Jovens – Lição 5- A revelação de Deus confronta o secularismo
TEXTO PRINCIPAL
“Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu” (Dn 2.19).
Entenda o Texto Principal:
– em visão de noite. Para a expressão, compare Isaías 29:7 (“como um sonho, uma visão da noite”), Jó 4:13; Jó 7:14; Jó 20:8; Jó 33:15, Gênesis 46:2. Todas as ameaças feitas pelas nações inimigas a Jerusalém desaparecerão como quando uma pessoa acorda de um pesadelo.
RESUMO DA LIÇÃO
O sonho revelado a Daniel mostra o mundo sobrenatural e que o reino de Deus não tem fim.
Entenda o Resumo da Lição:
– Em Belém, o ser humano que melhor entendeu quem Deus era e o que ele estava fazendo, foi uma moça adolescente num estábulo fedorento. Enquanto Maria olhava na face do bebê, ela viu seu filho, seu Senhor e Sua majestade. Ela não conseguia tirar seus olhos dele! De alguma forma Maria sabia que estava segurando Deus. Então é Ele, ela pensou.
Ela lembrou das palavras do anjo: “Seu reino jamais terá fim.” Ele parece qualquer coisa menos um rei. Seu choro, embora forte e saudável, ainda era o choro penetrante, porém indefeso de um bebê. Majestade no meio do comum. Santidade na sujeira de estrume de ovelhas e suor. Divindade entrando no mundo no chão de um estábulo, pelo ventre de uma adolescente e na presença de um carpinteiro. Deus chegou perto! E Lucas 1:33 diz “Seu reino nunca terá fim!”
TEXTO BÍBLICO
Daniel 2.1-5
- E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve Nabucodonosor uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono.
– No segundo ano. A promoção dos quatro hebreus depois de três anos (1.5,18), está de acordo com o ano da promoção depois do sonho no “segundo ano”. um sonho. No tempo da revelação, Deus falou por meio da interpretação dos sonhos que ele induzia (cf. v. 29).
2. E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarasse ao rei que tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.
– e os caldeus. Isso pode ser uma referência a todas as pessoas nativas da Caldeia (1.4; 3.8), ou, como aqui, a uma classe especial de adivinhos que ensinavam a cultura dos caldeus.
3. E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o sonho, está perturbado o meu espírito,
– perturbado em conhecer o sonho – Acordou alarmado, lembrando que alguma coisa solene lhe fora apresentada num sonho, sem poder recordar a forma em que se vestira. Seus pensamentos sobre a grandeza sem precedentes à qual seu poder havia alcançado (Daniel 2:29) o fez ansioso para saber qual deveria ser a questão de tudo isso. Deus atende a esse desejo da maneira mais calculada para impressioná-lo. [Fausset, aguardando revisão]
4. E os caldeus disseram ao rei em siríaco: O rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação,
– em aramaico. Essa língua, para a qual Daniel repentinamente muda no v. 4b e a preserva até 7.28, era escrita com um alfabeto semelhante ao hebraico, embora tivesse diferenças distintas. O aramaico era a língua popular e comum nas áreas babilônia, assíria e persa, e era a mais usada para as relações internacionais de negócios. A passagem de Dn 1.1-2.4a e 8.1-12.13 foram escritas em hebraico, possivelmente porque o foco estava mais diretamente ligado a temas hebraicos. A passagem de Dn 2.4b—7.28 muda para o aramaico porque o lema está mais centrado nas outras nações e nas questões que as envolviam mais amplamente.
5. Respondeu o rei e disse aos caldeus. O que foi me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo.
– Uma coisa é certa. De maneira astuciosa, o rei não contou o seu sonho, embora se lembrasse dele, a fim de testar seus sábios. Ele estava ansioso por ouvir uma interpretação direta, sem trapaça.
– OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)
INTRODUÇÃO
Você já teve a experiência de ter um sonho e, na manhã seguinte, não conseguir se lembrar dele? O capítulo dois do livro de Daniel narra o episódio no qual, algo semelhante ocorreu com Nabucodonosor, deixando-o atormentado.
