Jovens – Lição 2 – Desfrutando a Alegria na Esperança da Salvação
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Saber que o cristão foi regenerado para uma esperança viva;
Destacar a alegria decorrente da salvação;
Ressaltar que a salvação em Cristo é o fim da nossa fé.
Palavras-chave: Esperança, alegria, crescimento e firmeza.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Valmir Nascimento:
Pedro introduz sua carta com um ato de gratidão, bendizendo a Deus por ter nos gerado novamente para uma viva esperança (1.3).
Não há como vencer o desânimo e as provações se primeiro não formos gratos a Deus, mesmo em momentos difíceis.
É fácil agradecer ao Senhor quando tudo vai bem, quando não há perseguição ou quando a dispensa está cheia e nada nos falta.
Mas é na hora da angústia que a verdadeira gratidão se expressa, quando honramos a Deus por sua grandeza e lhe bendizemos por suas providências.
As palavras iniciais de Pedro nos ensinam que, antes de tudo, antes de chegarmos a Deus com pedidos e apresentarmos nossas dificuldades e frustrações,
é preciso elevar os olhos aos céus e agradecer ao Senhor por tudo, inclusive pelo privilégio da salvação. Temos motivos de sobra para isso, não é mesmo?
Pedro louva a Deus, afinal, por causa da sua misericórdia, fomos gerados novamente.
Ninguém é capaz de nascer espiritualmente pelos seus próprios méritos (Jo 3.3-9). Fomos regenerados e temos entrada na vida cristã por causa da misericórdia divina.
É a partir do reconhecimento deste favor divino que o crente deve encontrar sua identidade e encarar os dilemas da vida.
Somos instigados a não olharmos o mundo e as lutas diárias pela perspectiva do velho homem, que é dominado pelo pecado e sufocado pelo mundo, e que só conduz ao desespero e desânimo.
A nova vida que agora temos produz uma esperança viva. Muito mais que uma expectativa que pode enfraquecer com o tempo, esta esperança é cheia de vida, sempre renovada, que se fundamenta na confiança inabalável em Deus.
Stanley Horton nos faz lembrar que não há incerteza na esperança cristã. Não é uma esperança do tipo “espero que sim”, mas do tipo “sei que sim”i.
Mas o que significa ter esperança? Geralmente, as pessoas confundem esperança com o ato de esperar.
Embora a esperança envolva isso também, no sentido de aguardar com paciência algo que ainda irá acontecer, ela não se resume ao futuro.
Ela implica tanto esperar confiantemente o futuro preparado pelo Senhor, quanto vivenciá-la hoje como um estilo de vida. Uma decorre do verbo esperar, a outra, do verbo esperançar.
Uma fornece expectativa do porvir, a outra, disposição para viver o dia de hoje com ânimo e propósito.
A sabedoria reside exatamente em equilibrar essas duas dimensões da esperança, compreendendo que o Reino de Deus é “Já”, mas também “Ainda não”.
- S. Lewis, possivelmente o maior escritor cristão do Século XX, dizia que o anseio pelo mundo eterno não é uma forma de escapismo ou de auto-ilusão.
Conforme Lewis, “os apóstolos, que desencadearam a conversão do Império Romano, os grandes homens que erigiram a Idade Média, os protestantes ingleses que aboliram o tráfico de escravos – todos deixaram sua marca sobre a Terra precisamente porque suas mentes estavam ocupadas com o Paraíso”.
Por isso, devemos concordar com a declaração do professor de Oxford:
“Foi quando os cristãos deixaram de pensar no outro mundo que se tornaram tão incompetentes neste aqui. Se você aspirar o Céu, ganhará a Terra “de lambuja”; se aspirar a Terra, perderá ambos”ii.
Devemos tomar toda cautela para não confundir esperança com otimismo humano.
Enquanto este se firma na autoajuda e no pensamento positivo de que “tudo dará certo”, a esperança cristã se sustenta pela confiança em Deus e no seu trabalho por – e em – nós.
A curto prazo, o otimismo humano pode até proporcionar alguns benefícios, mas, assim como o efeito placebo, sua eficácia é restrita e psicológica, não proporcionando cura verdadeira.
A esperança cristã é uma convicção profunda, mas decorrente de uma vida totalmente renovada e curada pela graça divina.
A esperança firmada em Cristo e na sua cruz nos dá direção e firmeza para navegarmos pelo mar de incertezas deste mundo.
