Jovens – Lição 8- A Realidade Bíblica do Trabalho
TEXTO PRINCIPAL
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.9,10)
Entenda o Texto Principal:
– Esses dois versículos são uma maneira proverbial de insistir que a fé em Jesus como o Messias e o Filho de Deus é o único meio para ser “salvo” do pecado e do inferno, e receber vida eterna. Somente Jesus Cristo é a única fonte verdadeira de conhecimento de Deus e a única base para a segurança espiritual.
RESUMO DA LIÇÃO
A doutrina de Jesus reflete o seu caráter, razão pela qual ela liberta e dá vida aos que creem e a obedecem.
Entenda o Resumo da Lição:
– Caráter é como uma marca impressa que distingue o ser humano, é a soma total de todas as influências positivas ou negativas aprendidas no decorrer da vida, se manifesta através de valores, motivações, atitudes e sentimentos. O caráter refletirá os traços da natureza pecaminosa (influenciado pelo mundo), ou os traços da natureza divina (influenciado pela Palavra de Deus).
Em Hebreus 1.3 está escrito que Cristo é o próprio caráter de Deus “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa”. O caráter de Deus que foi impresso em Jesus Cristo precisa ser impresso nos discípulos (nós) para que, desta forma, o mundo creia em Deus.
Nossa primeira decisão é crer e depois sermos feitos conforme a Sua própria imagem, sendo assim identificados como cristãos “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29), “Assim como tivemos a imagem do homem terreno, teremos também a imagem do homem celestial” (1Co 15.49). O propósito de Deus é que o ser humano se torne à imagem do seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 1.21-28
Entenda o Texto Bíblico:
21 Entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.
– Cafarnaum. Uma próspera vila de pescadores na costa noroeste do mar da Galileia, Cafarnaum era uma cidade mais importante que Nazaré. Havia ali uma guarnição romana e ela estava localizada junto a uma estrada mais movimentada.
Jesus fez dessa cidade seu quartel-general (cf. 2.1) depois de ter sido rejeitado em Nazaré (Mt 4.13; Lc 4.16-31). sinagoga. O lugar onde o povo judeu se reunia para adoração (“sinagoga” é a transliteração de uma palavra grega que significa “reunir”). As sinagogas tiveram início no cativeiro babilônico, depois da destruição do templo em 556 a.C. por Nabucodonosor.
Elas serviam como locais de adoração e instrução. Jesus ensinou várias vezes nas sinagogas (cf. v. 39; 3.1; 6.2), assim com o Paulo (At 13.5; 14.1; 17.1). ensinar. Marcos menciona com frequência o ministério de ensino de Jesus (cf. 2.13; 4.1-2; 6.2.6,34; 10.1; 11.17; 12.35; 14.49).
22 E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas.
– autoridade. O ensino de Jesus com autoridade, como a Palavra de Deus falada, contrastava nitidamente com o dos escribas (especialistas na Escritura do AT), que baseavam amplamente sua autoridade na de outros rabis. O ensinamento direto, pessoal e substancioso de Jesus era tão estranho à experiência das pessoas que as que o ouviam “maravilhavam-se” (cf. Tt 2.15).
23 E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo:
– um homem… bradou. Satanás e suas hostes demoníacas se opuseram à obra de Jesus durante todo o seu ministério, que culminou na cruz. Jesus sempre triunfou sobre os seus esforços vãos (cf. 2.15), tendo demonstrado a sua vitória definitiva de maneira convincente a o ressuscitar, espírito imundo. Isto é, moralmente impuro. O termo é usado no NT de modo intercambiável com a palavra “demônio “.
24 Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
– Que temos nós contigo…? Ou, possivelmente, “por que interferes conosco?”. O demônio estava profundamente consciente de que ele e Jesus pertenciam a dois reinos radicalmente distintos e, assim, não tinham nada em comum. O fato de o demônio ter usado o pronome plural “nós” indica que ele falou por todos os demônios. Nazareno.
