpas da santidade e nos mantermos limpos até o dia da chegada do Messias, que, para nós, é o dia do arrebatamento da Igreja.
O próprio Senhor Jesus afirmou que somente os que têm vestes brancas serão dignos de andar com Ele (Ap.3:4). Como estão as nossas vestes?
– É importante observar que a oposição de Satanás à purificação do sumo sacerdote Josué não pôde impedir a mudança das vestes.
Muitos, na atualidade, culpam o diabo por não estarem em comunhão com Deus, mas, ao vermos tal passagem, observamos que tudo não passa de uma desculpa de quem não quer se converter.
O diabo se opõe à obra de Deus, mas não tem poder para impedir a ação de Deus quando há disposição e vontade daquele que quer mudar de vida.
Por isso, aproveitemos a oportunidade que o Senhor nos oferece, aproveitemos que estamos no dia aceitável do Senhor e vistamos as vestes de salvação e nos mantenhamos limpos até aquele dia. Aleluia!
– Também aqui se verifica que a visão do profeta cuidou apenas do sumo sacerdote, como que a indicar ao povo que, até a chegada do Messias, seria esta a função proeminente no meio do povo.
Quando Zacarias profetizou, havia um governador civil, Zorobabel, que era, inclusive, herdeiro presuntivo do trono de Judá, mas o fato é que, no decorrer dos anos, o governo de Judá ficou nas mãos dos sumos sacerdotes até que se estabelecesse o domínio romano.
Até mesmo durante o pequeno período de independência, promovida pelos macabeus (também chamados de asmoneus), os reis acumularam as funções de realeza e de sumo sacerdócio.
OBS: “…Estabeleceram em seguida uma nova forma de governo aristocrático, no qual os grão-sacrificadores tiveram sempre autoridade soberana, até que os asmoneus chegaram à realeza e assim os judeus tornaram a entrar no governo monárquico, sob o qual tinham vivido durante quinhentos e trinta e dois anos, seis meses, dez dias, desde Saul e Davi até o cativeiro e tinham antes sido governados, pelo mesmo modo, desde
Moisés e Josué, durante mais de quinhentos anos, por aqueles aos quais eles davam o nome de juízes.…” (JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas XI, 4, 442. In: História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.1, p.239).
– A quinta visão do profeta foi a de um castiçal de ouro e um vaso de azeite no cimo com sete lâmpadas e cada lâmpada com sete canudos, de onde vinha o azeite de duas oliveiras (Zc.4:1-3).
Diante de tal visão, que o profeta não compreendeu, o anjo disse tratar-se de uma palavra dirigida a Zorobabel: “não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc.4:6).
– Através dessa visão, o profeta recebeu uma mensagem dirigida a Zorobabel, confirmando que ele acabaria aquela obra e que o prumo estaria nas mãos de Zorobabel.
Temos aqui mais uma confirmação de que a promessa messiânica passava por Zorobabel e que o príncipe de Judá não deveria desprezar a sua pequenez, pois dele sairia, sim, o Messias, apesar de o trono de Davi não ter sido restaurado.
– O profeta, então, perguntou ao anjo que lhe explicava a visão que eram as duas oliveiras e ele disse tratarem-se “dos dois filhos do óleo que estão diante do Senhor de toda a Terra” (Zc.4:14), expressão que é alvo de muita discussão até os dias de hoje.
– O fato é que a visão do profeta mostrava a Zorobabel que o reino messiânico não se estabeleceria através de força nem de violência, mas pela ação do Espírito de Deus.
O Messias reinaria, sim, mas não prevaleceria como os demais reinos humanos, mas, sim, de modo sobrenatural, pela ação direta do poder divino, ainda que insignificante fosse ele aos olhos dos homens.
– Assim ocorrerá quando se estabelecer o reino milenial de Cristo. O Senhor usará o Seu poder para derrotar o Anticristo e seus exércitos na batalha do Armagedom e instituirá o Seu reino sem que precise de quaisquer armas ou poderio bélico humano.
– Esta, que é uma das passagens mais conhecidas do livro do profeta Zacarias, anima-nos a não desprezar as coisas pequenas nem a querermos, para fazer a obra de Deus, obter poderio humano, seja econômico-financeiro, seja político, como muitos, equivocadamente, têm se empenhado em realizar.
Devemos agir única e exclusivamente sob o poder divino, sob a ação do Espírito Santo. Devemos ser “filhos do óleo” e, assim, conseguiremos cumprir a vontade do Senhor. Cremos nisto?