Clemente de Alexandria comparava o cristão vinculado à cruz de Cristo com Odisseu, o herói da poesia épica de Homero, que – após tapar os ouvidos de seus companheiros com cera líquida –
se amarrou ao mastro do navio, para assim poder ouvir sem perigo as sereias, que com seu canto, seduziam todos os homens, levando os navios a se chocarem contra a praia.
Amarrado ao mastro ele estaria livre de qualquer perdição. Igualmente, quando o homem se agarra a Cristo e ao mastro da sua cruz, quando – como diz Paulo –
“o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”, então ele pode ouvir todas essas vozes do mundo sem medo de que elas o confundirão e desviarão do caminho. Cativos ao madeiro podemos chegar ao porto seguro!iii
Ressurreição de Cristo: garantia da nossa herança
Não é sem sentido que esta nova vida em esperança, escreve Pedro, se deu “pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (v.3).
Este acontecimento histórico é a base da confiança dos salvos. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e fé, advertiu o apóstolo Paulo (1 Co 15.14).
Mas, uma vez que Ele ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, podemos confiar. Como diz a bela letra do Hino 545 da Harpa: “Porque Ele vive, posso crer no amanhã.
Porque Ele vive, temor não há. Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida. Está nas mãos do meu Jesus, que vivo está”.
Muitas pessoas se frustram por depositarem as esperanças no dinheiro, na política ou na capacidade humana, pois tudo isso não passa de ilusão.
Enquanto o ceticismo, o ateísmo, o existencialismo e as demais filosofias humanas que emergem na pós-modernidade não conseguem fornecer um fundamento de esperança real para as pessoas, a fé cristã, com os olhos voltados para a cruz e para a ressurreição de Cristo, dá significado e perspectiva de futuro a todos quantos recebem a salvação.
Assim, “a ressurreição de Cristo nos dá a certeza de que nós também ressuscitaremos dos mortos.
Os crentes “nascem de novo” da sua condição de pecadores para uma vida de graça, a qual, no final, se tornará uma vida de glória.
Não devemos nos sentir desencorajados pelas provações terrenas, pois temos a ressurreição como a nossa segurança.”iv
Pedro quer fazer os seus leitores perceberem que a esperança em Cristo não é vazia, uma mera utopia humana, por isso ele a compara a uma herança, com três atributos especiais: ela é incorruptível, incontaminável e não pode murchar (v.4).
Conforme Ênio Muller v, a palavra incorruptível, do grego afharton, tem o sentido de algo que não perece, não apodrece, não se deteriora.
Incontaminável, amianton, é algo sem mácula, absolutamente limpo, sem qualquer tipo de sujeira e contaminação. Amaranton, é uma característica daquilo que é imarcescível, inalterável, algo que não pode murchar.
Trata-se de uma herança incomparável, imensamente mais valiosa que os bens e os tesouros deste mundo, os quais perecem, são maculados e desintegram facilmente (Tg 5.1-3; Lc 12.19,20).
Além de termos a garantia de que a herança de Deus se encontra reservada para nós, temos também a segurança de que estamos sendo guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes a se revelar no último tempo (v.5).
Portanto, o crente tem a garantia dupla de Deus: de ser protegido durante a jornada e de receber um prêmio indestrutível ao final. Estamos sendo guardados para a glória.
É certo dizer com o expositor bíblico Warren Wirsbe que “os cristãos não são guardados pelo próprio poder, mas sim pelo poder de Deus”vi .
No entanto, a condição para esta proteção e segurança durante a jornada até ao céu está clara no texto: “mediante a fé”.
Logo, prossegue Wirsbe, “a fé em Cristo une cada um ao Senhor de tal modo que o poder dEle guarda e guia a vi¬da do que crê. Ninguém é guardado pela própria força, mas pela fidelidade de Deus”vii.
Por meio desta palavra, o Espírito de Deus quer mostrar ao cristão quão precioso é estar em Cristo e aguardar nEle as bênçãos celestiais da salvação (Cl 3.24; Ef 1.18). Deus nos concedeu uma herança indestrutível que nem o mundo ou as condições desfavoráveis podem abalar.
A Alegria da Salvação
Alegria no sofrimento (1.6)
Pedro escreve numa sequência impressionante. Ele parece agitar os braços para chamar a nossa atenção, a fim de que fiquemos atentos às suas palavras.
E assim, ele prossegue no verso 6: “… em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações”.
