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Juvenis – Lição 03 – A Natureza e a Queda

INTRODUÇÃO

Nesta lição aprenderemos o impacto causado na Natureza com a queda do primeiro casal.

1- A NATUREZA E A QUEDA

Tudo caminhava bem, pois, Deus fez o homem a sua imagem e semelhança (Gn.1:26), o coroou de glória e de honra (Sl.8:5), e também o homem foi feito inclinado a justiça e a santifição (Ef.4:24) e o homem tinha comunhão com Deus.

Toda viração do dia, entendemos assim, Deus conversava com o homem no jardim (Gn.3:8), veja que privilégio isso!

Mas o Homem foi desobediente quando comeu do fruto que Deus falara que não comesse.

E sua desobediência, o pecado, fez que ele perdesse a comunhão que tinha com Deus. 

Com a queda, o casal que vivia em harmonia até então, passou a auto justificar.

Adão transfere a culpa a mulher, e, indiretamente, ao próprio Deus pela sua falta; Adão disse que a mulher que o Senhor lhe havia dado era a responsável por ter ele comido do fruto (Gn. 3:12).

Temos aqui a demonstração da morte moral, ou seja, o homem, em vez de assumir a sua culpa, procura terceirizá-la, revelando, assim, total falta de amor ao próximo e incapacidade de assumir seu erro.

Houve aqui tentativa de encobrimento da transgressão ( Cf. Jó 31:33) e, por isso, não pôde Adão desfrutar da misericórdia divina (Pv.28:13).

Então o Senhor Se dirige à mulher, a demonstrar, pois, que a responsabilidade diante de Deus é individual, motivo por que homem e mulher, ainda que formando uma só carne, eram individualmente responsáveis diante do Senhor, o que nos mostra que o casamento é uma realidade terrena que não traz qualquer consequência no tocante ao relacionamento que cada ser humano deve ter diante do Senhor quanto à eternidade.

 A mulher, demonstrando ter igualmente se corrompido com o pecado, corrupção até maior do que a homem, pois de corrompida passara também a corruptora, teve a mesma reação do seu marido.

Buscou terceirizar a culpa, imputando-a à serpente, dizendo ter sido enganada por ela.

Esta mesma reação do primeiro casal é a observada ainda em nossos dias por todo ser humano.

Escravizado pelo pecado, atraído e engodado pela sua própria concupiscência, o homem não admite sua culpa diante de Deus, preferindo culpar os outros pelas suas falhas, preferindo culpar o diabo pelos seus deslizes.

Por isso, não é surpresa alguma que, ainda em nossos dias, surjam múltiplas teorias filosóficas que tentem retirar do homem qualquer culpa, tais como a negativa da existência de pecado, a busca da responsabilidade da sociedade pela prática de crimes e tantas outras coisas similares.

Foram impostas várias maldições e sentenças começando pela serpente, passando pela mulher, até chegar no homem que, por causa de seu pecado, a terra fora amaldiçoada.

Por causa desta maldição, o equilíbrio que existia entre o homem e a natureza foi rompido e o homem, sob o domínio do pecado, acabou por agir na natureza visando a satisfação de sua concupiscência e aí temos o início dos sucessivos ataques humanos contra o meio-ambiente que,

em nossos dias, atingiu níveis tais que comprometem a própria existência da vida em nosso planeta, a degradação ambiental que se tem procurado diminuir e reverter sem grandes progressos até o momento.

Por isso a criação “geme e suporta angustias”, até que seja “redimida do cativeiro da corrupção” (Rm. 8:21,22).

1.1 – NATUREZA: UMA DEFINIÇÃO

– “[Do lat. natura] Conjun­to das coisas criadas por Deus compreendidas na dimensão física do universo: flora, fauna, minerais, corpos celestes e o ser humáno. Neste contexto, incluem- se os fenômenos da terra, dos céus e dos mares”.

1.2 – EXAGERO ECOLÓGICO – O PERIGO DO PANTEÍSMO

-“[Do gr. pan, todo + Theos, Deus] Teoria filosófica, segundo a qual Deus é tudo e tudo é Deus. Segundo o panteísmo, a natureza é o próprio Deus. Neste sistema, não se faz distinção entre o Criador e a criatura”.

 Este pensamento tem encontrado guarida ultimamente entre muitos, notadamente aqueles que se dedicam ao chamado movimento ecológico radical.

“O Panteísmo é a crença de que Deus é tudo e todo mundo e que todo mundo e tudo é Deus. O Panteísmo é semelhante ao Politeísmo (a crença em muitos deuses), mas vai além dele ao ensinar que tudo é Deus.