– A sexta visão do profeta foi a de um rolo voante, ou seja, um rolo que voava (Zc.5:1). Este rolo foi interpretado como o anjo como sendo “a maldição que sairá pela face de toda a terra”, maldição que recairia sobre o furtador e sobre o que jurasse falsamente.
– Esta visão complementa a visão anterior. No reinado messiânico, o pecado será definitivamente punido e castigado.
Não haverá impunidade, mas os pecadores serão punidos quase que instantaneamente. Teremos, então, um reino de justiça efetiva, a justiça por que tanto clamamos e que vemos cada vez mais distante em nossas cortes judiciárias. Neste passo, o profeta lembra aqui o que já fora profetizado por Isaías a respeito do governo do Messias (Is.11:3-5).
– A sétima visão do profeta foi a de “uma efa que sai”, ou seja, como traduz a Nova Versão Internacional, “uma vasilha” (Zc.5:5).
Esta vasilha tinha uma tampa de chumbo, que foi aberta e o profeta viu que, dentro dela, estava uma mulher sentada, que foi identificada como sendo “a impiedade”, que foi lançada dentro da vasilha, que foi tapada.
– Na sequência da visão, o profeta viu, então, que duas mulheres, que possuíam asas, saíram gritando e levantaram a efa (ou vasilha) entre a terra e o céu, sendo dito pelo anjo que elas a levariam até a terra de Sinar, onde lhe edificariam uma casa e ali seria posta em seu devido lugar (Zc.5:6-11).
– Esta visão também complementa as duas anteriores, mostrando que, após o reinado messiânico, a impiedade, ou seja, o pecado será banido, tomará o seu próprio lugar.
Se, para os judeus, o pecado é extirpado com o estabelecimento do reino, o fato é que o banimento total do pecado somente se dará posteriormente, quando a impiedade for levada para o seu próprio lugar.
Vemos, pois, claramente, que o reinado messiânico ainda não é o final, mas haverá um instante em que o pecado será completamente extirpado, quando, então, teremos novos céus e terra onde habita a justiça (II Pe.3:13).
– A oitava e última visão do profeta foi a de quatro carros que saíram de dentro de dois montes de metal (Zc.6:1). Cada carro tinha cavalos, sendo que um carro tinha cavalos vermelhos; o segundo, cavalos pretos; o terceiro, cavalos brancos e o quarto, cavalos grisalhos fortes.
– Perplexo, o profeta pediu que o anjo explicasse esta visão e foi-lhe dito que estes carros representavam “os quatro ventos do céu saindo donde estavam perante o Senhor de toda a terra” (Zc.6:5). Estes cavalos andavam pela terra e os que foram para a terra do norte (os cavalos pretos e os cavalos brancos) fizeram com que o Espírito do Senhor repousasse sobre a terra do norte.
– Nesta visão temos a última imagem do reino messiânico, qual seja, a de que será um reinado onde o Espírito Santo repousará sobre a Terra e, por isso, será um tempo de justiça e de paz, um tempo de restauração da natureza, um tempo de comunhão espiritual com Deus, mas, uma vez mais, vemos que não se trata de algo pleno e eterno, visto que nem todos os cavalos foram utilizados nesta “operação repouso”.
– Depois destas oito visões, a primeira parte do livro do profeta, onde estão mensagens dirigidas ao povo de seu tempo, ainda contempla três mensagens do profeta.
– A primeira mensagem depois das visões foi a que mandou o profeta fazer duas coroas, de prata e de ouro, a fim de colocá-las na cabeça do sumo sacerdote Josué, devendo dizer, ao colocá-las na cabeça do sumo sacerdote, que ali estava “o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor” (Zc.6:12).
– Notamos que este gesto do profeta confirmava a sua quarta visão, fazia o povo lembrar que deveria aguardar o Renovo, que, representado pelo sumo sacerdote, haveria de vir naquele templo que se reconstruía.
Estas coroas deveriam, inclusive, ficar como um memorial no Templo, como uma testemunha da promessa da vinda do Renovo naquela casa.
– Efetivamente, como vimos inclusive na lição anterior, foi neste templo que o Senhor Jesus exerceu o Seu ministério.
Infelizmente, ao contrário do que disse o profeta, o povo judeu não ouviu mui atento à voz do Senhor e desperdiçou a oportunidade de reconhecer a Jesus como o Renovo, como o Messias (Lc.19:41-44; Jo.1:11).