Nazaré, uma vila obscura (não mencionada no AT e no Talmude, e nem por Josefo) a cerca de 110 km ao norte de Jerusalém, que não desfrutava de reputação favorável (cf. Jo 1.46). Ao que parece, Jesus viveu ali antes de aparecer publicamente para israel. o Santo de Deus! Cf. Sl16.10; Dn 9.24; Lc 4.34; At 2.27; 3.14; 4.27; Ap 3.7. De modo surpreendente, o demônio declarou a impecabilidade e a divindade de Jesus – verdades que muitos em Israel negaram e ainda hoje negam.
25 E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele.
– Cala-te. Jesus não queria um testemunho da verdade vindo do reino demoníaco de modo a fomentar acusações de que ele possuía uma aliança com Satanás (Mc 3.22; At 16.16-18).
26 Então, o espírito imundo, agitando-o e clamando com grande voz, saiu dele.
– o espírito imundo, agitando-o. Lucas 4.35 diz: “Quando ele o jogou no meio”. Crueldade maligna – apenas mostrando o que ele teria feito, se fosse permitido ir mais longe; era o último arremesso!
e clamando com grande voz. a voz de submissão forçada e desespero. saiu dele. Lucas 4:35 acrescenta: “e não o feriu”. Assim, impotente era a malignidade e a ira do espírito impuro quando sob a restrição “do mais forte que o forte armado” (Lc 11.21-22). [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]
27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
– Com autoridade. Jesus tinha autoridade absoluta sobre as suas ações, bem com o sobre as suas palavras (Mt 28.18).
28 E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.
– por toda a província da Galileia. mais literalmente, toda a região da Galiléia, ao redor; e as melhores leituras adicionam “em todos os lugares” (πανταχοῦ εἰς ὅλην τὴν περίχωρον τῆς Γαλιλαίας). É claro que isso é dito por antecipação. [Pulpit, aguardando revisão]
INTRODUÇÃO
Por intermédio do ministério terreno de Jesus, podemos ver que doutrina e obras caminham unidas. As obras realizadas pelo Senhor Jesus revelam o seu caráter e a natureza da sua doutrina. Portanto, além de relacionar a doutrina de Cristo com suas obras, esta lição mostrará que ambas são inseparáveis e que as obras do Senhor são firmadas em quem Ele é.
– “Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” (Ef 4.11-13);
– “A eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória. Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo.” (Cl 1.27,28),
– “Exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória.” (1Ts 2.12).
– Nosso modelo supremo de formação de caráter é nosso Senhor Jesus Cristo. Ter um modelo é fundamental na formação do caráter, e Ele nos ensina a aplicar, viver e frutificar em tudo que vimos acima. Que possamos afirmar, assim como o apóstolo Paulo, que somos imitadores de Jesus.
Para tal, devemos sempre: conhecê-lo, submeter-se ao seu senhorio, ter uma obediência irrestrita e negar a si mesmo. Que possamos caminhar moldando nosso caráter de glória em glória (2 Co 3.18), como um aroma suave subindo à presença de Deus, um verdadeiro meio de adoração.
I. A AUTORIDADE DA DOUTRINA DE CRISTO
O conceito de autoridade. Autoridade é um termo amplo e abrangente, motivo pelo qual precisamos defini-lo. O sentido de autoridade utilizado aqui diz respeito à doutrina de Cristo, referindo-se à sua fonte divina, o que faz dela ser digna de toda aceitação (1 Tm 1.15), Certa vez, os discípulos de Jesus recuaram e já não andavam mais com Ele (Jo 6.66). Então, o Mestre indagou aos 12 discípulos dizendo: “Quereis vós também retirar-vos?” (v. 67).
Pedro então disse: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (v. 68). Pedro estava afirmando a autoridade da doutrina que procede de Jesus. Portanto, a autoridade da doutrina de Cristo está relacionada ao fato de Ele ser Deus, e a fonte de toda autoridade (Rm 13.1-4).