Aqui, o apóstolo começa a tocar em um dos aspectos centrais de sua epístola, referente às provações neste mundo.
Antes, porém, quer ressaltar que os crentes desfrutam de uma grande alegria decorrente da salvação.
Seu propósito é enfatizar que a salvação não produz somente uma herança futura, mas também alegria presente.
A salvação e a vida em Cristo não levam uma pessoa ao tédio religioso.
Muito pelo contrário, uma vez que temos uma viva esperança, há de se fazer notar em todo cristão uma alegria incomparável.
Enquanto vive nesta terra, o cristão pode desfrutar de todas as suas bênçãos, inclusive a alegria verdadeira (Sl 35.9; 68.3; 1 Ts 5.16).
Assim que me converti um livro em especial me ajudou bastante na caminhada da fé, inclusive para entender o sentido da alegria cristã.
Trata-se da pequena obra “O sabor da alegria”, escrita por Calvin Miller viii. Nela, Miller questiona por que muitos cristãos vivem infelizes.
Nas primeiras horas após a conversão, eles se sentiam felizes, porém, com o tempo, o calor foi se esfriando, e mais tarde acabou morrendo.
Apesar de uns pequenos lampejos de “felicidade”, na maior parte do tempo se viam numa busca ansiosa por contentamento. Com sentimento de vazio, alguns abandonaram a igreja…
O autor percebeu em sua análise duas posturas equivocadas que levam a esse tipo de situação, uma institucional e outra pessoal.
O primeiro erro tem a ver com a forma como algumas igrejas apresentam o evangelho, sob a promessa de bem-estar e felicidade momentânea neste mundo.
O problema é que este cristianismo regado a slogans fáceis de alegria distorce a verdade das Escrituras, ao mesmo tempo em que não prepara os cristãos para enfrentar suas fraquezas emocionais e os momentos mais difíceis da vida.
Todo aquele que se converte acreditando que Deus e a igreja existem para fazê-lo feliz, não compreendeu de fato o significado do verdadeiro Evangelho, por isso mesmo sua fé provavelmente irá fracassar.
Segundo Calvin Miller, Deus e a igreja não existem para fazer-nos felizes. Em suas palavras:
“Qualquer um que sustente tal ponto de vista absurdo vai ter um péssimo relacionamento com Deus.
Ele não proporciona prodigamente a seus filhos um discipulado alegre a fim de que possam nadar em êxtase espiritual entre a conversão e a morte.
O que Ele dá é redenção, significado, segurança, amor, vitória e a permanência do Espírito Santo. A felicidade é simplesmente nossa reação a essas dádivas”.
O outro equívoco, segundo Miller, reside na confusão que muitos cristãos fazem entre felicidade e alegria.
“A felicidade é uma emoção flutuante, leve, que resulta dos níveis momentâneos de bem-estar que caracterizam nossas vidas”.
Enquanto isso, a alegria é material de alicerce; é uma confiança que opera independentemente de nosso estado de espírito.
“Alegria é a certeza de que tudo está bem, não importa como nos sentimos”.
Por isso, “a alegria em Cristo desconhece placas indicadoras que digam:
‘A alegria começa aqui’ Nascemos em Cristo e desse modo nos encontramos no próprio seio do Todo-Poderoso.
Estamos sempre em Deus! As Escrituras nos ensinam que nEle vivemos e nos movemos e existimos” ix.
Assim, a alegria cristã não se confunde com um estado de euforia ou com um sentimento de prazer passageiro.
A alegria resultante da salvação não é um fim em si mesmo, mas sim o contentamento que advém da transformação interior e da comunhão que o crente tem com Deus.
É uma alegria espiritual profunda (Lc 1.46,47; At 16.34; 1 Pe 4.13). É nessa perspectiva que o apóstolo Pedro afirma que nos alegramos grandemente.
Isto não significa de modo algum que o cristão esteja isento de passar por momentos difíceis na vida. Pelo contrário, até importa, diz Pedro, estar contristados com várias provações.
A fé que é provada (1.7-8)
As perseguições que os cristãos daquela época suportaram eram intensas, devido ao compromisso que tinham com Cristo.
Pedro tinha convicção disso, assim como sabia que a tendência era aumentar com o tempo.
Considerando que os valores de Cristo se contrastam com os do mundo, os discípulos de Jesus serão hostilizados e perseguidos sempre que se manterem fiéis aos ensinos do Mestre.