Porém, como veremos, não se tratava de um sonho comum. O jovem Daniel foi convocado e, por revelação divina, deu tanto a descrição quanto a interpretação do sonho, mostrando o plano de Deus para os governos mundiais. Neste estudo também aprenderemos com as atitudes de Daniel diante de uma situação de crise.
– No capítulo dois do livro de Daniel, Deus revela, de maneira maravilhosa, Sua soberania sobre os governos do mundo, a destruição dos megalomaníacos impérios e o estabelecimento vitorioso do Reino de Cristo. Nesse enredo, a Babilônia é a dona do mundo e Nabucodonozor é o rei de reis. As glórias da Babilônia atingem seu apogeu.
De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os sábios. Os privilégios dos sábios transformam-se em iminente ameaça. Podemos sintetizar esse texto em sete pontos básicos:
Primeiro: o sonho perturbador do rei (v.1) Nabucodonozor teve um sonho que lhe tirou o sono. Seu sonho perturbou seu espírito. A palavra “perturbou” significa golpear. O rei foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e medo.
Segundo: seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonozor. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Ficou inseguro, inquieto e perturbado.
I. O SONHO PERTURBADOR DO REI
1. Um sonho esquecido (2.1-5).
No capítulo dois do livro em estudo, somos apresentados a primeira crise enfrentada por Daniel, que colocou ele e seus companheiros em perigo, Tudo começou com um sonho perturbador que assolou Nabucodonosor e o deixou sem dormir. Para agravar, no dia seguinte o rei não conseguia se lembrar do conteúdo do sonho.
Para nossa cultura, esse tipo de esquecimento é comum, mas na superstição oriental da época, era considerado um mau presságio, indicando a ira das divindades. Por essa razão, o rei ficou profundamente angustiado.
A primeira ação do rei foi convocar um grupo diversificado de conselheiros reais, que incluía magos, astrólogos, feiticeiros, encantadores e caldeus.
Esses indivíduos eram especialistas em varias áreas do conhecimento e da ciência da época, incluindo previsões políticas, econômicas e sociais.
No entanto, para realizar a tarefa que lhes foi incumbida, eles precisavam de informações mais detalhadas, pedindo ao rei a descrição do sonho, Para surpresa e temor desses conselheiros, eles ficaram sabendo que a tarefa não se limitava apenas a interpretar o significado do sonho, mas também a relatar o próprio sonho.
Essa exigência era incomum e parecia absurda, quase como uma brincadeira cruel, pois, se não fossem capazes de atendê-la, seriam condenados à morte. Diante dessa situação, foram forçados a pedir novamente: ‘Conte-nos o sonho e daremos a sua interpretação” (2.7).
– Nabucodonozor revela sua prepotência até mesmo na hora da perturbação de espírito. Ele demonstrou isso de três maneiras: exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (v. 5,10,11); oferecendo vantagens financeiras e promoções (v. 6), e determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (v. 5,8,9,12,13).
O rei não respeitou a limitação dos sábios. Acusou-os de esperteza (v. 8), conspiração (v. 9) e determinou o extermínio sumário deles (v. 12).
Esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é a causa da tirania política moderna.
Quanto mais alto um homem sobe, mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem satisfazem sua alma. Há coisas que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência.
Os homens mundanos, com sua sabedoria humana, falharam (cf. os magos egípcios na corte de Faraó, Ex 8.1-19, com José, Cn 4.1 ss.). Os versículos 8-13 mostram o quanto é impossível para a sabedoria humana interpretar verdadeiramente sonhos que vêm de Deus (cf. v. 27). Mas Daniel, que se confiou a Deus em oração (v. 18), recebeu a interpretação sobrenatural desses sonhos do próprio Deus (vs. 19 23).
Ele, por seu lado, deu os créditos de sua interpretação a Deus em sua oração (vs. 20-23) e no seu testemunho diante de Nabucodonosor (vs. 23,45). Mas tarde, o rei também deu a glória a Deus (v. 47).
2. A impotência humana.
Ao perceber que os peritos estavam tentando ganhar tempo, Nabucodonosor reafirma sua sentença, ameaçando-os com a pena de morte. Os caldeus, líderes da classe sacerdotal, reconhecem sua própria incapacidade de atender ao pedido, pois se tratava de algo extremamente difícil, senão impossível.
