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Juvenis – Lição 10 – Israel X Judá – A Divisão do Reino

INTRODUÇÃO

O reino dividido na Bíblia refere-se ao período em que a nação israelita foi dividida em dois reinos: o Reino do Norte e o Reino do Sul. A partir dessa divisão, o Reino do Norte é referido na Bíblia como Israel, enquanto o Reino do Sul, como Judá.

A história do reino dividido dos israelitas está registrada principalmente em 1 Reis e 2 Reis (1 Reis 12:1 – 2 Reis 17:41). Mas há também os textos paralelos nos livros de Crônicas; além dos relatos presentes na literatura profética.

1 – A DIVISÃO DO REINO

1.1 – O CONTEXTO DA DIVISÃO

É inacreditável que o homem que escreveu Provérbios 5:20-23 e 6:20- 24 pudesse multiplicar o número de esposas e de concubinas provenien­tes de nações pagãs.

A poligamia, em si mesma, já era bastante ruim (isso causara problemas sem fim para seu pai, Davi), mas casar com mulheres de terras pagãs era apos­tasia deliberada. Veja Deuteronô­mio 7:1-14.

Qual o motivo da repe­tição desse pecado? O coração de Salomão não era fiel a Deus (11:4). Deus queria “integridade de cora­ção” (9:4), o que quer dizer um co­ração sincero e inteiro para a glória de Deus.

Contudo, Salomão tinha o coração dividido — ele, enquan­to tentava servir ao Senhor, amava o mundo.

Que tragédia que o ho­mem que construiu o templo para o único Deus verdadeiro começasse a adorar em altares pagãos! O Senhor indignou-se com isso; portanto, mandou diversos estatutos a fim de trazer o rei errante de volta à fé.

Jeroboão, o filho de Nebate, da tribo de Efraim, veio a ser, o adversário interno de Salomão. Um jovem de considerável capacidade e talento, ele logo atraiu a atenção do rei (v. 28), que o colocou como superintendente de suas obras públicas.

1Reis 11:29. Sucedeu nesse tempo que . . . o encontrou o profeta Aías, o silonita. Saindo de Jerusalém um dia, o jovem Jeroboão foi subitamente abordado por Aías, o profeta (apresentado aqui pela primeira vez), que simbolicamente lhe revelou o seu futuro.

O profeta pegou a sua própria capa que estava usando e a rasgou em doze pedaços. Entregando ao jovem dez pedaços e retendo dois, anunciou-lhe que Deus estava para dividir o reino de Salomão do mesmo modo, dando dez tribos a Jeroboão e deixando apenas duas com a casa de Davi.

1Reis 11:31. E disse a Jeroboão: Toma dez pedaços. À luz da profecia, Jeroboão já era considerado o líder do novo estado de Israel, formado por causa do juízo disciplinar dos pecados de Salomão.

1Reis 11:32. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo. O pronome “ele” sem dúvida se refere à casa de Salomão, isto é, a Roboão e seus descendentes.

Essa tribo, a de Benjamim, apegou-se fielmente à casa de Davi. As duas tribos são consideradas como uma só; portanto, na realidade, nenhuma tribo ficou faltando aqui.

1Reis 11:33. Porque Salomão me deixou e se encurvou a Astarote . . . a Camos. . . e a Milcom. Uma razão específica apresentada para a divisão iminente foi a idolatria – um pecado, que, apesar da severidade do juízo divino, continuou infestando os dois reinos até que foram para o cativeiro.

1Reis 11:34. Porém não tomarei da sua mão o reino todo. Apesar da infidelidade dos homens, Deus era fiel preservando a semente de Davi “até que venha aquele a quem ela pertença de direito; a ele a darei ” (Ez. 21:27; Mt. 1:1 ; Rm. 1:3).

1Reis 11:36. E a seu filho darei uma tribo; para que Davi, meu servo, tenha sempre uma lâmpada. Literalmente, para que haja uma lâmpada para o meu servo Davi. O propósito divino seria cumprido apesar da desobediência de Salomão.

A casa de Davi seria disciplinada mas não destruída. Salomão realmente se comprovara um pecador; contudo, Cristo, o Salvador dos pecadores, viria através da linhagem de Davi.

