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Juvenis – Lição 04 – Louvor e adoração – é a mesma coisa?

INTRODUÇÃO

Nesta lição compreenderemos a diferença entre louvor e adoração, que são palavras semelhantes, mas de significados distintos.

1 – O QUE É LOUVOR

A própria Bíblia da base para fazer distinção sobre louvor e adoração como assuntos íntimos, mas diferentes.

Vamos ver, então, o que são individualmente, e qual o propósito de cada um.

Um dos textos bíblicos mais elucidantes sobre o louvor é o salmo 150:6, que diz:

 “Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”. Ora, o salmista está convocando a toda criatura viva a louvar ao Criador.

Aqui não importa que essa criatura seja humana, ou não. O primeiro requisito para o louvor, aqui, é a vida, representada pela expressão “tem fôlego ”(salmo 150.6),

Segundo dicionário, louvor é  o ato de enaltecer e glorificar algo ou alguma coisa é exaltar a ação de alguém ou de uma divindade,  louvar é reconhecer os méritos de alguém. 

Louvar, no sentido bíblico, é manifestar gratidão a Deus pela vida, em primeiro lugar.

Podemos louvá-lo pelos mais variados motivos. Até mesmo por bênçãos materiais, por um livramento, enfim, qualquer motivo pode nos levar a louvar a Deus.

E também não estamos limitados ao meio de louvor. Podemos louvá-lo com a nossa voz; podemos louvá-lo com instrumentos musicais.

O louvor a Deus é uma das características mais típicas da piedade bíblica.

Desde o cântico de Moisés (Ex 15.1-19), o Senhor foi louvado por seus atos redentores; mas, a sistematização do louvor israelita é atribuída a Davi,

os livros das crônicas registram detalhadamente a instituição dos músicos e dos porteiros do Templo levítico (1 Cr 23.126.32, especialmente 23,5,30; cf. capítulo 6),

e a atribuição de muitos Salmos a Davi ou aos seus músicos (por exemplo, Asafe, os filhos de Corá, Hemã ou Jedutum) dão suporte a essa tradição.

Quando Judá foi para o exílio, tornou-se impossível realizar cultos no Templo e, dessa forma, o louvor ficou centralizado na sinagoga.

Ele assumiu algumas das características dos sacrifícios designados naquela época, e foi concedido um mérito especial ao louvor “incessante” (ou oração, q.v.), isto é, a oração antes do amanhecer ou durante toda a noite (veja, por exemplo, Salmos de Salomão 3. Tss.

No Novo Testamento o louvor como é descrito assim:

“ Alegria era a atitude da vida Cristã,  na igreja assim aqueles que eram alcançados pela cura e o poder purificador de Jesus ,(Lc 18.43; Mc 2.12; Hb 13.15; At 2.46-47; 3.8 Ef 1.1-14), e como um dever e privilégio contínuos (1 Ts 5.16ss.; cf. Ap 4.8) também são temas do NT.

Os hinos de louvor do NT têm como enfoque a redenção que há em Jesus Cristo (por exemplo, Lc 1.46-55,68-79; 2.13ss.; Ef 1.3-14; Cl 1.18-20; Ap 5.9-14; 7.10-12),

embora o Senhor Deus e sua obra da criação (Ap 4.8,11; Cl 1.15-17) não tenham sido esquecidos.

 Além disso, os cristãos são encorajados a fazer de sua conduta e de toda a sua vida uma forma de louvor a Deus (Ef 1,12; Fp 1.11; 4.8; 1 Pe 1.7; 2.9).

2 – O QUE É ADORAÇÃO

ADORAÇAO na versão RC em português, esse termo ocorre apenas em Atos 8.27.

Ele não ocorre nas versões KJV, ASV ou RSV em inglês, embora a ideia esteja expressa no AT pela palavra shaha, que significa “veneração”, “inclinar-se perante”.

No NT a ideia está expressa pela palavra proskuneo, que significa “venerar”, “beijar a mão”, “fazer reverência a”, “adorar” e menos frequentemente por sebomai, que significa “reverenciar”, “adorar”, “ser devoto de” e latreuo, que significa “venerar publicamente”, “ministrar”, “servir”, “prestar homenagem religiosa“.

O propósito da adoração é estabelecer ou dar expressão a um relacionamento entre a criatura e a divindade.