Eles afirmam que nenhum ser humano comum seria capaz de realizar tal feito, e que nenhum rei, por mais poderoso que fosse, havia feito uma exigência tão extraordinária. Eles não acreditavam naquele tipo de revelação. Embora fossem peritos em diversas áreas do conhecimento, possuíam uma visão eminentemente naturalista.
Precisavam de dados compreensíveis à mente humana, para que pudessem interpretar o sonho. Apesar de acreditarem que os seus deuses tinham esse poder, não achavam que eles pudessem comunicá-lo aos homens (2.11).
– A sabedoria dos sábios deste mundo é limitada; O rei mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação ao rei.
Esses sábios eram os magos, possuidores de conhecimentos dos mistérios sagrados e das ciências ocultas, encantadores, astrólogos (se dedicavam a contemplar o céu e buscar sinais nas estrelas com o propósito de predizer o futuro).
Eram feiticeiros, usavam a magia, invocando o nome de espíritos malignos. Os caldeus eram uma casta sacerdotal de homens sábios. A resposta desses sábios acerca da incapacidade deles era baseada em vários argumentos, conforme os versículos 10 e 11:
1) Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige;
2) Era um assunto sem precedentes na história da humanidade;
3) O pedido do rei era extremamente difícil;
4) A solução do problema era supra-humano.
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente (v. 11). Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do Deus pessoal, presente entre Seu povo (Is 57.15).
3. Daniel, é chamado.
Inflamado de raiva, Nabucodonosor dá ordens para executar todos os sábios do reino. Nesse momento, Daniel e seus companheiros, embora não ocupassem posições de destaque, estão entre aqueles que podem ser condenados à morte (2.13). Imagine-se na situação desses jovens.
Diante de uma crise iminente em que suas vidas estão em perigo, o que passaria por suas mentes? Uma coisa é certa: eles não entraram em pânico! Mesmo cientes do risco, eles não permitiram que o medo exagerado e paralisante os dominassem.
– Esses acontecimentos ocorreram, provavelmente, na mesma época em que Daniel estava terminando seu treinamento para ser um dos seguros na Babilônia. Ele e alguns outros jovens judeus foram obrigados a passar por um curso especial de preparação para esta função. Uma vez que o nome dele se encontra na lista das sabedorias, os servos do rei vieram com ordens para matá-lo.
Quando chegou, Daniel referiu o motivo, sabendo que não havia nenhum crime. Os servos do rei explicaram o caso, e Daniel pediu um tempo para poder responder ao pedido do rei. Ele e seus companheiros judeus oraram a Deus, pedindo a revelação do sonho. Deus atendeu ao pedido deles, e revelou o sonho de Daniel.
Os falsos profetas não receberam ajuda dos falsos deuses que adoravam, mas Daniel recebeu a ajuda do Deus verdadeiro que ele servia. Ele pediu uma oportunidade para falar com o rei.
Quando Daniel entrou na presença de Nabucodonosor, ele era bem humilde. Explicou que a resposta não veio dele, e que nenhum homem seria capaz de revelar e interpretar o sonho por poderes próprios. Somente o Deus no céu, o único verdadeiro Deus, poderia revelar essas coisas aos homens. Aqui Daniel frisou a mensagem principal de seu livro.
Independente dos feitos e das estatísticas dos homens, há um soberano Deus. Nenhum homem pode se esconder dele, e nenhuma criatura tem direito de se exaltar diante do Senhor. Como Nabucodonosor exatamente desta mensagem! Como nós precisamos da mesma coisa!
O rei sonhou com uma grande estátua de quatro partes principais. A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de prata e o ventre e os quadris, de bronze.
As pernas de ferro se apoiam em pés feitos de uma mistura de ferro e barro. De repente, uma grande pedra, cortada sem ninguém tocar nela, esmagou os pés da estátua, e então esmagou o resto da imagem. O que restou da estátua foi levado pelo vento, mas a pedra se tornou em uma montanha que encheu a terra toda.
