Jovens – Lição 9 – Coragem em meio à perseguição
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Discutir a respeito do comportamento dos irmãos tessalonicenses diante da perseguição;
Compreender que mesmo em meio às tribulações o Senhor está conosco;
Analisar a postura de Paulo como líder diante da perseguição aos tessalonicenses.
Palavra-chave: Perseguição.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
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Como uma jovem igreja deve reagir diante de uma severa perseguição que lhe aflige?
Que armas teriam a inexperiente comunidade em Tessalônica para enfrentar as sofisticadas artimanhas do mal, cuja principal finalidade era o desmantelamento da paz interna daquele grupo de irmãos?
Como não havia e nem há manual de instruções com dicas exaustivas para cada situação adversa que enfrentamos, a saída encontrada por aquele grupo de irmãos foi lançar-se naquilo em que eles mais prosperavam: amor, fé e esperança.
Aprendamos, pois, com os cristãos tessalonicenses caras lições sobre crescimento espiritual num contexto de perseguição.
Os Tessalonicenses e o Cotidiano de Tribulação
A maior parte dos especialistas concorda que o contexto histórico que é problematizado na segunda epístola que Paulo escreveu aos tessalonicenses dista apenas em questão de meses com relação ao conteúdo da primeira — ainda que, conforme alguns aleguem, a escrita da carta possa ter sido um pouco posterior.
O principal motivo do envio de uma nova missiva à Tessalônica é a persistência do ambiente de perseguição à comunidade cristã, problemas de compreensão sobre questões escatológicas e a presença de indivíduos com comportamentos socialmente reprováveis. Como se pode ver, um problema político, um teológico e um social.
Nos três pequenos capítulos que compõem 2 Tessalonicenses, temos uma discussão constante sobre a situação adversa que os tessalonicenses enfrentavam.
No capítulo introdutório da epístola, temos uma palavra de fortalecimento àqueles que, diante das angústias produzidas pela perseguição do estado e dos fanáticos religiosos, devem crer que receberão a justa retribuição do Senhor, assim como da mesma maneira acontecerá com os ímpios também.
Já no segundo capítulo, Paulo concentra-se em demonstrar que o sofrimento tessalonicense, que pode ser facilmente identificável a partir de um contexto histórico e político, faz parte de um grande plano de resistência que os filhos de Deus impõem contra as forças do maligno que, de maneira muito insistente, procuram dominar toda a história humana.
Por fim, no capítulo que encerra a carta, o apóstolo discute sobre os problemas oriundos da presença de pessoas desordeiras na comunidade.
Esses indivíduos estavam causando distúrbios internos na jovem igreja que se estabeleceu naquela cidade: homens desocupados que defendiam sua condição de ociosidade como um comportamento recomendável; pessoas que se intrometiam na vida alheia como instrumento de controle; em suma, pessoas completamente insubmissas.
Fazendo uma leitura apressada, alguém talvez possa defender que esse é o menor dos problemas; contudo, quem convive no seio de uma igreja local sabe o quanto tais conflitos interpessoais prejudicam e desestabilizam a paz que se espera encontrar num ambiente comunitário.
Temos, assim, uma carta majoritariamente escrita com a intenção de consolar aquela comunidade diante desse conjunto de problemas que se impunham. Esta, então, pode ser a chave hermenêutica para uma possível leitura de 2 Tessalonicenses: consolo em meio às tribulações.
Como veremos, Paulo concentra-se em consolar os corações em Tessalônica por meio da lembrança de que o Deus que fez a semente do evangelho germinar entre aqueles irmãos é o mesmo que não desistirá de amá-los e protegê-los em todo o tempo.
Este é o maior consolo que podemos ter em tempos de crise e medo: a presença do Senhor é continuamente conosco.
Como bem demonstrará Paulo, a vitória final que alcançaremos será contra as forças da maldade que já operam entre nós hoje, mas que, no momento determinado pelo Senhor, serão completamente destruídas conforme sua vontade.
O apóstolo dedica-se, assim, a apontar os sinais que indicam o retorno triunfante de Jesus para o estabelecimento de seu Reino eterno.