1Reis 11:38. Se ouvires tudo o que eu te ordenar. Além de Deus declarar-se fiel à casa de Davi, Ele também prometeu, condicionalmente, estender Suas misericórdias a Jeroboão – … e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi.

Como teria sido diferente a história pessoal de Jeroboão, tal como a subsequente história de seu reino, se tivesse obedecido à voz do Senhor! Este homem, contudo, ganhou o indesejável epíteto, “que levou Israel a pecar”.

Embora a profecia de Aías não fosse imediatamente cumprida, tudo o que ele predisse realizou-se no devido tempo.

1Reis 11:40. Salomão procurou matar a Jeroboão. Embora o aviso profético fosse feito em segredo, parece que Jeroboão não aguentou esperar o momento designado por Deus, mas começou a conspirar contra Salomão.

O rei, entretanto, procurou matá-lo com base em suposta traição. Jeroboão foi forçado a fugir para junto de Sisaque no Egito e ficar lá até a morte de Salomão.1

1.2 – ROBOÃO E JEROBOÃO  

Roboão, com a morte de Salo­mão, reinou no lugar do pai. Esses anos posteriores, se Salomão tives­se permanecido verdadeiro com o Senhor, seriam cheios de bênção e vitória, não de castigo e derrota.

Ele deixou para o filho o problema de reconquistar o amor do povo e de aumentar os pesados impostos que ajudaram Salomão a ficar tão rico.

Sim, Israel parecia gozar de grande glória e esplendor, mas nem tudo ia tão bem. Era uma glória vazia que não poderia durar.

Jeroboão havia fugido para o Egito, quando Salomão pro­curava assassiná-lo (ver I Reis 11.40). A revolta já estava a caminho, e a profecia de Yahweh acerca do cisma do reino unido já estava em operação (ver I Reis 11.11,12).

Agora, entretanto, Salomão estava morto, e isso abria novas perspecti­vas, Talvez Roboão, filho de Salomão, não fosse um homem desarrazoado e realmente anulasse as medidas opressoras de Salomão, como a dos trabalhos forçados e a dos pesados impostos sobre a parte norte da nação (vs. 4).

Mas Jeroboão encontraria um homem arrogante e desarrazoado. Ele não tinha nada da nobreza de seu avô, Davi, e nenhuma da sabedoria de seu pai, Salomão.2

É provável que, durante as festividades que assinalavam a coroação, quando todos já estavam alegres e o vinho fluía livremente, Jeroboão e os outros líderes do norte tenham convocado Roboão para tratar das reformas que aliviariam o peso imposto às tribos do norte.

Jeroboão deixou claro que os principais lideres, os anciãos, os militares, os oficiais etc. da região norte do país estavam todos presentes.

Ele não haveria de tomar toda aquela responsabilidade sobre si mes­mo. Jeroboão serviu de porta-voz, mas tinha toda a força das dez tribos do norte por trás dele.

Sabia do intuito de Yahweh de dividir o reino e de torná-lo o rei da parte norte da nação, mas apesar disso fez o que foi possível para manter unido o reino.

Roboão ainda nada decidira sobre a questão. Assim sendo, solicitou três dias para considerar a questão e, nesse prazo, consultou seus sábios, conselheiros, oficiais, anciãos, os subchefes da nação, de várias profissões e ofícios.

Provavelmente havia obras públicas em anda­mento que Salomão não terminara, e elas eram agora responsabilidade de seu filho, Roboão.

Os custos do trabalho eram elevados, e muitas pessoas eram necessárias nesse tipo de trabalho. As tribos do norte eram vitais para tal programa, pois elas sempre haviam carregado a parte maior do peso. Havia, pois, muita coisa em jogo para o novo rei.

Provavelmente, ele queria tolamente manter a grandeza de seu pai e terminou tomando más decisões por causa de maus motivos.

O rei Roboão consultou dois grupos: os homens antigos que conheceram e serviram a Salomão (vs. 7); e os homens novos que cresceram com Roboão, um bando de jovens cruéis, gananciosos e extremamente ambiciosos, que deram a ele um conselho desastroso.

Os homens de mais idade, que tinham servido durante o reinado de Salomão, recomendaram um tratamento mais justo e humano, com o alívio das tribos do norte, o que poderia torná-los súditos leais. “Condescende diante deles; conduza-te de maneira humilde… agrada-os e serve-os” (John Gill, in loc.).