SUBSÍDIO 1
‘Os consultores babilônios de Nabucodonosor não acreditavam que houvesse algo corno revelação, Seus deuses não se comunicavam com os seres humanos, sua epistemologia era naturalista, Seus pontos de vista não eram diferentes em essência dos pontos de vista dos estudiosos que pensam que Daniel não poderia ter escrito seu livro no século VI a.C., porque ele não poderia ter tido acesso a informações sobre acontecimentos que ainda não haviam ocorrido,
Esses estudiosos não acreditavam na categoria da revelação, O seu universo é o universo dos naturalistas ou possivelmente até dos materialistas: um sistema fechado de causa e efeito não perturbado pelo sobrenatural, Sua epistemologia é a epistemologia do iluminismo,’ (LENNOX John, Contra a Correnteza: A inspiração de Daniel para uma Época de Relativismo, Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p, 111).
II. A CONDUTA DE DANIEL E A INTERPRETAÇÃO DO SONHO
1. As atitudes de Daniel.
Ao tomar conhecimento da sentença, Daniel adota algumas medidas para lidar com a situação.
Em primeiro lugar, ele busca compreender melhor o que estava acontecendo, usando sabedoria e bom senso ao conversar com Arioque, o oficial do rei (2.14,15).
Em segundo lugar, ele vai ao rei e solicita mais tempo (2.16). Nem sempre as questões se resolvem rapidamente, e nem sempre Deus age de imediato.
Além disso, o fato de o pedido ter sido aceito demonstra que Daniel era uma pessoa de palavra e não estava simplesmente adiando o problema.
Em terceiro lugar, ele compartilha a situação com seus amigos (2.17,18). Isso destaca a importância de termos amigos não apenas para momentos de diversão, mas também para intercessão e apoio mútuo. Em quarto lugar, eles oram pedindo misericórdia.
Os jovens estudantes pedem a intervenção divina. Você pode entender a importância desse ato? Em vez de desespero, eles se voltam para o Senhor, reconhecendo que somente Ele é capaz de salvá-los. A oração do justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16).
– Daniel toma três atitudes importantes na solução daquele intrincado problema:
a) ele vai ao rei e pede tempo (v.16). Daniel tem iniciativa e ousadia. Ele não foge, não se esconde, nem tenta enrolar o rei. Ele reconhece sua limitação, mas demonstra confiança na intervenção divina;
b) Daniel vai aos amigos e pede oração (v. 17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso.
Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na hora da crise;
c) Daniel vai a Deus e pede misericórdia (v. 18). Ele ora ao Deus do céu. O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o Deus criador dos astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
2. Deus atende à oração.
Como resposta a oração dos jovens, Deus revela o mistério a Daniel em uma visão durante a noite. A seguir, testemunhamos as nobres características desse jovem exemplar em sua conduta:
a) Gratidão: A primeira atitude de Daniel e expressar sua gratidão ao Senhor, reconhecendo e exaltando sua soberania e bondade (2.20,23)
b) Bondade: Ao comunicar a revelação ao oficial encarregado, Daniel intercede pela vida de todos os sábios da Babilônia (2.24), Ele demonstra generosidade e não age de forma egoísta ou traiçoeira, mesmo em relação aos incrédulos, Como crentes, não devemos retribuir o mal com mal (1 Pe 3.9: Rm 12,17).
c) Humildade: Diante do rei, Daniel faz questão de enfatizar que há um Deus nos céus que é capaz de revelar todos os segredos. Ele não se vangloria nem busca se mostrar superior: pelo contrário, atribui todo o mérito a Deus, a fim de que o rei possa compreender o significado do sonho (2.30).
– O profeta Daniel foi ter com o rei e lhe pediu um tempo para que pudesse revelar o sonho e sua interpretação. Depois, Daniel foi para casa, e, junto de seus companheiros, orou a Deus pedindo misericórdia para que o mistério fosse resolvido.
Numa visão à noite, Deus revelou a Daniel o conteúdo e a interpretação do sonho de Nabucodonosor, e este foi ter com o rei e lhe contou o que Deus havia revelado. Daniel vai a Deus e pede misericórdia (v. 18). Ele ora ao Deus do céu. Daniel exalta a Deus por vários motivos especiais. Ele bendiz a Deus, porque Ele conjuga poder e sabedoria (v. 20).