Conforme afirma Ghini:
Para o apóstolo a esperança identifica-se com aquilo que é a própria conduta cristã, baseada sobre a fé e vivificada pela caridade.
A natureza da esperança é expressa por meio da paciência na tribulação, apontando para a parusia.
A certeza da parusia constitui-se como a confiança e a consolação de quem espera. A paciência da esperança se realiza somente na união com Cristo. As esperanças humanas que não se fundamentam no Cristo vivo estão mortas. (GHINI, 1980, p.83, apud PAGANOTTO, 2015, p.138)
É o consolo que Deus também virá aos tessalonicenses, como podemos perceber na leitura da epístola, por meio da atuação ministerial do próprio apóstolo e sua equipe.
É exatamente isto que o Senhor faz: vocaciona pessoas para que, por meio destas, sua glória seja revelada àqueles que necessitam de apoio.
Por vezes, numa compreensão errônea da maneira como Deus age, lançamo-nos ardorosamente em oração e na espera de uma intervenção sobrenatural, quando, na verdade, o Senhor já tem preparado, de maneira providencial, pessoas, amigos e irmãos — isto é, gente de carne e osso — para auxiliar-nos em nossas fraquezas.
Mesmo distante, as cartas de Paulo endereçadas àquela igreja eram um bálsamo em tempos de fortes feridas.
A presença do jovem obreiro Timóteo entre eles era prova do imenso cuidado do Senhor por aquela comunidade.
O alento de Deus para aquele grupo de irmãos também veio por meio dos obreiros enviados pelo Senhor para anunciar o evangelho.
Por fim, porém não menos importante, o cuidado de Deus para com os tessalonicenses manifesta-se por meio do fortalecimento mútuo que se desenvolveu entre aqueles irmãos em sofrimento.
Na verdade, uma das características da ação de Deus no interior de uma comunidade é esta: o Senhor produz unidade e mutualidade.
Por meio da operação do Espírito Santo, as pessoas não se percebem mais como indivíduos isolados e/ou autônomos com relação às outras pessoas; pelo contrário, somos conduzidos a sentir as dores e as alegrias uns dos outros (Rm 12.15), por meio de uma compreensão da realidade que nos liga profundamente uns com os outros.
Segundo essa operação de consolo patrocinada por Deus e efetivada pelos próprios cristãos em Tessalônica, é do meio do próprio povo que o Senhor suscita as pessoas, bem como as situações, para livrar do sentimento de desamparo e abandono as comunidades que servem a Deus em meio a muitas tribulações.
Diante do entendimento de que o consolo de Deus é uma realidade inegociável do Senhor para com nossas vidas, passemos a refletir sobre como os tessalonicenses reagiram diante da iminência de dor e sofrimentos contínuos.
Fé em Contínuo Crescimento
Ao iniciar seu louvor a Deus com relação ao bem-estar espiritual da comunidade tessalonicense, a qual permanece firme em sua vocação salvífica — apesar das fortes oposições que se estabeleceram ali —, o apóstolo Paulo declara-se feliz por reconhecer uma fé que se estabeleceu de maneira profunda e frutificante entre aqueles novos irmãos.
Nas palavras do apóstolo, os tessalonicenses possuíam uma fé que crescia de maneira rica e abundante (ver 2 Ts 1.3).
Essa condição de fé dos irmãos em Tessalônica é de caráter surpreendente para muitas pessoas, pois, segundo uma lógica humana, as perseguições e ameaças as quais aquele grupo de irmãos era submetido deveriam ter minguado a esperança daqueles novos cristãos. O resultado, entretanto, foi absolutamente inverso.
A contínua tribulação que se estabeleceu entre os tessalonicenses exigiu que estes fossem capazes de amadurecer no que se refere a sua experiência de fé.
Tomando a conceituação do escritor da carta aos hebreus (Hb 11.1), a ausência de qualquer saída humana para os problemas enfrentados pelos cristãos tessalonicenses impulsionou-os a depositar toda a sua esperança no exclusivo cuidado que Deus tem por aqueles a quem Ele ama.