– Ter autoridade significa ter o direito de governar, ter o Senhorio. No dia a dia de nossas vida e lares. Cristo é de fato o Senhor.
Quando, muitas vezes, a Palavra de Deus se torna muito difícil para ser obedecida, começamos a modificá-la e dar um jeitinho para que ela se adapte ao que nós e os nossos queremos. “A atual posição de Cristo nas igrejas evangélicas pode ser comparada àquela do rei de uma monarquia limitada.
Ele é enaltecido, apoiado. Mas a sua autoridade real é pequena. Normalmente esse rei é o cabeça sobre tudo, mas em cada crise outra pessoa toma as decisões. (…) Entre igrejas evangélicas, Cristo é agora um pouco mais do que um símbolo amado.
Todo louvor e poder ao nome de Jesus é um hino nacional da igreja e a cruz é a sua bandeira oficial. Mas nos serviços da semana na igreja e na conduta do dia a dia dos membros, outro alguém, não Cristo, toma as decisões”. A. W. Tozer (citado por Dennis e Barbara Rainey. Meditações diárias para casais).
Autoridade que habilita. A autoridade de Jesus tem o propósito de habilitar os seus discípulos a cumprirem a sua missão (Lc 10.19).
No texto de Lucas 9.1-6 o Senhor Jesus designa os seus discípulos a representá-lo em expedições missionárias. O poder prometido seria para habilitar os discípulos a realizarem milagres no nome de Jesus. A autoridade tem relação direta com a representação da pessoa de Jesus e isso por meio da exposição da mensagem do Evangelho.
A autoridade é uma resolução a fim de que possamos representar uma pessoa, razão pela qual Jesus mostra aos discípulos que eles não deveriam desfalecer quando fossem rejeitados, pois na verdade, as pessoas estariam rejeitando ao próprio Senhor que os enviou. Sendo assim, a autoridade de Cristo confere todas as condições necessárias em favor do avanço de seu Reino, inclusive na difusão de sua doutrina.
– Autoridade, Grego exousia. Eu te dou poder – Ou seja, eu continuo com você; e nada te machucará – Nem o poder, nem a sutileza de Satanás. Jesus afirma aos seus discípulos a sua onipotência e soberania universal. Nada existe fora do controle absoluto e soberano do Cristo ressurreto. É neste fundamento que os discípulos deveriam ir e fazer discípulos de todos os povos. E o mesmo princípio se aplica a todos nós.
Autoridade confirmada. A autoridade exercida no ministério de Jesus contribuiu para que suas palavras e ações fossem confirmadas pelo povo. Na conclusão do Sermão do Monte, vemos que os ouvintes ficaram maravilhados, pois o Mestre “os ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.29).
A autoridade de Jesus o distingue dos escribas, cujos discursos eram vazios e desconexos da verdadeira autoridade, enquanto o Senhor a possui, como explica Mattew Henry: “Cristo, sobre a montanha mostrava mais autoridade que os escribas na cadeira de Moisés.
Dessa forma, quando Cristo ensina às almas através do seu Espírito, Ele ensina com autoridade. Ele disse: ‘Haja luz. E houve luz’”, A autoridade de Jesus faz dEle digno de ser ouvido e a sua doutrina digna de toda aceitação, haja vista ser ela de natureza divina.
– Mateus 7.29 nos mostra que Jesus ensinava não como os escribas. Os escribas citavam outros para estabelecer a autoridade de seus ensinos; Jesus tinha a sua própria autoridade (28.18). Essa questão de autoridade era uma questão importante entre Jesus e os judeus, que sentiam que a autoridade deles estava sendo ameaçada (Veja Mt 21.23; Mc 1.22; 11.28-33; Lc 4.32; 20.2-8; Jo 12.49-50; 14.10).