A adoração é praticada prestando-se reverência e homenagem religiosa a Deus (ou a um deus) em pensamento, sentimento ou ato, com ou sem a ajuda de símbolos e ritos.

A adoração é representada na Bíblia principalmente por duas palavras: no AT a palavra heb. shaha (mais de 100 vezes) significando “curvar-se diante”, “prostrar-se”, (Gn 22.5; 42.6: 48.12; Ex 24.1; Jz 7.15; 1 Sm 25.41; Jó 1.20; SI 22.27; 86.9 etc.), e no NT a palavra gr. proskyneo (59 vezes), significando ”prostrar-se”, “prestar homenagem a alguém” (Mt 2.2,8,11; 4,9; Mc 5.6; 15.19; Lc 4.7.8: Jo 4,20-22 etc.).

Essas duas palavras são constantemente traduzidas pela palavra “adoração’’, denotando o valor daquele que recebe a honra ou devoção especial.

Ambos os termos “adoração” e “digno” podem ser vistos juntos na grande descrição dos 24 anciãos prostrando-se diante daquele que se assenta no trono (Ap 4.10-11; cf. 5.8-14), prostrar-se; joelho; beijo.

Além das duas palavras principais há um extenso vocabulário tanto 110 heb. como no gr. definindo ainda mais a atividade de adoração.

As palavras comumente usadas são o heb. ‘abad, significando “trabalhar”, “servir”, “adorar” (2 Rs 10.19-23) com a sua contraparte gr. latreuo, significando “prestar serviço religioso ou honra a Deus” (At 24.14; Fp 3.3).

Uma palavra heb. sagad, significando “prostrar-se em adoração”, é encontrada em Isaías 44.15,17,19; 46.6; Daniel 2.46 e frequentemente no capítulo seguinte.

Temer ao Senhor é um sinônimo próximo, à medida que se aprende a comparar Deuteronômio 6.13 com a citação deste versículo pelo Senhor Jesus em Mateus 4.10.

Aqui o temor tem um sentido de admiração e reverência (cf. SI 5.7).  Temor.

Outras palavras gregas de grande importância são sebomai e os seus diversos cognatos, significando “ficar admirado”, “reverenciar”, e threskeia, significando “religião”, “adoração cerimonial” (Cl 2,18; At 26.5; Tg 1.26ss.).

2.1 – ADORAÇÃO NO AT E NO NT

2.1.1 – A Adoração no AT

A adoração no AT pode ser dividida em dois períodos principais, o patriarcal e o teocrático, antes das instituições mosaicas, há poucas indicações de adoração formal e pública entre os patriarcas.

Os tempos dos patriarcas revelam, antes, os atos individuais, pessoais e ocasionais de adoração que caracterizariam um povo seminômade vivendo longe da sociedade organizada (por exemplo, Abraão no Moriá, Gênesis 22.1-5; Jacó em Betei, Gênesis 28.18-22).

Gênesis, porém, retrata os primórdios da religião ritualista na instituição de sacrifícios e na construção de altares (Gn 4.3,4,26; 8.20-22),

durante o período teocrático, o conceito corporativo e ritualista da adoração tornou-se proeminente. Um sistema de adoração altamente organizado e muito completo foi revelado por Deus a Moisés no Sinai, o qual incluía:

2.1.2 – Tipos especiais de ofertas e sacrifícios para toda a nação:

(a) diário (Nm 28.3-8);

(b) todos os sábados (Nm 28.9,10; Lv 24.8);

(c) na lua nova (Nm 28.11-15);

(d) a Páscoa ou, a Festa dos Pães Asmos (Nm 28.16-25; Êx 12.1ss.);

(e) Festa das Primícias e Pentecostes – Festa das Semanas (Lv 23.15-20; Nm 28.26-31);

(f) Festa das Trombetas (Lv 23.23,25; Nm 29.1-6; cf. Is 18.3; 27.12,13; J1 2.1532);

(g) Dia da Expiação (Lv 23.26-32; Nm 29.7-11);

(h) Festa dos Tabernáculos, quando, no décimo quinto dia do sétimo mês, logo após a colheita, enquanto o povo habitava em tendas feitas de galhos de árvores em memória de sua libertação do Egito, os sacerdotes ofereciam sete dias de sacrifícios especiais (Lv 23.33-44; Nm 29.13ss.). 

