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JUVENIS – LIÇÃO 07 – O AMOR NÃO É INVEJOSO

 

INVEJA

No hebraico, qinah, zelo, ciúmes, inveja. Essa palavra é empregada por quarenta e duas vezes, como, por exemplo, em (Jó 5:2; Pro. 14:30, 27:4, Ecl. 4:4; 9:6; Isa. 11:13; 26:11; Eze. 35:11).

Também é usado o adjetivo “invejoso”, no hebraico, qana, conforme se vê em (Sal. 37:1; 73:3; Pro. 24:1,19).

No grego, phthónos, inveja, ciúmes. Esse vocábulo ocorre por nove vezes: (Mat. 27:18; Mar. 15:10; Rom. 1:29; Gál. 5:21; Fil. 1:15; I Tim. 6:4; Tito 3:3; Tia. 4:5; I Ped. 2:1).

Algumas versões também traduzem como tal o vocábulo grego zelos, mas este último tem mais o sentido de “zelo”, ardor. Desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem; cobiça.

É vício detestável, que torna a pessoa incapaz de se alegrar com um bem que é do outro (Ecl 4.4; Sb 2.24s; Mt 20.9-15; Gl 5.26; Fl 1.15; 1Pd 2.1; At 5.17; Tg 4.1s).

A inveja é um princípio ativo de hostilidade dirigido maliciosamente a um aspecto de superioridade – real ou suposta – de outra pessoa. Originou-se da fracassada tentativa de Satanás de usurpar os atributos divinos (Is 14.12-20). Eva absorveu esse pernicioso pecado ao ceder às insinuações de Satanás (Gn 3.4-7).

A inveja foi causadora do primeiro assassinato (Gn 4.5). Seu aspecto mais hediondo aparece em Raquel (Gn 30.1), nos irmãos de José (Gn 37,11, cf. Act 7.9), em Saul (1 Sm 18.8ss), e em Israel (Sl 106.16).

Ela até instigou os líderes judeus a entregarem Jesus a Pilatos (Mt 27.18; Mc 15.10).

A palavra grega phthonos, que designa “inveja” em todas as passagens, possivelmente exceto em Tiago 4.5, caracteriza a natureza humana (Rm 1.29; Tt 3.3) e a “carne” (Gl 5.19,21).

Sua manifestação entre os cristãos é proibida (Gl 5.26; 1 Tm 6.4; 1 Pe 2.1). A palavra grega zelos (“zelo”), embora muitas vezes justamente motivado (2 Co 7.7,11; 9.2) pode, quando mal direcionado (Rm 10.2; Fp 3.6), tomar-se facilmente em inveja (Act 13.45; 17.5; Rm 13.13; 1 Co 3.3; 2 Co 12.20; Tg 3.14,16).

Dá origem a contradições, ultrajes e perseguições (At 13.45-50; 17.5); tem como consequência a violência (Gn 4.4; 27.41; 37.3-5; Pv 14.30; Mt 27.18; Tg 3.14s).

A inveja é um sentimento sempre negativo, ao passo que o zelo pode ser negativo ou positivo. É uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pela queda no pecado.

Os invejosos chegam a fazer campanhas de perseguição contra suas vítimas, as quais, na maioria das vezes, não têm qualquer culpa por haverem despertado tal sentimento nos invejosos. Geralmente os mal sucedidos têm inveja dos bem-sucedidos.

Essa é uma tentativa distorcida para compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio “eu” e procurando enxovalhar a pessoa invejada.

Está baseada, portanto, na mais pura carnalidade. Muitas vítimas da inveja já descobriram que a melhor maneira de evitar o invejoso é fugir dele.

Uma pessoa bem-sucedida não pode abandonar o seu sucesso, somente para satisfazer o invejoso, tornando-se um fracassado como ele.

A palavra portuguesa “inveja” vem do latim invidere, que significa “em” (contra) e “olhar para” ou seja, olhar para alguém com maus olhos, de modo contrário, com base no ódio sentido contra esse alguém. A inveja sempre envolve um certo ressentimento.