Tai conduta haveria de conquistá-los como amigos e súditos leais, de modo que ele não deveria antagonizá-los e levá-los à revolta.

O Mau Conselho. Os jovens, que tinham crescido em companhia de Roboão e nada conheciam da sabedoria salomônica, eram arrogantes e gananciosos, cruéis e destituídos de coração, E eles também se mostraram convincentes, por­quanto contra todo o bom senso foi com eles que Roboão acabou concordando.

Esses jovens eram nobres mimados, filhos de oficiais e chefes, que sempre tiveram tudo em abundância e não compreendiam a agonia do povo comum. O rei estava com cerca de 40 anos de idade na época (ver I Reis 14.21) e deveria ter tido sabedoria suficiente para perceber as falácias dos jovens.

Os vss. 9-11, con­têm o terrível conselho que os mais jovens deram ao rei. O próprio rei era, ao mesmo tempo, estúpido e arrogante, embora estivesse acostumado a ouvir pala­vras de sabedoria.

Enquanto as tribos do norte queriam medidas que aliviassem o pesado jugo que Salomão lhes impusera, de modo geral, esse jugo tomar-se- ia ainda mais pesado que antes. A ganância aumentaria; o trabalho forçado aumenta­ria; a cobrança de impostos aumentaria.

O peso aumentado tornar-se-ia esmagador e totalmente debilitador. O dedo mínimo de Roboão ficaria mais grosso que a cintura de Salomão. O pesado jugo de Salomão tornar-se-ia leve em comparação com o jugo muito mais pesado do novo rei.

Era costume educar o herdeiro do trono junto com os jovens nobres do reino. O intuito era estimular o novo rei a ultrapassar os outros jovens privilegiados.

Ademais, essa seria uma oportunidade de saber quais contemporâneos ele deveria escolher para ajudá-lo: futuros ministros, auxiliares, chefes etc. Israel, ao que tudo indica, também seguia esse costume, mas no caso de Roboão e de seus amigos não havia muita sabedoria no grupo.

O jugo já pesado seria aumentado tanto que se tomaria virtualmente insuportável. Por quê? Para escravizar de modo absoluto, de forma que os servos se tomassem escravos que produzissem um trabalho barato, o que seria bom para as ambições de Roboão, mas muito ruim para o próprio povo de Israel.

Nos grupos de trabalho forçado, Salomão usava o chicote para certificar que nenhum homem teria um minuto sequer de descanso.

Sob o novo rei, esses chicotes tornar-se-iam escorpiões. Provavelmente está em pauta o tipo de chicote que os romanos usavam, equipado com uma ponta de metal posta a intervalos, para adicionar dor e injúria às chibatadas.

Tal chicote era chamado de “escorpião” por ser capaz de ferroar suas vítimas. Vários intérpretes anti­gos descreveram de forma diferente o tipo de chicote que poderia ser chama­do de “escorpião”, mas a expressão, na verdade, é uma metáfora para indicar um tratamento cruel para os escravos, incluindo espancamentos brutais, sem especificar algum tipo especial de chicote que porventura fosse usado.

Depois de três dias, Jeroboão, o porta-voz das tribos do norte, acompanhado pelos anciãos e chefes, retornou para ouvir a deci­são de Roboão quanto à possibilidade de aliviar o jugo pesado (vs. 4) que Salomão havia imposto às tribos do norte.

Roboão rejeitou os conselhos corretos que os homens de mais idade haviam dado. E fez isso deliberadamente, influenciado por seu próprio coração endurecido e pelo conse­lho dos jovens nobres, que nada conheciam sobre as dores do povo.2

O rei, pois, não deu ouvidos ao povo. O motivo oculto está na cláusula seguinte: Porque este acontecimento vinha do Senhor. As palavras do profeta Aías referentes à divisão do reino tinham de se cumprir. Os decretos de Deus, embora tenham sua origem na eternidade, atingem o seu ponto alto na história.

Que parte temos nós com Davi? Assim a soberania da casa de Davi foi repudiada pela maioria de Israel. Com estas palavras, eles voltaram as costas a sua herança para buscar novos caminhos com seu recém escolhido líder, Jeroboão, o filho de Nebate.