Nabucodonozor tinha poder, mas não sabedoria. Sabedoria é a capacidade de tomar a decisão certa, e poder, a capacidade de torná-la efetiva. Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor do tempo (v. 21). O Deus criador é o Deus da providência. Ele muda o tempo e as estações do ano. Ele faz vir a chuva e o sol, o dia e a noite. Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor da história (v. 21).
As rédeas da história estão nas mãos de Deus, não nas mãos dos poderosos deste mundo Daniel disse para Nabucodonozor que seu sucesso político foi ação de Deus e não mérito próprio (v. 37,38). Deus é quem remove reis e os estabelece. Ele levanta reinos e abate reinos.
A história está nas mãos de Deus. Daniel bendiz a Deus porque Ele é o Senhor dos mistérios (v. 22). Deus sabe tudo e tudo vê. Tudo o que o homem tem e sabe vem de Deus. Daniel, com essa postura, está desbancando o fatalismo da religião babilônica.
3. A interpretação e a recompensa.
Daniel compartilha a descrição do sonho do rei, que envolvia uma estátua assustadora, A estátua tinha uma cabeça de ouro puro, peito e braços de prata, ventre e quadris de bronze, pernas de ferro e pés feitos de uma mistura de ferro e barro, Subitamente, uma pedra aparece, sem a ajuda de mãos humanas, e atinge os pés da estátua, fazendo com que ela se despedace completamente. A pedra se transforma em uma grande montanha que preenche toda a terra.
Cada parte da estátua representa um reino diferente, revelando o plano de Deus na história. O reino de Nabucodonosor, representado pela cabeça de ouro, será sucedido por três outros reinos mundiais. Por fim, a pedra que destrói a estátua simboliza o reino de Deus, que é eterno e jamais terá fim (2.44), Após a explicação, o rei reconhece a veracidade da revelação.
Diz que o Deus dos jovens hebreus e o Deus dos deuses e o Senhor dos reis (2.47). Além de presentear Daniel, o pôs como governador de toda a província da Babilônia e chefe de todos os sábios da Babilônia. Os servos de Deus podem alcançar posições de destaque na sociedade pela excelência de seus trabalhos e obediência à vontade do Senhor.
– É importante ressaltar que na interpretação do sonho de Nabuconodozor, Daniel exalta a Deus, não a si mesmo (v. 27,28,30). Ele não chama a atenção para si como fez Arioque (v. 25). Ele coloca os holofotes em Deus. Ele acentua o contraste entre a impotência humana e a onipotência divina.
Ele destaca a supremacia do Deus vivo sobre as divindades da Babilônia. Daniel também revela que o sonho do rei é profético, não histórico (v. 28,29). O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história da humanidade. Por intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o futuro está em Suas próprias mãos.
SUBSÍDIO 2
“O secularismo Segundo o Dicionário Teológico (CPAD) o secularismo é a doutrina que ignora os princípios espirituais na condução dos negócios humanos.
Para o secularista, o homem, e somente o homem, é a medida de todas as coisas. Quando a família se seculariza, os valores espirituais, bíblicos são desprezados e os valores humanos e materiais são exaltados. Como cristãos não podemos nos conformar com o pecado, a iniquidade e a corrupção que destrói a vida familiar. Precisamos ser santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.15,16).
Muitas famílias estão sendo influenciadas, pela mídia, a viverem um estilo de vida materialista e hedonista. Não podemos jamais nos esquecer que precisamos ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5,13,14).
Como sal precisamos ter uma vida familiar de tal forma, que os que nos veem, ou nos ouvem, sintam a nossa família fazer diferença marcante no ambiente em que nos situamos.
Como luz, precisamos, com nosso testemunho, contribuir para dissipar as trevas do pecado em nossa volta.’ RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã no Século XXI; Protegendo seu Lar dos Ataques do inimigo. Lições Bíblicas Adultos. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.)