Mas alguns conseguem disfarçar muito bem a sua inveja, transmutando-a em zelo por alguma causa, mas sempre com alguém a ser combatido sem verdadeiras causas.

O homem é um ser extremamente egoísta, ressentindo-se diante do sucesso ou da boa sorte de seus semelhantes.

O Antigo Testamento

Os Dez Mandamentos (vide) proíbem o sentimento invejoso, embora ali a própria palavra hebraica, qinah, não seja usada. Mandamentos específicos contra a inveja podem ser encontrados nos livros de Salmos, de Provérbios e em vários outros contextos. Ver, por exemplo, Sal. 37:1; 73:2,3: Pro. 3:31; 23:17; 24:1,19.

O trecho de Eclesiastes 4:4 encerra uma interessante observação sobre o assunto. Ali os homens são exortados a trabalhar e a desenvolver suas habilidades pessoais, quando sentirem inveja de outrem. Assim, uma coisa boa pode resultar de uma atitude errada. O homem e capaz de qualquer coisa ruim.

Exemplos veterotestamentários de inveja podem ser encontrados nas vidas de Jacó e Esaú, Raquel e Lia, os irmãos de José e ele mesmo.

Os irmãos de José venderam-no como escravo, movidos por pura inveja. Um dos relatos mais tocantes da Bíblia é o de Hamã e Mordecai, no livro de Ester. A inveja tem sido motivo para muitas histórias pervertidas, para muitos dramas humanos.

No Novo Testamento

Dentro da lista de vícios humanos, preparada por Paulo, em Romanos 1:29, a inveja ocupa posição proeminente, associada ao homicídio e ao ódio contra Deus.

Isso é muito sugestivo, pois parece que o invejoso, não podendo atacar a Deus diretamente (a quem considera a causa de seu insucesso), volta-se contra um outro ser humano, que parece ameaçá-lo com o seu sucesso (real ou imaginário).

O trecho de Gálatas 5:19 alista a inveja como uma das obras da carne, que formam contraste direto com o cultivo dos frutos do Espirito (vs. 22 ss).

Paulo advertiu Timóteo para não se envolver em controvérsias e disputas mórbidas, as quais conduzem, entre outras coisas, à inveja (I Tim. 6:4).

Tito também foi devidamente instruído quanto à inveja (Tito 3:3). 0 caso mais trágico de inveja, nas páginas da Bíblia, é o dos líderes judeus, que fizeram de Jesus Cristo a vítima de sua inveja (Mat. 27:18).

O distorcido motivo deles era tão óbvio que o próprio Pilatos, governador romano, percebeu o mesmo, embora fosse homem fraco demais para pôr-se ao lado do direito (Mar. 15:10 ss).

O trecho de Tiago 4:5 tem um possível uso positivo do termo grego phthónos, ao referir-se ao intenso amor de Deus pelo homem, que O leva a ter ciúmes da amizade humana.

É por isso que a nossa versão portuguesa traduz esse termo por “ciúme”, evitando a confusão com o sentido negativo daquela palavra grega.

A versão inglesa fíevised Standard Version diz “yearns jealously”, que aqui traduzimos para “anela com ciúmes”.

O ciúme de Deus em relação ao seu povo é uma noção que vem do Antigo Testamento, pelo que aparece com grande naturalidade na Epístola de Tiago, que escrevia uma obra do ponto de vista judaico-cristão. Contudo, comparar com (Gál. 4:17,18).

Seja como for, a inveja é uma atitude diabólica, conforme asseveram (I João 3:12)

A inveja, como já dissemos, é uma das obras da carne, pelo que é natural para o ser humano decaído (Gál. 5:21). Na teologia moral posterior, a inveja é alistada entre os pecados mortais.

Adauto Matos.


Dicionario Português

Dicionario Champlin

Dicionário Bíblico Wycliffe

Vídeo: https://youtu.be/eE-jxP4PpGE

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