Jovens – Lição 4- Curando o filho de um oficial
INTRODUÇÃO
“Jesus volta a Caná, o lugar onde tinha transformado água em vinho, mas desta vez o clima ali não é de festa.
Ele encontra um pai aflito, cujo filho está à beira da morte na cidade de Cafarnaum, a 38 quilômetros dali.
O homem, um oficial do rei, insiste com Jesus para que ele vá a Cafarnaum antes que o menino morra”.
I – A MOBILIDADE MINISTERIAL DE JESUS ENTRE A JUDEIA E A GALILEIA
1 – O MINISTÉRIO DO SENHOR NA GALILEIA
A região da Galileia onde Jesus fora morar com seus pais era muito próspera, com terreno fértil, era um local bom para morar e para o desenvolvimento da lavoura, onde floresciam pomares de frutas e azeitonas nas colinas, os grãos e os pastos cresciam de uma forma eficaz nos vales.
Situada mais ao norte da Palestina, a oeste do rio Jordão, as estradas geralmente davam em todas as direções, favorecendo o comércio com o Egito, Arábia e Síria.
“Depois que Herodes anexou a região ao seu reino, a Galileia passou a atrair um grande número de judeus.
Josefo afirmou que ela tinha 240 cidades e vilas e podia formar um exército de 100.000 homens para lutar contra os romanos.
No tempo de Jesus, a Galileia fazia parte da tetrarquia de Herodes Antipas (4 a.C.-30 d.C.). Suas principais cidades eram Cafarnaum, Nazaré e Tiberíades, a capital.
Os apóstolos de Jesus eram da Galileia (exceto Judas Iscariotes), e a maior parte de seu ministério foi desenvolvida no norte e na extremidade oeste do mar da Galileia, usando Cafarnaum como ponto central”.
Foi neste lugar próspero e populosa região que grande parte do ministério de Jesus foi realizado, cumprindo a Palavra de Deus (Mt. 4:12-25).
2- O MINISTÉRIO DO SENHOR NA JUDEIA
Judeia é o termo usado para representar toda a região ocupada pelos judeus. E por ter sido Jesus criado na Galileia, mesmo diante dos ensinos e das palavras poderosas proferidas por Jesus, muitos duvidavam de que Ele era o Messias que havia de vir profetizado pelo profetas.
“E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.
Então, muitos da multidão, ouvindo essa palavra, diziam: Verdadeiramente, este é o Profeta.
Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galiléia?
Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi e de Belém, da aldeia de onde era Davi?
Assim, entre o povo havia dissensão por causa dele. E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele” (Jo. 7:37-44).
Embora Jesus ensinou e pregou operando sinais e prodígios, por várias regiões de Israel, duas regiões merecem destaque no ministério do Senhor Jesus Cristo; região da Galileia e da Judeia.
3 – A RECEPTIVIDADE DO SENHOR NA GALILEIA DOS GENTIOS.
Foi na Galileia dos gentios que o Senhor Jesus operou grandes sinais, prodígios, curas e milagres, além da pregação e do ensino sobre o Reino de Deus, especialmente, nas cidades de Cafarnaum, Caná, Nazaré, Tiberíades, Betsaida e tantas outras que contemplaram a ação divina na pessoa do Messias.
“Chamado de mar da Galiléia em Mateus 4.18, também tinha o nome de mar de Quinerete (Nm 34.11), lago de Genesaré (Lc 5.1) e mar de Tiberíades (Jo 6.1).
Foi em suas margens, em volta do mar da Galiléia, que Jesus realizou 18 dos 33 milagres registrados, e transmitiu muitos ensinos e chamou seus discípulos”.
II – O PERIGO DA FÉ BASEADA EM SINAIS
1 – A FÉ QUE SURGE DA PALAVRA
Apesar do texto bíblico não relatar nenhum sinal operado por Jesus em Samaria, depois do encontro que Ele teve com a mulher samaritana no poço de Jacó, e ela ter reconhecido que Jesus era profeta, tendo em vista que o Senhor Jesus revelara sua vida.
A mulher samaritana “…Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo? Saíram, pois, da cidade e foram ter com ele.
E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito.
E Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias. E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra.
E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo. 4:28-30; 39-42).
A fé vivenciada nos samaritanos não vieram por sinais ou prodígios operados por Jesus Cristo em Samaria, mas simplesmente pelo poder da Palavra (Rm. 1:16; 1Co.1:18).