2.1.3 – Sacrifícios específicos a serem oferecidos por um indivíduo, por si mesmo e sua família, como o manjar da Páscoa e a Páscoa em si (Ex 12; cf. Lv 23.5);

– uma oferta queimada de um macho do rebanho sem mancha, por si mesmo e sua família (Lv l.lss.) com o qual ele se identificava e sobre o qual tanto os seus pecados como os dos seus familiares eram simbolicamente depositados, ao colocar a sua mão sobre a cabeça da oferta quando ela era morta;

– uma oferta de manjares como uma oferta de louvor apontando para a perfeição de Deus e de Cristo (Lv 2);

– uma oferta pacífica apontando para Cristo como a nossa paz (Lv 3).

– Havia ofertas apropriadas para o caso dos pecados praticados por ignorância (Lv 4-5) e pelas transgressões (Lv 6.1-7).

2.1.4 – Sacrifícios especiais pelos próprios sacerdotes na consagração de Arão e seus filhos (Lv 8.2,14,15);

– na unção de um sacerdote (Ex 29,15ss.; Lv 6.19-23);

– quando um sacerdote havia pecado (Lv 4.3ss.); na purificação das mulheres (Lv 12.6,8);

– para a purificação de leprosos (Lv 14.19);

– para remover a impureza cerimonial (Lv 15.15,30);

– na conclusão ou na quebra do voto de um nazireu (Nm 6.1114).

Por causa da corrupção constante e crescente, a religião de Israel estava em uma situação difícil quando Saul e a monarquia chegaram.

Na verdade, o reinado de Davi poderia ser visto como uma época de reavivamento religioso que culminou com a edificação do Templo sob a autoridade de Salomão.

Sem dúvida alguma a própria experiência de adoração de Davi em particular, e a sua comunhão com o Senhor em meio às circunstâncias mais atribuladas, lhe trouxeram o desejo de levar outros a louvar e adorar a Deus (SI 42.1-4; 122.1; 2 Sm 6.12-18; 1 Cr 16.1-36).

O efeito do Templo na adoração de Israel é desequilibrado por qualquer outro fator.

Gradualmente, todos os outros lugares de adoração foram eliminados, e o Templo em Jerusalém permaneceu como o único lugar para sacrifício, a base da adoração.

2.2 – A Adoração no NT

Com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, todos os sacrifícios e ofertas do AT, tornaram-se coisa do passado.

Agora “não resta mais sacrifício pelos pecados”, pois o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo Hb 10.26; Jo 1.29).

Agora o crente tem em Cristo, um advogado diante de Deus para defendê-lo quando ele se arrepende de seus pecados (1 Jo 1.9; 2.1).

Porém a adoração pública nos primeiros dias do cristianismo ainda estava associada ao Templo.

O livro de Atos descreve cristãos judeus continuando sua adoração no Templo ‘At 2.46; 3.1; 5.20,42), mesmo na época da prisão de Paulo (At 21,26-33).

Somente a hostilidade daqueles que controlavam o Templo, aparentemente, afastou os primeiros cristãos daquele lugar santo.

Ao mesmo tempo, o cristianismo começou a se voltar para as residências particulares como lugares de reunião (At 2.46; 5.42; 12.12).

O elemento de sacrifício, que era básico no Templo, foi perpetuado apenas na ceia que rememorava a morte sacrificial de Cristo.

Esta observância parece ter sido, a princípio, uma parte de uma refeição coletiva que os cristãos compartilhavam (1 Co 11.20-34).

Posteriormente ela se tornou especialmente associada com o dia do Senhor, o dia que logo foi separado para a adoração cristã. 

Pregar e ensinar eram elementos de suprema importância nas reuniões públicas para as jovens igrejas (At 11.26; 15.35; 18.25; 20.7).

2.1 – Aqueles elementos que faziam parte da adoração no judaísmo também aparecem nas primeiras ministrações cristãs:

– leitura do AT (1 Tm 4.13),

– oração (At 2.42; 1 Co 14.14-16),

– canto (Ef 5.19; Cl 3.16) e a

– entrega de ofertas ou donativos (1 Co 16.1,2).

A verdadeira adoração congregacional é regulamentada em 1 Coríntios 11-14.

Qualquer membro era livre para participar conforme o Espírito dispusesse (1 Co 14.26), principalmente quando procurasse ministrar aos outros através de seu dom espiritual ou carismático (1 Pe 4.10ss.).

Uma mulher que orasse ou profetizasse deveria ter a sua cabeça coberta (1 Co 11.5).