III. A REVELAÇÃO DE DEUS EM TEMPOS DE SECULARISMO
1. A infalibilidade da Palavra de Deus.
Um dos ensinamentos deste episódio é que a Palavra de Deus não falha. Estamos diante de uma das mais notáveis profecias que se cumpriu na história, numa referência aos impérios que vieram logo depois do império Babilônico, império Medo-Persa, império Grego e império Romano.
Muitos anos depois (cap, 7), o próprio Daniel terá uma visão que irá retratar as mesmas realidades históricas desta revelação, conforme estudaremos detalhadamente na décima lição. Até mesmo os críticos da Bíblia têm dificuldades para explicar como isso ocorreu, afinal, é algo sobrenatural. Daniel não fez previsão e calculou probabilidades a partir de dados conhecidos, E[e ouviu a voz de Deus.
– A palavra infalível significa “incapaz de erro”. Se algo é infalível, ele nunca está errado e é, portanto, absolutamente confiável. Da mesma forma, a palavra inerrante, também aplicada à Escritura, significa “livre de erro”. Simplificando, a Bíblia nunca falha.
A Bíblia afirma ser infalível em 2 Pedro 1.19: “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas.” Pedro continua com uma descrição de como a Escritura passou a existir: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20-21).
O capítulo 2 de Daniel atesta-nos a infalibilidade da Palavra de Deus. Tudo o que Deus falou, cumpriu-se literalmente. O império da Babilônia foi sucedido por três outros impérios. Foi nos dias do império romano que um outro Reino foi estabelecido, um Reino que está sempre crescendo e nunca terminará. Foi nos dias do império romano que uma pedra, sem origem, veio a este mundo, o Reino de Cristo, e esse Reino durará para sempre.
2. O secularismo racionalista.
Este episódio coloca em discussão, no mundo atual, a existência de um tipo de revelação além da razão humana. O processo de secularização iniciado a partir do iluminismo procurou afastar a religião da esfera pública, no seu cerne está o secularismo, uma ideologia que parte da descrença na revelação divina de verdades aos seres humanos, restando somente os elementos fornecidos pela razão.
Essa é a perspectiva adotada por ateus e céticos que insistem em desprezar a fé, sob o entendimento de que o universo é um sistema fechado de causa e efeito, sem espaço para o sobrenatural, Somos levados a entender que os consultores do rei tinham essa mesma linha de pensamento, Apesar de religiosos, não acreditavam em uma revelação divina plena. Suas divindades não se comunicavam com os seres humanos. Nossa época parece presenciar algo semelhante.
– Em nosso tempo as pessoas têm vivido para o mundo e seguindo os padrões do mundo. Essa maneira de viver, essa visão de mundo, recebe o nome de secularismo. [Secularismo é um…] modo de vida e de pensamento que é seguido sem referência a Deus ou à religião. A raiz latina saeculum referia-se a uma geração ou a uma era. “Secular” veio a significar “pertencente a esta era, mundana”.
Em termos gerais, o secularismo envolver uma afirmação das realidades imanentes deste mundo, lado a lado com uma negação ou exclusão das realidades transcendentes do outro mundo. É uma cosmovisão e um estilo de vida que se inclina para o profano mais do que para o sagrado, o natural mais do que o sobrenatural.
O secularismo é uma abordagem não religiosa da vida individual e social. Temos visto o colapso de estruturas tradicionais, principalmente a família e a igreja. A ciência tem influenciado cada vez mais o pensamento contemporâneo, causando também uma busca desenfreada por aquilo que a tecnologia oferece ao homem. Valores morais têm sido substituídos por desejos imorais, que cada vez mais são vistos pela sociedade em geral como coisas “naturais”.
Essa inclinação para o profano, em vez do sagrado, tem contaminado a igreja de um modo cada vez mais abrangente, enfraquecendo aquela que deve transmitir a mensagem da verdade. A própria verdade, de acordo com a cosmovisão secular, é relativa.
O baluarte da verdade (1Tm 3.15) tem sido mortalmente afetado pela corrosão de um modo de vida e cosmovisão distantes de Deus. Vivemos “tempos difíceis” (2Tm 3.1). Nesta lição veremos alguns aspectos da secularização que têm atingido a igreja de modo mais agudo e a resposta bíblica contra essa maneira de viver e pensar.
