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Juvenis – Lição 11- O Louvor de Davi

INTRODUÇÃO

Na lição anterior vimos como o arrependimento Davi resultou no clamor de perdão; seus pecados foram perdoados, mais a consequência deles permaneceram em sua vida.

I – Davi Um “Resumão”   

O Texto em foco da Leitura bíblica em Classe Destaca e registra o cântico de louvor de Davi no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul (1).

Isto teria ocorrido logo após ele ter sido estabelecido no trono de Israel. Esta passagem é encontrada no salmo 18, praticamente sem mudança.

Este cântico é composto por oito estrofes, e contém muitas belas e características notas de louvor.

Em toda a sua extensão está repleto de referências às experiências de Davi na fuga de Saul, e nas suas batalhas com os filisteus.

Os versículos 2 a 4 louvam a Deus em termos extraídos da fuga no deserto: rochedo, lugar forte, escudo, alto retiro, refúgio. O Senhor havia sido o seu libertador e Salvador.

Os versículos 5 a 7 refletem à profunda aflição do salmista, cercado por ondas de morte (5), a multidão de impiedosos que ameaçavam a sua vida. Encontraram- me laços de morte (6) – em hebraico, “surpresos, vieram sobre mim”; “confrontados”; “eles bloquearam o meu caminho” (Berk.).

“O multiforme cuidado de Deus” é ensinado nos versículos 1-7 em uma série de metáforas e comparações impressionantes. Deus é o nosso:

(1) Rochedo, 2,3;

(2) Lugar forte, 2;

(3) Escudo, 3;

(4) Força de Salvação, 3;

(5) Baluarte ou Alto Retiro, 3;

(6) Salvador, 3;

(7) Supremo objeto de oração e louvor, 4-7.

0 livramento de Deus é vividamente retratado em 8 a 19.

A majestade e o poder do Onipotente foram trazidos para a ajuda do salmista.

As forças da natureza foram usadas para realizar a vontade do Senhor: o terremoto, a escuridão, o vento, o trovão e o raio.

Aqui está a imagem da mais alta ordem, convocada para ampliar a maravilha do poder salvador do Senhor.

Alguns têm se referido a esta descrição da tempestade que surgiu repentinamente durante a batalha como sendo os siros (2 Sm 7.5).

Davi mais provavelmente se refere a tudo o que Deus havia feito durante os perigosos anos de sua fuga da presença de Saul.

As ocasiões em que Deus aparece são freqüentemente associadas à tempestade (Êx 19.16-18; 1 Rs 19.11,12; Jó 38.1; J1 2.10-11; Na 1.3-6; At 2.2). Encontraram-me no dia da minha calamidade (19), é o mesmo que “vieram sobre mim no dia da minha calamidade”.

Os versículos 20 a 25 contrastam o estado atual do rei com a sua insegurança anterior. Deus o havia trazido para um lugar espaçoso (20).

Esta confiança de Davi era o resultado de ter guardado os caminhos do Senhor (22). A obediência é certamente a chave para a bênção divina.

O cristão, porém, entende que a bênção de Deus pode não estar na forma de riqueza, saúde, ou no que poderia ser chamado de felicidade. Sofrimento e adversidade podem plenamente se mostrar uma bênção do Senhor tanto quanto a tranquilidade e a prosperidade.

Os versículos 26 a 30 são uma espécie de hino de louvor, endereçado diretamente ao Senhor.

Os procedimentos de Deus para com a humanidade estão condicionados à resposta e à atitude dos homens em relação a Ele.

Ele é o Salvador dos aflitos, mas o terror dos orgulhosos. Ele é uma candeia (ou lâmpada), e uma fonte de força além do comum.

“Reações de Deus à conduta do homem” são ilustradas nos versículos 26 a 29. (1) Ele é benigno, 26; (2) Ele é íntegro e sincero, 26; (3) Ele é puro, 27; (4) Ele livra o aflito, 28; mas (5) Ele é avesso ao perverso, 27; e (6) Ele abate os altivos, 28.

Os versículos 31 a 35 voltam-se ao louvor do Senhor, e eles são dirigidos àqueles que vão ouvir ou ler a seu respeito.