Uma árvore é Deus, uma rocha é Deus, um animal é Deus, o céu é Deus, o sol é Deus, você é Deus, etc.

O Panteísmo é a suposição por trás de muitas seitas e religiões falsas (ex: Hinduísmo e Budismo, as várias seitas de unidade e unificação, e os adoradores da mãe natureza).

A Bíblia ensina o Panteísmo? Não, não ensina. O que muitas pessoas confundem com Panteísmo é a doutrina da onipresença de Deus.

Salmos 139:7-8 declara: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.”

A onipresença de Deus significa que Ele está presente em todo os lugares. Não há qualquer lugar no universo onde Deus não esteja presente. Isso não é o mesmo que Panteísmo.

Deus está em todo canto, mas Ele não é tudo. Sim, Deus está “presente” dentro de uma árvore ou de uma pessoa, mas isso não torna aquela árvore ou pessoa Deus.

O Panteísmo não é de qualquer forma uma crença bíblica e é incompatível com fé em Jesus Cristo como Salvador (João 14:6; Atos 4:12).” (https://www.gotquestions.org/Portugues/panteismo.html – Acesso em 14 de julho de 2018).

O comentarista da lição de juvenis, traz dois exemplos clássicos de traços de panteísmo: 

  • O filme “Pocahontas” (1995) e
  • O filme “Avatar” (2009), nos quais se incentiva claramente o culto a natureza.

2- MUDANÇA GENÉTICA

Por causa do pecado,  o Senhor dirigiu-Se à serpente e amaldiçoou o animal que havia sido “possuído” ou cuja forma o adversário havia tomado, fazendo com que ele passasse a rastejar, não tendo mais patas, comendo pó todos os dias da sua vida(Gn.3:14).

A serpente recebeu pior maldição que qualquer outro animal: foi condenada a rastejar sobre o seu ventre e a comer pó da terra.

Por isso entenderem alguns que a serpente parecia encontra-se em posição ereta  ao ouvir a maldição. Desde então a serpente torno-se uma figura de Satanás e de todos os que se opõem a Deus e a Sua obra.

 

2.2 – NA MULHER

Depois de Se dirigir à serpente, o Senhor, então, Se dirige à mulher, que fora o pivô da queda da humanidade.

O Senhor diz à mulher que seria multiplicada grandemente a sua dor e a sua conceição, e teria filhos com dor, sendo que o seu desejo seria para o seu marido e ele o dominaria (Gn.3:16).

– Temos, pois, um tríplice juízo.

Por primeiro, a mulher passaria a ter grande multiplicação de dor.

A mulher foi feita um ser muito mais sensível que o homem. Em virtude do desordenamento provocado pelo pecado, esta sensibilidade se traduziria em maior sofrimento.

Esta multiplicação da dor não diz respeito apenas à dor física, mas, também, às dores emocionais, ao sofrimento.

Por ter mais aguçada sensibilidade, a mulher sofre mais que o homem, o que é terrível num mundo onde temos aflições (Jo.16:33).

– Por segundo, a mulher passaria a ter dores quando tivesse filhos.

Sua conceição seria dolorida e vemos aqui todo o sofrimento físico e emocional que acompanha a mulher seja quando de sua menstruação, seja quando de sua gravidez e parto.

Todas as alterações físicas e psicológicas que decorrem da preparação do corpo da mulher para a reprodução são consequências diretas do juízo decorrente da entrada do pecado no mundo.

A maternidade, que é o momento mais sublime da mulher, a sua completa realização, seria acompanhada de sofrimento.

– Alguns procuram ver nesta passagem uma demonstração bíblica de que homem e mulher tiveram filhos no jardim do Éden, o que se confirmaria pelo fato de que passaram ali um período indeterminado de tempo e, ante a ordem da procriação, não haveria como eles, em plena comunhão com Deus, não terem cumprido o mandamento divino.

– Trata-se, sem dúvida, de uma interpretação razoável do texto, mas é questão que não se soluciona, de modo que devemos deixar em aberto a mesma, já que também razoável a opinião divergente de que não tinham tido eles filhos ainda à época da queda.

– O que se deve evitar, porém, por não haver qualquer respaldo bíblico é de que estariam eles impedidos de manter relacionamento sexual, por ser tal pecaminoso, como defendem alguns hereges, como os adeptos do já falecido Reverendo Moon, já que Deus ordenara a procriação, que se daria, necessariamente, pelo relacionamento íntimo do primeiro casal.