– Depois desta mensagem, Zacarias ficou calado quase que por dois anos. No ano quarto do reinado de Dario I, no dia quarto do nono mês, o profeta recebeu uma mensagem, que era uma resposta aos sacerdotes que haviam consultado ao profeta a respeito da manutenção do jejumque havia sido estabelecido quando da destruição do primeiro templo para o quinto mês (Zc.7:1-3).
– Ante esta consulta, o Senhor manda a Zacarias uma mensagem em que havia a repulsa ao formalismo religioso.
O jejum que havia sido estabelecido como demonstração de tristeza pela destruição do templo para Deus nada significava.
Os judeus, em vez de criarem um ritual de jejum para lamentar a perda do templo, deveriam, isto sim, entender porque o templo fora destruído e, assim, se converter de seus pecados e passar a servir a Deus. O jejum que Deus queria era o exercício da piedade e da misericórdia.
– Mais uma vez vemos que o foco dos profetas pós-exílicos é o do repúdio e condenação do formalismo religioso, da indiferença espiritual. O Senhor não está atrás de cerimônias e rituais, mas de uma verdadeira e genuína obediência ao Senhor.
– Nesta resposta, o Senhor, pela vez primeira a partir da boca do profeta Zacarias, assevera que se houvesse, por parte do povo, a mesma conduta de seus antepassados, também eles seriam espalhados pela face da Terra
(Zc.7:14). O profeta aqui prediz, portanto, a chamada “segunda diáspora”, ou seja, a perda da Terra Prometida por parte dos judeus pela segunda vez, o que, efetivamente, ocorreu no ano 70 d.C., como resultado da rejeição de Cristo por eles.
– Estas palavras de Zacarias retomam as condenações do formalismo religioso que encontrarmos em Isaías, em Amós e em Miqueias, entre outros, algo que continua a valer em nossos dias, diremos, mesmo, muito mais em nossos dias, em que os rituais e cerimônias foram amplamente diminuídos no culto a Deus.
– Lamentavelmente, em nossos dias, há uma tendência para que se amplie a importância da religiosidade externa, meramente nominal, sem qualquer compromisso com a Palavra de Deus, com uma vida de santificação e de real comunhão com o Senhor.
Que mudemos nossas atitudes, para que não sejamos extirpados da eternidade com Deus. Tomemos cuidado!
– Depois esta resposta, porém, o Senhor não deixou de dar uma mensagem de esperança ao povo. O Senhor prometeu zelar por Jerusalém, reafirmando que faria dela “a cidade de verdade” e o monte Sião, “monte de santidade”.
– A exemplo do que já fizera através de outros profetas literários, o Senhor promete regatar o Seu povo, redimi-lo de todos os pecados.
Diz que Jerusalém seria habitada por pessoas de muita idade, a nos informar que, no reino messiânico, a longevidade de seus habitantes será uma das características do período.
– O Senhor promete fazer de Israel a bênção entre todos os povos (Zc.8:13), mas, para tanto, mandava o Senhor que o povo, desde já, andasse em Seus caminhos, falando a verdade cada um com seu companheiro, não jurando falsamente, executando a verdade e o juízo, pois isto era mais importante do que estabelecer jejuns ao longo do ano.
– Por fim, uma vez mais, o Senhor promete que todas as nações viriam a Jerusalém para adorá-l’O, reafirmando, assim, que Israel se tornaria reino sacerdotal e povo santo sobre a face da Terra.
III – AS PROFECIAS PARA O FUTURO DE ISRAEL
– A segunda parte do livro do profeta Zacarias é mais propriamente apocalíptica. É verdade que, na primeira parte, já vemos profecias referentes aos últimos tempos, mas elas eram dirigidas diretamente ao povo dos dias do profeta, alentos para o povo que estava a reedificar o templo de Jerusalém.
– Nesta segunda parte, com o templo já reedificado, o Senhor prossegue a Sua revelação progressiva, que é, assim, propriamente retomada após o cativeiro da Babilônia. Não é à toa, aliás, que Zacarias seja um dos profetas mais mencionados em o Novo Testamento.
– Esta segunda parte do livro se inicia com uma série de profecias contra vários povos. O Senhor como que lembra Seu povo de que os gentios não ficarão impunes por causa dos pecados que estão a cometer.