A autoridade de Jesus é soberana absoluta — senhorio sobre tudo, “no céu e na terra”. Essa é uma prova clara da divindade de Jesus.
O tempo de sua humilhação havia chegado ao fim e Deus o exaltou acima de todas as coisas (Fp 2.9-11). A Bíblia nos ensina que Jesus teve toda exousîa, tanto cósmica quanto histórica, para ensinar (Mt 7.29; Mc 11.28; Mt 9.8; Lc 4.36), curar (Mt 9.1-13), expulsar demônios (Mc 3.15), e para perdoar pecados (Mt 9.6; Mc 2.10).
Assim demonstrava na sua pessoa que o reinado de Deus prometido desde a antiguidade estava finalmente presente, um momento inédito em que o próprio atrairia as pessoas para Si.
A autoridade de Jesus nos traz completa libertação, restauração com Deus, o perdão dos nossos pecados, nada menos que vida abundante, inclusão na intimidade com Deus como filhinhos do próprio Criador, dá propósito para nossas vidas, e este propósito é essencialmente missionário.
II – A DOUTRINA DE CRISTO DÁ VIDA AO HOMEM
1- Morte espiritual.
O pecado tornou a morte e os seus danos uma triste realidade, inclusive a morte espiritual, já que biblicamente, o homem sem Deus é descrito como morto espiritualmente. Nesse caso, qual o sentido da morte espiritual?
Em Efésios 2.1-3, Paulo ensina que o homem sem Deus se encontra morto em suas ofensas e pecados e nos mostra algumas características dessa condição, como por exemplo:
cometer práticas ilícitas deliberadamente;
viver de acordo com os padrões deste mundo que é inimigo de Deus;
desobediência e seguir os desejos da carne.
Sendo assim, a morte espiritual faz do homem inimigo de Deus (Tg 4.4), que pratica tudo o que desonra e contraria ao Senhor (Rm 1.29- 31), e somente o Espírito pode reverter tal situação (GL 5.16,17).
– Ser espiritualmente morto é estar separado de Deus. Quando Adão pecou em Gênesis 3.6, ele inaugurou a morte para toda a humanidade. O mandamento de Deus a Adão e Eva foi de que eles não podiam comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso veio com a advertência de que a desobediência poderia resultar em morte:
“Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” A frase “certamente morrerás” poderia ser traduzida literalmente “morrendo você morrerá.”
Isso significa um estado contínuo de morte que começou com a morte espiritual, continua ao longo da vida como uma degradação gradual do corpo e termina com a morte física. A morte espiritual imediata resultou na separação de Adão de Deus.
O seu ato de se esconder de Deus (Gênesis 3.8) demonstra essa separação, assim como a sua tentativa de transferir a culpa do pecado para a mulher (Gênesis 3.12).
2 – A vida de Cristo.
Jesus é o bom Pastor que “dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10.11). Mas, afinal de contas, que vida é esta? Há muito o que dizer sobre a vida de Cristo, afinal, Ele é a própria vida (Jo 14.6).
Esta vida contrasta com a morte espiritual, conforme descrita anteriormente. Paulo afirma que o homem é salvo por meio da vida de Cristo como fruto da reconciliação adquirida pelo seu sofrimento na cruz (Rm 5.10), que faz do reconciliado uma nova criatura tanto em suas práticas como em sua posição diante de Deus e dos homens (Cl 1.21-23).
Jesus disse a Nicodemos sobre a nova vida que Ele dá e que somente por ela é que o homem pode ver e fazer parte do Reino de Deus (Jo 3.3).
– Jesus afirma dele próprio: “Eu sou o bom pastor” em contraste com a liderança perversa de Israel daquela época (Jo 9.40-41).
O termo “bom” traz a ideia de “nobre” e está em contraste com “mercenário” que cuida apenas por interesse pessoal. Esse bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Isso é uma referência à morte vicária de Jesus na cruz em favor dos pecadores (Jo 10.15; 6.51; 11.50-51; 17.19; 18.14).