– Por terceiro, a mulher sofreria uma inferioridade social em relação ao homem.

O seu desejo seria para o seu marido e ele dominaria sobre ela. Por ter sido corruptora de seu marido, a mulher sofreria, doravante, uma inferioridade social.

O homem passaria a dominar sobre a mulher, domínio este que não é decorrência da natureza, mas consequência do pecado.

Deus criara homem e mulher iguais, tanto que esta foi tirada da costela daquele, do seu lado, mas, em virtude do papel que tivera de corromper o homem e introduzi-lo, também, no pecado, a mulher passaria a ser inferiorizada pelo homem, uma situação injusta mas que perduraria até a redenção a ser operada pela “semente da mulher”.

– Não é por outro motivo que, na história da humanidade, mesmo em tempos de “feminismo”, a mulher sempre tem mantido uma posição de inferioridade social em relação ao homem, circunstâncias que nem mesmo o “movimento feminista” ou a propalada “emancipação da mulher” pôde reverter, mas, bem ao contrário, mais do que agravou.

Com efeito, se a mulher está hoje, notadamente no mundo ocidental, no mercado de trabalho,

como deixar de considerar que hoje sãs as mulheres as maiores vítimas do tráfico de pessoas, que supera, e muito, o tráfico de escravos negros?

Como deixar de considerar que as mulheres, em todos os países e em todas as funções, ganham menos do que os homens?

Como deixar de considerar que as mulheres são tratadas como meras mercadorias e objeto sexual pelos homens?

2.3 – NOS VEGETAIS

Não é preciso cultivar as plantas nocivas. Sozinhas, elas exibem uma estonteante fertilidade. Adam Clarke proveu uma curiosa exposição neste ponto, que vale a pena reproduzir:

*. . ,a espécie de cardo chamada Acanthum vulgare produz mais de cem cabeças, cada uma contendo de três a quatrocentas sementes.

Suponhamos que esses cardos produzam uma média de 80 cabeças, e que cada qual contenha apenas 300 sementes.

A primeira colheita da planta seria de 22 mil Se tudo fosse replantado, a colheita seguinte seria de 576 milhões.

Se tudo fosse semeado de novo, havería 13.824 bilhões; e uma única colheita dai, que seria apenas a colheita do terceiro ano, produziría 331.776 quatrilhões;

e a colheita do quarto ano totalizaria 7.962.624 sextilhões, uma produção mais do que suficiente para ocupar não somente a superfície do mundo inteiro, mas também de todos os demais planetas do sistema solar, de tal forma que nenhuma outra espécie vegetal poderia medrar, se imaginarmos que cada planta ocupasse um quadrado de trinta centímetros de lado”. (Ele acreditava que os planetas são habitáveis e são férteis, à semelhança da terra). E é bom que ele tenha parado no quarto ano, pois de outra sorte ninguém saberia dizer o número resultante.

John Gill mostrou ser mais simples. Disse ele apenas.

“…toda espécie de ervas daninhas e plantas e mato sem valor, crescendo e florescendo”.

Clarke prosseguiu para queixar-se dessa prodigiosa produção de vida vegetal, a fim de mencionar o Cardus vutgatissimus viarum, que não somente produz milhões de sementes inúteis, mas também espalha suas raízes por toda parte, cercando a planta-mãe por muitos metros em redor, a lançar seus rebentos por toda parte. 

Em seguida as sementes criam uma nova planta-mãe e assim o processo se vai multiplicando, até que grandes campos acabam cobertos por essa espécie tão daninha.

Então ele fala sobre a terrível Spinosa vulgaris, tão prejudicai que nenhuma outra planta ousa medrar onde ela tiver lançado raízes.

Essa planta é recoberta de espinhos, de tal modo que se uma pessoa aproximar-se dela, terá de pagar pela sua imprudência.

Por outra parte, tentemos plantar uma macieira! Em breve fica recoberta de vermes e parasitas, e a menos que seja devidamente cultivada, logo estará completamente degenerada.

O limão, no entanto, fazendo exceção à regra, é tão azedo que não parece ter nenhum inimigo natural. Será isso correto?

Foi assim que o paraíso degenerou em um campo recoberto de espinhos e abrolhos, árvores frutíferas mirradas e grãos de cereal minados de parasitas”.

Esta é a razão da difícil sobrevivência na terra, que antes fora amaldiçoada por Deus devido o pecado do primeiro casal.