– O Senhor, através do profeta, anuncia o castigo que fará vir sobre os sírios (Hadraque, Damasco e Hamate), os fenícios (Tiro e Sidom) e os filisteus (Asquelom, Gaza, Ecrom e Asdode), que seriam totalmente destruídos.
– Este anúncio da destruição destes povos ao redor de Israel não deveria ser entendido do ponto-de-vista literal, visto que, quando Zacarias as proferiu, praticamente todos eles já se encontravam senão destruídos, extremamente fragilizados.
Temos aqui uma referência aos povos que se levantarão contra Israel nos últimos dias, nações que serão devidamente castigadas pelo Senhor antes do estabelecimento do Seu reino messiânico.
– Esta destruição dos povos é profetizada juntamente com a alegria e o júbilo do povo de Israel, ao ver o seu rei, “justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta” (Zc.9:9).
Aqui temos uma identificação espetacular a respeito de Cristo, que entrou como rei, assentado sobre um jumentinho em Jerusalém, mas que, lamentavelmente, não foi recebido e aceito como o Messias.
Entretanto é este rei humilde, que uma vez foi rejeitado, que estabelecerá a paz no mundo e reinará em Israel (Zc.9:10), depois de ter sido liberto de seus inimigos (Zc.9:11-17).
OBS: Alguns estudiosos entendem que o Anticristo repetirá este gesto de Jesus e assim entrará em Jerusalém, o que fará com que muitos judeus se enganem e entendam ser ele o Messias, esquecidos de que Jesus já cumpriu esta profecia.
– O profeta, então, profere mensagens de esperança de redenção a Israel. O Senhor promete fortalecer a casa de Judá e salvar a casa de José (Zc.10:6), havendo mais uma profecia da restauração de todo o Israel, congregando-os de onde estavam dispersos.
– No entanto, com relação aos impenitentes, àqueles que não seguiram o Senhor, a promessa é de destruição e não de restauração.
O profeta apresenta uma dura mensagem para “as ovelhas da matança”, para os “cedros”, para os “carvalhos de Basã”, expressões que designam aqueles que se recusam a servir a Deus, que se mantêm na sua autossuficiência, na sua vida independente de Deus, daqueles que não querem se submeter ao Senhor (Zc.11:2,4).
– Nesta dura mensagem, o Senhor diz que havia posto duas varas para cuidar destes impenitentes, chamando uma vara de “Suavidade” (ou “Beleza”) e a outra de “Laços” (ou “Ataduras”) (Zc.11:7).
– Estas duas varas como que representam a longanimidade do Senhor, o tempo que Ele sempre dá para que os homens se arrependam. Mas chegaria o momento em que Deus haveria de quebrar estas varas e lançar o juízo sobre os desobedientes.
– Ao quebrar a vara “Suavidade”, o Senhor desfez o concerto que havia estabelecido com os povos da terra (Zc.11:10) e, em razão disto, foi o Senhor avaliado por trinta moedas de prata, profecia que nos indica a própria traição de Judas Iscariotes que levou à morte de Cristo (Mt.26:15).
– Com a quebra da vara “Suavidade”, o Senhor assumiu o nosso lugar e morreu por nós, abrindo-nos a oportunidade para a salvação, vez que lançou o juízo da humanidade sobre Si (Is.53:5). Era o término da lei, era o fim da possibilidade de Israel intermediar a salvação de todos os povos.
– Por causa da quebra da vara “Suavidade”, vemos que não há mais como Israel exercer o seu papel de reino sacerdotal, o que somente se dará com o estabelecimento do reino milenial de Cristo.
A justiça e a paz somente virão aos povos, portanto, depois que Cristo reinar sobre a Terra.
– Ao quebrar a vara “Laços”, o Senhor diz que quebrou a irmandade entre Judá e Israel. Por causa da quebra desta vara, Judá e Israel ficarão separadas até o tempo do estabelecimento do reino milenial de Cristo, quando, então, serão novamente unidas, como foi profetizado por Ezequiel (Ez.37:19).
– Mas, além disto, por causa da quebra desta vara, o Senhor disse que se tomaria um “instrumento de um pastor insensato”, com o levantamento de um pastor na Terra que será ímpio e cruel para com as ovelhas (Zc.11:15-17), a indicar que, com Israel separado e sem função, os povos ficarão sob o domínio de um cruel governante, que outro não é senão o Anticristo, que somente será debelado pelo Messias.
