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Jovens – Lição 2- Ser discípulo: Uma jornada de aprendizagem

Prezado(a) professor(a), iniciamos mais um trimestre! Você já assistiu a apresentação deste trimestre em nosso canal no Youtube? Acesse o link (https://youtu.be/dKyw9mBeKms) e veja o que preparamos para vocês neste trimestre.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Thiago Brazil, comentarista do trimestre.

INTRODUÇÃO

O cristão é chamado a uma jornada de aprendizado. Não existe crente sobre a face da terra que tenha atingido a perfeição.

Esse, inclusive, é o significado do conceito de operosidade da salvação cristã. Nosso percurso enquanto seguidores de Cristo constitui-se como um movi­mento de enriquecimento de dons, talentos, ministérios e vocações.

Mas tudo o que recebemos de Deus vem a nós com a qualidade do crescimento, do aprimoramento, da potencialização — não que as bênçãos de Deus sejam incompletas ou imperfeitas —, mas assim precisa ser em virtude de nossos erros, pecados e falhas que atrapa­lham o bom desenvolvimento do Reino em nós. Logo, aprender a servir ao Senhor é um processo de autoconhecimento pelo qual todo discípulo que deseja servir ao Eterno com sinceridade precisa passar.

Reflitamos, então, sobre os caminhos que precisamos percorrer para glorificar ao Altíssimo em nossas vidas, sempre reconhecendo que a majestade dEle é perfeita e imutável, enquanto todos somos miseráveis pecadores carecendo constantemente de aperfeiçoamento e aprendizado.

I – A vocação cristã é um chamado ao aprendizado daquilo que Deus quer para nós

A vocação para o serviço no Reino dos céus precisa ser entendida como o momento em que Deus, reconhecendo nossas virtudes e fragilidades, dota-nos de habilidades especiais para o ministério.

Assim como o primeiro homem tinha uma variedade de ações que poderia cumprir, sendo-lhe dado, contudo, apenas uma vedação e uma obrigação — não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal e cuidar do jardim de Deus, respectivamente —, também cada um de nós precisa ter a consciência de que nasceu para servir.

Nos tempos estranhos em que vivemos, algumas pessoas que se anunciam seguidoras de Cristo querem viver como se fossem turistas nesta geração. Não nos esqueçamos disto: somos peregrinos, e não excursionistas.

Devemos a Cristo que nos salvou o compromisso de prestação de contas de tudo aquilo que Ele capacitou-nos para rea­lizar. Desculpas genéricas como falta de tempo, medo de repreensão ou ausência de apoio humano jamais serão aceitas pelo Criador.

Assim, tal qual na célebre parábola sobre a operosidade da sal­vação, devemos cooperar para que tudo aquilo que está em nossas mãos atinja a sua natureza plena. Subutilizar os dons, ministérios e vocações divinos é algo perigosíssimo que pode, inclusive, impli­car em um processo de afastamento progressivo do amor de Deus.

Devemos, então, vigiar para jamais desprezarmos aquilo que o bondoso Senhor destinou-nos como tarefa a realizar.

Por outro lado, há ainda outra possibilidade temerária com relação a nosso relacionamento com o Redentor: o risco de valorizarmos muito determinados campos de nossa vida em detrimento de outros.

Reconheçamos o que somos; uma integralidade de milagres, sonhos e libertações. Sim, nada do que somos deriva de nossas próprias capacidades. Tudo é bênção divina. Por esse motivo, é nosso dever zelar e cultivar todas as áreas de nossas vidas.

Como resultado de nossa sociedade moderna, muitas pessoas aprendem a vida de modo compartimentalizado, dividida em espaços segmentados e incomunicáveis uns com os outros.

As pessoas pensam que aquilo que ocorre no mundo do trabalho não tem qualquer repercussão no universo familiar, que, por sua vez, está isolado da realidade espiritual, e assim por diante. Perigoso engano! Tudo em nossas vidas está interconectado, e por isso mesmo carrega sérias repercussões espirituais.

O esforço braçal de um pescador deve ser socialmente reconhecido; entretanto, Deus deseja mais ainda de nós.

Fomos criados por Ele para uma espetacular missão no Reino dos céus. Pedro glorificava ao Salvador pescando? Claro que sim! Ele poderia passar os dias da sua vida nessa maravilhosa empreitada laboral e, por fim, ir aos céus?

Evidentemente que sim! Para além das redes e do barco, o Altíssimo tinha uma missão proclamativa a Pedro.

Foi dessa forma que um homem humilde, envolvido em um trabalho manual, con­seguiu vislumbrar a glória celeste e tornar-se extremamente útil para o plano eterno desenhado para a humanidade.

Nossa condição não difere em nada com relação à de Pedro, não há dicotomias entre vocações, ministérios, dons, serviços e mordo­mias.