Quanto aos filhos de Israel, porém, que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão. Em cumprimento á promessa divina que Davi teria “sempre uma lâmpada . . . em Jerusalém” (11:36), os hebreus do sul que habitavam na Judéia permaneceram fiéis, enquanto os do norte foram por um caminho separado.

1.3 – O RESULTADO DA DIVISÃO

Como Roboão, filho de Salomão recusou aliviar a pesada carga tributária que o seu pai impunha sobre o povo, e as dez tribos do norte se revoltaram e estabeleceram Jereboão como seu rei. O reino do norte agora seria conhecido como Israel, e o Reino do Sul como Judá. 

As tribos quer eram grandes e fortes,  basta lembrarmos que, quando no começo do reinado de Saul, o primeiro rei e também o primeiro que reinara sobre as doze tribos, conseguiu reunir um exército de 330 mil homens, sendo que 300 mil eram de Israel e 30 mil de Judá, para lutarem contra os Amonitas que sitiaram Jabes Gileade e Deus deu um grande livramento para as doze tribos e confirmou o reino a Saul (1Sm. 11:1-15).

Agora as tribos estavam divididas, em inimizade e vulneráveis aos ataques de outras nações. Cinco anos mais tarde, Sisaque (também chamado Sesonque), rei do Egito, invadiu Judá e Israel e tomou uma série de cidades. Roboão só evitou a destruição de Jerusalém ao recompensar Sisaque com muitos dos tesouros que Salomão havia colocado no templo.3

Um grande reino caiu da noite para o dia e deu origem a duas fracas potências de segunda classe, corroborado pelo que Jesus disse: ” Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto…” (Mt. 12:25).

2 – O REINO DO NORTE

2.1 – A POLÍTICA

Segundo o comentário da Bíblia de estudo NAA, a primeira tarefa realizada por Jeroboão foi, obviamente, a defesa. Ele fortificou (construiu), duas grandes cidades Siquém e Penuel (1Re. 12:25). 

Champlin diz: “Roboão fez de Siquém sua capital, tomando assim plenas vantagens das antigas tradições do lugar como centro da história do norte de Israel.

Penuel ficava às margens do ribeiro de Jaboque, na parte leste do rio Jordão e na mesma latitude de Siquém. Dominava a estrada para o oriente, saindo do vale do rio Jordão, a rota favorita dos invasores nômades (ver Juí. 8.8).

Penuel, pois, foi assim edificada como uma defesa avançada para Siquém” (Norman H. Snaith, in loc.). Jeroboão fez tudo quanto pôde para impedir que os israelitas do norte visitas­sem Judá, porque era ali que o templo estava.

Desde o princípio, ele havia desobedecido à voz de Yahweh, que o tinha chamado para ser o rei do norte (ver I Reis 11.38), como todos os reis, ele deveria andar em estrita obediência à lei mosaica. Assim, com a mesma facilidade com que se desfez do jugo da casa de Salomão, também seguiu em seu próprio caminho idólatra”.

2.2 – A RELIGIÃO

In­felizmente, Jeroboão fracassou em aproveitar sua oportunidade, pois le­vou as dez tribos à idolatria.

Ele teve medo de que seu reino se revoltasse contra ele quando fosse a Jerusalém para as celebrações anuais, por isso fez uma “aliança” para que eles ado­rassem no próprio território deles.

Ele repetiu o pecado de Arão (Êx 32:1-6) e fez dois bezerros de ouro. Pôs um em e outro em Betei. Ele também fez santuários e constituiu sacerdotes. Era uma religião feita pelo homem e estabelecida para a comodidade do povo e, além disso, não tinha o poder ou a bênção de Deus.

É claro que o Senhor não podia permitir a continui­dade dessa apostasia, portanto ele en­viou uma mensagem de admoestação e de julgamento ao rei (cap. 13). Ob­serve que o rei agia como sacerdote, queimando incenso no altar.

Um mis­terioso homem do Senhor anuncia o nascimento do futuro rei, Josias (13:2; veja 2 Rs 23:15-18) e também adverte que a religião feita pelo homem seria julgada e destruída.

Quando Jeroboão tentou prender o profeta, sua mão es­tendida secou, e o altar fendeu-se, exatamente como o profeta predis­sera.