3. A revelação e o sobrenatural.
Antes de tudo, acreditamos em um Deus que se revela, e revela seus planos ao homem, seja de forma geral (Sl 19) ou especial (Hb 1.1-3), incluindo sonhos e visões (ls 1.1; 6,7; Ez 1.23; Ap 1.1).
O favor de Deus sobre a vida do profeta mostra que a fé bíblica sabe conciliar a revelação sobrenatural com a razão,
Como observou John Lennox, “Quando Deus revelou o assunto a Daniel, não suspendeu o uso da razão por parte do jovem. Daniel teve de usar a razão para entender as palavras que Deus lhe disse e formular a sua resposta a Nabucodonosor”, que por sua vez precisou usar a razão para ver que a interpretação fazia sentido, Sem abrir mão da revelação, o crente faz uso de uma racionalidade concedida por Deus (Rm 12.1; 1 Pe 2.2), que opera em um nível além da compreensão humana, E uma racionalidade que não negligencia o sobrenatural, pois tem a certeza de que Deus está agindo no seu próprio mundo criado.
– Aprendemos por intermédio desse texto que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro.
Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e Ele a levará a um fim glorioso, a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do mundo.
Revelação “é algo desvendado, trazido à luz, que havia ficado anteriormente oculto ou encoberto à visão”. Deus tem se revelado de vários modos em diferentes tempos (Hb 1.1) ao fazer uma revelação sobrenatural de si mesmo e de seus propósitos e planos, que sob a direção de seu Espírito tem sido entregue por escrito.
As Escrituras não são meramente o “registro” da revelação; elas são a própria revelação em forma escrita, de forma acurada para a preservação e propagação da verdade. Isto confere ao assunto do pregador ou profeta de Deus o senso de que tudo o que ele afirma será verdadeiro, sejam fatos, doutrinas ou princípios morais. São verdadeiramente, verdades infalíveis.
É sobre esta proposição que se assenta a fé cristã. Em suma, existe um Deus pessoal, Todo-Poderoso, bom, que se comunicou com o homem dentro da História, revelando-se a si mesmo e os seus propósitos. Esta revelação foi registrada de forma verbal e infalível dentro das Escrituras Sagradas. Nela está desvendada a pessoa e a obra de Deus.
CONCLUSÃO
O mesmo Deus que graciosamente revelou a Daniel o sonho do rei e a sua interpretação, é o mesmo Deus que continua a revelar-se em nossos dias. Assim como Ele mostrou sua sabedoria e poder na vida de Daniel e ainda hoje demonstra sua presença e cuidado por meio de suas revelações. Podemos buscar a Deus em oração, meditar em sua Palavra e estar atentos à sua voz sussurrada em nosso coração.
– O capítulo dois de Daniel enseja-nos algumas implicações de grande importância para a vida cristã: em primeiro lugar, atesta-nos a infalibilidade da Palavra de Deus. Tudo o que Deus falou, cumpriu-se literalmente.
O império da Babilônia foi sucedido por três outros impérios. Foi nos dias do império romano que um outro Reino foi estabelecido, um Reino que está sempre crescendo e nunca terminará. Foi nos dias do império romano que uma pedra, sem origem, veio a este mundo, o Reino de Cristo, e esse Reino durará para sempre.
Em segundo lugar, aprendemos por intermédio desse texto que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro, Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é eterno.
Ele está com as rédeas da história nas mãos e Ele a levará a um fim glorioso, a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do mundo. Em terceiro lugar, depreendemos desse sonho de Nabucodonozor que o Reino de Cristo triunfará.
Os poderosos deste mundo, os reis e os déspotas, não têm as rédeas nas mãos. Os grandes impérios já caíram. Outros ainda cairão. Só o Reino de Cristo triunfará. Não precisamos ter medo quanto ao futuro da causa de Cristo. Ele já determinou o fim: sua vitória gloriosa!
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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)
Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2024/07/ebd-jovenslicao-5-revelacao-de-deus.html
Vídeo: https://youtu.be/wkJ6UInepwg