O termo usado para vida (zoê) tem seu sentido natural, do mesmo modo como a Bíblia o emprega desde Gênesis 2.7 (“e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida”), sendo por isso, o homem, uma criatura viva ou vivente.
O destino original do homem não era morrer, mas viver. Para nos ajudar a entender isso, João estabelece todo o seu evangelho no contexto da criação.
Por que a criação? Porque na criação, Deus criou toda a vida. A primeira linha de João ecoa Gênesis 1: “No princípio era o Verbo”. João segue nos revelando que o “Verbo” é Jesus Cristo, e que Cristo é o criador de todas as coisas (v. 2-3).
Em seguida, João faz esta declaração: “a vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (v. 4). João está nos dizendo aqui que se você quiser a verdadeira vida, você poderá encontrá-la somente em Jesus Cristo, ele mesmo o Criador de toda a vida. Jesus mais adiante diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (14.6). Aqui está o primeiro ponto importante: nós nunca realmente “vivemos” até conhecermos Jesus Cristo. Ele é quem nos dá vida.
3 – Doutrina de vida.
Jesus é a vida, Logo suas palavras e os seus ensinamentos também são vida. O conceito de vida pode ser encontrado em vários ensinos de Jesus, como na conclusão da parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32), no diálogo com a mulher Samaritana (Jo 4.14), na mensagem que pregou após a multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.1-15), na conversa com Marta enquanto a consolava pela morte de Lázaro (Jo 11.25), além de tantos outros textos bíblicos que confirmam essa verdade.
Jesus disse que as suas palavras são “espírito e vida” (Jo 6.63). Esse texto reafirma a natureza espiritual e divina das palavras de Jesus e o fato de que as suas palavras produzem vida. Portanto, a resposta à pergunta: “que nova doutrina é esta?” É uma doutrina de vida.
– “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo 6.63) – Essas palavras foram entendidas de maneiras diferentes. A palavra “Espírito”, aqui, evidentemente não se refere ao Espírito Santo, pois ele acrescenta: “As palavras que eu vos digo, são espírito”.
Ele se refere aqui, provavelmente, à doutrina que ele vinha ensinando em oposição às noções e desejos deles. “Minha doutrina é espiritual; está preparado para acelerar e nutrir a alma.
É do céu. Sua doutrina ou seus pontos de vista são terrestres e podem ser chamados de carne ou de carne, pertencendo apenas ao apoio do corpo. Você atribui um grande valor à doutrina que Moisés alimentou o corpo; contudo, que não lucrou permanentemente, pois seus pais estão mortos.
Você também procura comida de mim, mas suas opiniões e desejos são grosseiros e terrestres. Calvino comentando João 6.63, escreve:
“Por essas palavras, Cristo mostra a razão pela qual os judeus não se beneficiaram com sua doutrina: que, sendo espiritual e vivificante, não encontra ouvidos bem preparados. Mas, como essa passagem foi exposta de várias maneiras, será importante primeiro verificar o significado natural das palavras; a partir do qual será fácil perceber a intenção de Cristo.
Quando ele afirma que a carne não adianta nada, Crisóstomo indevidamente, na minha opinião, refere-se aos judeus, que eram carnais, reconheço prontamente que, nos mistérios celestes, todo o poder da mente humana é absolutamente inútil; mas as palavras de Cristo não têm esse significado, se não forem violentamente torturadas. Igualmente forçada seria essa opinião, conforme aplicada à cláusula correspondente; a saber, é a iluminação do Espírito que vivifica.
Também não aprovo as opiniões daqueles que dizem que a carne de Cristo é proveitosa até o ponto em que foi crucificado, mas que, quando é comida, não é vantajosa para nós; pois, pelo contrário, devemos comê-lo, para que, depois de crucificado, possa beneficiar.