O rei implorou para ser curado, e o homem orou por ele. Após isso, o rei tentou enganar o homem con­vidando-o para ir ao palácio, mas o homem do Senhor recusou-se a cair nessa cilada.

Infelizmente, o homem do Senhor ouviu as mentiras de um companheiro profeta e perdeu a vida. Se 1 Re. 13:11 -34 ensina uma lição, é esta: não deixe que os outros determinem a vontade do Senhor para sua vida. Obedeça ao que a Palavra de Deus lhe diz, independentemente de quan­to isso lhe custe.4

2.3 – O FIM

O cativeiro de Israel ocorreu durante o reinado do rei Oséias. Nessa época, a Assíria começava a crescer e a se tornar um grandioso império, controlando várias nações, inclusive Israel. Durante os últimos trinta anos de Israel, o país foi acometido de muitas tragédias, injustiças e assassinatos, em razão de desprezarem e mandamentos de Deus. A nação israelita entrou em decadência política, social, econômica e religiosa.

Israel sob o reinado de Jeroboão II. A nação de Israel experimentou prosperidade económica e conquistas de territórios perdidos para a Síria que, durante algum tempo, dominava a Palestina. Mas infelizmente, conforme nos adverte os profetas Amós e Oséias, esses resultados foram alcançados através de corrupção, injustiça social, hipocrisia religiosa e sincretismo (2 Rs 17.2,29-33). Os períodos de prosperidade não fizeram o povo retornar a Deus para adorá-lo, conforme a Lei. 

A traição do rei Oséias. O rei da Assíria, Salmaneser, descobriu que Oseias, seu vassalo, o traíra ao buscar apoio do Egito e interromper o pagamento dos tributos ao seu reino (2 Rs 17.3.4). Enfurecido, o soberano mandou prender Oseias, marchou com seus exércitos contra Samaria, e a sitiou por três anos (2 Rs 17.5). A partir daí, Israel não teria mais chances de negociação; só lhe restaria a guerra e a consequente deportação.

A advertência dos profetas. O aumento da riqueza nacional, especialmente sob o reinado de Jeroboão II, fez com que pequenos proprietários fossem espoliados pelos mais ricos, até que se tornassem pobres e servos desses usurpadores. Enquanto os mais abastados viviam na extravagância, os pobres eram vilipendiados e permaneciam na miséria.

Essas injustiças fizeram com que os profetas Amós e Oséias formalizassem graves denúncias (Am 5.6-9). Todos estes brutais pecados da nação de Israel foram apontados pelos profetas com pesadas advertências ao arrependimento, e apelos à misericórdia e ao amor de Deus (Os 7.11-14).

O Todo-Poderoso sempre abominou o sincretismo em Israel, em que o povo adorava os ídolos e ao mesmo tempo oferecia cultos a Deus.

Foi por isso que o profeta Amós advertiu àquela obstinada nação com tanta severidade (Am 5.21-27). Deus não se deixa escarnecer, e não tolera um coração dividido com outros deuses ou objetos de adoração.

Esses falsos deuses influenciavam o coração do povo, inclinando-o contra a vontade de Deus declarada em sua Palavra.

A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2 Rs 17.6-18). 

A mistura de gente e o sincretismo. Após o exílio, alguns israelitas pobres permaneceram em Samaria e na região. A política dos assírios era que os territórios espoliados fossem ocupados por povos de outras etnias e origens; promovendo assim, uma grande migração e reassentamento de pessoas.

O objetivo era misturar as nacionalidades para evitar possíveis rebeliões e enfraquecer as províncias.

Essa mistura de gente (Ne 13.3; Jr 25.20) fez com que o povo de Israel, que restou em Samaria junto aos deportados de outras nações, tornasse a religião israelita ainda mais sincrética. É por isso que temos no Evangelho de João: “os judeus não se comunicam com os samaritanos” (Jo 4.9).5

3 – O REINO DO SUL

3.1 – A POLÍTICA

A capital do Reino do Sul continuou sendo Jerusalém, local onde estava o grande templo que fora projetado por Davi e construído pelo seu filho Salomão. Diferentemente dos reis do reino de Israel que vinham de diferentes dinastias, os reis do reino de Judá eram todos descendentes da casa de Davi.