Lembrando que o Senhor Jesus em três anos e seis meses, era seguido por uma multidão de mais de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, uma vez que, Jesus não pregava como os escribas, mas como quem tem poder e autoridade (Mt. 7:29), sempre fazendo em primeiro lugar depois, ensinando (At. 1:1).
2 – A ABRANGÊNCIA DO EVANGELHO DE JOÃO
Quando os gregos pediram para ver a Jesus, a Sua Palavra e os Seus sinais já estavam alcançando as pessoas de fora de Jerusalém.
Aí Jesus diz que é necessário que o grão de trigo caia na terra, e que morra, para dar muito fruto. De uma semente germina uma planta, e ela dá muito fruto.
Ele usou a palavra semente figuradamente para ilustrar a sua morte e ressurreição. Após a Sua ressurreição muitas pessoas creriam n’Ele, e se salvariam para a vida eterna. A Sua Palavra foi pregada e divulgada pelos seus discípulos, e depois por todos os convertidos.
Interessante o que diz Mario Persona:
“Os gregos ou gentios expressam seu desejo de ver Jesus, enquanto os judeus o aclamam como Rei, antes de o entregarem aos romanos para ser morto.
Aquela é uma sociedade fundamentada numa tríplice cultura, como mais tarde os dizeres na cruz comprovariam: a frase “ESTE É O REI DOS JUDEUS” foi escrita em caracteres gregos, romanos e hebraicos.
Vivemos numa sociedade que herdou suas crenças religiosas do judaísmo, seja você cristão ou muçulmano.
Ao mesmo tempo nossa organização social, política, jurídica e militar é romana em sua essência, e nosso pensamento está impregnado de filosofia grega. E é para esse grego que trazemos em nós que Jesus fala aqui.
Nos tempos do Novo Testamento a filosofia grega ia desde os que queriam aproveitar o aqui e agora até os que acreditavam na imortalidade da alma. Para uns, entregar a própria vida era um desperdício.
Para outros, ressuscitar não passava de ficção. Ao falar do grão de trigo que precisa morrer para dar fruto Jesus está falando de sua morte e ressurreição, uma loucura para qualquer grego.
Em Atos 17 os atenienses ficam divididos com o que Paulo diz no Areópago. “Quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez”. Alguns creram, mas precisaram abandonar seu pensamento filosófico, pois a ressurreição não cabia nele.
Paulo mostra isso em 1 Coríntios, ao dizer que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”.
Deus destruiria a sabedoria dos sábios e a inteligência dos inteligentes, tornando louca a sabedoria deste mundo, a mesma sabedoria que os gregos vendiam e a sociedade moderna comprou”.
3 – O CONTRASTE DA FÉ BASEADA EM SINAIS
Já dissemos acima que em apenas três anos e seis meses, Jesus conseguiu reunir o que nenhum outro homem conseguiu em tão pouco tempo, um grupo de seguidores de mais de cinco mil homens sem contar mulheres e crianças.
Mas a grande maioria seguia Jesus, porque Ele multiplicava pães e peixes, dava vista aos cegos, audição aos surdos, purificava os leprosos, levantava os coxos, expulsava os demônios, ressuscitava os mortos, ou seja, eles O seguiam, pelos sinais que Ele operava. Tanto que quando Jesus os chama para um compromisso sério:
“…Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.
Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (Jo. 6:53;60;66).
Jesus conhece o que está no coração do homem (Jo. 2:24,25), revela o profundo e o escondido, sabe quem está em trevas, e com Ele mora a luz (Dn.2:22), esquadrinha o nosso coração e prova os nossos pensamentos…(Jr. 17:10). Por isso sabe quando o homem o segue pelo que ele é e não somente pelo que Ele faz!
III – O MILAGRE QUE GEROU SALVAÇÃO
1 – O DESESPERO DE UM PAI
“Jesus volta a Caná, o lugar onde tinha transformado água em vinho, mas desta vez o clima ali não é de festa.
Ele encontra um pai aflito, cujo filho está à beira da morte na cidade de Cafarnaum, a 38 quilômetros dali. O homem, um oficial do rei, insiste com Jesus para que ele vá a Cafarnaum antes que o menino morra.
2 – UM HOMEM DE FÉ
“Jesus comenta que se as pessoas não virem o milagre realmente acontecer, não crerão. A princípio é com uma fé de segunda categoria que esse homem vai a Jesus, a mesma fé de Tomé, que precisa ver para crer. Jesus cura tanto o filho do homem como sua fé.