O caminho de Deus é perfeito (31);

não há alguém como Ele.

Ele dá força e habilidade na batalha.

“O que Deus reserva para o seu povo” é apresentado nos versículos 29 a 33 em vívidas palavras de testemunho.

Davi havia encontrado em seu Deus (1) Luz, 29; (2) Força, 30; (3) Proteção, 31; (4) Segurança, 32; (5) Perfeição de caminho, 33.

Além disso, o salmista volta o seu pensamento diretamente ao Senhor (36-46), e louva-o pela vitória na batalha. Uma frase memorável é a seguinte:

Pela tua brandura, me vieste a engrandecer (36). O Senhor é louvado por livrar Davi das conspirações do povo: Também me livraste das contendas do meu povo (44).

“Hino da vitória de Davi” é o título que Alexander Maclaren dá aos versículos 40 a 51.

(1) A vitória de Davi vem somente do Senhor, 40-43;

(2) Vitórias menores levaram a outras maiores, 44-46;

(3) O louvor alegre é devido ao Senhor, 47-51.

II – UM CORAÇÃO GRATO E HUMILDE

Já idoso e no final de seu reinado escreve esse cântico fazendo uma retrospectiva de sua longa vida.

1 – Davi serviu voluntariamente a sua geração.

O texto de Atos 13.36 na versão atualizada traz a seguinte redação:

“Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção”.

Paulo faz uma importante afirmação sobre Davi quando diz que ele viveu para servir.

Nessa declaração observamos o segundo monarca de Israel sendo um ajudador do povo, e não o contrário. O povo era o ator principal e Davi, o coadjuvante.

Talvez isso nos surpreenda pelo fato de estarmos tão acostumados a contemplar, muitas vezes, os líderes sendo servidos e nunca servindo.

Entretanto, a mensagem que resume bem o coração da Bíblia pode ser sintetizada na palavra “servir”.

Servir foi a missão do filho de Deus (Mt 20.28) e também a de seu ancestral humano, Davi.

2 – Davi serviu a Deus com propósito.

Há outro fato sobre Davi registrado no texto de Atos 13.22 que merece a nossa reflexão:

“Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”.

Essa Escritura é digna de uma atenção especial porque é o próprio Deus que dá testemunho de Davi.

É Ele quem declara que encontrou Davi e que este fará toda a sua vontade. Este rei serviu a sua geração, no entanto, o seu servir foi segundo a vontade de Deus.

Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também para os outros. A vontade de Deus aparece aqui como “o que se tem determinado e que será feito”.

Este homem, com seu coração de servo, realizou aquilo que o Senhor esperava. Ele serviu à sua geração e, assim, pagou a dívida moral e política que tinha com esta.

Todos nós, de alguma forma, somos devedores à geração que pertencemos. Por isso, é importante discernirmos o que o Senhor está pedindo de nós.

III.   A PRENDENDO COM DAVI

1 – Quando buscou reconciliação com o Senhor.

Davi era um homem de diálogo e pronto tanto para perdoar como para se humilhar.

Sem dúvida essa era uma de suas maiores virtudes (Sl 34.18). Davi era um homem de temperamento forte, mas também de coração quebrantado. Podemos demonstrar isso com apenas dois fatos. O caso ocorrido com Bate-Seba, esposa de Urias (2 Sm 11-12), e o incidente do censo (1 Cr 21).

No primeiro e mais dramático caso, observamos Davi reconhecendo o seu erro e obtendo como resposta do profeta a garantia do perdão de Deus.

No Salmo 51, toda a sua interioridade é derramada diante de Deus. Somente um homem realmente arrependido e com um coração quebrantado faz uma oração tão pura e sincera como a descrita naquele texto.

O caso do censo é relatado na Bíblia como algo que “pareceu mal aos olhos de Deus” (1 Cr 21.7).

Sendo cabeça do povo, o ato de Davi trouxe consequências terríveis para a nação, provocando a morte de milhares de pessoas por meio de uma praga enviada por Deus.

Tão logo se deu conta do mal causado, Davi quebranta-se mais uma vez diante do Senhor:

E disse Davi a Deus: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo” (1 Cr 21.17).

