Juvenis – Lição 04 – Não caia na preguiça e na maldade
Introdução
O livro de Provérbios está repleto de sinais de advertência, luzes vermelhas piscando para nos alertar do perigo e do desastre à frente. Nesta seção temos quatro dessas luzes vermelhas piscando.
Essas advertências nos lembram mais uma vez da relevância da mensagem de Provérbios.
Numa época de revolta moral e de relativismo ético, é bom ler com frequência as palavras diretas e francas dos sábios de Israel “que falavam francamente dos males dos seus dias e indicavam aos jovens o caminho da sabedoria que é o caminho de Deus”.
O Capitulo 6 descreve uma serie de advertências,
1.Não Seja Fiador (6.1-5) ,
- Não Seja Preguiçoso (6.6-11)
- Não Semeie Discórdia (6.12-15)
- Não Cometa estes sete Pecados (6.16-19), a sabedoria e o Adultério (6.20 -35).
A PREGUIÇA IMPEDE VOCÊ DE SER BEM SUCEDIDO (6.6-11)
Advertência Contra a Preguiça trata das virtudes da diligência e do zelo pelo trabalho. As advertências contra a indolência são freqüentes em Provérbios (10.26; 13.4; 19.15; 24.30- 34).
O mestre acreditava que a preguiça atrapalhava a prosperidade (10.4; 12.11; 20.13; 23.21; 24.33-34; 28.19). Salomão se volta aqui à natureza para apresentar um exemplo de diligência (cf. 1 Rs 4.33).
A formiga (6), mencionada somente aqui e em 30.25, pode nos ensinar algumas lições sobre o zelo pelo trabalho e a previdência. Ela trabalha diligente e voluntariamente (7) para preparar no verão o alimento para o inverno que está adiante (8).
A ocorrência tripla da expressão um pouco (10) destaca o fato de que pequenas negligências resultam em grandes deficiências.
Hoje, só mais um gole antes de pegar o volante pode resultar em grandes tragédias.
O sábio adverte que, como resultado da indolência repetida, a pobreza e a necessidade sobrevirão ao preguiçoso (11). Uma loucura ou insensatez’ (gr. moria, os pensamentos de um simplório, simples demais para ser aceito como o verdadeiro conhecimento da salvação) para os gregos cultos.
O autor mudou de assunto, mas continuou a advertir sobre questões financeiras.
Mais freqüente que o problema do fiador, abordado nos vss. 1-5, é o da pobreza produzida pela negligência e preguiça.
Em ambos os casos, a sabedoria é um auxílio do homem, e havia declarações sábias que os mestres podiam manipular para tentar ajudar aos que estivessem enfrentando outro tipo de angústia financeira.
Vai ter com a formiga. Há no Dicionário um artigo chamado Formiga, que apresenta material que pode ser usado para ilustrar a presente seção.
A despeito de seu minúsculo tamanho e fraqueza (ver Pro. 30.25), as formigas são trabalhadoras diligentes e conseguem sobreviver galhardamente, seja qual for a sua espécie.
Elas atacam quando o ferro ainda está quente, conforme dizemos em uma expressão idiomática moderna, fazendo provisões completas para os meses frios do inverno, quando o tempo se torna menos propício para juntar alimentos.
Em contraste com as formigas, os homens, presumivelmente fortes e inteligentes, sofrem para simplesmente sobreviver, com freqüência por causa de uma desavergonhada preguiça.
Ó preguiçoso. No hebraico, ‘acel. Esta palavra hebraica confina-se ao livro de Provérbios. Significa preguiça e negligência física, mas pode ter outras conotações.
Em Pro. 15.19, esse homem é contrastado com o homem reto, subentendendo que há algum pecado, na vida do preguiçoso, que o faz ser o que é.
Ou então a preguiça é chamada pecado, ou ambas as coisas. O homem preguiçoso é um irresponsável (ver Pro. 30.25). Quanto aos usos dessa palavra, ver Pro. 6.6,9; 10.26; 13.4; 20.4 e 26.16.
Ver no Dicionário os verbetes chamados Preguiça e Preguiçoso. Cf. Pro. 22.13 e 24.30-34.
Se a pobreza tem muitas causas, uma delas é que certas classes de pessoas não têm o desejo de trabalhar nem podem ser inspiradas a fazê-lo.
Elas preferem a pobreza ao trabalho. Ver no Dicionário o verbete denominado Pobre, Pobreza.
Há pessoas tão preguiçosas que, se apanham um pouco de alimento com uma das mãos, acabam não comendo, por serem preguiçosas demais para levá-lo à boca (ver Pro. 19.24).
- JESUS HOMEM DE TRABALHO
À semelhança de Seu pai de criação, José, Jesus trabalhava como carpinteiro (Mc 6.3), e é bem provável que Ele tenha continuado Sua profissão enquanto viajava, ensinando e curando.
Certamente, Cristo não recebia nada por Seu ministério. Somente os oficiais do templo e os membros da corte tinham salários.
O restante dos líderes e mestres religiosos já era rico ou vivia do comércio ou da sua profissão.
A formiga. Mencionada apenas nesta passagem da Bíblia e em Pv. 30:25 embora não haja provavelmente nenhuma dúvida quanto à tradução.
Antigamente levantou-se o problema quanto ao armazenamento de comida pela formiga (veja Toy). Uma espécie de formiga do Oriente Próximo, entretanto, age assim.