Dessa forma, aquilo que deveria sufocar o desenvolvimento espiritual daqueles novos irmãos tornou-se o elemento catalisador de uma fé que se enriqueceu continuamente.
É evidente que todo crescimento espiritual que se estabelece numa comunidade ou na história de uma pessoa individualmente é o resultado direto da ação graciosa de Deus; contudo, quando refletimos sobre as estratégias e caminhos utilizados pelo Criador para conceder-nos amadurecimento espiritual, estes podem variar de maneira absoluta.
O pedido de oração feito pelos apóstolos a Jesus décadas antes — “acrescenta-nos a fé” (Lc 17.5) — foi vivenciado pela igreja tessalonicense de maneira natural e espontânea.
Esse tipo de crescimento não está associado a um aumento do quantitativo de pessoas ou do poder aquisitivo do grupo enquanto instituição.
Possuir uma fé que cresce muitíssimo significa testemunhar uma experiência espiritual que envolve indiretamente uma confiança inabalável no amor e cuidado do Senhor.
Será que, na igreja de hoje, testemunhamos um crescimento ou um retrocesso de fé?
A cada dia, são fundadas mais igrejas locais; isso, no entanto, não é garantia do crescimento do Reino ou expansão da fé.
Placas, slogans, marketing gospel podem até superlotar espaços numericamente; porém, somente a vivência de contextos-limites, mediados pela graça distribuída no calvário, pode proporcionar um crescimento de caráter, de vida e também de uma fé genuína.
Numa sociedade como a nossa — que, a todo custo, procura acomodar os princípios cristãos com os valores da coletividade decaída —, somente a posse de uma fé multiplicante poderá gerar a distinção entre o que serve a Deus e o que não serve; entre o mundo da religião e a experiência viva com Jesus.
Uma vivência de fé egoísta, pela qual não se evangeliza, discipula ou se propaga a mensagem de amor do evangelho de nosso Senhor Jesus, torna-se mero ajuntamento religioso, e não foi para isso que fomos comissionados.
Conclusão
Os sofrimentos contínuos que a comunidade em Tessalônica enfrentou não foram suficientes para desmotivar aquele grupo de irmãos a viver a verdade do evangelho que lhes foi anunciada.
A partir de um tripé de virtudes cristãs: fé, amor e paciência/esperança, a Igreja tessalonicense permaneceu fiel e alegre, sempre na expectativa da vinda do Senhor.
*Este subsídio foi adaptado de BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Que Deus o(a) abençoe.
Dinâmica: O Que Você tem em Suas Mãos?
Objetivo: Refletir sobre as armas que usamos quando estamos em batalha e como agimos diante das lutas.
Material:
Metade de uma folha de papel ofício para cada aluno
Procedimento:
– O que você tem suas mãos como instrumento de batalha e como tem se portado na luta? Ou o que você possui?
Moisés tinha uma vara, o rei Jeoás tinha em suas mãos um arco e flecha, Davi tinha uma funda, Jacó tinha um cajado, Sansão tinha a queixada de um jumento.
Estes instrumentos representam objetos de trabalho ou de luta ou de convencimento que estes personagens bíblicos possuíam.
– Entreguem para os alunos a metade de uma folha de papel ofício e peçam para que façam o contorno de uma das suas mãos.
– Peçam para que eles escrevam dentro da mão quais as atitudes e as formas de luta ou de defesa diante das dificuldades que eles estão usando, podendo ainda acrescentar nomes de pessoas que ajudam em oração e conselhos.
– Solicitem para que os alunos socializem o que escreveram, de forma objetiva.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/945-li%C3%A7%C3%A3o-9-coragem-em-meio-%C3%A0-persegui%C3%A7%C3%A3o.html
Dinâmica: http://atitudedeaprendiz.blogspot.com.br/
Video: https://youtu.be/JVj6oClwFYA
Slides: https://pt.slideshare.net/natalinoneves1/lbj-lio-9-coragem-em-meio-perseguio