2 – Quando buscou reconciliação com o próximo

Pelo menos em duas situações específicas, Davi demonstra ser um homem disposto a construir relacionamentos.

Primeiramente perdoando a Saul quando este o perseguia para matá-lo, e depois quando foi procurado no deserto por Abigail, esposa de Nabal, o carmelita (1 Sm 25).

Quanto a Saul, como já vimos, seu ódio e fúria em relação a Davi não tinha apenas uma origem humana, mas também diabólica (1 Sm 18.10-12).

No caso de Nabal, sua falta de cordialidade, diplomacia e bom senso, indignaram a Davi, que estava disposto a cometer uma chacina (1 Sm 25.13-17).

Mesmo estando preparado para cumprir seu intento, Davi recebe Abigail, mulher de Nabal, que, por meio do diálogo, o convence de não executá-lo (1 Sm 25.18-35).

Você deseja que Deus faça em sua vida o mesmo que fez com Davi? Se a sua resposta for afirmativa, coloque-se no altar do Espírito Santo; apresente sua vida àquEle que a todos transforma segundo a imagem de Cristo.

Davi, o homem segundo o coração de Deus, não era perfeito. Já é do seu conhecimento que este personagem, como servo de Deus, soldado, pai e rei, teve muitas falhas e erros, mas colocou sua vida inteiramente nas mãos de Deus.

Ele não usou máscaras ou disfarces. Você tem se colocado por inteiro no altar do Senhor?

Davi conhecia ao Senhor e sabia que Ele era poderoso para livrar e transformar o homem pecador.

Davi conhecia ao Senhor de modo pessoal, pois andava em sua presença. Conhecia ao Senhor por experiência própria e não porque ouviu falar dEle. Você conhece ao Senhor pessoalmente?

Mantém um relacionamento diário com Ele? O fato de conhecer ao Senhor pessoalmente fez a diferença na vida do filho de Jessé.

Para ser um homem ou mulher segundo o coração de Deus, se faz necessário conhecê-Lo e viver inteiramente com Ele, obedecendo-Lhe em tudo.

Que o Altíssimo continue a derramar ricas bênçãos sobre sua vida e família. Confie nEle e viva para a glória do Deus Pai, Aquele que também o ungiu para uma grande obra.

IV – UM CORAÇÃO REDIMIDO

A Escritura comprova que Davi foi totalmente restaurado diante de Deus, e suas poesias expostas nos Salmos confirmam essa restauração.

Não há porque vivermos sob o domínio do pecado, uma vez que a Escritura assegura-nos de que o sangue de Jesus quebrou esse domínio e tem poder para nos purificar totalmente dele (Rm 6.14; 1 Jo 1.7,9).

Contudo, no processo de restauração, cabe a nós demonstrar uma atitude de arrependimento, confissão, quebrantamento e abandono do pecado, assim como fez Davi.

O que tinha Davi de especial para que Deus lhe dispensasse tanta estima e consideração? As características de seu caráter revelam que ele era um homem que amava a Deus acima de todas as coisas, e nEle cria de todo o coração.

1 – Coração de servo.

Davi nunca se queixou do laborioso e solitário pastoreio das ovelhas de seu pai. Ungido rei não hesitou em voltar ao seu trabalho habitual.

Servia ao pai prazerosamente com o que sabia e mais gostava de fazer: estar com as ovelhas (1 Sm 16.19).

Davi tinha um coração de servo! Deus mesmo chamou-o de servo (Sl 78.70; 89.20).

É imprescindível a todo cristão avaliar o modo como serve a Cristo (Mt 7.21).

Você o tem servido de todo o coração? Jesus é o maior exemplo de servo humilde e obediente (Jo 4.34; Fp 2.5-8).

2 – Humildade.

Davi era um homem humilde e reconhecedor de suas limitações (Sl 131; 40.12,17). Apesar de ser um soldado inigualável, um comandante corajoso, um rei exemplar, sempre atribuiu todas as suas vitórias ao Senhor dos Exércitos (Sl 34.4-7; 40.5-10; 124; 144.1,2).

Quanto mais o homem se aproxima da bondade, santidade e grandeza do Altíssimo, mais consciente se torna de seus pecados, mazelas e misérias (Rm 7.24,25; 12.3).