Agostinho pensa que devemos fornecer a palavra apenas, ou por si só, como se tivesse sido dito: “A carne sozinha, e por si mesma, não é proveitosa” (173), porque deve ser acompanhada pelo Espírito. Esse significado concorda bem com o escopo do discurso, pois Cristo se refere simplesmente à maneira de comer. Ele não exclui, portanto, todo tipo de utilidade, como se nada pudesse ser obtido de sua carne; mas ele declara que, se for separado do Espírito, será inútil.
Pois de onde a carne tem poder de acelerar, mas porque é espiritual? Por conseguinte, quem quer que restrinja toda a sua atenção à natureza terrena da carne, nela nada encontrará senão o que está morto; mas aqueles que elevam os olhos ao poder do Espírito, que é difundido sobre a carne, aprenderão com o efeito real e com a experiência da fé, que não é sem razão que se chama vivificação. Agora entendemos de que maneira a carne é verdadeiramente comida, e ainda assim não é proveitosa.
É comida, porque por ela a vida é adquirida para nós, porque nela Deus se reconcilia conosco, porque nela temos todas as partes da salvação cumpridas.
Não tem proveito, se for estimado por sua origem e natureza; pois a semente de Abraão, que em si mesma está sujeita à morte, não concede vida, mas recebe do Espírito seu poder de nos alimentar; e, portanto, também de nossa parte, para que possamos ser verdadeiramente nutridos por ela, devemos trazer a boca espiritual da fé”.
III. A DOUTRINA DE CRISTO E OS DEMÔNIOS
1 – A doutrina de Cristo e suas obras.
Jesus se manifestou “para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8). Ele percorreu vários lugares anunciando “o evangelho do Reino” e “fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” e anunciando “o evangelho do Reino” (Mt 9.35; At 10.38).
Observe que as obras de Jesus sempre estiveram conectadas à sua mensagem e aos seus ensinos. Suas obras nunca estão separadas de sua doutrina, inclusive o seu poder de expulsar demônios. A doutrina de Cristo é ampla e tem como propósito: “(…] que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Ela se fundamenta em quem Ele é, conforme a declaração de Pedro (Mt 16.16-18).
– Cristo veio para destruir as obras do maior pecador, Satanás. O diabo ainda está operando, mas foi derrotado e, em Cristo, nós escapamos de sua tirania. Chegará o dia em que toda a atividade de Satanás cessará no universo e ele será enviado para o inferno para sempre (Ap 20.10).
“Obras do diabo” resume uma variedade de atividades do diabo: pecado, rebelião, tentação, domínio do mundo, perseguição e acusação dos santos, instigação dos falsos mestres, poder da morte (Lc 8.12; Jo 8.44; At 5.3; 1Co 7.5; 2Co 4.4; Ef 6.11-12; ITs 2.18; Hb 2.14; Ap 12.10).
2 – Os demônios reconhecem Jesus.
Os demônios conhecem a Jesus, sabem de sua natureza, reconhecem a sua divindade e se encurvam diante do seu poderio (Mt 8.28-34). Os Evangelhos relatam que quando a Legião que aprisionava e atormentava o Gadareno viu a Jesus de Longe, se prostrou e o adorou (Mc 5.6).
O reconhecimento dos demônios em relação a Jesus pode parecer um ato de adoração, mas segundo Lawrence Richards “este não foi em absoluto um ato de adoração, mas um reconhecimento forçado dos espíritos imundos diante de um homem com a superioridade de Jesus”. Os demônios se submetem e respeitam tanto a Jesus como à sua autoridade.
– Quando lemos o episódio do endemoninhado de Cafarnaum relatado em Lucas 4 31-36, não conhecemos a causa dessa possessão. Mas podemos afirmar que a presença de Jesus foi suficiente para agitar o espírito mal e a autoridade de Jesus expulsou o demônio, deixando o homem liberto. “A libertação de um homem possesso Muitas vezes, Marcos enfatizou a luta sobrenatural entre Jesus e Satanás.