A única exceção foi o período de pouco mais de seis anos em que Atalia usurpou o trono de Judá após Acazias, seu filho, ter sido assassinado.

A tribo de Benjamim permaneceu fiel à Casa de Davi, continuando a fazer parte do Reino de Judá, até que, em 586 a.C, Judá foi conquistado pelos babilônios, e a sua população foi deportada.6

O Reino do Sul (Judá), viria a ter 19 reis e uma rainha. Dos reis, oito foram bons e durante o reinado deles a nação desfrutou algumas vezes avivamento espiritual. Por causa destes momentos de renovação, Judá permaneceu em Canaã mais 120 anos depois do cativeiro de Israel.7

3.2 – A RELIGIÃO

No Reino do Sul, Roboão permitiu que os israelitas construíssem lugares onde os deuses falsos eram adorados, seguiram as práticas malignas dos povos que Deus ordenara que fosses expulsos da terra de canaã (1Re. 14:22-24).8

O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2 Rs 21.1-11).

Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2 Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4-5: Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2 Rs 25).

3.3 – O Cativeiro

Judá foi invadida pelos babilônios três vezes (24.1; 24.10; 25.1), ao igual ao Israel foi invadido pelos assírios em três ocasiões. Uma vez mais, Deus mostrou sua misericórdia frente ao castigo merecido ao dar ao povo repetidas oportunidades para que se arrependesse.

O mal penetrou no Judá e a ira de Deus estalou contra seu povo rebelde. Babilônia conquistou Assíria e chegou a ser a nova potência mundial. O exército babilônico partiu em Jerusalém, queimou o templo, demoliu as grandes muralhas da cidade e levou a povo em cativeiro.

O mar de bronze era usado para conter o enorme reservatório para a purificação ritual dos sacerdotes. O mar de bronze, as colunas de bronze e as bases eram de tanto valor que foram rotas e levadas a Babilônia.

Judá, ao igual ao Israel, foi infiel a Deus. Deus, como o tinha advertido, permitiu que Judá fora destruída e levada em cativeiro (Deuteronomio 28). O livro de Lamentações registra o sofrimento do profeta Jeremias ao ver Jerusalém destruída.

Em lugar do rei (Zedequías), que tinha sido deportado a Babilônia, Nabucodonosor designou um governador (Gedalías) que administraria fielmente as políticas babilônicas.

Esta história ilustra como se foi a última esperança que tinha o Israel de recuperar sua terra, até seus oficiais do exército (que agora eram guerrilheiros rebeldes) tinham fugido.

O reino terrestre do Judá foi totalmente demolido, mas através dos profetas Ezequiel e Daniel, que também estavam cativos, Deus pôde manter seu reino espiritual nos corações de muitos dos exilados.9

PARA CONCLUIR

A divisão da nação de Israel em dois reinos é uma séria advertência para a Igreja. O Senhor não aprova contendas nem divisões nas fileiras de seu exército. Esforcemos para viver pacificamente a fé em Jesus Cristo, sempre em comunhão uns com os outros. Procuremos reunir as pessoas em torno dEle, não criar facções; com amor que une, não com partidarismo que afasta.

De seu conservo, 

Adauto Matos.

FIEL É A PALAVRA!!!


Citações e Referências

1 – Comentário Bíblico Moody

2 – Comentário Bíblico Champlin

3 – Bíblia de Estudo NAA

4 – W. W. Wiersbe (Conciso)

5 – 3º Trimestre de 2021 – Adultos – O Cativeiro de Israel: Reino do Norte –  https://escolabiblicadominical.org/licao-10-o-cativeiro-de-israel-reino-do-norte/

6 – O Que Era o Reino Dividido em Reino do Norte e Reino do Sul? – https://estiloadoracao.com/reino-dividido-reino-do-norte-e-reino-do-sul/

7 – História de Israel – A divisão do Reino – O futuro do Reino Dividido – página 96.

8 – Lição 08 – O Reino Dividido – https://www2.unifap.br/edfisica/files/2016/06/2016-05-14-200339-Licao_8_O-reino_Dividido_22-05-_EBD.pdf

9 – Coment.D.V.

10 – Vídeo: https://youtu.be/yRCBY5znl7Y

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