As formigas têm organização social, mas não têm nenhum chefe que corresponda à abelha rainha. Ó preguiçoso.
Este nome se encontra quatorze vezes nos Provérbios e em nenhum outro lugar. Geralmente define-se como “pessoa que não gosta de trabalhar”.
Embora a palavra inclua esta idéia, pode conter nuances, tais como “incapaz”, que não se refere apenas a um “fracassado”.
O seu uso em Provérbios prova que “preguiçoso” não é a conotação integral. Em 15:19, o contraste é de um homem honesto – não simplesmente um “trabalhador”.
Em 19:15 o paralelo é com remiyyâ, que geralmente se traduz por mentira na AV e na RSV, mas que foi traduzido para inativo nesta passagem.
III. A PREGUIÇA E A MALDADE NO LIVRO DE PROVÉRBIOS (6.12-15)
Diferentemente do preguiçoso, cujo único desejo é encontrar outro lugar para cochilar, o criador de problemas mal pode esperar para se meter em novos apuros.
Diferentemente do preguiçoso (v.6), ele se ocupa até demais, mas planejando coisas erradas.
Não Semeie Discórdia Essa advertência trata das características de um homem perverso.
E um homem de Belial (12). A palavra Belial é usada posteriormente no Novo Testamento como designação de Satanás (2 Co 6.15).
Aqui estão incluídos maldade e inutilidade. Enquanto uma série de traduções designa essa pessoa como “inútil” (Berkeley, RSV), Moffatt o chama de mau caráter.
Greenstone diz: “Os rabinos entendem que significa uma pessoa sem jugo, que lançou fora todo jugo de responsabilidade moral e religiosa, uma pessoa depravada”.29 Diz o texto acerca da sua fala que anda em perversidade de boca (12); literalmente, a fala é “torta” ou “torcida”.
A sua piscadela indica insinceridade e malícia; os gestos dos seus pés e mãos são típicos de um homem ímpio.
O homem de Belial, o homem vil. É um homem vil aquele que faz o que será descrito.
De fato, é um “homem de Belial” (o hebraico literal da segunda descrição).
No judaísmo posterior, Belial é um dos nomes de Satanás personificado.
Ver sobre esse termo no Dicionário. Mas aqui a sua raiz significa “uma pessoa sem valor”, um homem depravado.
Esse homem tem uma boca torta, uma boca que fala mentiras e calúnias, procurando alguma coisa maliciosa para proferir contra outras pessoas.
Tal pessoa sente prazer em falsos rumores que causam dissensão entre os homens.
Ele “anda ao redor com calúnias” (Sal. 73.9) e sai ao redor ferindo as pessoas e assassinando a reputação delas. Cf. Pro. 2.15 e 4.24; e a última dessas duas referências dá uma ordem direta contra tais atos.
Esse homem é um técnico em linguagem pervertida. Ver no Dicionário o verbete intitulado Linguagem, Uso Apropriado da.
Ver sobre Belial também em Pro. 16.27 e 19.28. Cerca de cem versículos do livro de Provérbios tratam do uso da linguagem.
Esta pessoa perversa anda semeando contendas (14), ou literalmente: “deixa a briga correr solta”.
Moffatt diz: “Ele está sempre semeando discórdias”. Um homem desse tipo era especialmente problemático numa sociedade primitiva. E ele é a ruína de qualquer sociedade.
Horton diz: “Este tipo de homem é o fermento da hipocrisia e da malícia na igreja cristã; ele faz conspiração e causa intrigas.
O homem está constantemente inventando alguma maldade para dizer ou fazer, maquinando o mal. Vive constantemente semeando contendas, sem nenhum motivo (ver Pro. 3.30, quanto a notas expositivas completas).
“Não contendas com um homem, sem motivo”. Isso é o que nos diz a sabedoria, mas esse homem vil desfruta de contenção e de brigas. É um jogo doentio que ele joga ad nauseum.
“A dissensão (Pro, 6.19) é causada pelo ódio (10.12) e pelo temperamento descontrolado (15.18), pela perversidade (16.28), pela ganância (28.25) e pela ira (29.22). Cf. também Pro. 17.1; 18.6; 20.3; 22.10; 23.29; 26.21 e 30.33.
CONCLUSÃO
Este capítulo 6 se compõe de um grupo de diferentes espécies de discursos, sem continuidade entre um e o seguinte. Um homem pobre tinha de pedir emprestado para evitar o desastre.
A lei de Moisés proibia a cobrança de juros de um israelita da parte de outro israelita. Ver Êxo. 22.25; Lev. 25.36,37. Mas no judaísmo posterior, esse estatuto foi ignorado.
Portanto, os ricos faziam dos pobres suas vítimas. A presente seção ainda no Capitulo 6 dá diversos conselhos e também as consequências mais drásticas de estar endividado diante de outras pessoas.
Além disso, um homem de boas intenções poderia atrapalhar-se diante com problemas, e drasticamente se envolver em diversas ações que poderão levar arruína ao desleixo a preguiça.
O Livro de Provérbios encontramos diversas orientações e advertências , sendo elas de grade valia para as nossas vidas.
Obras Consultadas
Comentário de Champlin AT V 4 Salmos Cantares
Comentário bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos
Comentário Bíblico Wiersbe Antigo
Lições bíblicas cpad
Fonte: http://valorizeaebd.blogspot.com/2015/10/licao-4-nao-cai-na-preguica-e-na.html