“Vai, o teu filho vive”, diz ele ao homem, e este crê na palavra de Jesus.
3 – UM MILAGRE QUE SALVOU SUA FAMÍLIA
“No dia seguinte, chegando em Cafarnaum, os servos vêm ao encontro do homem para avisar que seu filho está curado.
Ele descobre que isso ocorreu exatamente à uma da tarde do dia anterior, o mesmo horário em que Jesus lhe dissera que seu filho estava curado.
“Com isto, reconheceu o pai ser aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa” (Jo. 4:53).
Mas o que ele ficou fazendo da uma da tarde do dia anterior até o dia seguinte, que foi quando voltou a Cafarnaum?
Se tivesse ido à pé, teria chegado em casa antes das nove da noite do mesmo dia. Como era um nobre, podia conseguir uma montaria ou carruagem, e chegaria em casa antes da noite.
Já que ele não tinha um celular para ligar e saber se o garoto tinha sido mesmo curado, só pode existir uma explicação para a sua falta de pressa: sua fé.
Ao transferir o problema de seu filho para Jesus, já não havia razão para se preocupar. Pela fé ele sabia que Jesus não precisava estar ao lado do menino para curá-lo, já que espaço e tempo não são um problema para Deus.
Jesus não precisa se sujeitar às leis da física que regem o Universo que ele mesmo criou, o qual sustenta com a palavra do seu poder.
Alguns dias antes, um homem, Nicodemos, tinha aprendido que Jesus não apenas tinha livre trânsito entre o céu e a terra, mas que estava no céu ao mesmo tempo em que falava com Nicodemos na terra.
A verdadeira fé não é limitada pelos sentidos. Ela penetra na esfera onde Deus age, uma dimensão muito além desta que conseguimos detectar.
O que você vê, ouve ou sente pode nem existir mais, já que seu cérebro precisou de uma fração de segundo para receber e processar essas informações.
Em termos cósmicos isso fica mais claro. O sol que você vê pode ter deixado de existir há oito minutos e dezoito segundos, que é o tempo necessário para sua luz viajar os 150 milhões de quilômetros que o separa da Terra.
Se olhar para a estrela mais próxima depois do Sol, verá como ela era há quatro anos, e não como ela é agora.
Neste exato momento ela nem mesmo está mais no lugar do céu para onde você apontou seu telescópio. Você ainda acha que faz sentido acreditar no que vê”?
CONCLUSÃO
Não podemos nos acomodar diante de qualquer situação difícil que estivermos enfrentando, mas como o centurião, ir até aquele que tem todo poder no céu e na terra (Mt. 28:18), sendo persistente, pedindo, para que possamos receber, buscando, para que possamos encontrar e batendo, para vermos a porta se abrir (Mt. 7:7); mas sempre atentando não para o que vemos, pois o que vemos é passageiro e as que não se veem são eternas.
Paulo o apóstolo diz:
“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2Co. 4:16-18).
FIEL É A PALAVRA DE DEUS!!!
De seu conservo,
Adauto Matos.
REFERÊNCIAS:
Bíblia João Ferreira de Almeida – ARA
Bíblia João Ferreira de Almeida – ARC
Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD – 2011
O Evangelho em Três Minutos – Mário Persona (http://www.3minutos.net/2009/07/153-espaco-e-tempo.html; http://www.3minutos.net/2010/09/222-o-grao-de-trigo-deve-morrer.html) – Acesso em 20/07/2018.
Lucas Neto – Subsidio Lição 04 Curando o filho de um oficial – (https://proflucasneto.files.wordpress.com/2018/07/notas_3t_2018_jovens_lic3a7c3a3o-4_curando-o-filho-de-um-oficial.pdf) – Acesso em 20/07/2018.
Toque Cristão – Alguns Gregos desejam ver Jesus – (http://www.toquecristao.com.br/alguns-gregos-desejam-ver-jesus/) – Acesso em 20/07/2018.
Lição 04 “Curando o Filho de um Oficial” – Revista de Jovens 3º Trimestre de 2018 – “Milagres de Jesus”.
Video 01: https://youtu.be/R45ioQ5OXTY – Acesso em 20/07/2018.
Video 02: https://youtu.be/JkVoOfDmwwA – Acesso em 20/07/2018.