O objetivo era controlar os seres humanos em quem habitavam; o objetivo de Jesus era libertar as pessoas do pecado e do controle de Satanás.
Os demônios sabiam que não tinham poder sobre Jesus, por isso, quando o viam, imploravam para não serem enviados para lugares distantes (o abismo, descrito em Lucas 8.31). Então, pediram a Jesus que lhes concedesse entrar na vara de porcos (Mc 513).
Ele permitiu, mas colocou um ponto final em sua obra destruidora na vida daquele homem e de muitas outras pessoas. Talvez Jesus tenha permitido que os demônios destruíssem os porcos para demostrar que seu poder era muito superior à força destrutiva dos espíritos malignos.
Ele poderia ter enviado os demônios para o inferno, mas não o fez, porque o dia do Juízo ainda não tinha chegado. No final, o Diabo e todos os seus anjos serão enviados ao fogo eterno” (Mt 25.41)” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1300).
3 – Os demônios são expulsos.
Depois de uma expedição missionária, os discípulos com entusiasmo deram o seguinte relato a Jesus: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17).
Os discípulos estavam corretos, pois o Mestre, ao realizar milagres, inclusive libertando pessoas de espíritos imundos, mandou que os discípulos de João Batista — que estava preso — testemunhassem acerca disso (Lc 7.21,22).
O domínio de Jesus sobre os demônios advém de sua natureza e autoridade divinas, bem conhecidas pelos espíritos maus que o reconhecem (At 19.13-16). Embora tenha sido reconhecido pelos demônios, o Senhor Jesus não interrogou ou estabeleceu qualquer diálogo com eles. Jesus não dependia que a sua identidade fosse confirmada pelo Diabo. O que fica claro é a autoridade de Jesus e de seus ensinos ser reconhecido até mesmo entre os demônios.
– “Muitas vezes, Marcos enfatizou a luta sobrenatural entre Jesus e Satanás. O objetivo era controlar os seres humanos em quem habitavam; o objetivo de Jesus era libertar as pessoas do pecado e do controle de Satanás. Os demônios sabiam que não tinham poder sobre Jesus, por isso, quando o viam, imploravam para não serem enviados para lugares distantes (o abismo, descrito em Lucas 8.31).
Então, pediram a Jesus que lhes concedesse entrar na vara de porcos (Mc 513). Ele permitiu, mas colocou um ponto final em sua obra destruidora na vida daquele homem e de muitas outras pessoas.
Talvez Jesus tenha permitido que os demônios destruíssem os porcos para demostrar que seu poder era muito superior à força destrutiva dos espíritos malignos. Ele poderia ter enviado os demônios para o inferno, mas não o fez, porque o dia do Juízo ainda não tinha chegado. No final, o Diabo e todos os seus anjos serão enviados ao fogo eterno” (Mt 25.41)” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1300).
CONCLUSÃO
Infelizmente, é muito comum tratar as obras de Jesus sem que se leve em consideração os seus ensinos, e isso tem causado danos dos mais variados à sua igreja, Por isso, essa lição buscou apresentar a inabalável verdade de que a doutrina de Cristo também reflete o seu poder, razão pela qual ela também dá vida e expulsa os demônios. A doutrina de Cristo é fonte de vida e de poder para todos os crentes.
– “… Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17b). Foi para isso que ele veio ao mundo, iniciar o reino de Deus na terra através dos discípulos. Jesus queria que seus discípulos adotassem princípios corretos. Os princípios são forças poderosas para a construção do caráter.
Jesus apresentou princípios retos e justos. “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mt 5.48). Ele procurou de modo especial dar a todos uma compreensão mais clara da natureza de Deus e de sua atitude para com a humanidade. Jesus evidenciou as qualidades e práticas que deveriam caracterizar os cidadãos do Reino, tanto na vida particular como em suas relações públicas.
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Pb Francisco Barbosa
Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2024/02/revista-jovens-licao-07-doutrina-que-da.html