Uma mensagem em uma língua incompreensível deveria ser interpretada, e toda profecia deveria estar sujeita aos profetas na congregação (1 Co 14.27,33).

Adoração envolve um espirito de gratidão, esta gratidão a Deus , é uma atitude tão básica na vida do Crente que foi ensinada pelo Senhor desde o Antigo testamento. (Lv 7.11,12; Sl 116.17, Jn 2.9).

3 – E A MÚSICA NESTA HISTÓRIA

Cantores, compositores e gravadoras, em sua maioria, têm priorizado o sucesso e o dinheiro.

São poucos os que estão dispostos a abrir mão de algumas vantagens para agradar ao Senhor Jesus.

Mesmo assim, insisto: nossos hinos de louvor precisam ter propósitos nobres.

E os melhores exemplos quanto a letras que, de fato, glorificam a Deus pelos seus feitos estão no livro de Salmos, o único hinário canônico; isto é, que tem o selo da inspiração divina especial.

A Harpa Cristã, o Cantor Cristão e outros hinários tradicionais contêm belos hinos, produtos da inspiração divina comum, mas não são canônicos.

Boa parte dos salmos bíblicos começa com mandamentos como “Louvai” e “Cantai”, estimulando-nos a priorizar o louvor ao Senhor.

Compor ou cantar hinos de louvor, ignorando o jargão mercadológico e o interesse de um público grandemente influenciado pelo antropocentrismo, é nadar contra a maré.

Como convencer os compositores de que devem priorizar o louvor a Deus, e não as necessidades das pessoas e os interesses comerciais?

 É óbvio que “A minha vitória tem sabor de mel” é mais comercial do que “Eu te louvo, Senhor, pelos seus atos poderosos”.

 Estaria alguém disposto a vender menos CDs, a fim de gravar hinos de louvor que não farão o mesmo sucesso das canções de autoajuda?

Fica aqui o desafio, que vale também para escritores, pregadores, ensinadores…

Que o nosso compromisso seja com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus! (Ciro S. Zibordi – Erros que os Adoradores Devem Evitar).

3.1 – E O MEU LOUVOR

Os Integrantes do grupo de louvor muitas vezes são chamados de Ministros do Louvor, isto não significa que somente eles podem louvar a Deus.

Eles tem a responsabilidade de dirigir os momentos de louvor nos cultos, mas todos devem louvar a Deus , que é elogiar, exaltar, enaltecer, glorificar, aplaudir, bendizer, expressar admiração.

um elemento que irá fazer a grande diferença, não somente para quem ministra o louvor, mas também para quem participa do louvor: a certeza da presença de Deus.

O mesmo Davi afirmou: “Porém tu és Santo, o que habitas entre os louvores de Israel” (Sl 22.3).

Davi não diz que o Senhor habita em outro lugar que não seja os louvores.

É muito importante para todo aquele que participa do louvor ter certeza de que Deus está presente.

Ora, como iremos adorá-lo sem ter a certeza da sua presença? Como iremos cantar para ele, se ainda duvidamos que ele está entre nós?

É preciso sabermos que em todos os nossos cultos somos assistidos  por Deus.

Desde a primeira oração, passando pelos testemunhos, pela pregação, pelas arrecadações e principalmente durante o louvor, Deus está nos abençoando, nos inspirando, recebendo o nosso sacrifício de louvor e adoração.

 CONCLUSÃO

 Uma adoração e Louvor que se realiza sem objetivos de expressar o nosso amor a Deus, falha completamente deixa de ser culto a Deus pois carece da essência , que é o amor, além disso é preciso reverencia-Lo  ao louvar ou prestar adoração mesclando chiclete ou confeitos,

e conectado com redes sociais em pleno culto com mensagens instantâneas em conversas  torna-se uma falta de respeito, quem assim procede estão fazendo sacrifícios de tolo,

Deus rejeita esse tido de comportamento. é fundamental o conhecimento bíblico acerca do verdadeiro louvor e da adoração que agrada a Deus e a Palavra de Deus é farta neste assunto. 

OBRAS CONSULTADAS 

Revista Lições Bíblicas.

Ciro S. Zibordi – Erros que os Adoradores Devem Evitar

André Paganelli – Verdadeiros Adoradores

Fonte:  http://valorizeaebd.blogspot.com/2016/01/licao-4-louvor-e-adoracao-e-mesma-coisa.html#ixzz5dXxS2kmb

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