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Juvenis – Lição 1- Deus é amor

Existem muitas visões sobre o amor na área do conhecimento. Nesta lição, além de falarmos do amor em algumas destas áreas, falaremos também do amor de Deus inseridos nas Sagradas Escrituras.

1.1 PELA ETIMOLOGIA

Etimologicamente, o termo “amor” surgiu a partir do latim “amor”, palavra que tinha justamente o mesmo significado que atualmente: sentimento de afeição, paixão e grande desejo.

Assim, o substantivo “amor” dá origem também ao verbo “amar”, que representa a ação do indivíduo que sente esse amor, estabelecendo uma relação entre o sujeito que ama e o objeto amado. 1

1.2 PELA PSICOLOGIA

Segundo o psicólogo norte-americano, Robert Sternberg que desenvolveu uma teoria sobre o tema. Para ele, o amor tem três elementos distintos que o compõem:

  • intimidade;
  • paixão;
  • compromisso.

O primeiro tópico se refere a uma relação de confiança que vem de ambas as partes, que também inclui a proteção e a necessidade de estar sempre próximo.

Aliás, segundo o psicólogo, é por meio da intimidade que as duas pessoas podem compartilhar as suas experiências.

Já a paixão é baseada na atração sexual, sendo que ela envolve um sentimento irreprimível de estar sempre com a pessoa amada.

Afinal, é com o compromisso e a proximidade que se gera uma expectativa de que a relação dure por bastante tempo.2

1.3 PELA FILOSOFIA

Ah, o amor! Está aí um sentimento frequente em nossas vidas. Amamos nossos familiares, nossos amigos, nossos cachorros, nossos ídolos e, muitas vezes, amamos outra pessoa que se torna nossa parceira. Pelo menos um amor desses você já deve ter sentido, né?

Mesmo amando diversas vezes e de várias formas, é difícil definir em poucas palavras o que é esse sentimento. Vejamos como o dicionário define o amor:
1. Sentimento que leva uma pessoa a desejar o que se lhe afigura belo, digno ou grandioso.

  1. Grande afeição que une uma pessoa a outra, ou a uma coisa, e que, quando de natureza seletiva e eletiva, é frequentemente acompanhada pela amizade e por afetos positivos, como a solicitude, a ternura, o zelo etc.; afeto, devoção.
  2. Sentimento ardoroso ou passional de uma pessoa por outra, que se manifesta em forma de atração física e não implica, necessariamente, o empenho pessoal recíproco; atração que tem por base o desejo sexual.

Mas o que será o amor para a Filosofia?

Quando pensamos no amor sob a ótica da Filosofia, podemos encontrar, dentro da civilização ocidental – que é resultado da cultura greco-romana e também da cultura cristã –, três definições independentes de amor.

A primeira é o amor Eros. Ele é definido por Platão como um amor ligado à ideia do desejo. Amar alguém, portanto, significa desejar fortemente aquela pessoa.

O professor de Filosofia do Stoodi, Eduardo, explica que “A partir do momento que eu concretizo o desejo, ele deixa de existir e, desta forma, o amor também deixa de existir”. Ou seja, o amor Eros é o desejo por algo ou alguém que desaparece quando é satisfeito.

A segunda definição é o amor Filos. Esse é defendido por Aristóteles como um amor vinculado à ideia de alegria. Amar alguém é sentir-se alegre com a pessoa que você divide a vida e os sentimentos. Significa que o amor só existe quando faz o casal feliz.

Temos também, como terceira definição, o amor Ágape. Dentro do pensamento cristão, o amor é idealizado pela renúncia.

Amar alguém é ter uma atitude de amor com o outro sem esperar nada em troca.

“Você simplesmente renuncia em favor do outro, sem esperar o retorno disso”, explica o professor.3

2 – O AMOR COMO ATRIBUTO DE DEUS

2.1 OS ATRIBUTOS DE DEUS

Antes de falarmos quais são os atributos de Deus, precisamos entender que a teologia, para facilitar a compreensão desse assunto, divide os atributos de Deus em duas categorias: atributos incomunicáveis e atributos comunicáveis.

Os atributos incomunicáveis, também chamados de atributos não-relacionados, são aqueles que Deus não compartilha com nenhuma criatura, ou seja, são atributos exclusivos dele e Ele não os comunicou a mais ninguém.

Ex: Eternidade, Unidade, Imutabilidade, Infinitude, Onipresença, Onipotência, Onisciência, Soberania.

Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus compartilha, pelo menos em certa medida, com o homem.

Os atributos comunicáveis foram impressos na criação da humanidade, e basicamente por isso o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, isto é, porque Deus comunicou a ele alguns de seus atributos, e por portar tais atributos, o homem se parece com Deus em alguns aspectos.

Ex: Amor, Bondade, Misericórdia Sabedoria, Justiça, Santidade, Veracidade, Liberdade, Paz.4

2.2 EXPRESSÕES DO AMOR DE DEUS

Dizer que Deus é amor significa que o amor é uma parte essencial do caráter de Deus. Isso significa que Seu amor é tão imenso e grandioso, que é impossível ao homem compreendê-lo totalmente.