Todos somos chamados para adorar ao Criador em tudo o que fizermos, permitindo-nos ser instrumentos do Reino de Deus nessa geração. Pedro era, sim, um pescador. Na verdade, nunca deixou de sê-lo.

Talvez o chamado ministerial de Pedro tenha ficado soterrado debaixo de preocupações e medos humanos, quando, na verdade, o que lhe faltava mesmo era apenas confiar no Senhor, que nos conhece desde antes da fundação do mundo.

Romanos 8.38,39 é parte de um hino de louvor a Deus que era cantado nas primeiras igrejas cristãs, e aqui é registrado por Paulo, que aponta vários aspectos marcantes da caminhada de um discípulo de Jesus. O louvor pode e deve ser lido como um belíssimo canto sobre a convicção salvífica, ou seja, sobre a fé que salva.

Lembremo-nos disto: a carta é escrita à igreja que se congrega em Roma, que era o centro do mundo antigo naquele momento histórico, mas também antro de todo tipo de violência, maldade e perseguição. Ser cristão naquele ambiente era uma decisão que implicava constante risco de morte, pois o culto ao imperador era exclusivista.

Assim sendo, qualquer outra forma de adoração é entendida como uma questão política e, por isso, deve ser impiedosamente esmagada.

Mesmo assim, diante de tantas adversidades, os crentes em Roma e em todas as comunidades dos cristianismos primitivos cantavam corajosamente a sua inseparabilidade de Cristo.

Nem pessoas, nem circunstâncias ou determinações — em resumo, nada — poderiam retirar daqueles frágeis irmãos a convicção de que servir a Deus adorando a Jesus Cristo é a única opção existente.

Eles não procuravam subterfúgios, jeitinhos ou acordos com o império da morte. O que aqueles irmãos desejavam era desenvolver uma vida inteiramente dedicada ao Criador e, para tanto, estavam dispostos a ir às últimas consequências e, se necessário, até mesmo ao enfrentamento da morte.

Será que hoje podemos cantar como os antigos cristãos cantaram? Será que nossa fé em Jesus capacita-nos a reconhecer o quão fantás­tica é nossa vida e como o Eterno tem sido bondoso para conosco?

Sejamos tenazes e fortes assim como no passado. Existem várias artimanhas do Inferno tentando destruir nossa fé, até mesmo ten­tando acabar com nossas vidas.

Entretanto, assim como o Criador fortaleceu nossos primeiros irmãos, fazendo-os cantar tão intrepida­mente, Ele certamente será conosco e também nos fará vencer todas as fortalezas do maligno.

Ninguém é obrigado a submeter-se ao processo de discipulado contínuo proposto por Jesus, mas aqueles que querem ser aptos para o Reino dos céus fazem-no com alegria

Não existe qualquer tipo de coerção constrangedora no Reino de Deus. Dito de outra forma, nada com relação à salvação é-nos imposto de maneira arbitrária e/ou violenta.

Tudo é graça, amor e misericór­dia. Jesus Cristo sempre lançou convites, fez apelos a pessoas ou a multidões. Ninguém da multidão que seguia o Mestre estava lá por obrigação, em virtude de uma involuntariedade ou por algum tipo de ordem que roubava das pessoas a sua liberdade.

Os apóstolos deixaram tudo para trás porque quiseram, em virtude de um poderoso impulso de fé e esperança na natureza singular do convite que receberam.

É destacável também que as circunstâncias dos chamamentos foram as mais despretensiosas possíveis: um dia alguém vai ao trabalho, então ali, em meio à papelada e ao dinheiro que cobra dos outros em nome do Império Romano, ele ouve o con­vite de alguém que lhe diz: “Vem, segue-me!”. E, por mais absurdo que possa parecer a alguém, vários outros casos aconteceram assim.

Talvez o testemunho dos guardas que partiram sob ordens do sinédrio judaico com a missão de prender o agitador de Nazaré, mas que voltaram convencidos de que ele era um profeta de Deus, sirva como referência para explicar por que tantas pessoas abandonaram imediatamente as suas vidas para seguir o Salvador de forma dedicada. Além de um discurso arrebatador, também havia milagres, prodígios e maravilhas.

Feita essa importante reflexão sobre a espontaneidade de nossa vocação cristã, segue-se outra questão: qual a finalidade comunitária da salvação? Somos salvos para viver em comunidades tanto aqui como na eternidade.

Sim, faz-se necessário pensar sobre essa questão uma vez que tudo tem uma repercussão coletiva no cristianismo. Ainda que os atores sejam individuais, as suas atitudes constroem impactos que estão para além deles mesmos. A resposta mais imediata a essa temática é o conceito de serviço.

Nossa vocação molda nosso ser para que sejamos capazes de cum­prir a precípua razão de nossa existência: adorar a Deus servindo uns aos outros.