– Em seguida, Zacarias profetiza sobre o cerco de Jerusalém (Zc.12), cerco a ser empreendido por este “pastor insensato” já mencionado anteriormente. Todas as nações da Terra se reunirão contra Jerusalém e, apesar das circunstâncias extremamente adversas, o Senhor promete que dará vitória ao Seu povo, a começar pelas “tendas de Judá” (Zc.12:7).
– Esta profecia de Zacarias coaduna-se perfeitamente com outras profecias que indicam que a redenção de Israel se dará não diretamente em Jerusalém, mas no deserto, onde o remanescente de Israel estará sendo guardado há três anos e meio pelo Senhor (Ap.12:14-16; Is.63:1-6).
– Além da vitória sobre as nações, a exemplo de Joel (Jl.2:28), Zacarias profetiza que o Senhor derramará sobre o Seu povo o Espírito de graça e súplicas, o que ocorrerá depois que for reconhecido como Messias “Aquele a quem traspassaram”, depois de chorarem amargamente pelo unigênito, pelo primogênito (Zc.12:10).
– Temos, portanto, bem esclarecido em Zacarias que o remanescente de Israel será salvo porque crerá em Jesus Cristo no exato instante em que os exércitos do Anticristo tiverem cercado os judeus, que, sem saída, clamarão ao Senhor e o Senhor Jesus, então, virá dos céus para socorrê-los, sendo certo que será reconhecido como o Messias.
– Isto nos mostra que os judeus não são salvos por serem judeus, não há uma “salvação étnica”, visto que Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34), mas por terem crido em Cristo Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, exatamente como acontece conosco atualmente.
– Diante da conversão dos judeus e de sua salvação, o Espírito Santo será derramado sobre eles, para que possam eles ser o reino sacerdotal e o povo santo que deveriam ter sido desde o pacto do monte Sinai.
Estarão eles, assim, bebendo da “fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado, contra a impureza” (Zc.13:1).
– Este remanescente de Israel é apontado como sendo a terça parte dos judeus, que, devidamente purificadas, serão chamados de “o povo do Senhor” (Zc.13:7-9).
– O Senhor, então, promete pelejar contra todas as nações que se levantarem naquele dia contra Jerusalém, dizendo, inclusive, que Seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras, monte que será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, num movimento da terra que fará com que surja um vale muito grande, um verdadeiro terremoto (Zc.14:1-5), o que é confirmado no livro do Apocalipse (Ap.16:18).
– Este terremoto fará com que se mude toda a configuração geográfica da terra de Israel, de modo que correrão de Jerusalém águas vivas, desaparecendo a região hoje inóspita do Mar Morto, surgindo uma planície fértil que estará em volta de Jerusalém, enquanto o Senhor reinará sobre toda a terra (Zc.14:8-11).
– A bênção para o povo de Deus, entretanto, será maldição para os inimigos do Senhor, pois osimpenitentes sofrerão uma terrível praga, sendo a sua carne consumida e apodrecimento dos seus olhos e de sua língua (Zc.14:12).
– As nações que restarem desta praga, ou seja, aquelas que não se levantaram contra Judá e Jerusalém, passarão a servir ao Senhor, vindo de ano em ano, na festa das cabanas, para adorar o Senhor (Zc.14:16), a demonstrar que Israel exercerá, neste tempo, o seu papel de reino sacerdotal e povo santo, um povo onde não haverá mais “cananeu”, ou seja, onde todos servirão ao Senhor (Zc.14:21).
– Assim termina a profecia de Zacarias, fazendo o povo saber como se daria a sua restauração espiritual, qual o futuro que estava reservado àquele povo, que não fora abandonado pelo Senhor.
– Todas estas maravilhas do reino milenial de Cristo também desfrutaremos, ainda que estejamos num patamar espiritual e superior aos dos habitantes terrenos daquele tempo. No entanto, o que nos está prometido é ainda mais excelente.
Entraremos na Jerusalém celeste antes mesmo da restauração da Jerusalém terrena. Estamos preparados para isto? É esta a nossa esperança? Ou estamos a viver como aqueles que sofrerão a impiedade do “pastor insensato”.
– Busquemos o “Renovo”, a “pedra única com sete olhos” enquanto é tempo, para que não sejamos dispersos e soframos como sofrerão os judeus por terem rejeitado a Cristo. Estejamos com o Senhor na Jerusalém celeste. Amém!
Ev. Caramuru Afonso Francisco