A verdade de que Deus é amor indica que o amor divino é demonstrado na fidelidade de Deus à sua Aliança e na forma com que Ele busca incansavelmente pecadores rebeldes e indiferentes.

Vemos o amor de Deus quando:

– Adão pecou no Éden, ele mesmo tentou se justificar cobrindo com folhas de figueira, ou seja, a justiça humana querendo esconder o seu pecado. E Deus no seu grande amor o que fez?

Matou um cordeirinho cobriu Adão e Eva e para que não comesse da árvore da vida e vivesse eternamente no sofrimento, o expulsa do jardim e estabeleceu seus querubins e uma espada flamejante que se movia em todas as direções, evitando assim que alguém tivesse acesso à árvore da vida (Gn. 3:24).

– Deus deu os dez mandamentos à Moisés, o monte estremeceu, houve fumaça, Deus se manifestou em glória, mas passados alguns capítulos o povo está adorando um bezerro de ouro. Agora, porque Deus não destruiu aquele povo, visto que estavam descumprindo o primeiro e o segundo mandamento? (Êx. 20:1-5). Por causa do grande amor de Deus!

Outro exemplo no Antigo testamento, foi Manassés, filho de Ezequias. Ele começou a reinar com 12 anos e reinou 55 anos em Jerusalém. A Bíblia diz no livro de 2Reis 21, que ele não andou com Deus como o seu pai Ezequias.

Levantou altar a Baal, fez uma Azera como Acabe, odorou a todo exército do céus e os serviu, edificou altares a todo o exército dos céus em ambos os átrios da casa do Senhor.

“E até fez passar a seu filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e ordenou adivinhos e feiticeiros; e prosseguiu em fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.

Também pôs uma imagem de escultura, do bosque que tinha feito, na casa de que o Senhor dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre”. (2Re. 21:1-7).

Manassés fez o povo errar tanto, que eles fizeram pior que as nações que o Senhor tinha destruído de diante de Israel. Manassés fez coisas terríveis, mas o amor de Deus por ele era tão grande que no final de sua vida, ele se arrepende e a graça de Deus o alcançou.

“Manassés se arrependeu! Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante de Jeová e pediu a misericórdia de Deus (2 Crônicas 33:12-13).

Tão genuíno foi seu arrependimento que Deus realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração de Deus e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente (2 Crônicas 33:14-16)”.5

Estes são alguns exemplos do grande amor de Deus. Mas esse amor também foi esplendorosamente manifestado no nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, em suas palavras e atos movidos de compaixão, mas sobretudo esse amor foi manifestado, quando Jesus com as mãos estendidas na cruz do calvário brada dizendo:

“Está consumado”, entrego o meu Espírito, está pago o preço da redenção está pago a obra da reconciliação, estou reconciliando os homens contigo Pai!

3 – CARACTERÍSTICAS DO AMOR DE DEUS

3.1 – INSONDÁVEL

“Insondável significa primariamente, “Incapaz de ser rastreada, seguida”. (LTT’18).

Esse termo é usado apenas aqui e em Rom. 11:33 (em forma adjetivada, e onde é amplamente comentada). Não significa inacessível, e, sim, algo vasto demais para ser descrito ou medido.

O próprio termo indica as ideias de inacompanhável, inexplorável. Assim, as riquezas de Cristo não admitem exploração e descrição definida. Podemos sentir intuitivamente sua vastidão, e podemos tentar descrevê-las.

É por demais profundo, que ultrapassa de tal modo a imaginação humana que não admite descrições que possamos considerar completas.

Significa aquilo que não pode ser sondado, encontrado ou descoberto, em sentido lógico, aquilo que é inescrutável, algo que ultrapassa a capacidade mental do homem.

A mente humana perde-se na teia dos pensamentos e ações aplicadas de Deus. A mente humana não é capaz de acompanhar e de descrever os caminhos de Deus”. Champlin

3.2 – IMUTÁVEL

Note o que o Senhor diz através do profeta Malaquias: “Porque Eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Mal. 3:6.

A mutabilidade pertence à toda criação, a imutabilidade pertence somente a Deus.

Os céus que vemos constantemente mudam a aparência: às vezes estão limpos, outras vezes estão escuros por causa das nuvens e trevas.

A face da terra muda a aparência de estação a estação. A terra sofreu grande mudança por causa do dilúvio, e mudará por causa do fogo. 2 Pedro 3:5-10.

Os anjos em seu estado original eram sujeitos a mudança, como nos foi demonstrado pela grande apostasia que sobreveio a muitos.

Os anjos eleitos não mudaram, pois eles foram confirmados em santidade, não devido à sua natureza, mas pela graça de Deus em Jesus que é o Cabeça de todos os principados e poder. 1 Timóteo 5:21. Colossenses 2:10.

Enquanto consideramos o homem, o centro da criação, sua mutabilidade é tão evidente que nem precisamos prová-la.

Deus é chamado “O Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. Tiago 1:17.

Deus não pode mudar para pior, pois Ele é eternamente o Santo.

Ele não muda para melhor, pois já é santo e perfeito.