Pedro declara o propósito da provação: “… para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (v.7).
A provação, nesse caso, é uma forma de testar a fé do povo de Deus . O apóstolo compara o cristão ao ouro, um dos mais nobres metais.
Assim como o ourives submete o ouro ao fogo, para que tenha suas impurezas removidas e a autenticidade revelada, o cristão também passa por várias tribulações nesta terra.
Warren Wirsbe extrai dessa passagem alguns belos ensinos acerca da provação:
Em primeiro lugar, as provações suprem necessidades. A expressão “se necessário”, empregada por Pedro, sugere que há ocasiões especiais em que Deus sabe que precisamos passar por provações, seja por desobediência (SI 119:67), ou para o nosso crescimento (2 Co 12.1-9)xi.
Em segundo lugar, as provações são variadas. Não se deve imaginar, segundo Wirsbe, que, “pelo fato de termos vencido um tipo de provação, automaticamente venceremos todas as provações.
Elas são variadas, e Deus as ajusta segundo nossas forças e necessidades”xii.
Em terceiro, as provações são dolorosas, pois elas nos deixam contristados, termo que se refere a “sentir dor ou tristeza profunda”, a mesma palavra é usada para descrever a experiência de Jesus no Getsêmani (Mt 26:37)xiii.
Por fim, as provações são controladas por Deus. O Senhor não permite que as dores durem para sempre; somos contristados “por um breve tempo”.
“Quando Deus permite que seus filhos passem pela fornalha, mantém os olhos no relógio e a mão no termostato. Se nos rebelarmos, ele reinicia o relógio, mas se nos sujeitarmos, ele não permite o sofrimento um minuto além do necessário.
O que importa é aprender a lição que ele deseja ensinar e glorificar somente a Ele”xiv.
Para desespero e vergonha dos pregadores triunfalistas da prosperidade, as palavras de Pedro fazem transparecer de modo irrefutável que o cristianismo não é uma religião estranha ao sofrimento e ao infortúnio nesta vida.
Pelo contrário, a experiência da dor, quando bem compreendida e administrada aos cuidados de Deus, faz-nos perceber a mais bela dimensão da fé.
Se a fé cristã encontra sua máxima expressão nas feridas de Cristo, então não há como dissociar o nosso cristianismo das provações.
Em seu livro Toque as feridas, Tomás Halík observou muito bem que “a história narrada pela Bíblia não é um idílio doce, mas um drama perturbador;
o mundo do qual falam as Escrituras tem (como também o nosso mundo atual) feridas sangrentas e dolorosas – e o Deus que este mundo confessa também as tem”xv.
Nos Evangelhos, Deus, por meio do seu Filho Jesus, “se manifesta como Deus ferido – não como um deus apático do estoicismo, nem como um deus que nada mais é do que a projeção dos nossos desejos ou o símbolo das ambições de poder de um indivíduo ou de uma nação.
Este Deus é um Deus simpático, ou seja, um Deus compassivo, um Deus que sente e sofre com o ser humano”xvi.
Eis o motivo pelo qual Halík declara que a fé “só consegue se livrar do fardo das dúvidas e experimentar a segurança e tranquilidade interna de um lar se ela avançar no íngreme ‘caminho da cruz’, se ela se voltar para Deus pela porta estreita das feridas de Cristo…”xvii.
O júbilo do cristão está alicerçado em Cristo, mediante a fé (v.5). Ele é a razão da nossa alegria.
Da mesma maneira que os destinatários da carta não chegaram a ver Jesus pessoalmente, mas o amavam e nEle se alegravam, assim somos nós (v.8).
Enquanto o mundo valoriza e se satisfaz somente com aquilo que se pode ver e tocar, submersos nessa cultura materialista e hedonista, o cristão exulta por causa da fé!
Mas não se trata de um pensamento positivo, mas uma fé com firme fundamento e convicção profunda (Hb 11.1), que produz uma alegria inefável e repleta de glória.
A Maravilhosa Salvação: o propósito da nossa fé
O propósito da fé (1.9-12)
O verso 9 culmina com a declaração de Pedro sobre o resultado final da fé:“alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma”.
Os leitores da epístola, assim como nós, não poderiam perder o foco da redenção proporcionada por Cristo Jesus.
Afinal, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento a doutrina da salvação ocupa um lugar especial nas Escrituras, tendo sido tratada de maneira diligente pelos profetas que falaram desta graça.