O amor anunciado na cruz já surge comunitário, dadivoso, responsável pelo acolhimento dos outros. Amar como nos ensina Jesus Cristo é entregar-se voluntariamente para fazer o bem.

Como nosso grande modelo e exemplo, Cristo conclama-nos a ser promotores de tudo aquilo que se constitui como bondade.

Assim, aprendemos que não somos meros seres passivos receptores da graça de Deus, também devemos ser prontos agentes da benignidade em nossa sociedade.

A prática significativa/comunitária do bem publiciza aquilo que está no coração do salvo, sendo que o oposto também é verdade:

quando o mal aparece eruptivamente na vida de alguém, ou mais especificamente por meio de alguém, nada mais é do que o sintoma de um coração adoecido, uma alma que clama por salvação.

Se fomos acolhidos pela graça, resulta disso um movimento na­tural em direção ao outro. Enquanto a operação do pecado resulta num movimento de introspecção egoísta do indivíduo, a salvação impele-nos à generosidade, à alteridade, ao amor ao próximo.

É aqui que se estabelece o processo natural do discipulado cristão. Quem nasceu do alto, isto é, aqueles que já experimentaram os efeitos salvíficos do amor, veem com naturalidade o processo de formação cristã continuado.

Somente os religiosos mentirosos acreditam ser puros e perfeitos diante de Deus, pois todo verdadeiro salvo reconhece os seus pecados, identifica as suas falhas e clama pela presença do Espírito Santo para tornar-se alguém conforme a vontade de Deus.

A compreensão de nossa condição de eternos aprendizes é vital para o desenvolvimento do Reino de Deus em nós.

Práticas como aconselhamento, exortação e instrução só têm sentido como dons comunitários para servir a igreja quando cada um de nós sabe ser passível de admoestações e correções. Quem não se predispõe a aprender jamais será alguém apto para servir no Reino.

A alegria do discipulado é uma característica marcante na tradição cristã; por isso, a orientação de novos seguidores de Cristo sempre deve ser feita de modo gracioso visando o bem-estar espiritual daqueles que estão dando os seus primeiros passos na caminhada da salvação.

Discipular alguém não é fazer uma lavagem cerebral ou manter alguém debaixo de um controle de ações e emoções.

O discipulador precisa reconhecer a delicadeza do processo que realiza e sempre ter em mente que trabalha para o engrandecimento do Reino, e nunca para a formação de grupinhos que lhes sejam subordinados ou de pessoas acéfalas e inseguras.

Como você mantém um clima de paz na sua vida com tantos acordos politiqueiros e vista grossa sobre absurdos perto de você? Qual o fundamento das atitudes que você toma: interesses pessoais ou a vontade de Deus?

Existem duas condicionantes fundamentais para uma vida de paz interior: (1) reconhecimento da graça de Deus, que nos justifica, e (2) autoconsciência das escolhas e atitudes pessoais.

Embora algumas vezes façamos uma leitura muito superficial das Escrituras, os textos da Bíblia são muito mais densos do que a inge­nuidade do senso comum tenta definir.

Escrevendo aos coríntios, com quem Paulo tinha uma longa história de evangelização, discipulado e liderança, o apóstolo esclarece àqueles irmãos que ele não sente qualquer constrangimento em exortar e denunciar formas de pecado que se estabeleciam no interior daquela comunidade.

Paulo não jogava com o público, não estava preocupado com popularidade ou em agradar determinados setores da igreja para manter o seu poder.

O apóstolo dos gentios tinha tanto convicção quanto paz em relação àquilo que fazia. Ainda que desagradasse algum interesse particular, o homem de Deus estava comprometido com as verdades do evangelho e com os princípios da Palavra.

A consciência de Paulo estava em paz. O seu coração de líder era amoroso com cada pessoa, mas também zeloso com a igreja como um todo.

Todavia, a liderança do apóstolo foi submetida à forte crítica, pois ele estava enfrentando pecados que estavam enraizados na vida privada de alguns indivíduos.

Diante desse impasse — a convicção paulina e a crítica da mem­bresia —, o homem de Deus invoca o julgamento divino.

Essa é, sem dúvida, uma decisão corajosa, ou seja, somente alguém que é movido pelo Altíssimo pode tomá-lo como testemunha.

Cuidado! Existe um tipo de pseudopaz que pode ser infernal na vida de uma pessoa e de uma igreja. Escude-se no Senhor, confie na direção que Ele orienta para sua vida e tenha tranquilidade no coração.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: Imitadores de Cristo: Ensinos Extraídos das Palavras de Jesus e dos Apóstolos. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

 

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2022/07/06/licao-2-ser-discipulo-uma-jornada-de-aprendizagem/

Vídeo: https://youtu.be/Juf1Ja5Pas0

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