3 – Sinceridade.

Sabendo que todas as coisas estão diante do Senhor (Sl 139), Davi nunca quis ser uma pessoa diferente do que realmente era. Portava-se perante o Altíssimo com o coração sincero (Sl 26.2; 38.9).

Numa sociedade em que se valoriza excessivamente o exterior, Deus não leva em conta o que alguém diz sobre si mesmo, mas o que verdadeiramente é. Para o salmista, sinceridade e integridade são indispensáveis aos que desejam desfrutar de íntima comunhão com o Eterno (Sl 15).

4 – Dependência de Deus.

Davi dependia do Senhor em todos os momentos e circunstâncias da vida. Seu maior desejo era conhecer os caminhos de Deus, e para isso, punha-se sob sua direção em tudo que fazia (Sl 17.5; 18.21; 25.4,5; 143.8,10). Jeová era seu mais precioso tesouro (Sl 16.2,5; 142.5).

5 – Coragem.

A coragem de Davi era incontestável:

  • matou um leão e um urso (1 Sm 17.34,35),
  • apresentou-se para enfrentar o gigante Golias (1 Sm 17.32),
  • lutou bravamente contra os filisteus sob risco da própria vida.

Sua evidente coragem firmava-se na autêntica fé em Deus (1 Sm 17.37,45-47; 23.2-5).

6 – Gratidão.

Davi não se cansava de exaltar ao Senhor por seus maravilhosos feitos. Seus salmos estão repletos de gratidão e louvor ao Todo-Poderoso (Sl 9.1,2; 86.12; 138.1,2).

Eles refletem a alegria, a satisfação e o reconhecimento por todas as bênçãos recebidas (Sl 7.1,17; 8.1-9; 13.5,6; 16.7; 18.46,49,50; 144.1,2; 145.1-21).

7 – Arrependimento.

Segundo a lei mosaica, Davi cometeu dois pecados imperdoáveis: adultério e assassinato premeditado (2 Sm 12.9; ver Êx 20.13,14; 21.12-15; Lv 20.10; Dt 22.23,24; Sl 51.14-17).

Saul também transgredira a Lei do Senhor e, em virtude disso, perdera até o trono.

Mas realmente o que o torna diferente de Davi? Provavelmente sua atitude em relação ao pecado.

Ao pecar, Saul tentou justificar-se transferindo sua responsabilidade para o povo (1 Sm 13.13-14; 15.1-3,9,15-31), ao passo que Davi, arrependeu-se profundamente (2 Sm 12.13a; Sl 51.4).

O crente em Jesus que não reconhece seus erros e rejeita a disciplina do Senhor, poderá ter o mesmo destino de Saul (Mt 18.15-17; 2 Ts 2.6-14).

A Palavra de Deus é incisiva: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Davi arrependeu-se do que fez, pediu perdão a Deus de todo o coração e foi perdoado (2 Sm 12.13b; Sl 32.5; 38.18; 51.3-19). Embora remido de sua iniqüidade, Davi sofreu as consequências do seu pecado (2 Sm 12.10-14; Gl 6.7,8).

CONCLUSÃO

Davi desempenhou várias atividades ao longo de sua vida (1 Sm 16.18).

Ele foi pastor de ovelhas (1 Sm 16.11; 2 Sm 7.8),

guerreiro (1 Sm 17.45-47),

rei (2 Sm 5.3),

poeta (Sl 23),

músico (1 Sm 16.23),

pai (2 Sm 3.3; 5.13-16), entre outras importantes ocupações.

O filho mais novo de Jessé (1 Sm 16.1 1), no entanto, era um homem que confiava inteiramente em Deus (Sl 27.3), e anelava pela presença do Altíssimo (Sl 27.4).

Todavia, em algumas ocasiões pecou contra o Senhor (Sl 32; 51), trazendo graves prejuízos a Israel (1 Cr 21) e a sua família (2 Sm 12.10).

Fonte:  http://valorizeaebd.blogspot.com/2016/03/licao-11-o-louvor-de-davi-subsidio-para.html#ixzz5iGQul6SB

Video: https://www.youtube.com/watch?v=GlW97uqfI28

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