É essencial, portanto, atentarmos para esta tão grande salvação, como bem alerta a Carta aos Hebreus (Hb 2.3).
Isso significa valorizar a morte dolorosa e vicária de Cristo no Gólgota, assim como exercê-la com temor e tremor (Fp 2.12), com uma conduta digna de alguém que foi justificado e absolvido da condenação eterna.
Pedro está mostrando que vale a pena esperar pela salvação. Podemos ser perseguidos, desprezados e até mesmo mortos, mas a recompensa é valiosa.
O verso 10 mostra que a salvação é pela graça (gr. charis). É esta benevolência da parte de Deus que possibilita ao homem ter os seus pecados perdoados e o nome escrito no Livro da Vida.
O apóstolo Paulo também reforça esta verdade ao escrever: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
A salvação, nesse sentido, não se deve ao mérito, às obras ou à capacidade do homem (Rm 11.6).
A graça salvadora é uma benção abrangente. Além de ser uma provisão do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (cf. Rm 3.9-26), ela convida, convence, e capacita o pecador a ir ao encontro de Cristo.
Mas não se trata de uma força irresistível, como defende certo segmento religioso, até porque isso seria um contrassenso.
A graça de Deus é uma oferta benevolente, cabendo ao pecador, de maneira voluntária, aceitá-la ou não.
Seguindo seu raciocínio, Pedro vai destacar que a vinda de Cristo era um cumprimento profético (vv. 10-12).
As dores e a glória do Filho de Deus já haviam sido reveladas aos profetas, por meio do Espírito de Cristo, o Espírito Santo.
Sobre a passagem, Wayne Grudem explica que os profetas do Antigo Testamento examinaram e investigaram com grande expectativa suas próprias profecias,
outros textos das Escrituras e época em que viveram para tentar descobrir “quem” ou “qual época” o Espírito de Cristo estava indicando quando ele predizia os sofrimento de Cristo e as glórias de seu reino.
Assim, conclui Wayne Grudem, “como agora já sabemos as respostas às perguntas “Quem?” (Jesus) e “Quando?”
(ao longo da vida de Jesus e sua subsequente era da Igreja), deveríamos ler os profetas do Antigo Testamento com entusiasmo, na expectativa de que nosso coração seja inspirado a louvar,
quando ali descobrimos que o tema central são os sofrimentos do nosso Salvador em nosso benefício e as glórias do consequente Reino, do qual já somos membros”
Esta passagem se conecta de algum modo com o que está registrado na segunda carta de Pedro, quando ele se refere à autenticidade da palavra dos profetas, e por isso fazemos muito bem em prestar atenção a elas (2 Pe 1.19).
Afinal, nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, porquanto, jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas aqueles homens santos falaram da parte de Deus, orientados pelo Espírito Santo (vv. 20-21).
Com efeito, da mesma maneira que o sofrimento se cumpriu, a glória também há de ser efetivada. Esta confiança está alicerçada no fato de que a Palavra de Deus não volta vazia (Is 55.11).
Que Deus o(a) abençoe.
i HORTON, Stanley M. 1 e 2 Pedro: A razão da nossa esperança. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 16.
ii LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005, pp. 178-179.
iii Cf. HALÍK, Tomás. Toque as feridas: sobre sofrimento, confiança e a arte da transformação. Petrópolis: Editora Vozes, 2016, pp. 91-92.
iv Bíblia Aplicação Pessoal, p. 705.
v MUELLER, 1988, pp. 78-79.
vi WIRSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo – Novo Testamento – Vol. II. Santo André: Geográfica, 2007, p. 506.
vii Idem.
viii MILLER, Calvin. O sabor da alegria: recuperando o brilho perdido do discipulado. São Paulo: Editora Vida, 1994.
ix MULLER, 1994, p. 9.
x STRONSTAD, Roger. I e II Pedro. Em: ARRINGTON, French; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento – Vol. 2. Rio de Janeiro: 2015, p. 895.
xi WIRSBE, 2007, p. 506.
xii Idem.
xiii Idem.
xiv WIRSBE, 2007, p. 507.
xv HALÍK, 2016, p. 23.
xvi Idem.
xvii HALÍK, 2016, p. 15.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/1591-li%C3%A7%C3%A3o-2-desfrutando-a-alegria-na-esperan%C3%A7a-da-salva%C3%A7%C3%A3o.html
Video: https://youtu.be/vVA9IUj6yzw