3 – CATIVEIRO DA NATUREZA

3.1 – NATUREZA EM ESCRAVIDÃO

Até que o milênio não chegue, quando o Senhor Jesus devolverá a harmonia que antes havia, a natureza continuará escravizada, por vezes se revoltando contra o homem.

“Eventualmente a natureza tem dado reações impressionantes. Forças descomunais se levantam da natureza em resposta.

A natureza tem reagido com fúria a determinados ataques sofridos. Enchentes descomunais, desertificação de áreas, terremotos etc.

A natureza conspira e reage contra seu agressor. Ansiosamente esperando ser libertada do cativeiro da corrupção”. (http://revsamucasermoes.blogspot.com/2012/11/gn-317-19-23-24-queda-afetou-natureza.html – Acesso em 14 de julho de 2018).

Este “poder destruidor” demonstra o ciclo de morte na natureza:

nascimento

morte e 

decomposição.

3.2 – NATUREZA QUE GEME

“Existe um poder dominador sobre a natureza. Na descrição do texto, algo a tem sujeitado. 

O homem, na sua atitude pecaminosa criou o caos que paira sobre a natureza. Ele é responsável por levar a natureza a viver este “caos cósmico”. A queda não atingiu apenas o lado espiritual do homem, mas o alcançou em todas outras dimensões.

O homem faz parte da natureza, e sua queda criou este vazio em todo o ecossistema, por esta razão: “maldita é a terra por sua causa”. 

Jeremias afirma que “A terra está deprimida” (Jr 14:3-7). O pecado gera dor e gemido da natureza (Rm 8:22), toda criação geme.  

Há um silencioso clamor na terra por esta situação angustiante que se pode perceber nas florestas, poluição dos rios, agressão do mar, do ar, bombas atômicas, químicas, experiências laboratoriais, genética, etc. Na linguagem bíblica isto gera dor! 

3.3 – NATUREZA QUE ESPERA

“O pecado – primeiro dos anjos e depois do homem – é o câncer que arruinou não só a espécie humana, mas toda a criação.

O apóstolo Paulo explica, em Romanos 8, que “a criação ficou sujeita à vaidade e vive na expectativa de ser liberta do cativeiro da corrupção” e “toda a criação juntamente geme e está com dores de parto até agora”. (http://www.3minutos.net/2010/02/193-por-que-sofremos.html – Acesso em 14 de julho de 2018).

Apokaradokia ( ansiosos saudade ) é uma palavra especialmente vívido que, literalmente, refere-se a assistir com a cabeça estendida, e sugere que está na ponta do pé com os olhos a olhar em frente com esperança de intenção. 

O prefixo apo acrescenta a idéia de absorção fixo e concentração naquilo que está previsto. 

A criação está de pé na ponta dos pés, por assim dizer, uma vez que espera a manifestação dos filhos de Deus.

CONCLUSÃO

“Tudo – absolutamente tudo – ficou arruinado: as criaturas, a terra, o universo, o tempo e o espaço. E quando a Bíblia fala que toda a criação está com dores de parto, entenda que a metáfora é bem precisa: as dores de parto tendem a aumentar e ocorrem a intervalos cada vez menores até a hora final.

Sofrimentos cada vez maiores e mais frequentes devem ocupar as manchetes até Cristo voltar”. (http://www.3minutos.net/2010/02/193-por-que-sofremos.html – Acesso em 14 de julho de 2018).

 

FIEL É A PALAVRA DE DEUS!!!

De seu conservo,

Adauto Matos.


REFERÊNCIAS:

Bíblia João Ferreira de Almeida – ARA

Bíblia João Ferreira de Almeida  – ARC

John Macarthur – NT – Com. Bíblico 

Carl F. H. Henry – Dicionário de Ética Cristã 

 Subsídio Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco – Lição 02 – A criação dos céus e da terra – https://www.adautomatos.com.br/?p=4048 – Acesso em: 14/07/2018.

O que é o Panteísmo? – https://www.gotquestions.org/Portugues/panteismo.html – Acesso em 14/07/2018.

O Evangelho em Três Minutos – Mário Persona http://www.3minutos.net/2010/02/193-por-que-sofremos.html – Acesso em 14/07/2018.

A Queda Afetou a Natureza  – http://revsamucasermoes.blogspot.com/2012/11/gn-317-19-23-24-queda-afetou-natureza.html – Acesso em 14/07/2018).

Lição 03   “A Natureza e a Queda” – Revista de juvenis 3º Trimestre de 2018 – “Queda e Redenção” 

Anjos Homem e Pecado –O Relacionamento da Criatura com o Criador – EETAD – 4ª Edição – 2001.

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