O tempo não efetua mudanças no Deus eterno. O Deus auto-existente, auto-suficiente e eterno não anda encurvando pela idade, nem um só de Seus passos é vacilante.

O amor de Deus é imutável. Não é que Deus simplesmente tem ou sente amor; Ele é amor e sendo Deus amor, e já que Ele não muda, jamais deixou de amar Seus filhos.

Na verdade, Deus não nos ama porque Lhe somos fiéis ou porque fazemos algo por Ele. Ele simplesmente nos ama porque faz parte de Seu caráter amar.

Veja o que escreveu Jeremias: “De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” Jer. 31:3.

3.3 – INCONDICIONAL

“Amor eterno” é amor incondicional, não importa as condições Deus sempre amará o homem. Portanto, Deus jamais deixará de amar Seus filhos, independentemente do que eles façam ou deixem de fazer.

“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Tito 3:4 e 5.

Depois da queda dos nossos primeiros pais, a principal obra de Deus tem sido atrair-nos a Si.

“Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e Me inclinei para dar-lhes de comer”, diz o Senhor, em Oséias 11:4.

Já no Novo Testamento, Paulo escreveu: “Quem nos separará do amor de Cristo?

Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?

Como está escrito: Por amor de Ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Rom. 8:35-39.

4 – O AMOR DE DEUS NA TRINDADE

4.1 – O PAI, O AMOR EM ESSÊNCIA

Deus é amor. A terceira das três grandes declarações de João quanto à natureza de Deus (Jo. 4:24; I Jo. 1:5).

A ausência do artigo (Deus é o amor) indica que o amor não é simplesmente uma qualidade que Deus possui, mas o amor é aquilo que Ele é por Sua própria natureza.

Mais ainda, sendo Deus amor, o amor que Ele demonstra brota dEle mesmo e não externamente. A palavra Deus está precedida por um artigo, que significa que a declaração não é reversível; não se pode ler, “O amor é Deus”.6

4.2 – O FILHO, O AMOR ENCARNADO

Para salvar o homem ele se fez homem, assim como nós. Teve um nascimento assim como qualquer outro ser humano, foi criança, teve adolescência e juventude, trabalhou para se manter e sustentar sua mãe e irmãos e irmãs.

Teve os mesmos sentimentos que nós temos. Sofreu muito mais do que qualquer outro. Foi um homem de dores e experimentado nos trabalhos. Foi perseguido e morto pelos nossos pecados.

HABITOU ENTRE NÓS. A promessa de Deus era que ele seria o Emanuel, que traduzido que dizer: Deus conosco. A chegada do Messias foi a chegada de Deus entre os homens.

Deixou todo o seu apogeu e veio a terra, como está escrito em Filipenses 2:6-7 :

 – Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.7

4.3 – O ESPÍRITO SANTO, O AMOR DERRAMADO.

Um dos ministérios distintivos do Espírito Santo é derramar o amor de Deus em nossos corações.

E ele o faz de tal maneira que, ao derramá-lo pela primeira vez, gera-se um fluxo permanente em nossos corações (ekkechytai, tempo perfeito).

É compreensível que muitos vejam aqui uma referência à efusão do Espírito no Pentecostes, uma vez que ali se usa o mesmo verbo (ekcheõ, “derramar”).19

No entanto, o apóstolo é muito preciso aqui, ao escrever especificamente, não sobre o derramamento do Espírito, mas sobre o derramamento do amor de Deus por intermédio do ministério do Espírito em nossos corações.

O genitivo da expressão “amor de Deus” deve ser seguramente subjetivo, e não objetivo, o que significa que o que se tem em mente é o amor de Deus por nós, e não o nosso amor por ele.

 “Sob a vivida metáfora de uma chuvarada que cai sobre uma terra seca”, o que o Espírito Santo faz é proporcionar-nos a consciência profunda e refrescante de que Deus nos ama.

E muito similar à declaração posterior de Paulo de que “o próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus” (8.16). 

Existe pouquíssima diferença (se é que existe) entre Deus assegurar-nos da sua paternidade e assegurar-nos do seu amor. (A Bíblia Fala Hoje).

CONCLUSÃO

Deus é amor, essa é Sua essência. Portanto, tudo que Ele fez e faz continuam a ser respaldado por essa emoção.

Não há justiça de Deus sem amor. Desde a criação até a Eternidade toda a sua motivação em agir estará coberta pelo seu amor leal.

Não há graça de Deus sem amor, e nem mesmo a sua ira virá sobre nós sem que seu amor também esteja presente. Ele amou tanto ao mundo que deu o seu filho Jesus para nos salvar.

De seu conservo, Adauto Matos.


1 – https://www.significados.com.br/amor/

2 – https://www.psicanaliseclinica.com/conceito-de-amor-na-psicanalise/

3 – https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/o-que-e-o-amor-para-filosofia/

4 – https://estiloadoracao.com/atributos-de-deus/

5 – https://estudosdabiblia.net/2002312.htm

6 – Comentario Biblico Moody

7 – Comentário   Bíblico Versículo por Versículo N.T. – Francisco Amancio

8 – Vídeo: https://youtu.be/yKW3Wp4WhXI

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